Área de broca: área bem definida no lobo frontal esquerdo (giro frontal inferior). Viabiliza a palavra falada
controlando (coordenando), via conexões sinápticas, os neurônios motores superiores no córtex motor localizado no giro pré-central. Esses neurônios motores superiores são responsáveis pelo controle de todos os músculos necessários para a fonação. Músculos esses que se aproveitam das mudanças oronasofaríngeas adquiridas com a adoção da postura ereta (lembrando que a postura ereta foi somente um dos fatores que contribuiram com as mudanças anatômicas que possibilitaram a vocalização de sons complexos.
Área de Wernicke: é a área sensitiva da linguagem, situase no lobo temporal. Tem a função de reconhecer o padrão de sinais auditivos e interpretá-los até obter conceitos e pensamentos. Possui ligações sinápticas com o córtex auditivo primário e com o córtex visual. Ela possibilita a compreensão da palavra
falada e escrita.
Fascículo Arqueádo: conecta as duas áreas.
Dano na área Área de Wernicke: o indivíduo produz fala fluente porém sem significado. O indivíduo
não percebe que está falando errado.
Dano na àrea de Broca: o indivíduo produz fala trabalhosa porém
coerente.
Dano no fascículo arqueádo: poupa a Área de Broca e Wernicke e resulta no uso incorreto da palavra e incapacidade de falar corretamente. Entendem a fala e a escrita, produzem palavras corretamente porém não geram sequências significativas e
SABEM disso.
Teoria de Noam Chomski: crianças de diferentes origens adquirem a linguagem de maneira quase que automática entre 2 e 4 anos com velocidade semelhante. Chomski acredita que todos os idiomas compartilham o mesmo conjunto inato de mecanismos, equivalentes a regras gramaticais geneticamente determinadas e impressas nos circuítos cerebrais.
Possível exemplo de "macroevolução".
Os papagaios possuem a capacidade de fonação. Eu tentei procurar na net os mecenismos cerebrais que possibilitam eles vocalizarem sons complexos porém não encontrei. Acho possível especular que a vocalização é feita diretamente por apenas uma área que seja responsável por controlar todos os músculos da ave; ou a existência de uma área de broca similar a que possuímos e que coordene outra área no cérebro deles de forma análoga ao que ocorre no nosso cérebro; ou que eles possuem uma área específica que seja responsável exclusivamente pela vocalização. Na certa uma grande parte do cérebro deles é responsável por vocalização de sons e, especificamente, pelo controle da língua.
Qualquer que seja o mecanismo neurológico que possibilite a vocalização de sons complexos nos papagaios ela é passível de ser explicada por mecanismos da TE. Animais com capacidade de vocalização maior, por um motivo X qualquer, possuiam uma vantagem evolutiva X que possibilitava a eles deixarem maior número de descendentes. Os descendentes áptos a um maior número de vocalizações, via seleção natural, espalhavam a característica genética e assim, após sucessivas gerações os papagaios se tornaram capazes de
repetir a complexidade da fala humana. Um acaso evolutivo. Se os humanos não existissem os papagaios iriam imitar predadores, ou predadores de predadores, sei-lá a razão pela qual a seleção natural previlegiou essa capacidade nos papagaios.
Vocalização nos seres humanos é um caso totalmente diferente e que contradiz a TE. Nós fomos áptos a desenvolver linguagem e, mais impressionante, a escrita, devido estruturas que já estavam prontas. Não havia uma pressão evolutiva para que os mais áptos a falar, devido ao fato de ter esssas estruturas mais desenvolvidas que outros, deixassem mais descendentes. As estruturas estavam prontas muito antes do desenvolvimento da linguagem. A evolução da linguagem se deu, de forma linear, a partir dessas estruturam já prontas com criação da linguagem falada, seguida de expressões artísticas com pinturas rupestres (não sei se foi nessa ordem, talvez as expressões artísticas tenham vindo antes ou juntamente com a fala), a escrita e a partir dai a formação de nossa extensa história.
Tudo isso só foi possiblilitado porque o hemisfério esquerdo de nossos antepassados possuia, na região perisilviana, a área de broca e a área de Wernicke já presentes e que só começou a ter o aproveitamento de sua capacidade com a invenção da escrita.
http://ftp.medicina.ufmg.br/fon/arquivos/monografias/20091/09-carla-domingues.pdfhttp://www.scielo.br/pdf/rbp/v28n4/12.pdfhttp://www.scielo.br/pdf/jped/v80n2s0/v80n2Sa11.pdf