Não nos percamos em semântica. A crença, na ciência, está em um contexto muito diverso daquele habitualmente imputado a esta palavra. Lennox tirou Dawkins do sério ao fazer a afirmação infantil e leviana de que a ciência também seria uma crença. Dawkins se limitou a um "it's not!" e, certamente, quando se faz o uso (inadequado) desta palavra em um contexto científico, dever-se-ia, no mínimo, discorrer sobre a re-significação que esta adquire. A crença do cético está ligada de modo inextricável às evidências de que se dispõe, o que torna procedente a permanente vigília, se não o abandono, da palavra "crença" por já estar imbuída de um significado específico (associado à fé).
Ainda, Byte, estar (ou não) aberto a novas idéias é um ponto distinto da condição de "cético". Afinal, estar aberto à possibilidade de existência do churros que citei é uma coisa, e acreditar nele é outra. A questão aqui é de parcimônia, e mesmo de sanidade. É totalmente contraproducente estar aberto a idéias forjadas destituídas de qualquer correlação empírica que lhe contextualize adequadamente. Por exemplo, podemos estar abertos licitamente a possibilidades hoje não factíveis, como teletransporte, anti-gravidade, viagens temporais controladas, e mesmo uma ou mais novas forças fundamentais. Mas perceba que a mesma atitude em relação ao meu churros espacial denotaria um sério problema de fé. Resumindo... CONTEXTO! Estejamos atentos a isso, sempre que utilizarmos a palavra "crença", na ciência. Para os de nós que estão envolvidos com educação, então, isto é de vital importância!