Óbvio que tudo que eu escrever aqui é opnião particular minha sem pretenção de ditar a verdade goela abaixo de ninguém.
Eu usei o post do Geotecton para fazer esta resposta porque eu pensei que poderia ser o que me permitiria ser o mais abrangente, mas eu vou responder por partes usando os outros.
Eu usei os termos "micro/macroevolução" entre aspas porque eu concordo que não tem uma definição científica para eles, que nem sequer são aceitos pela comunidade e porque eu os estou usando de forma bem diferente que o pessoal que os criou.
Qual é exatamente a sua crítica? Entendo que não pode ser em relação ao pensamento científico de Dawkins, porque ele está correto.
Então suponho que seja o comportamento um tanto quanto indelicado e beligerante com as religiões e com os religiosos.
Eu tenho reservas contra o Dawkins. Eu acho que a forma como ele trata as religiões e os religiosos pouco adequadas para chegar aonde ele, supostamente, quer chegar. Eu acho que ele encontrou um filão comercial (ateus e insatisfeitos com as religiões) e bate nelas para angariar adeptos. Quanto mais polêmico e mais radical, mais gente compra seus livros. Essa é uma opnião pessoal minha. Dito isso, eu sou totalmente favorável da extinção de religiões, particularmente, Judaismo, cristianismo e o islamismo, e do conceito de fé.
As outras religiões eu não tenho conhecimento suficiente para afirmar que elas produzem estrago no nosso mundo.
O cristianismo eu acho que poderia ser mantido vivo apenas como ideologia, não da forma como as religiões instituídas se baseiam nele. Cristianismo como ideologia, não como religião Eu acho que somente as idéias de Jesus são válidas para as pessoas (eu acredito em um Jesus histórico, não divíno, não nascido de uma virgem, mas uma figura carismática ao estilo de um Mahatma Ghandi).
Em relação ao Gene egoísta eu acho que é uma inversão do que realmente é a DNA. Não acredito na célula como um maquinário para o DNA. O DNA se replicar é algo físico-químico, não há vida, não há instinto de replicação. DNA se replica simplesmente porque se você colocar um filete de DNA num meio com as bases nitrogenadas complementares nele irá ocorrer a formação da cadeia. Eu imagino que Dawkins seja um adepto da teoria do "mundo de RNA", eu não consigo aceitar esta teoria.
Eu acho que é a célula inteira com o seu metabolismo que usa o DNA como fonte de informação para poder se dividir ou fazer meiose. DNA, na minha opnião é um instrumento da célula, não seu mestre.
Penso também que a teoria do gene egoísta é amplamente aceita, por causa do Dawkins que é uma pessoa absurdamente articulada e extremamente convincente e envolvente na sua forma de passar suas opniões.
Eu considero "O Gene Egoísta" não falseável.
E qual seria este limite?
Eu vou mudar a forma como eu me manifestei. Eu penso que a TE pode ser considerada uma lei até um certo ponto. Após esse ponto, a TE com o "Saltation Theory" ou com acúmulos de "microevoluções" que dão a ilusão de saltos evolutivos é uma teoria. O problema é que os Darwinistas colocam o que eu chamei de "macroevolução" como já perfeitamente explicado. Coisa que não o é. Tem muitas lacunas. Obviamente que não se pode afirmar que é evidencia de um criador.
Se a explicação correta para as lacunas forem acúmulos de "microevoluções" a ciência deve mostrar o caminho que essas microevoluções fizeram.
Se for a evolução em saltos, qual o mecanismo natural que faz esses saltos.
Tem saltos gigantescos.
O ser humano tem uma memória gigantesca. Se eu pudesse passar o dia inteiro estudando eu iria "encher o meu HD" muito mais do que eu encherei.
Imagine uma máquína do tempo que voltasse a 30 mil anos atrás e raptasse um bebe das cavernas e o trouxesse para nosso tempo. Imagine que nós dessemos instrução e educação para ele. Ele certamente iria se portar como uma pessoa normal. Poderia até ser um gênio.
Minha definição de micro/macroevolução é mais ou menos essa:
O Australoptecus ou qualquer outro ancestral humano, traçando seu caminho evolucionário até o homem moderno são processos microevolucionários. Com excessão da nossa memória. Eu consigo imaginar a formação da memória do ser humano, via "microevoluções", somente se nós fossemos conseguindo nossa "capacidade de HD" via um processo linear, onde quem possuísse uma cérebro equipado com uma capacidade de memorização maior possuísse uma vantagem sobre os outros indivíduos, vantagem que lhe proporcionasse maior capacidade de deixar descendentes espalhando hereditáriamente essa vantagem.
Não é o caso. Eu penso que a memória humana é um exemplo de "macroevolução". O ser humano, antes da invenção da escrita já tinha o cérebro que tem hoje.
Golfinhos possuem um cérebro inacreditável. São, depois do homem, os animais mais inteligentes, os bonobos que são os macacos mais espertos não possuem um cérebro igual ao dos golfinhos. A relação do peso cérebro/massa corporal é muito maior que qualquer primata não humano. Seus cérebros possuem sulcos e giros similares aos dos humanos, não se compara com os dos outros mamíferos que possuem sulcos e giros bem escassos.
Como, via processos "microevolucionários" os golfinhos se equiparam com tal cérebro?
O ser humano nós sabemos que foi com alteração da diéta e por causa do dedão opositor. Quem tinha uma inteligência (via cérebro maior, mais evoluido) acima da média conseguia manipular melhor os instrumentos, conseguia bolar planos de caça e fuga. O dedão opositor deu um caminho para que a evolução do cérebro seguisse de forma linear. Dedão opositor permitiu que o cérebro expressasse sua inteligencia de forma que os mais inteligentes possuíssem uma vantagem evolutiva sobre os menos. Com milhões de anos o Australoptecus com um cerebrinho de merda virou o Homo sapiens.
Como os golfinhos conquistaram aquele cérebro via microevoluções? Sairam da água viraram um hominídio com dedão opositor, fundaram a atlantida, seguiram evoluindo até voltarem para a água para fazerem sucesso no Sea World?
Um exemplo do que eu acredito que possa ser classificado como macroevolução.
Eu vou dar uma estudada, e depois eu posto se eu tiver correto, mas eu acho que no desenvolvimento filogenético do SNC tem outro exemplo que eu considero interessante.
Não falo de fósseis de transição, mas animais vivos de transição.
Os peixes possuem medula, hipotálamo e corpo estriado.
Anfíbios e répteis possuem medula, hipotálamo,
amígdala, hipocampo, corpo estriado e bulbo olfativo (os negritos são para destacar que, apesar de essas estruturas serem filogenéticamente mais evoluídas elas estão antes do corpo estriado já presente nos peixes).
mamíferos possuem medula,
tronco encefálico, talamo, hipotálamo, hipocampo, corpo estriado e o neocortex.
Os répteis/anfíbios ao que parecem ganharam um pacote complementar aos peixes e os mamíferos um pacote complementar aos répteis.
(Eu vou dar uma lida direito nisso para ver se eu não tô falando besteira, mas é quase certo que é assim mesmo).
Como foi isso? Como, via microevolução aconteceu isso? Porque não existem animais "quase-mamíferos sob uma perspectiva do SNC"? Animais com Tronco encefálico mas sem tálamo por exemplo?
O que eu penso é que isso tudo até pode ser expllicado via "microevoluções", acumulo de ME, mas para nós afirmarmos isso nós precisamos mostrar um caminho linear de como essa evolução ocorreu. Pelo menos nas lacunas mais importantes. Eu virei adépto dos termos "micro/macroevolução" justamente por achar que processos microevolucionários não explicam esses tipos de passos.
E tem muito mais lacunas gigantescas. Se formos olhar a célula, o flagélo bacteriano é somente o exemplo que os criacionistas conseguiram achar e ilustrar a "incoerência" do darwinismo. mas a célula inteira é um aglomerado de milhões de máquinas moleculares espetaculares. Imagino que a maioria se encaixaria no conceito de complexidade irredutível.
Formação de órgãos também carecem de uma explicação mais satisfatória, embora possa ser explicada via microevolução. O problema é que não se pode explicar evolução do sistema renal de forma linear sem colocar a evolução do coração junto, este por sua vez carece de uma explicação em conjunto com o sistema pulmonar e nenhum sistema pode ser explicado sem uma explicação em conjunto com o sistema nervoso. Não existe a divisão sistemas nervosos, cardíaco, respiratório, digestivo. Existe sistema orgânico. As divisões nos livros de fisiologia são puramente academicas.
Eu vou falar algo que eu não proponho como teoria, não é uma especulação barata e sem fundamento é
somente para ilustrar meu ponto de vista.Ninguem sabe como a primeira célula se formou. Eu não levo em consideração o "mundo de RNA". Eu imagino uma primeira célula com um monte de estruturas proteícas inanimadas que por acaso estavam contidas dentro de uma dupla camada lipídica (que se forma espontâneamente) e uma cadeia de DNA (ou um filete de RNA), que também são inanimados. Nas estruturas protéicas existiam um monte aglomerado que serviu como um proto-ribossomo, um monte aglomerado que serviu como a DNA-polimerase, um monte aglomerado que serviu como outra estrutura essencial para o metabolismo e mais uns montes aglomerados que serviram como outras enzimas necessárias para um funcionamento da célula. O DNA (ou o filete de RNA) por acaso tinha no seus codons a informação exata daqueles aglomerados. Pode ser que isso já fosse o suficiente para o funcionamento da célula.
Agora vem a
parte que eu quero usar para ilustrar meu ponto de vista.
E se aquilo não fosse suficiente para fazer das estruturas protéicas trabalharem em conjunto? Um monte de estruturas inanimadas necessitam de um empurrão para começarem a atuar orquestradamente.
A maioria aqui concorda que a primeira célula se formou via um evento natural ainda desconhecido. E se esse evento natural desconhecido for o responsável pelas "macroevoluções" das lacunas que eu citei? Negar que haja lacunas e "macroevoluções" estaria impedindo a gente de fazer a evoução da nossa ciência.
Óbvio, pode ser que não tenha sido necessário evento natural nenhum e que somente a coincidência de ter todas as estruturas juntas na hora e no local certo, com as condições ambientais certas tenha sido suficiente para uma primeira célula primordial.
Óbvio que por nós termos lacunas na história evolutiva dos seres vivos do planeta não quer dizer que não seja o que citaram, um acúmulo de "microevoluções" que dão a ilusão de uma macroevolução. Mas enquanto não houver uma explicação lógica e linear dessas microevoluções nas grandes lacunas
EU considero desonestidade científica falar que a TE tem a explicação definitiva para a abundancia de vida que existe na Terra.
Eu escrevi toda essa parede de texto para dizer o que eu vou dizer agora.
Você é professor universitário né Geotecton? Se você for professor universitário você, provavelmente, deve concordar comigo que nosso sistema educacional é uma piada de mau gosto. Nosso sistema educacional não forma pensadores, forma meros repetidores. Gente que estuda no livro para passar em provas e no vestibular, ai fazem faculdade e, ao invés, de mudar e sair pensando, continuam a mesma merda. Repetidores de livros.
Meu ponto com a TE é este. Falar que a TE explica tudo impede que nossos repetidores tentem explicar as lacunas (sejam elas um mecanismo desconhecido ou acúmulo de microevoluções). Eles simplesmoente ignoram que existem lacunas. Se você perguntar para 100 médicos se eles acham se a célula primordial era uma dupla camada lipídica com DNA dentro 50 vão te responder que sim. Ai você pergunta para os 50 "e não tinha um ribossomo para fazer traducção dos codons em proteínas"? Ai uns 25 vão te responder que nunca tinham pensado nisso. Outros 25 não vão entender o que você falou.
Vai ter um monte de gente que vai ocupar as lacunas com Deus? certamente. Mas eu acho que quem se propõe fazer ciência tem que ser academicamente honesto e não-tendencioso em relação ao como quem não se interessa vai usar as informações. Ciência se faz pela ciência. Se virar histeria coletiva e a gente voltar ao obscurantismo onde o Deus dos papas manda queimar quem é cético paciencia. Não era para o ser humano ter sucesso na história evolutiva do planeta.
Pela forma como nós tratamos o planeta, as outras formas de vida e a nossa própria espécie, nosso sucesso como "a espécie mais evoluída" é uma ilusão.