Acrescentando (ou confundindo), o que se costuma chamar Teoria do Big Bang é conhecida, mais tecnicamente, de Modelo Inflacionário Lambda de Matéria Escura Fria. É, pois, um modelo que se vale de algumas teorias para se erigir, e não existe uma forma só de modelização. Existem algumas variantes, embora todas elas levem a expansão como algo posto, como bem disse o Dr. Manhattan. O que se modifica, geralmente, é a interpretação das causas e dinâmicas desta expansão, sendo, a cosmologia, um campo bastante fervilhante neste sentido. Em relação às origens em si, existem muitas frentes de trabalho hoje em dia. Algumas até aventam possibilidades pré-Big Bang, como aqueles que lidam com as, assim chamas, branas.
Em geral, quando um cosmólogo se refere à Teoria do Big Bang, ele está em um contexto do modelo padrão da cosmologia, denotado pelo nome pomposo lá em cima, que estuda tanto os momentos iniciais desta expansão, quando a dinâmica posterior. A dinâmica de expansão, e mesmo alguns momentos iniciais desta, é bastante conhecida, e os resultados obtidos com a radiação cósmica de fundo, bem como sua anisotropia (peculiaridade prevista pelo modelo padrão e mais tarde corroborada por modernos satélites, como o COBE e o WMAP) estão entre os maiores acordos entre teoria-observação conhecidos.
Sobre os momentos iniciais, trabalhos como os de Weimberg acabaram se tornando paradigmáticos, mas, como eu disse, tem muita coisa acontecendo. Já temos uma meia dúzia de nobeis outorgados a pesquisadores da área, mostrando um bom grau de maturidade da cosmologia, mas este é ainda um dos campos mais abertos da física. A possível grande força é apenas uma das possibilidades. O que acontece é que, por motivos estéticos e de parcimônia, esta grande força é uma boa aposta em função do que foi conseguido (pelo próprio Weimberg e cia., com a força eletrofraca) em relação à uma matematização que consiga trabalhar concomitantemente com as diferentes forças conhecidas. Este princípio pode ser um pouco metafísico, mas tem gerado resultados interessantes na história da física. No mais, só podemos afirmar que as forças foram "separadas" porque é assim que se apresentam hoje, com uma abordagem plural que não consegue lidar com, por exemplo, a força forte e a gravidade (embora muito esteja se tentando neste sentido, a começar pela patota das cordas).
Agora, dizer se são forças diferentes ou partes de algo desconhecido, é algo que não se pode concluir peremptoriamente com o que sabemos hoje. E é isso que torna a cosmologia tão fascinante.