Autor Tópico: Procuradoria acusa Testemunhas de Jeová de discriminação  (Lida 6326 vezes)

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Offline Derfel

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Re: Procuradoria acusa Testemunhas de Jeová de discriminação
« Resposta #50 Online: 01 de Agosto de 2011, 17:30:33 »

Aí é que está. A proposta não é esta. Ninguém está dizendo que o pastor não pode censurar ou condenar a opção que o ex-fiel teve. O que se discute é que não se pode obrigar aos membros, principalmente familiares, a tornar aquela pessoa um intocável e fingir que ela não existe.
Negrito meu, o pastor não está obrigando ninguém a nada. 
Os membros TJ é que tem a opção de seguir ou não as recomendações da sua igreja, arcando com as consequências dos seus atos perante a mesma. 
Indivíduos são (ou deveriam ser) capazes de tomar sua decisões e arcar com elas.


O problema é que você analisa a questão como se todas as pessoas do mundo fossem livre-pensadores, o que não é verdade. Para os membros TJ não há a opção de seguir ou não a recomendação do pastor.

Offline Salazar

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Re: Procuradoria acusa Testemunhas de Jeová de discriminação
« Resposta #51 Online: 01 de Agosto de 2011, 17:39:16 »
Sob o ponto de vista da moral é relativo. De qual moral se está discutindo: a sua, a minha, a dela? Sob o ponto de vista legal você pode ter razão, já que há o precedente da transfusão de sangue (ainda que eu não saiba se está totalmente relacionado). Já a visão dela só é distorcida sob a sua ótica, na dela a visão distorcida seria a sua.
Na ótica de um serial killer a visão distorcida é a sua.
Não existe isso de moral relativa, ela deu a luz a uma criança e tem a obrigação de proporcionar um ambiente saudável do ponto de vista psicológico(pelo menos na teoria), e um ambiente de discriminação não é um ambiente saudável psicologicamente, não importa a ótica, os resultados continuam inalterados, uma criança sendo discriminada pela própria mãe e com prováveis distúrbios psicológicos.


Offline Derfel

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Re: Procuradoria acusa Testemunhas de Jeová de discriminação
« Resposta #52 Online: 01 de Agosto de 2011, 18:09:54 »
Sob o ponto de vista da moral é relativo. De qual moral se está discutindo: a sua, a minha, a dela? Sob o ponto de vista legal você pode ter razão, já que há o precedente da transfusão de sangue (ainda que eu não saiba se está totalmente relacionado). Já a visão dela só é distorcida sob a sua ótica, na dela a visão distorcida seria a sua.
Na ótica de um serial killer a visão distorcida é a sua.
Não existe isso de moral relativa, ela deu a luz a uma criança e tem a obrigação de proporcionar um ambiente saudável do ponto de vista psicológico(pelo menos na teoria), e um ambiente de discriminação não é um ambiente saudável psicologicamente, não importa a ótica, os resultados continuam inalterados, uma criança sendo discriminada pela própria mãe e com prováveis distúrbios psicológicos.


Claro que a moral é relativa e ela varia de acordo com o tempo, lugar e grupo social. Já foi moralmente aceito jogar crianças com alguma deficiência de um penhasco, hoje não é. Em alguns lugares é moralmente aceita a mutilação dos clítoris de mulheres, imoral é não fazê-la. E os TJ possuem um código moral que difere do nosso, mas nem por isso eles possuem um distúrbio psicológico.

Offline Salazar

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Re: Procuradoria acusa Testemunhas de Jeová de discriminação
« Resposta #53 Online: 01 de Agosto de 2011, 18:19:34 »
Sob o ponto de vista da moral é relativo. De qual moral se está discutindo: a sua, a minha, a dela? Sob o ponto de vista legal você pode ter razão, já que há o precedente da transfusão de sangue (ainda que eu não saiba se está totalmente relacionado). Já a visão dela só é distorcida sob a sua ótica, na dela a visão distorcida seria a sua.
Na ótica de um serial killer a visão distorcida é a sua.
Não existe isso de moral relativa, ela deu a luz a uma criança e tem a obrigação de proporcionar um ambiente saudável do ponto de vista psicológico(pelo menos na teoria), e um ambiente de discriminação não é um ambiente saudável psicologicamente, não importa a ótica, os resultados continuam inalterados, uma criança sendo discriminada pela própria mãe e com prováveis distúrbios psicológicos.


Claro que a moral é relativa e ela varia de acordo com o tempo, lugar e grupo social. Já foi moralmente aceito jogar crianças com alguma deficiência de um penhasco, hoje não é. Em alguns lugares é moralmente aceita a mutilação dos clítoris de mulheres, imoral é não fazê-la. E os TJ possuem um código moral que difere do nosso, mas nem por isso eles possuem um distúrbio psicológico.
Por favor, quote a exata frase em que eu digo que todos os TJ's possuem distúrbios psicológicos. Leia novamente, eu disse que uma criança discriminada por um tutor por causa de um relacionamento com um pai não TJ pode sofrer distúrbios psicológicos. Ok, moral é relativa. A moral dominante atual é a imposta pelo estado, o estado impõe direitos a crianças independente da opção religiosa dos pais. Logo é moralmente correto que os direitos da criança sejam privilegiados em detrimento de opção religiosa dos tutores.

Offline ByteCode

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Re: Procuradoria acusa Testemunhas de Jeová de discriminação
« Resposta #54 Online: 01 de Agosto de 2011, 18:33:16 »
Pessoal, eu conheço de perto as TJs (vários familiares são) e sei que é bem dificil a vida de um desassociado, principalmente se ele levava a sério e pertencia há muito tempo à organização tejotiana.

Imagine que você tem amigos de infância TJs, pessoas com quem você se reunia para sair, viajar juntos, participar de festinhas TJs etc. De repente estas pessoas do seu circulo de amizades, já restrito devido incentivarem desde criança a não fazer amizades com "mundanos", param de falar com você e passam a vê-lo como uma ameba. Como ficaria? A maioria seria muito afetada psicológicamente. A menos que seja um robô desprovido de sentimentos e emoções.

Além de perder os amigos e parentes, o cara acha que vai morrer no armagedom. E os que são "obrigados" a não falar com o desassociado, o fazem por medo de perderem a sua vaga no paraíso e também passarem pelo vexame de serem desassociados. Tenham bem em mente que o paraíso é algo muito real e paupável para eles, muito diferente do que nós céticos pensamos a respeito.
« Última modificação: 01 de Agosto de 2011, 18:35:21 por ByteCode »

Offline Osler

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Re: Procuradoria acusa Testemunhas de Jeová de discriminação
« Resposta #55 Online: 01 de Agosto de 2011, 18:46:10 »
O problema é que você analisa a questão como se todas as pessoas do mundo fossem livre-pensadores, o que não é verdade. Para os membros TJ não há a opção de seguir ou não a recomendação do pastor.

Derfel, não tenho a ilusão de que todos são livre pensadores, só acho que todos os seres humanos maiores de idade (vacinados e quites com o carnê do baú) são livres para tomar atitudes sociais que desejem, sem que o estado determine o que fazer.
Todas as religiões são discriminatórias, assim como todas as sociedade secretas e seitas também são, em maior ou menor grau.
Se os direitos das pessoas não são desrespeitados o Estado não tem nada que intervir.

O sujeito não é obrigado a seguir a determinação de não se relacionar com um desassociado, ele faz porque quer fazer - independe da motivação dele ser medo de ir para o inferno, medo da vergonha em ser disassociado, hábito em obedecer os outros.  Ele pode simplesmente não aceitar.  As religiões tem regras (para mim e para você exdrúxulas) que cada um deve ter a liberdade de seguir ou não - arcando com a consequencia.  Não cabe o Estado intervir na TJ, no clube do pingue-pongue ou na torcida Jovem Fla (a menos que incitem a violência, etc...)
Se ele é adulto (não incapaz) ele toma a decisaõ que ele quiser e arca com as consequências. 
Ponto.
“Como as massas são inconstantes, presas de desejos rebeldes, apaixonadas e sem temor pelas conseqüências, é preciso incutir-lhes medo para que se mantenham em ordem. Por isso, os antigos fizeram muito bem ao inventar os deuses e a crença no castigo depois da morte”. – Políbio

Offline ByteCode

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Re: Procuradoria acusa Testemunhas de Jeová de discriminação
« Resposta #56 Online: 01 de Agosto de 2011, 18:49:10 »
Francisco, você desconsidera o fator "coação psicológica pelo medo".

Offline Osler

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Re: Procuradoria acusa Testemunhas de Jeová de discriminação
« Resposta #57 Online: 01 de Agosto de 2011, 19:00:43 »
Francisco, você desconsidera o fator "coação psicológica pelo medo".

Não, é justamente a base de muitas religiões.  O Estado deve intervir em todos os preceitos religiosos?  A lista de pecados deve sofrer correção?  "Quem se masturba não vai pro Céu" "sexo antes do casamento é pecado" "Não terás contato com mulher impura" - vão ter de ser revistos?
SIm, sei que estou sendo irônico e exagerado, mas vocês estão abordando as pessoas como se elas fossem intelectualmetne incapazes e precisassem da Orientação do Estado para definir o que é e o que  não é aceitável (estou excluindo os casos onde a legislação já contempla).
“Como as massas são inconstantes, presas de desejos rebeldes, apaixonadas e sem temor pelas conseqüências, é preciso incutir-lhes medo para que se mantenham em ordem. Por isso, os antigos fizeram muito bem ao inventar os deuses e a crença no castigo depois da morte”. – Políbio

Offline Derfel

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Re: Procuradoria acusa Testemunhas de Jeová de discriminação
« Resposta #58 Online: 01 de Agosto de 2011, 19:02:12 »
Por favor, quote a exata frase em que eu digo que todos os TJ's possuem distúrbios psicológicos. Leia novamente, eu disse que uma criança discriminada por um tutor por causa de um relacionamento com um pai não TJ pode sofrer distúrbios psicológicos. Ok, moral é relativa. A moral dominante atual é a imposta pelo estado, o estado impõe direitos a crianças independente da opção religiosa dos pais. Logo é moralmente correto que os direitos da criança sejam privilegiados em detrimento de opção religiosa dos tutores.
Me desculpe, achei que você tinha postado que a mãe teria prováveis distúrbios psicológicos. :). Partindo do princípio que os direitos das crianças devam ser privilegiados em detrimento da opção religiosa dos tutores (com o que concordo com você, como também acho que o pátrio poder deva ser relativizado nos casos em que a vida de um menor esteja em jogo, como no caso da transfusão de sangue), não haveria também traumas psicológicos na criança se ela for separada da mãe ou de seus outros familiares para sempre e de uma forma abrupta? E não teria também consequências psicológicas o fato dela saber que vai queimar no inferno por causa de ter sido desassociada? Como o Bytecode disse: o inferno, paraíso, salvação e condenação são coisas muito reais para eles e não apenas uma abstração ou uma fantasia.

Offline Derfel

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Re: Procuradoria acusa Testemunhas de Jeová de discriminação
« Resposta #59 Online: 01 de Agosto de 2011, 19:10:47 »
O problema é que você analisa a questão como se todas as pessoas do mundo fossem livre-pensadores, o que não é verdade. Para os membros TJ não há a opção de seguir ou não a recomendação do pastor.

Derfel, não tenho a ilusão de que todos são livre pensadores, só acho que todos os seres humanos maiores de idade (vacinados e quites com o carnê do baú) são livres para tomar atitudes sociais que desejem, sem que o estado determine o que fazer.
Todas as religiões são discriminatórias, assim como todas as sociedade secretas e seitas também são, em maior ou menor grau.
Se os direitos das pessoas não são desrespeitados o Estado não tem nada que intervir.

O sujeito não é obrigado a seguir a determinação de não se relacionar com um desassociado, ele faz porque quer fazer - independe da motivação dele ser medo de ir para o inferno, medo da vergonha em ser disassociado, hábito em obedecer os outros.  Ele pode simplesmente não aceitar.  As religiões tem regras (para mim e para você exdrúxulas) que cada um deve ter a liberdade de seguir ou não - arcando com a consequencia.  Não cabe o Estado intervir na TJ, no clube do pingue-pongue ou na torcida Jovem Fla (a menos que incitem a violência, etc...)
Se ele é adulto (não incapaz) ele toma a decisaõ que ele quiser e arca com as consequências. 
Ponto.
E o problema é que as consequências podem ser muito duras para ele. Como já disse antes, não é uma questão do estado intervir na religião dos TJ, apenas que o estado garanta justamente o direito do desassociado, direito de conviver com sua família. E isso não significa que ele não seria um desassociado e o estado obrigaria à família a falar com ele ou ainda que o estado abriria a igreja para ele, apenas que o pastor não incitaria à discriminação dentro do próprio ambiente familiar. E acredite, a congregação vai ouvir o pastor.

Offline Derfel

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Re: Procuradoria acusa Testemunhas de Jeová de discriminação
« Resposta #60 Online: 01 de Agosto de 2011, 19:25:26 »
Sobre o massacre de Realengo, a despeito dos problemas psiquiátricos do rapaz, é interessante dar uma olhada  nesse site e nos comentários (com as devidas ressalvas):

http://extestemunhasdejeova.blogspot.com/2011/04/atirador-do-rio-de-janeiro-tinha-mae.html

Offline Salazar

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Re: Procuradoria acusa Testemunhas de Jeová de discriminação
« Resposta #61 Online: 01 de Agosto de 2011, 19:43:00 »
Me desculpe, achei que você tinha postado que a mãe teria prováveis distúrbios psicológicos. :). Partindo do princípio que os direitos das crianças devam ser privilegiados em detrimento da opção religiosa dos tutores (com o que concordo com você, como também acho que o pátrio poder deva ser relativizado nos casos em que a vida de um menor esteja em jogo, como no caso da transfusão de sangue), não haveria também traumas psicológicos na criança se ela for separada da mãe ou de seus outros familiares para sempre e de uma forma abrupta? E não teria também consequências psicológicas o fato dela saber que vai queimar no inferno por causa de ter sido desassociada? Como o Bytecode disse: o inferno, paraíso, salvação e condenação são coisas muito reais para eles e não apenas uma abstração ou uma fantasia.
O fato é: a criança terá sequelas psicológicas de qualquer briga por guarda. E como a mãe seria no caso a causadora da discriminação seria melhor retirar a guarda dela, pois ela foi a iniciadora do discriminamento e por isso já tem histórico de lesões ao psicológico da criança, sendo uma medida preventiva a futuros problemas a criança. O que é mais justo? Deixar a criança com o tutor que causou todo o problema por mero capricho ou com o tutor que apenas quer o seus direitos como tal respeitados? É melhor ela ficar com a família que a lembra constantemente que vai para o inferno ou com aquela que pode tentar minimizar os danos da lavagem cerebral? Não haverá medida 100% eficaz, mas na minha opinião a pior delas sera deixar a criança com a família causadora do dano.

Offline ByteCode

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Re: Procuradoria acusa Testemunhas de Jeová de discriminação
« Resposta #62 Online: 02 de Agosto de 2011, 07:15:49 »
Francisco, você desconsidera o fator "coação psicológica pelo medo".

Não, é justamente a base de muitas religiões.  O Estado deve intervir em todos os preceitos religiosos?  A lista de pecados deve sofrer correção?  "Quem se masturba não vai pro Céu" "sexo antes do casamento é pecado" "Não terás contato com mulher impura" - vão ter de ser revistos?
SIm, sei que estou sendo irônico e exagerado, mas vocês estão abordando as pessoas como se elas fossem intelectualmetne incapazes e precisassem da Orientação do Estado para definir o que é e o que  não é aceitável (estou excluindo os casos onde a legislação já contempla).

Que eu saiba discriminação, seja por qual motivo, é contra a lei. As autoridades poderiam pressionar para que os anciões (pastores TJ) não incentivassem a discriminação dos que são desassociados. Mas isto é um grande problema, pois a constituição garante libertade de culto religioso, e os advogados TJ certamente iriam apelar pra isto, dizendo que ignorar desassociados é um preceito bíblico, portanto, religioso.

Offline Fabrício

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Re: Procuradoria acusa Testemunhas de Jeová de discriminação
« Resposta #63 Online: 02 de Agosto de 2011, 07:55:00 »
Francisco, você desconsidera o fator "coação psicológica pelo medo".

Não, é justamente a base de muitas religiões.  O Estado deve intervir em todos os preceitos religiosos?  A lista de pecados deve sofrer correção?  "Quem se masturba não vai pro Céu" "sexo antes do casamento é pecado" "Não terás contato com mulher impura" - vão ter de ser revistos?
SIm, sei que estou sendo irônico e exagerado, mas vocês estão abordando as pessoas como se elas fossem intelectualmetne incapazes e precisassem da Orientação do Estado para definir o que é e o que  não é aceitável (estou excluindo os casos onde a legislação já contempla).

Que eu saiba discriminação, seja por qual motivo, é contra a lei. As autoridades poderiam pressionar para que os anciões (pastores TJ) não incentivassem a discriminação dos que são desassociados. Mas isto é um grande problema, pois a constituição garante libertade de culto religioso, e os advogados TJ certamente iriam apelar pra isto, dizendo que ignorar desassociados é um preceito bíblico, portanto, religioso.

A discriminação social, pelo que sei, não é contra a lei, e ocorre o tempo todo. Eu quero me relacionar socialmente com algumas pessoas, e com outras não. Estou discriminando? sim, mas é  um direito meu.

Eu tenho todo o direito de não querer me relacionar socialmente com testemunhas de jeová. Posso fazer uma regra social para mim mesmo de que, se o cara for TJ, eu não quero conversar com ele, e daí? Ele tem o mesmo direito a meu respeito.

Da mesma forma, os TJ tem regras que, na concepção doida religiosa deles, devem ser seguidos por quem segue aquela religião. Uma destas normas é não falar com ex-egressos. Ok, uma norma besta, mas em se tratando de religião, se formos filtrar a bobajada, sobra muito pouco  :). E os tais "anciões" (puta coisa brega), quando pressionam os fiéis a não falarem com os desistentes, estão apenas zelando pelo cumprimento das "normas".

Aí de um lado temos o desistente, que está sendo discriminado, e de outro a sua familia e amigos (ou ex-familia, se é que isto existe, e ex-amigos). O desistente tem o direito de chorar, espernear, xingar, procurar novos amigos e formar uma nova família (como diria o Homer Simpson: "uma melhor!"), mudar de cidade, de emprego, de vizinhança, de país, etc. Mas não há como obrigarmos os fiéis (que são idiotas de seguirem preceitos ridículos, mas fazer o quê? eles querem) a se relacionarem com quem não querem. E com quem as pessoas conversam ou deixam de conversar é problema único e exclusivo delas.

Muito mais grave é a questão da transfusão de sangue. Neste ponto eu acho que o Estado deveria  intervir quando se tratar de menor e os pais recusarem a deixar que se faça uma transfusão que salve a vida da criança, porque é um caso de vida ou morte. Mas ficar de mimimi porque fulano ou sicrano nao conversam com ele como esse cara da reportagem é muita viadagem.
"Deus prefere os ateus"

Offline Sergiomgbr

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Re: Procuradoria acusa Testemunhas de Jeová de discriminação
« Resposta #64 Online: 02 de Agosto de 2011, 08:52:29 »
Segregação é uma palavra extensa que nomeia uma idéia que sugere mais extensa ainda a dimensão de sua compreensão, pois implica desde o simples repúdio a hábitos questionáveis como o de alguém andar em trajes sumários, ou mesmo nú em via pública, ou de alguém que conversa gritando e que nos cutuca, ou que usa tatoos e piercings e se veste com roupas espalhafatosas e não toma banho, até uma completa alienação da pessoa pelo meio por suas convicções pessoais, ou por cor da pele ou por natureza de gênero sem que isso remeta a algum desvio de sua conduta numa sociedade laica. 

Da simples discriminação é um pulo.
« Última modificação: 02 de Agosto de 2011, 09:42:13 por sergiomgbr »
Até onde eu sei eu não sei.

Offline Cumpadi

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Re: Procuradoria acusa Testemunhas de Jeová de discriminação
« Resposta #65 Online: 02 de Agosto de 2011, 09:04:10 »
Muito mais grave é a questão da transfusão de sangue. Neste ponto eu acho que o Estado deveria  intervir quando se tratar de menor e os pais recusarem a deixar que se faça uma transfusão que salve a vida da criança, porque é um caso de vida ou morte. Mas ficar de mimimi porque fulano ou sicrano nao conversam com ele como esse cara da reportagem é muita viadagem.
Tive uma discursão interessante na faculdade, e uma coisa que ocorre é o médico dizer: tudo bem se você não ficar sabendo? Se ele aceita o médico cobre as bolsas e ambos fingem que nada ocorreu. Eu pessoalmente acho que nesse caso específico, o médico deveria poder impedir familiares de visitarem o parente ou algo parecido, afinal, é um ambiente de trabalho que não deveria ser pertubado por fatores externos. Vale aquele velho ditado: "o coração não sente aquilo que os olhos não veem."
http://tomwoods.com . Venezuela, pode ir que estamos logo atrás.

Offline ByteCode

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Re: Procuradoria acusa Testemunhas de Jeová de discriminação
« Resposta #66 Online: 02 de Agosto de 2011, 10:48:50 »
Aqui o link para o mesmo assunto, dentro de um fórum de ex-testemunhas de jeová. Interessante ver o que eles, que conhecem de perto esta realidade, têm a dizer.

http://extestemunhasdejeova.net/forum/viewtopic.php?f=16&t=9274

Offline Salazar

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Re: Procuradoria acusa Testemunhas de Jeová de discriminação
« Resposta #67 Online: 02 de Agosto de 2011, 10:52:41 »
Aqui o link para o mesmo assunto, dentro de um fórum de ex-testemunhas de jeová. Interessante ver o que eles, que conhecem de perto esta realidade, têm a dizer.

http://extestemunhasdejeova.net/forum/viewtopic.php?f=16&t=9274

Eu quero esse emoticon aqui no fórum!!!  :oba: :oba:

Offline ByteCode

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Re: Procuradoria acusa Testemunhas de Jeová de discriminação
« Resposta #68 Online: 02 de Agosto de 2011, 10:56:18 »
O que muitos desconhecem é que pessoas que não são expulsas, mas simplesmente pedem pra sair (pedem dissociação), também recebem o mesmissimo tratamento, por simplesmente não mais concordarem com o que é ensinado entre as TJs.

Ou seja, não tem jeito de sair por cima. Pra mim isto é coação psicológica grosseira para obrigar as pessoas a continuarem seguindo a religião. Daí vai de cada um entender se uma ação cabe ou não cabe. Eu acho que sim. Mas infelizmente a CF garante aberrações por simplesmente ser de origem religiosa.

Offline ByteCode

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Re: Procuradoria acusa Testemunhas de Jeová de discriminação
« Resposta #69 Online: 02 de Agosto de 2011, 10:58:03 »
Aqui o link para o mesmo assunto, dentro de um fórum de ex-testemunhas de jeová. Interessante ver o que eles, que conhecem de perto esta realidade, têm a dizer.

http://extestemunhasdejeova.net/forum/viewtopic.php?f=16&t=9274

Eu quero esse emoticon aqui no fórum!!!  :oba: :oba:

Também gostei na hora em que vi! :D

Offline ByteCode

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Re: Procuradoria acusa Testemunhas de Jeová de discriminação
« Resposta #70 Online: 02 de Agosto de 2011, 11:13:19 »
Para quem se interessar em saber mais detalhadamente sobre o submundo TJ:
http://indicetj.info/arquivos/cc.pdf

Trecho retirado do link:

Citar
A TENDÊNCIA da autoridade religiosa de buscar dominar ao
invés de servir, e a luta dos que não querem perder sua liberdade de
consciência dada por Deus ― estes componentes formam a
essência da narrativa franca e muito pessoal de Crise de
Consciência. O cenário do conflito é a associação de um grupo
religioso específico, as Testemunhas de Jeová. Os mesmos temas
fundamentais que assinalam esta narrativa, contudo, podem surgir
dentro de qualquer religião do mundo.
Começando nos anos posteriores a 1870, como grupo
independente de estudo bíblico, formado por um punhado de
pessoas em Pittsburgh, Pensilvânia (EUA), as Testemunhas de
Jeová já contam hoje com aproximadamente sete milhões de
adeptos em mais de 225 países. Quando sua agência editorial, a
Sociedade Torre de Vigia, lança um novo livro, a impressão inicial
regular é de um milhão de exemplares, seguidos de outros milhões.
Nos países em que estão ativas, poucas pessoas ainda não tiveram
contato com as Testemunhas em resultado de sua intensa atividade
de porta em porta.
Assim mesmo, para a maioria das pessoas, esta continua a ser
uma religião semi-misteriosa. De modo mais notável, bem poucas
das próprias Testemunhas têm qualquer conhecimento dos
processos de elaboração de doutrinas e criação de normas de sua
própria organização. As deliberações de seu Corpo Governante,
que tem autoridade mundial, ocorrem em total sigilo. Assim
mesmo, as decisões do Corpo se aplicam ― e de modo obrigatório
― a todas as Testemunhas da terra.
Tendo sido um membro de terceira geração das Testemunhas de
Jeová, o autor viveu entre elas os primeiros sessenta anos de sua
vida, servindo em diversos países e em todos os níveis da estrutura
organizacional. Desses sessenta, os últimos nove ele passou no
conselho executivo central, o Corpo Governante. Aqueles anos o
levaram à crise de consciência que se tornou o tema deste livro. É
uma narrativa ímpar. Proporciona ao leitor uma visão das sessões
decisórias de um conselho religioso fechado, e do poderoso, e às
vezes dramático, impacto que suas decisões têm sobre as vidas das
pessoas. Apresentada com sensibilidade e compaixão, a informação
suscita ao mesmo tempo questões bem fundamentais, que tanto
afetam quanto estimulam a nossa consciência.
« Última modificação: 02 de Agosto de 2011, 11:18:43 por ByteCode »

Offline uiliníli

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Re: Procuradoria acusa Testemunhas de Jeová de discriminação
« Resposta #71 Online: 03 de Agosto de 2011, 19:40:50 »
É discriminação sim, mas as pessoas tem o direito de discriminar as outras, dentro de certos limites. Eu não quero me relacionar com corruptos, ladrões, assassinos, usuários de drogas pesadas. Ou, para ser menos radical, com evangélicos chatos, gente que grita, cutuca, fica inconveniente quando está bêbado, etc. O Estado teria que me obrigar a ter relações sociais com esse povo?

Tem toda razão sobre o Estado não poder obrigar o indivíduo a manter relações sociais com outra pessoa, mas de forma geral atos que causem constrangimento e danos morais a um indivíduo por discriminação são coibidos pelo Estado.

Citar
Pode acontecer, mas o Estado não vai conseguir impedir que isto aconteça. Teoricamente ninguém poderia negar um emprego a uma pessoa por ser negra, mas quem vai conseguir provar que o emprego foi negado por isso? Se eu sou um TJ e não quero empregar outro TJ, posso alegar N razões. A lei neste caso é, no mínimo, inócua.

Esse tipo de coisa é realmente difícil de comprovar, mas havendo possibilidade de demonstrar discriminação não vejo por que a vítima não poderia recorrer à lei.

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Uma vez adultos, eles mesmos devem cuidar dos seus direitos individuais. Se os TJ estão ameaçando os desistentes fisicamente, constragendo-os publicamente, interferindo no seu direito de ir e vir, existem leis para isto. Mas se estão simplesmente boicotando-o socialmente, existe a opção de procurar outros amigos. É difícil? Sem dúvida, mas a vida é dura, e não vai ser a intervenção do Estado que vai fazer com que ele volte a ser aceito neste círculo.

Mas crianças e adolescentes também têm direitos individuais, e o Estatuto da Criança e do Adolescente reconhece a liberdade religiosa como um direito seu. Além disso, a discriminação em certos casos pode ser interpretada como constrangimento público, não? Por fim, acho que a utilidade de se punir a igreja nesse caso não é a de fazer uma pessoa voltar a ser aceita por seu círculo, mas impedi-la de estimular seus fiéis a fazer isso. Se uma pessoa decide parar de falar com outra porque ela saiu da igreja, essa é uma decisão pessoal que deve ser respeitada; mas não é isso que está acontecendo, o que acontece é que a igreja tem uma norma de exigir que seus fiéis boicotem pessoas que saíram da igreja. A igreja tem o direito de decidir isso por seus fiéis? A sociedade, representada pelo Estado, acredita que não. Punindo-a por exigir isso, você não está violando os direitos individuais dos fiéis que escolhem autonomamente não manter mais relações com tal pessoa, pelo contrário, você está garantindo a todos os membros da igreja o direito de escolherem se vão manter ou cortar relações.

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Ignorando o fato de que no contexto que você criou parece que TODO MUNDO é TJ (lembrei dos sionistas do Karlseduardo  :hihi:)

É aí que está a pegadinha: uma vez que a igreja tem por norma exigir que seus fiéis só se relacionem com outros TJ, se você seguiu essa norma à risca por toda a sua vida, TODO MUNDO que você conhecer será TJ.

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, existem empregadores, senhorios, financeiras, que não são TJ. Você vai passar um puta perrengue, mas é a vida, fazer o que? Você se beneficiava de um grupo religioso, saiu dele, e quer manter as mesmas condições? Além do que, saindo, você sabia das consequências... você nunca reclamou do fato da dona Tereza ser camarada com você por ser da mesma religião, agora vai reclamar porque ela quer que você pague um aluguel mais caro ou mesmo saia do imóvel por deixar esta religião?

Sim, você tem o direito de reclamar, você foi intencionalmente prejudicado por outras pessoas por razão de preconceito religioso. Mudar de religião é um direito humano fundamental e garantido pela constituição. Se esse direito é desrespeitado, você tem o direito de recorrer à justiça.

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A grande questão é essa, determinar o nível no qual o Estado deve influir na vida do cidadão. Na minha opinião, neste caso das TJ a intromissão do Estado não se justifica, você acha que sim. Eu penso que atualmente estamos precisando de MENOS  intervenção do Estado na vida do cidadão do que MAIS. Pra mim os limites do Estado já estão bem delimitados pelas leis que existem, e seria melhor se ele fosse eficiente onde deveria de acordo com as leis vigentes ao invés de ficar inventando moda.

Também não é uma questão unidimensional. Há áreas em que eu posso desejar menos intervenção do Estado e outras em que posso desejar mais. Por exemplo, eu adoraria ver menos Estado na hora de pagar impostos...

Offline Osler

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Re: Procuradoria acusa Testemunhas de Jeová de discriminação
« Resposta #72 Online: 03 de Agosto de 2011, 20:22:16 »
Mas crianças e adolescentes também têm direitos individuais, e o Estatuto da Criança e do Adolescente reconhece a liberdade religiosa como um direito seu. Além disso, a discriminação em certos casos pode ser interpretada como constrangimento público, não? Por fim, acho que a utilidade de se punir a igreja nesse caso não é a de fazer uma pessoa voltar a ser aceita por seu círculo, mas impedi-la de estimular seus fiéis a fazer isso. Se uma pessoa decide parar de falar com outra porque ela saiu da igreja, essa é uma decisão pessoal que deve ser respeitada; mas não é isso que está acontecendo, o que acontece é que a igreja tem uma norma de exigir que seus fiéis boicotem pessoas que saíram da igreja. A igreja tem o direito de decidir isso por seus fiéis? A sociedade, representada pelo Estado, acredita que não. Punindo-a por exigir isso, você não está violando os direitos individuais dos fiéis que escolhem autonomamente não manter mais relações com tal pessoa, pelo contrário, você está garantindo a todos os membros da igreja o direito de escolherem se vão manter ou cortar relações.
O negrito é meu.
Esse é o ponto: a igreja não decide pelas fiéis, ela emite uma norma, segue-a quem quer.  Isso se chama livre arbítrio.  Cada pessoa que decide seguir ou não seguir arca com as consequências.
Você está tirando das pessoas o poder de decidir se vão ou não se relacionar com outras e imputando esse comportamento a um "poder" da Igreja, só que quem "dá" esse poder é a própria pessoa quando por decisão pessoal decide acatar essa norma.
“Como as massas são inconstantes, presas de desejos rebeldes, apaixonadas e sem temor pelas conseqüências, é preciso incutir-lhes medo para que se mantenham em ordem. Por isso, os antigos fizeram muito bem ao inventar os deuses e a crença no castigo depois da morte”. – Políbio

Offline ByteCode

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Re: Procuradoria acusa Testemunhas de Jeová de discriminação
« Resposta #73 Online: 04 de Agosto de 2011, 11:35:38 »
Fancisco, você não entende algo: quando o ancião fala pra TJ "ou você corta relações com o seu amiguinho de infância, seu parente, sua ex-namorada etc., ou então vai perder o paraíso, morrerá no armagedom e, antes disto, também vai passar pelo vexame de ser desassociada" (isto tudo com a bíblia na mão, mostrando textos que apoiam tal visão), pra você é simples a questão, bastaria a pessoa renunciar aquilo lá e pronto, pois você é cético e não acredita nisto. Mas para uma TJ sincera em sua fé, seria a mesma coisa que, em vez de ameaças com armagedom, fosse uma arma apontada para a cabeça dela, com um cara falando "e aí, vai falar com o desassociado ou não?". A coisa toda parece simples pra quem está de fora, mas quem vive aquilo ali durante anos acreditando em toda aquela baboseira, é algo muito importante, que chega a ser considerado vital para ela. Para uma pessoa dominada por uma lavagem cerebral deste tipo, seria melhor morrer agora do que morrer no armagedom e perder a vida eterna no paraíso.

Offline Cumpadi

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Re: Procuradoria acusa Testemunhas de Jeová de discriminação
« Resposta #74 Online: 04 de Agosto de 2011, 13:30:55 »
Não, você é que não entende que não se deve combater discriminação com privilégios. Isso sempre resulta em mais problemas.
http://tomwoods.com . Venezuela, pode ir que estamos logo atrás.

 

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