Francisco, você desconsidera o fator "coação psicológica pelo medo".
Não, é justamente a base de muitas religiões. O Estado deve intervir em todos os preceitos religiosos? A lista de pecados deve sofrer correção? "Quem se masturba não vai pro Céu" "sexo antes do casamento é pecado" "Não terás contato com mulher impura" - vão ter de ser revistos?
SIm, sei que estou sendo irônico e exagerado, mas vocês estão abordando as pessoas como se elas fossem intelectualmetne incapazes e precisassem da Orientação do Estado para definir o que é e o que não é aceitável (estou excluindo os casos onde a legislação já contempla).
Que eu saiba discriminação, seja por qual motivo, é contra a lei. As autoridades poderiam pressionar para que os anciões (pastores TJ) não incentivassem a discriminação dos que são desassociados. Mas isto é um grande problema, pois a constituição garante libertade de culto religioso, e os advogados TJ certamente iriam apelar pra isto, dizendo que ignorar desassociados é um preceito bíblico, portanto, religioso.
A discriminação social, pelo que sei, não é contra a lei, e ocorre o tempo todo. Eu quero me relacionar socialmente com algumas pessoas, e com outras não. Estou discriminando? sim, mas é um direito meu.
Eu tenho todo o direito de não querer me relacionar socialmente com testemunhas de jeová. Posso fazer uma regra social para mim mesmo de que, se o cara for TJ, eu não quero conversar com ele, e daí? Ele tem o mesmo direito a meu respeito.
Da mesma forma, os TJ tem regras que, na concepção
doida religiosa deles, devem ser seguidos por quem segue aquela religião. Uma destas normas é não falar com ex-egressos. Ok, uma norma besta, mas em se tratando de religião, se formos filtrar a bobajada, sobra muito pouco
. E os tais "anciões" (puta coisa brega), quando pressionam os fiéis a não falarem com os desistentes, estão apenas zelando pelo cumprimento das "normas".
Aí de um lado temos o desistente, que está sendo discriminado, e de outro a sua familia e amigos (ou ex-familia, se é que isto existe, e ex-amigos). O desistente tem o direito de chorar, espernear, xingar, procurar novos amigos e formar uma nova família (como diria o Homer Simpson: "uma melhor!"), mudar de cidade, de emprego, de vizinhança, de país, etc. Mas não há como obrigarmos os fiéis (que são idiotas de seguirem preceitos ridículos, mas fazer o quê? eles querem) a se relacionarem com quem não querem. E com quem as pessoas conversam ou deixam de conversar é problema único e exclusivo delas.
Muito mais grave é a questão da transfusão de sangue. Neste ponto eu acho que o Estado deveria intervir quando se tratar de menor e os pais recusarem a deixar que se faça uma transfusão que salve a vida da criança, porque é um caso de vida ou morte. Mas ficar de mimimi porque fulano ou sicrano nao conversam com ele como esse cara da reportagem é muita viadagem.