Não me interei sobre o assunto, mas este papo generalizado entre os chorosos do S.O.P.A de que o fechamento do Megaupload é "ditatorial" e viola a "liberdade de expressão" me leva a crer que o SOPA e a PIPA não são o diabo que está se pintando.
Eu tive a mesma impressão mesmo antes desse caso (que não tem a ver diretamente com SOPA ou PIPA que eu saiba, mas foi embasado em legislação atual, pré SOPA e PIPA), com um vídeo que postei. Me parecia um exagero isso de ser algo usado para "controlar a internet".
Também não investiguei muito a fundo, mas parece que acaba sendo algo bem próximo disso mesmo. Ainda que não tenha alguma entidade ou conjunto de entidades tentando "controlar a internet", no mínimoa internet como é hoje praticamente deixaria de existir se sites que publicam links para material que viola direitos autorais for implicado na violação de direitos autorais. Ouvi dizer (mas não li) que o próprio google fecharia sua principal função, de pesquisa, e ficaria só com e-mail, google docs, google plus (talvez esse também tivesse que ser fechado, não sei) etc, as coisas mais seguras de não ser cúmplice involuntário em violação de direitos autorais. Ah, hospedagem grátis de blogs também praticamente deixaria de existir, imagino, porque deve ser um risco tremendo, ou custo tremendo ficar filtrando tudo por possíveis violações de direitos autorais.
E eu acho que não é um tremendo exagero pensar que esse estado legal das coisas de fato acabaria "permitindo" aos EUA (ou talvez a outros grupos) colocar sites offline de forma que seria praticamente arbitrária, não tendo como interesse principal a violação de direitos autorais, mas motivos políticos (como wikileaks ou qualquer coisa do gênero).
Acontece que as legislações e punições foram compostas numa época de comprar um LP e gravar depois de seis meses uma cópia pro primo e depois de dois anos outra pro vizinho da namorada, em que tanto o prejuízo da pirataria quanto as eventuais implicações morais da cópia saiam na urina. Agora o prejuizo é real (ou tem potencial pra ser, não sei se as transferências ilegais realmente resultam em prejuizo de fato quando parece que a indústria de entretenimento cada vez lucra mais) e realmente dá pra pensar que se está roubando propriedade intelectual quando você vê que conectado a você tem 33749 peers naquela rede torrent daquele disco maneiraço daquela banda modernosa de Sheffield , England, UK.
Eu acho que o caminho que deveriam tentar seguir é algo que em parte já estão fazendo: distribuição de parte do material gratuitamente e outra parte extremamente barata. Bem como produtos "físicos" mais caros com material extra para colecionadores mais dedicados. Isso ou ficar quebrando a cabeça e tentando inventar algo como arquivos incopiáveis ou que se auto-degradam, sei lá, mas isso é provavelmente perda de tempo e dinheiro.
Acho que também deve ser válido tentarem por offline grandes "canais" de pirataria, mas fazer isso não por essas associações indiretas que não precisariam ser muito esticadas para implicar até a companhia elétrica por fornecer a energia necessária.
Exceções válidas talvez fossem como esse caso do megaupload, que, ao que me parece, não é implicado apenas por hospedar inconscientemente arquivos piratas, mas pelos donos favorecerem isso, e lucrarem com isso, de maneira que (acho, mas não me lembro de algo exato) envolve maior envolvimento direto deles do que simplesmente haver gente distribuindo arquivos piratas e as coisas funcionando no automático.