Tópico: No Facebook, estudante de 13 anos narra problemas da escola

[Südenbauer]

No Facebook, estudante de 13 anos narra problemas da escola
Isadora Faber reúne quase 10.000 fãs na página 'Diário de Classe'. Segundo ela, posts 'incomodam' docentes e colegas

São Paulo - Poucas pessoas já tinham ouvido falar da Escola Municipal Maria Tomázia Coelho, localizada na Praia do Santinho, em Florianópolis, Santa Catarina. Hoje, quase 10.000 pessoas acompanham de perto a rotina da escola, graças a uma página no Facebook chamada Diário de Classe, mantida por uma estudante do sétimo ano que publica na rede social fotos, vídeos e comentários sobre a rotina e os problemas da instituição.

Isadora Faber, de 13 anos, criou o Diário em julho e até o começo de agosto tinha pouco mais de 400 fãs. Nas últimas semanas, os conteúdos da página correram pela rede como um viral: somente nesta segunda-feira, a página foi "curtida" mais de 4.000 vezes. "Não esperava que a página fizesse esse sucesso todo. Acho que as pessoas querem realmente saber como as escolas públicas funcionam e elas têm achado interessante o que eu mostro", diz a estudante em entrevista a VEJA.com.

Na página, Isadora registra todo tipo de reclamação. "Olha, temos um orelhão na escola, mas quem disse que funciona??", indaga ela em um dos posts. "Esses fios pra fora será que não é perigoso??" (sic), questiona em outro, acompanhado pela fotos de fios desemcapados que, segundo a autora, estariam provocando choque nos colegas de escola. "De 5 aulas de hoje, só tivemos 2 com os professores titulares, as outras 3 foram com professoras substitutas. Quando temos aulas com auxiliares elas dão um texto e uma pergunta e é sempre isso, acho que o tempo poderia ser melhor aproveitado", conclui.

Segundo ela, as reclamações virtuais têm incomodado os docentes. "Eles me pedem sempre para eu tirar a página do ar, mas não vou tirar. Acho que não estou incomodando ninguém. Só quero ter uma educação de qualidade. É isso que me motiva a fazer esse diário", conta. A reportagem tentou contato com a direção da Escola Municipal Maria Tomázia Coelho, mas a diretora não foi encontrada para comentar o assunto.

Alguma reclamações já teriam surtido efeito. Ventiladores quebrados teriam sido substituídos depois que Isadora postou fotos dos aparelhos estragados no Facebook. As maçanetas dos banheiros também teriam sido reparadas e os fios, trocados para evitar acidentes.

Também não tem sido fácil convencer os amigos, segundo Isadora. "Eles acham que eu estou publicando essas coisas para prejudicar a escola. Fora da escola, eles até me apoiam. Lá, porém, dizem que são contra." Isadora diz que mantém a página sozinha: todos os textos e fotos são postados por ela mesma. Uma irmã ajuda na gravação dos vídeos.

A mãe de Isadora, Mel Faber, tem conhecimento da iniciativa da filha e se diz feliz pela repercussão que a página vem ganhando. "Quando ela me disse que queria colocar tudo isso na internet, eu a alertei: disse que ela poderia receber represálias na escola e que deveria estar pronta para encarar críticas de frente", conta Mel. "Mas ela disse que estava ciente da sua responsabilidade."

Isadora diz que sua inspiração veio da Grã-Bretanha. Na Escócia, a pequena Martha Payne, de 9 anos, criou um blog para criticar a qualidade da merenda de sua escola. Todos os dias, ela fotografava a refeição e postava na página intitulada "Never Seconds". Depois de o blog receber mais de 1 milhão de acessos, a secretaria de educação da cidade de Argyll se pronunciou sobre a qualidade da merenda escolar e pressionou por mudanças. Até o famoso chef Jamie Oliver se manifestou nas redes sociais em apoio à estudante. "Vi que lá tinha dado certo. Pensei que aqui também poderia ter algum efeito", diz Isadora.

http://exame.abril.com.br/tecnologia/noticias/no-facebook-estudante-de-13-anos-narra-rotina-de-problemas?page=1

(Grifo meu)

[Price]

Essa criança não tem capacidade para julgar professores. Ela não sabe o que é gestão de pessoal, não sabe o que são políticas públicas, entre outros.
Tirando esse ponto, é apreciável o serviço que essa garota prestou, e é uma pena que pessoas como sejam exceções.

[Unknown]

Pode não ter capacidade para julgar os professores mas tem capacidade para julgar aquilo que recebe. E se ela não considera bom o suficiente, tem mais é que reclamar mesmo. E o pessoal da escola tem que se virar p/ resolver os problemas.

[Price]

E aqulo que recebe é totalmente questionável. O professor ter má vontade não é um fim, mas uma mera diretriz para buscar a fonte do problema. Alunos reclamam demais de professores, até mesmo na rede particular, acho todas as criticas dela, nesse ponto, descartáveis.

O trabalho dela rendeu bons frutos para a infraestrutura, de resto a crítica deve ser muito mais aprofundada, e embora ela tenha o direito e dever de reclamar, não cabe a ela qualquer fé. Se nem mesmo alunos do ensino superior, com DCEs concretos, coseguem mudanças institucionais, imagino que uma criança de 13 anos também não vá conseguir (talvez agora, com os seus 15 minutos de fama).

Críticas à gestão (no caso, de recursos, que foi a que teve rápidos resultados) são fáceis de serem construídas, pois são fáceis de serem fundamentadas. Isso não ocorre com a instituição, ou com todo o sistema.

[Südenbauer]

Price, eu concordo contigo. Mas o que tem de interessante nisso não é a crítica em si, mas a forma como ela foi. Tanto no caso brasileiro como o escocês, crianças munidas apenas de fotografias e vontade de que algo fosse mudado conseguiram chamar uma atenção absurda para seus problemas numa rede social e, de fato, conseguiram com que algo fosse feito.

[DDV]

Essa criança não tem capacidade para julgar professores. Ela não sabe o que é gestão de pessoal, não sabe o que são políticas públicas, entre outros.

É necessário ser engenheiro eletrônico ou mecânico para julgar se um aparelho funciona como deveria?

A não ser que a garota esteja mentindo, o que ela mostrou é algo essencialmente errado e é por todos assim considerado. Não é necessário nenhum conhecimento sofisticado para saber se uma maçaneta está ou não quebrada e para considerar isso algo "errado".

[DDV]

O professor ter má vontade não é um fim, mas uma mera diretriz para buscar a fonte do problema.

Poderia elaborar mais isso?

[Feynman]

Atitude louvável. Porque é uma escola pública, e a direção (que deveria até apoiar a iniciativa) pouco pode fazer pela infraestrutura.   (se fosse uma escola particular, provavelmente ela seria expulsa, e seus pais processados)

[Price]

Price, eu concordo contigo. Mas o que tem de interessante nisso não é a crítica em si, mas a forma como ela foi. Tanto no caso brasileiro como o escocês, crianças munidas apenas de fotografias e vontade de que algo fosse mudado conseguiram chamar uma atenção absurda para seus problemas numa rede social e, de fato, conseguiram com que algo fosse feito.

Penso o mesmo. Não acho que a crítica seja desqualificada pelo fato da garota não ser experiente no ramo, muito pelo contrário, gostaria que todas as outras crianças se espelhassem de algum modo nessa atitude. Eu mesmo gostaria que nos meus 13 anos tivesse tal visão do mundo (obviamente, a internet não era lá essas coisas).

Essa criança não tem capacidade para julgar professores. Ela não sabe o que é gestão de pessoal, não sabe o que são políticas públicas, entre outros.

É necessário ser engenheiro eletrônico ou mecânico para julgar se um aparelho funciona como deveria?

Não, mas[, ainda mais se o problema for de fábrica] é necessário ser engenheiro elétrico, ou ter conhecimentos equivalentes, ou um bom-senso bem-desenvolvido, para saber corrigir o erro de modo que todos os outros engenheiros concordem e que os consumidores não tenham qualquer tipo de prejuizo.

A não ser que a garota esteja mentindo, o que ela mostrou é algo essencialmente errado e é por todos assim considerado. Não é necessário nenhum conhecimento sofisticado para saber se uma maçaneta está ou não quebrada e para considerar isso algo "errado".

Sim, voltando a ser específico ao caso em questão, foi por causa de uma conclusão como a sua que eu disse que as críticas sobre a infraestrutura são simples de construir e provar, e sempre dão resultados mais rapidamente do que as críticas sobre a gestão/instituição. O resultado nem sempre aperece com estas, mas certamente e provavelmente acontecerá com aquelas.

O professor ter má vontade não é um fim, mas uma mera diretriz para buscar a fonte do problema.

Poderia elaborar mais isso?

"O professor está com má vontade." Porque? Salário baixo, salário atrasado, problemas de infraestrura, problemas psicológicos, desmotivação, mal comportamento dos alunos, falta de material, direção incompetente ou pura frescura?

Deixar o problema "na mão dos professores" sem investigar a causa vai, sem dúvida, tendenciar críticas aos professores como se os mesmos fossem os culpados da situação, ou de parte dela, e mais, vai distanciar a discussão do seu foco e consequentemente ser ignorada como todas as tentativas anteriores de modificar qualquer objeto dentro do sistema.

[_tiago]

Eu vi uma crítica muito superficial e mal comentada sobre os professores, nem sei se dá pra concluir que faz sentido ou não. Pode ser simplesmente que ela não tenha gostado daquela aula, pode ser que ela não goste da matéria, pode ser que os professores sejam realmente ruins.

[Barata Tenno]

Ela criticou apenas um professor. Disse que é um substituto que não passa conteudo nenhum por não conseguir controlar a sala, enquanto todos os outros professores conseguem.

Ninguém leu a pagina da menina?

[_tiago]

Eu não. Fiquei no comentário do povo aqui.
Só com a matéria não tem como concluir que ela critica os professores, como o Price disse. Era somente a isso que eu me referia.

[Price]

Ela fala mal de professoreS em um dos primeiros posts de sua página. Não consigo acessaro FB daqui, depois coloco o link.

[Luiz Carlos]

Essa criança não tem capacidade para julgar professores. Ela não sabe o que é gestão de pessoal, não sabe o que são políticas públicas, entre outros.

É necessário ser engenheiro eletrônico ou mecânico para julgar se um aparelho funciona como deveria?

A não ser que a garota esteja mentindo, o que ela mostrou é algo essencialmente errado e é por todos assim considerado. Não é necessário nenhum conhecimento sofisticado para saber se uma maçaneta está ou não quebrada e para considerar isso algo "errado".

Concordo, além disso ela só está tomando estas atitudes porque os adultos que deveriam fiscalizar a escola (pais e comunidade) não estão fazendo seu trabalho direito

[Feynman]

O jornal aqui de Floripa acabou de anunciar que a escola referida (aqui perto) sofrerá serviços de reparo nos próximos dias.

[Skorpios]

E, ouvi ontem no rádio, que o professor de matemática criticado, foi afastado pela secretaria da educação.

[Südenbauer]

Provavelmente domingo terá uma reportagem sobre o caso no Fantástico.

[Feynman]

E, ouvi ontem no rádio, que o professor de matemática criticado, foi afastado pela secretaria da educação.

Se fossem afastar todos os professores que não controlam as turmas de hoje em dia...

[_tiago]

Os professores hoje perderam muito da autoridade de antigamente, não?

[Skorpios]

No jornal local da TV, uma professora mandou um email se queixando da falta de suporte diante da má educação e agressividade dos alunos.
A RBS (afiliada da Globo) todo ano escolhe um tema para dar ênfase durante o ano, e esse ano é a educação.
Numa das entrevistas com uma turma de alunos, os próprios comentaram sobre isso.

[Feynman]

A autoridade positiva (não opressora) que o professor deveria ter em sala de aula está muito subjugada por uma aura de suposta respeitabilidade incondicional que o aluno hoje desfruta. E estou falando do aluno mala que não respeita mesmo os pedidos do professor, e se acha no direito de "peitar" a situação a qualquer momento. Enquanto um aluno destes deveria ser mandado pra casa por uma semana ou duas para repensar sua vida (e depois que corra atrás do prejuízo), na verdade ele é chamado vezes seguidas à direção (quando esta é presente, o que já é raro), em uma situação ridícula de protelamento que dura toda sua estadia na escola. E, no fim das contas, o aluno é aprovado, e muitas vezes com os dizeres do conselho de classe: "passa o fulano, passa... um a menos pra perturbar".

[Fabrício]

Os professores hoje perderam muito da autoridade de antigamente, não?

É a falta da palmatória...

[Gaúcho]

Capaz, falta é educação em casa. Na minha época, as crianças eram arteiras, claro, mas faltar com educação com professor era praticamente um pecado mortal, punido severamente em casa.

Hoje em dia me parece que os pais ajudam os filhos a "agredir" o professor.

[Diegojaf]

Os professores hoje perderam muito da autoridade de antigamente, não?

É a falta da palmatória...

Nem é pra tanto, mas quando cursei o fundamental e médio, se você desrespeitasse o professor dentro de sala, chamavam seus pais pra comunicar o motivo pelo qual você estava sendo suspenso. Hoje é impunidade até no colégio. Se o moleque dá uma cadeirada no professor, mandam ele pro psicólogo pra ele entender porque dar cadeiradas em professores é uma forma de ele exteriorizar a inveja do pênis da mãe dele e como a escola não pode reprimir o livre espírito da criança.

[Gaúcho]

Crianças em psicólogos é outra coisa que não existia na minha época, exceto em casos graves de depressão. Bullying também não. Se uma criança folgava na outra, o problema era resolvido na hora, ou com uma chuva de "mata cobras" de ambos os lados, ou com o bom e velho VTNC. Hoje em dia, se uma criança é zoada na escola, ela entra em depressão e corta os pulsos. 

Esse geração anda meio fresca. Deve ser por isso que hoje em dia temos esse bando de adolescentes emos em tudo que é canto.