Quem falou em algo "mais do que isso?"
Tem aqueles dados, que já são suficientes para recomendar preferencialmente -- e não a evitar -- a combinação de medicação e terapia.
"Mais do que isso" é o necessário para se aconselhar evitar o tratamento que se mostra mais eficaz de acordo com os dados disponíveis. Pouco importa se é feita essa condicional vaga de "se puder evitar". A pessoa poderá sempre evitar, mas se lhe for possível/medicamente aprovado o uso, é sim o preferível, combinado à terapia/aconselhamento. A menos que recuperação não seja prioridade, claro.
Ow...não estou defendendo o "se puder evitar"...
Só estou defendendo que meio alternativo caso bata o pé que não queira remédio procede.
Teoricamente é assim para tudo. Depressão, diabetes, câncer, enxaqueca, AIDS, o que for. Não precisa tomar remédio nenhum se não quiser, ninguém é obrigado. Nem se a tratar de qualquer forma.
Mas se tratar tem maiores chances de conduzir à recuperação/amenização, e alguns tratamentos também apresentam melhores chances que outros. Se quiser pode opter pelo que é mostra melhores resultados, recusar por qualquer motivo, ou rezar, ou ainda fazer uma dança mágica.
Nunca vi tanta dificuldade em aceitar a realidade. Sinceramente não consigo entender o problema.
Você provavelmente aceita "matemática" e "dados estatísticos" sobre os resultados de algum procedimento, a fim de escolher o melhor, para a maior parte das situações, inclusive médicas.
Por que com dependência alcoólica seria diferente? Não tem razão alguma.
Os "dados estatísticos", coitados deles, simplesmente mostram que não faz sentido se recomendar que se evite medicamentos (mesmo apenas "se puder"), que combinados à terapia dão os melhores resultados. A menos que não se tenha recuperação como prioridade.
A base para seu conselho seria a de que algum dos remédios indicados, ou todos, têm esse risco ou contra indicação de poderem se tornar outro vício. Que eu saiba isso não ocorre. Você poderia apontar algum estudo/bula que corrobore isso? Se não for o caso (ou se for o caso apenas com um ou outro medicamento), então esse seu temor é infundado, e essa recomendação de evitar remédios então apenas faz as pessoas reduzirem suas chances de recuperação, a troco de nada.
É a realidade, não é culpa minha.
Apresente seus dados estatisticos para os mendigos bebados nas ruas, quem sabe eles não se conscientizam. (imaginem a cena) Diga a eles: É a realidade, vcs não tão vendo?
Mas o que isso ao menos tem a ver com qualquer coisa?
Se o governo ou alguma entidade filantrópica (como o AA) pudesse dar a eles tratamento que combinasse terapia e medicação, as chances de recuperação dos mendigos dependentes de álcool seriam melhores do que de outra forma. O fato disso não ocorrer não muda isso, infelizmente.
Voce ignora toda uma gama de outros alcoolicos que nao necessitam de remedios para ficarem sobrios, e que apenas os tratamentos como AA, igreja e outros é necessario. è a estes que me dirigi.
Para de ser desonesto.
É desonestidade simplesmente apontar fatos agora?
Inicialmente você não fez qualquer ressalva senão "se puder" não usar medicação. Não deu outra justificativa senão um risco, aparentemente imaginário apenas, de trocar um vício por outro igual.
É praticamente auto-evidente que não é qualquer pessoa que tenha tido problemas menores com bebida que irá procurar medicação, e muito menos que terá tal recomendação vinda de um médico.
Não é necessário aconselhar evitar medicação quando esta não está sendo recomendada por um médico (novamente, exceto a raros casos de hipocondríacos que se supõe que fossem procurar esses medicamentos pouco conhecidos). Daí a "impressão" que fica é que o conselho é negar a opção mesmo quando esta é recomendada por um médico -- o que é um conselho prejudicial. Apenas quis deixar isso claro, de alguma forma você parece ter visto nisso uma forma de ofensa pessoal.