A sociedade muda e as demandas também mudam.
A lista é grande, o mundo muda.
OK... admito o argumento..., mas apenas quando o mundo realmente mudar ao invés de ser apenas uma "elite iluminada" que se faz passar "pelo mundo" e resolve assumir por si e impor aos outros o "sentido da História" nas questões políticas, éticas, etc...
Sérgio, no Brasil pelo menos não foi uma "elite iluminada" que liberou a união civil gay, foi o Supremo Tribunal Federal, que tem competência constitucional para isso. Da mesma forma que liberou as pesquisas com as células tronco. E o casamento gay não está sendo "imposto" a ninguém, trata-se de um direito dos gays que, uma vez exercido, não traz dano algum à sociedade.
O "mundo mudou" honestamente em muitos países ocidentais e eu pude votar 2 vezes em referendos sobre a "legalização do aborto" (votei Sim) que acabou por ser aceite pela maioria da sociedade após longo e honesto debate
O aborto envolve uma polêmica muito maior, porque envolve o direito à vida. Certas correntes alegam, não tanto sem razão, que abortar seria negar ao indivíduo abortado o direito de viver. Daí necessidade de envolver toda a sociedade no debate, porque a decisão de abortar não diz respeito apenas às mulheres, mas também possivelmente ao feto e ao pai da futura criança, por exemplo. Em tempo: eu sou a favor do aborto, dentro de certas regras.
Já a união gay só diz respeito aos parceiros homossexuais que querem se unir e a mais ninguém.
mas numa forma de casamento que nunca existiu, o que aconteceu foi que pura e simplesmente os "iluminados" recusaram as petições populares para debate/referendo e impuseram a legalização ... Afinal acaba por ser uma decisão assente na força... com o mesmo valor de qualquer outra que despreze a vontade popular.
De novo caímos no caso que não cabe a vontade da maioria em assuntos que são direitos do ser humano. Já foram dados vários exemplos no tópico. A "vontade popular" nos EUA a não tanto tempo era que os negros não se misturassem com os brancos. Na África do Sul também. A "vontade popular" no Brasil provavelmente diria que ateus deveriam ser presos. Nem sempre a vontade da maioria é a mais justa, por isso existem leis e instituições para defender as minorias.
Quanto a outros casos acima referidos por outros foristas, lembro que os países que estão na ONU subscreveram os Direitos do Homem e isso está para lá das "maiorias"...
Se não deve ser o voto individual acrescido dos Direitos do Homem (onde não consta o casamento homossexual) a ser o verdadeiro e único critério..., então está a porta aberta ao puro poder da força... e "iluminados" de TODO o tipo não faltam, e de muitos deles talvez não gostemos mesmo.
Não foi o "voto individual" que decidiu a questão. Os Direitos Humanos declaram a princípio que todos são iguais perante a lei, sem discriminação.
Claro, direitos humanos não são absolutos, eles tem limite nos direitos de outras pessoas. Assim, a maior polêmica do aborto diz respeito ao fato dele possivelmente negar a outro indivíduo o direito à vida. Eu tenho direito à propriedade, mas não posso invadir a casa de outra pessoa porque eu estaria violando o mesmo direito à propriedade que ela tem. Temos o direito de ir e vir mas não podemos entrar na casa de qualquer um sem permissão porque estaríamos violando o direito à privacidade dos outros.
Mas, no caso da união gay, exercendo este direito,
eles não violam o direito de nenhuma outra pessoa. Por isso nao faz o menor sentido falar em "vontade da maioria" neste caso, já que a maioria não vai ser afetada em nada.