LaraAS e Irracionalista, fiquei devendo retornos a vocês neste tópico. Agora, passando por ele, vou dar minhas respostas.
Para cientista:
O que eu estou chamando de bom é o que eu escolho ,o que eu me proponho a preferir para mim ,e também ,se possivel ,contribuir para que seja feito ,para que seja mudado se não for isso que estiver acontecendo ,ou para que continue nos casos em que já está acontecendo. E que eu julgo melhor que a maioria prefira ,e realmente a maioria prefere isso ,hoje em dia ,os partidos neo-nazistas e eugenistas tem bem poucos votos ,bem poucos apoios.
OK, "bom", "bem", "moral" não são nada além daquilo que "combinamos" que é.
Muito bonito. Realmente, não podia haver resposta mais sincera ao meu ver. Diante dela, devo admitir que não há o que argumentar porque tem toda razão, esse é o exato conceito que todos têm de "bom", inclusive nazistas. A única questão que resta é saber a que atribuir essa feliz coincidência, para você, de ser "realmente o que a maioria prefere".
Certa vez, assisti a uma entrevista com um psicopata que descreveu em detalhes como matava suas vítimas. Disse ao repórter que enfiava um funil em suas bocas, despejava cachaça em abundância, parte da qual descia goela abaixo, parte não. Depois, pegava um facão bem grande, colocava a ponta do mesmo meticulosamente num ponto entre as costelas da vítima, se posicionava em cima e começava a pender seu peso sobre o facão, enterrando-o bem lentamente enquanto olhava bem nos olhos da vítima. Comentou, com um ar profissionalista, sobre a dificuldade que é enterrar uma lâmina num tórax humano, coisa que quem não é da "área" ignora... Mais ou menos nesse momento do relato, o que chamou-me a atenção foi o reluzente brilho no olhar que o assassino tinha quando perguntou ao entrevistador, como quem pergunta se o outro já provou algum sabor especial de alguma iguaria gastronômica, se ele já havia matado alguém, claramente desejando saber se o mesmo poderia compartilhar com ele o conhecimento da arrebatadora sensação de êxtase.
Relatei esse caso porque um detalhe significativo que me ocorreu aqui é que a única divergência que vocês teriam (você e o psicopata em questão) com relação ao conceito de "bom" é a "preferência da maioria". O que é essa "preferência da maioria", exatamente? Note que, ao mesmo tempo que o repórter poderia muito bem ser uma de suas deliciadoras vítimas, ele também o via como um potencial coapreciador da delícia. Do ponto de vista dele, ele julga melhor que o que a maioria prefira seja, não morrer nas mãos dele daquela forma (não, de fato, certamente o que promove a satisfação daquele assassino é exatamente a vítima 'visceralmente' -- humor negro, só para descontrair -- não desejar aquilo, *enquanto vítima*), mas apreciar matar como ele. Isso é muito lógico se analisarmos bem, dentro da lógica dele, é claro, aliás, como ocorre com toda e qualquer lógica, que é sempre intrínseca e relativa. Se é bom, se o faz feliz, se dá prazer e sensação de plenitude, qualquer sensação agradável, é perfeitamente natural que todo e qualquer indivíduo vá desejar a mesma coisa. Mas, por que a maioria não prefere o que ele prefere? Por que a maioria sente satisfação e plenitude de outra forma e/ou não daquela? O que molda a preferência da maioria? Essas perguntas parecem razoáveis para você? Para mim, depende de como se interpreta "moldar". Para mim, se "moldar" for entendido como qualquer coisa além de evolução, soará como o princípio antrópico, uma falácia de inversão. Nada molda a preferência da maioria. Não é um "belo princípio", uma "causa universal justa e humana", o "bom" ou "bem" em sua essência absoluta universal. A maioria é apenas o que foi selecionado evolutivamente.
Assim, desde que você reconheça que o que alguém como Hitler "escolhe" é o que ele entende como "bom", que se propõe a preferir para ele, e também, se possivel, contribuir para que seja feito, para que seja mudado se não for isso que estiver acontecendo, ou para que continue nos casos em que já está acontecendo. E que ele julga melhor que a maioria prefira, mas, como a maioria não preferiu e ele fracassou em mudar para o que tanto achava "bom", hoje em dia, nazistas são proscristos, não por razões essencialmente diferentes das que fazem mamutes e megatérios serem "proscritos" hoje em dia -- o ambiente selecionou-os como eliminados. O que Hitler, por exemplo, não sabia é que o que ele julgava "bom" nem era mesmo, em si, *o que* o eliminou do "pool", mas o próprio processo dessa eliminação seletiva.
Eu tenho uma grande preocupação... (bobagem, não tenho preocupação nenhuma) quanto a ver isso não sendo compreendido claramente, porque o fracasso dos nazistas pode se repetir a partir de princípios tão "nobres" quanto os deles, que não permitem aos seus "visionários" perceberem a si mesmos como na realidade são e qual deve ser seu destino. Mas... ninguém muda o destino mesmo.
A ciência é só um meio ,não é um objetivo ,um fim. A politica não é bem ciência (apesar do nome equivocado de "ciência política") ,pelo menos ,não ciência no sentido de exatas e da maioria das biologicas de que você está falando.
Ciência não é objetivo, fim, nem começo, tampouco é meio para nada. Isso que você está chamando de meio e confundindo com ciência chama-se tecnologia. Ciência não é fim, UM fim, é O fim. Mas, como todo "fim" de um processo, pode, deve, e pode ser "início" de outro. Ciência é o fim do processo filosófico de pensar, que é o processo degenerado de pensar.
De fato, política não é ciência, mas não porque "não é no sentido de exatas e das biológicas". Não é ciência, entre muitos outros fatores, justamente porque é um meio para um fim; um complexo de técnicas para relações humanas com vistas a certos interesses muito delineados que devem ser eficientemente confundidos com os interesses de todos. Surge como o resultado sinérgico de muitos fatores evolutivos para a pressão determinadora da seleção nas escaladas sociais. E, também aqui, como não poderia deixar de ser, fatores biológicos são fundamentadores de tudo. Mas é construída pela linguagem deturpada da filosofia gerando ilusões de caráter mágico, sendo esse o processo basilar que determina a acientificidade da mesma.
Quanto a questão dos nazistas e judeus , o nazismo foi só uma fase da direita alemã ,já que foi apoiado pela maioria da direita alemã ,seus sucesores são os direitistas alemães atuais. E em relação a todos os judeus do mundo ,e não só aos judeus israelenses ,os judeus não me parece que estejam melhores que a metade alemã de direita. Para começar um terço dos judeus estão em Israel ,então os lados ruins de Israel tem relação sim ,com a maioria dos judeus ,uma proporção muito alta ,dos judeus vivem com esses lados ruins. E depois os judeus ainda não se recuperaram demograficamente das perdas do nazismo ,em parte por que têm uma especie de depressão que faz com que eles tenham poucos filhos ,mesmo menos do que a média da Europa Ocidental ,países anglo-saxonicos de além mar ,os países do cone sul da America Latina e a Costa Rica (que são os países de fora da Europa que fazem parte totalmente da civilização ocidental) ,os alemães não-judeus me parecem estar em bem melhor situação psiquica.
Francamente, vejo muita apelação falaciosa aqui. Parece-me que o que você diz logo no início pode ser entendido como grave acusação à direita alemã.
A despeito de tudo que você apresenta aqui, que não contesta o que apresentei, o fato é que por todo o ambiente terrestre o que vemos é uma discrepância descomunal entre a receptividade (seletividade) a judeus e nazistas. A biosfera é muito mais receptiva a judeus que a nazistas. Se um historiador na Europa apenas contesta o número de mortos no holocausto, sofre furiosa perseguição. Se judeus exigem que certo livro, por ser, supostamente ou não, apócrifo, seja retirado de circulação, a exigência é considerada respeitosamente. Se exigem que, num carro alegórico, não seja exposta uma suástica, são atendidos. E esses são só pequenos detalhes que, na prática, são quase irrelevantes.
Por fim, o que você parece declarar é que qualquer alemão não judeu é, automaticamente, nazista. Espero que não seja isso.