Eu estava lendo uns tópicos antigos, e apareceu esse questão dentro do tópico. Mas como esse tópico, além de bem antigo tinha como assunto principal outra coisa, eu resolvi abrir esse aqui.
O cara que começou a falar nesse assunto, embora me parecesse ateu, fez um gancho com uma mensagem anterior, em que se criticava a alguns espiritas que argumentam que se não houver vida após a morte, se pode fazer qualquer crime, aí esse cara disse que mesmo sendo ateu ele também tem essa dúvida.
Depois disso, alguns falaram que era só por causa da policia, e depois do desenvolvimento da discussão, alguns falaram que as leis vem só da maioria (e eu acrescento, nem isso, pois há coisas como a prisão perpetua literal e no Brasil também a pena de morte, que a maioria quer, mas que um lobby não deixa que sejam feitas instituidas ) e falaram que não tem nada a ver com ética ou moral, pois essas duas últimas coisas são valores só pessoais.
Depois, o Correio falou da parte de altruísmo no cérebro relacionada a melhor adaptabilidade da especie, só que outro cara, falou que isso é só coletivo, não individual. Me parece que não é bem assim.
Depois eu desenvolvo cada um desses pontos, mas por enquanto voltando à pergunta original.
Em primeiro lugar se evita matar e roubar com violência, para evitar ter problemas psiquicos de falta de auto-respeito por causa disso, por saber que não aceitaria isso para si. Embora a primeira vista falar isso possa parecer "romântico" para os mais cínicos, a verdade é que mesmo que queira não se sentir mal com isso, uma pessoa normal, não psicopata, se sente mal, muito mal consigo mesma depois de fazer essas coisas. Fez parte da socialização, já esta incrustado no cérebro, na personalidade essas características, fazendo parte da socialização, fazem PARTE da pessoa, assim como saber falar, e a pessoa não consegue se livrar disso. Mostra disso é a quantidade de neuróticos e psicóticos de guerra, por falta de auto-respeito por terem feito atrocidades. Nos relatos sobre a guerra do Vietnã se fala muito desses casos.
Verdade que se a pessoa conseguir encaixar esses atos em algum dever social do seu super ego, esse mecanismo fica atenuado em 70% das pessoas, como mostrou o experimento Milgram, mas se for mesmo por iniciativa própria, aparecem esses problemas de falta de auto-respeito, de problemas psíquicos relacionados a isso, e inclusive falta de auto-confiança em si mesmo, até para a sua capacidade de fazer coisas inclusive que aparentemente não tem nada a ver com regras. No caso daqueles veteranos do Vietnã ,embora na guerra, as atrocidades que fizeram não estavam realmente encaixadas por algum dever social no seu super-ego, por isso os graves problemas psíquicos....
Outra coisa que pode atenuar esses efeitos, é sentir que é uma coisa justa assassinar por exemplo, quando se faz isso para vingar um assassinato contra um parente e também com a intenção de evitar reincidências desse assassino que poderiam causar futuras vitimas ou mesmo quando se é de um esquadrão da morte que vinga a pessoas não muito conhecidas ou em alguns casos desconhecidas mesmo e também com a intenção de evitar reincidências dos assassinos
Mas se for, por exemplo, matar um parente para receber uma herança, se a pessoa não for psicopata, esse problema psíquico vai aparecer cego ou tarde....
Quanto ao segundo ponto....Se fosse assim, nunca daria para homens ajudarem no feminismo, nem sequer para qualquer reivindicação feminista ser aceita, já que sempre foi necessário que uma maioria anterior só de homens ou maioritariamente de homens em colegiados dirigentes de Estado ou partido, aceitasse a reivindicação e votasse a favor dela....igualmente brancos que ajudaram a acabar com a apartheid.....e inclusive toda a resistência pacífica contra leis atrozes, inclusive secretas, como é necessário no caso de uma ditaduras, por exemplo, os que escondiam os judeus em sua casa, na época no nazismo.
Na verdade, não se pode resumir a moral e a ética a uma questão só particular, a uma coisa que não possa ser imposta a outros. Em certos casos, é uma coisa que pode ser imposta a outros sim....Ah.... por falar nisso, mesmo na parte de coação externa, ela não é só a policia, aliais essa é a parte menos importante da coação externa. A parte principal é a que vem da sociedade, independentemente do Estado (a não ser no totalitarismo, e ainda assim, ele não conseguiu realmente isso totalmente) e também da necessidade de negociar, pelo menos dentro de um certo grupo do qual faz parte.
Quanto ao último ponto....na verdade, mesmo que o mecanismo básico das características altruísticas tenha relação com o coletivo, no caso dos mamíferos que afinal não são abelhas, nem formigas, isso sempre tem também algumas características individuais para controlar isso e essas são certos hormônios como a oxitocina e a dopamina que fazem a pessoa se sentir bem em algumas circunstancias ao ser generosa, ao ser compassiva, embora seja verdade que também existem a adrenalina e a testosterona, que tem relação com a competitividade e o egoismo. Mas as duas primeiras também estão presentes, e fazem em certas circunstancias, a pessoa se sentir bem ao ser generosa e que tem a ver com a empatia, com a compaixão, com a amizade...