E quanto às chances do tiro sair pela culatra como no século passado, tornando a indústria nacional obsoleta e ultrapassada?
O problema não é o protecionismo. O problema é a valorização do Real, e não há protecionismo que inverta essa tendência. O Brasil é destino seguro e retorno certo para a aplicação de capital, seja especulativo, seja produtivo, e para piorar ( ou melhorar depende do ponto de vista) o país planeja se tornar grande exportador de derivados de petróleo no curto e médio prazo, e o fluxo de capital extra entrando certamente vai ter impacto na moeda e consequentemente sobre a indústria A saída é comprar todos os dólares que entrarem no Brasil e ir formando um hiper-mega-fundo, maior do que já existe, mas com os países ricos imprimindo dinheiro a dar com pau, o perigo é que esse dólar comprado, no fim perca muito do seu valor e o país saia com uma mão na frente e outra atrás, exportando riquezas à preço de banana, quando pensava que estava fazendo um bom negócio.
Para a indústria esse é o pior cenário possível, porque se a tendência continuar vamos importar tudo de fora, desmontando um grande parque industrial construído sempre à duras penas. Por isso a Dilma falou tanto em protecionismo disfarçado dos países ricos
Viu Barata, o discurso não mudou, embora a motivação, a direção e a época do discurso já seja outra, assim como a conjuntura econômica que mudou completamente, e nunca vi esses personagens dizerem que o Brasil não tem que proteger sua indústria, e todos os personagens políticos ( direita, esquerda, centro, ocidente, oriente, sul, norte...) do Brasil criticavam o protecionismo agrícola dos países ricos que distorciam os preços agrícolas mundo afora, e prejudicavam muito as exportações agrícolas daqui, coisa que já perdeu um pouco o sentido.