Com essas modificações,o uso da dialética para entender a história estaria correto?
Eu não vejo motivos porque usar o processo dialético aqui, mas tem lá seus acertos.
Contudo, não me lembro de Popper tocando em momento algum no assunto de religião e suas crenças pessoais e Nietzsche teria leve surtinhos em ser identificado como Ateu, mais porque o termo na época implicava uma postura "cientificista", algo que ele fugia como o Superhomem foge da Cruz.
Devo ter me confundido . Confucionismo não tem nada à ver com religiões teístas,embora tenha vindo da mesma fonte que elas,no caso a Filosofia .
Não se confundiu. Para a maioria dos fins, o que Confúcio escreveu era uma posição humanista e o conhecimento dos escritos dele (trazidos por jesuístas da China e atingindo algumas figuras como Voltaire e Leibniz) foi importante para o conhecimento da existência de sistemas éticos e morais seculares. O meu ponto é que o Confucionismo se misturou consideravelmente com visões religiosas chinesas que é difícil não vê-lo como um sistema religioso também.
Pelo pouco que sei,as Figuras quase divinas das mitologias Gregas,Egípcias,Babilônicas e até Nórdicas(só para citar algumas culturas em que os deuses não precisavam ser venerados o tempo todo),não impunham regras rígidas sobre os seres humanos e nem condenavam eles ao sofrimento eterno se ousassem venerar outros deuses,diferente do que ocorre na mitologia abraâmica . E sob o ponto de vista dos teístas abraâmicos,milagres acontecem com aqueles que "satisfazem" a vontade de um deus,que tem o universo todo para cuidar e prefere se preocupar com aquilo que a pessoa veste ou olha(não ficaria espantado de saber que o livro 1984 teve uma certa inspiração nesse deus paranóico e ciumento) .
Mais ou menos. Tudo o que eu escrever abaixo se baseia na concepção greco-romana, então pode haver erros em passar para outras culturas.
De fato, a religião greco-romana não enfocava na questão da moralidade (porque religião era uma relação puramente contratual - você reverenciava uma divindade, esperava dela os favores divinos e a proteção da mesma) porque ética e moralidade era uma questão não para a religião, mas para a filosofia. Por isso havia proselitismo entre diferentes escolas filosóficas, aliás. Contudo isso não implica que as relações religiosas deles eram necessariamente mais tolerantes - os Cristãos foram perseguidos por uma combinação de fatores, incluindo motivos religiosos, a listar, eles se recusavam a participar do culto religioso a Imperadores e Divindades Locais, negando o caráter divino dessas figuras. E como se recusavam a fazer isso, quando desastres ocorriam, os cristãos eram responsabilizados por "não cumprir o contrato com os deuses. Além disso, há o fato do Cristianismo ser uma religião nova, e os romanos odiavam a idéia de novidade. Por isso eles perseguiam os Cristãos, mas deixavam os Judeus em paz - o Judaísmo era uma religião antiga, mais antiga que a própria Roma, aliás. E os eventos onde judeus foram mortos eram mais políticos, ligados ao controle da Palestina, do que algum problema com a religião judaica.
Barganhas de religiosos com a realidade são problemas de religiosos para tentarem compatibilizar seus problemas internos com a realidade.
Concordo.
Pergunte ao Contini daqui se, após todas as tentativas 'epistemologicamente corretas', ele não tem, sempre, que, por fim, apelar para "it works, bitches!".
Mas eu não discordo disso, Cientista. O melhor argumento a favor da postura científica é esse.
Não foram correntes filosóficas que nos conduziram ao "pensamento atual". Nem mesmo existe esse "pensamento atual" como uma espécie de instituição. Foram correntes tecno-mercadológicas.
Concordo em grande parte.
Pois é, pressupôs errado. Eu não vejo gradação nenhuma. Um milagre existe, todos existem. Ou se crê ou não se crê. Estou disposto a me oferecer como cobaia para que tente me convencer de algo diferente.
Bom, já que esse é o cerne do seu argumento (tanto que você o repetiu 3 vezes. Agradeço pela clareza e ênfase

), vou aceitar sua oferta em parte (eu realmente não espero mudar suas disposições).
O meu argumento da gradação não depende da veracidade de fato da existência dessa gradação, mas sim como isso ocorreu historicamente ou seja, mesmo que "Crença em Milagres/Descrença em Milagres" seja uma categorias binária, as crenças de pessoas costumam a colocar pontos cinzentos nessas categorias (por exemplo, "Todos Deuses podem Realizar Milagres", "Só o Meu Deus pode fazer isso, a qualquer momento e em qualquer Lugar" e "Só o Meu Deus faz isso, mas deve ser algo tão Raro que só um Milagre explica isso").
E como a maioria das pessoas crê e leva a sério tais idéias, sejam verdadeiras ou falsas, e existindo um ambiente social
que é movido em maioria por fatores
exógenos - ou tecno-mercadológicos, como você colocou - mas também existem fatores
endógenos - ou seja, crenças e disposições pessoais- creio que você reconheça que mesmo inexistindo gradações de fato, existe a crença nelas e essa crença faz com que diferentes visões (que na verdade seriam partes do mesmo pacote de ilusões cognitivas) passem a ter importância social. Mesmo o seu Übermensch Científico reconheceria que a sua vida seria muito mais fácil se as pessoas acreditassem que ele é alguém que "Executa tarefas que Deus permite que ele realize" (uma crença falsa) do que que ele "Faz Bruxaria Satânica" (outra crença igualmente falsa).