Caros foristas,
tenho duas questões que surgiram depois de muitas reflexões.
Eu tenho lido ultimamente algumas coisas interessantes sobre ceticismo filosófico (ou antigo, ou ainda grego)
e entendi que existe uma diferença entre o filosófico e ceticismo científico (moderno, racioanlista, herança do iluminismo).
Enquanto o grego é quase que uma apologia à dúvida universal, o ceticismo científico é pautado pela idéia de que a dúvida é só o meio para um fim, que na nossa civilização é o de construir conhecimento sobre a realidade.
Ceticismo vem de "skêpsis" (indagação ou investigação), portanto, cético é aquele que investiga, ao contrário do dogmático que é o sujeito que diz que tem as respotas porque se julga conhecedor da realidade. Por não confiar em suas possibilidades de conhecer a realidade, o cético nunca suspende sua investigação, nunca se coloca como portador da verdade.
O ceticismo, em sua origem, demanda dúvidas até mesmo em relação a razão e a ciência.
Caras como David Hume e Pirro de Elis faziam apologia dos hábitos e das tradições que seriam formas ancestrais de lidar com a vida que transcedem as imperfeições da razão humana limitada e (segundo Hume) escrava das paixões.
Eu pergunto se é possível, então, que um cético acredite em Deus mesmo que não suspenda sua investigação a respeito...?
Se é possível, por que as pessoas hoje normalmente associam ceticismo diretamente ao ateísmo?