Autor Tópico: Evangélicos se recusam a apresentar projeto sobre cultura africana, no AM  (Lida 5644 vezes)

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Evangélicos se recusam a apresentar projeto sobre cultura africana, no AM

Cerca de 14 alunos evangélicos da Escola Estadual Senador João Bosco Ramos de Lima protestaram na frente da instituição nesta sexta-feira (9) contra a temática proposta na sétima feira cultural realizada anualmente na escola.

De acordo com um dos alunos, Ivo Rodrigo, de 16 anos, o tema "Conhecendo os paradigmas das representações dos negros e índios na literatura brasileira, sensibilizamos para o respeito à diversidade", vai de encontro aos preceitos religiosos em que acredita. "A Bíblia Sagrada nos ensina que não devemos adorar outros deuses e quando realizamos um trabalho desses estamos compactuando com a idéia de que outros deuses existem e isso fere as nossas crenças no Deus único", afirmou o aluno.

Para a professora coordenadora do projeto, Raimunda Nonata, a feira cultural tem o objetivo, através da literatura, de valorizar as diversas culturas presentes na constituição do Brasil como nação. "Através deste projeto podemos proporcionar um debate saudável sobre a diversidade étnico-racial brasileira. Mas não foi isso que aconteceu", disse a professora.
Segundo a professora, os alunos se recusaram a ler livros clássicos como 'Ubirajara', 'Iracema', 'O mulato', 'Tenda dos Milagres', 'O Guarany', 'Macunaíma', entre outros, por apresentarem questões como "homosexualidade, umbanda e candomblé".
Segundo a diretora da escola, professora Isabel da Costa Carvalho, os alunos montaram uma barraca sem a autorização da direção na qual abordaram outra temática que fugia à proposta inicialmente. "Eles montaram uma tenda com o nome 'Missões na África' na qual abordavam a evangelização do povo africano em seu próprio território", explicou a diretora. A diretora afirmou ainda que a atitude dos alunos desrespeita as normas e o plano de ensino da escola.

Outra estudante, Daniele Montenegro, de 17 anos, argumentou que desde o 2º bimestre os alunos vem apresentando a proposta à direção. "Desde o início do ano que tentamos falar com a diretoria e eles nos negaram uma reunião pra discutir o assunto. Somente nos proibiram de apresentar outro tema. Fomos humilhados em sala de aula por colegas e pelo nosso professor de história", contou a estudante.
A feira cultural, que teve sua primeira edição em 2006, aconteceu na quarta-feira (7) e nesta sexta. Ao final dela, pais, professores, coordenadores, alunos, representantes de turma se reuniram para debater a questão. "Minha filha é uma das melhores alunas da sala e por preconceito por parte dos professores, a nota dela e da turma da 'Missões na África' foi reduzida abaixo da média", afirmou dona Wanderleia Noronha, mãe de Stephane Noronha, de 17 anos, do 3º ano.

Ao final da reunião, o conselho escolar decidiu por mais uma reunião, a ser realizada na proxima semana, que contará com agendes da Seduc. "Discutiremos como ficará a questão das notas dos alunos. Se será necessário fazermos uma avaliação diferenciada para eles ou se avaliaremos o projeto 'Missões na África'", afirmou a diretora.

http://g1.globo.com/am/amazonas/noticia/2012/11/evangelicos-se-recusam-apresentar-projeto-sobre-cultura-africana-no-am.html
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Re:Evangélicos se recusam a apresentar projeto sobre cultura africana, no AM
« Resposta #1 Online: 10 de Novembro de 2012, 16:39:08 »
Ou seja, nenhum deles poderia seguir a carreira de medicina ou biologia, pois a TE contraria a biblia.... Tá bom, Darwin neles...
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Offline LaraAS

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Re:Evangélicos se recusam a apresentar projeto sobre cultura africana, no AM
« Resposta #2 Online: 10 de Novembro de 2012, 16:48:16 »
Ou seja, nenhum deles poderia seguir a carreira de medicina ou biologia, pois a TE contraria a biblia.... Tá bom, Darwin neles...

    Medicina e biologia são bem diferente de RELIGIÃO animista original africana ou mesmo cultura africana negra em geral.
    E depois os evangélicos mais clássicos e mais vindos em linha reta do protestantismo histórico já aceitaram perfeitamente a evolução, são mais seitas novas que não aceitam. E a noticia não fala nada sobre esses alunos serem contra a evolução nem de se recusarem a fazer nenhum trabalho sobre a evolução.
    E depois esse tipo de trabalhos escolares organizados por diretores e professores militantezinhos, geralmente são pura apologia de uma visão idealizada dessas culturas, que em geral nunca existiu de fato, junto com uma demonização dos brancos e dos cristãos, foi por isso mesmo provavelmente que esses alunos quiseram fazer um contraponto falando que os cristãos também fizeram pelo menos, um pouco de coisas boas na África.

Offline Hold the Door

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Re:Evangélicos se recusam a apresentar projeto sobre cultura africana, no AM
« Resposta #3 Online: 10 de Novembro de 2012, 17:10:59 »
E depois esse tipo de trabalhos escolares organizados por diretores e professores militantezinhos, geralmente são pura apologia de uma visão idealizada dessas culturas, que em geral nunca existiu de fato, junto com uma demonização dos brancos e dos cristãos, foi por isso mesmo provavelmente que esses alunos quiseram fazer um contraponto falando que os cristãos também fizeram pelo menos, um pouco de coisas boas na África.

Não, não foi por esse motivo. Eles quiseram fazer um outro trabalho por causa disso:

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"A Bíblia Sagrada nos ensina que não devemos adorar outros deuses e quando realizamos um trabalho desses estamos compactuando com a idéia de que outros deuses existem e isso fere as nossas crenças no Deus único", afirmou o aluno.

Pura intolerância religiosa.
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Offline LaraAS

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Re:Evangélicos se recusam a apresentar projeto sobre cultura africana, no AM
« Resposta #4 Online: 10 de Novembro de 2012, 17:29:51 »

          Para ter certeza mesmo como foi, seria preciso saber mais detalhes.
          Essa noticia está muito resumida, é possível que os organizadores dos trabalhos e apresentações escolares estivessem querendo que eles falassem desses deuses e crenças como se fossem verdadeiros e que a escola tenha lidado com pouca sutileza para com esses alunos.
          Em todo caso, acho provável que, se esses alunos não quisessem falar de modo algum sobre o assunto, eles já teriam tido algum problema escolar antes com repostas comuns e não detalhadas de exames sobre os deuses babilônicos, greco-romanos e inclusive já um pouco os africanos e tupi-guaranis. E a matéria não fala sobre isso.
          Em todo caso, me parece que a tolerância é para com as pessoas de certa religião, não há necessidade de isso ser confundido com tolerância para com essa religião em si.
          Eu acho que essas coisas não se obrigam, agora eles (inclusive se daqui a pouco, retratarem da boca para fora) vão ficar com mais aversão ainda a essas coisas, e provavelmente muitos colegas mais submissos aos militantes também, no fundo.
           Julgo que não se deve usar a coação da estrutura burocrática da estrutura escolar para tentar obrigar a esse tipo de coisa.

Offline Pasteur

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Re:Evangélicos se recusam a apresentar projeto sobre cultura africana, no AM
« Resposta #5 Online: 10 de Novembro de 2012, 19:58:46 »
Nossa! Tá feia a coisa... se a moda pega...

Tirei o meu filho do primeiro ano escolar porque a carga horária de religião era a mesma da de matemática. Absurdo! Nem deveria existir essa matéria. Coloquei-o numa escola laica.

Esse ano pedi pro meu filho perguntar pra professora de história se Jesus Cristo existiu.

 A resposta: sim.

Noutro dia pedi para ele perguntar qual era o documento histórico em que ela se baseava para afirmar isso.

E ela: a Bíblia.

Decepção.
« Última modificação: 10 de Novembro de 2012, 20:11:37 por Pasteur »

Offline JohnnyRivers

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Re:Evangélicos se recusam a apresentar projeto sobre cultura africana, no AM
« Resposta #6 Online: 10 de Novembro de 2012, 21:59:00 »
Nossa! Tá feia a coisa... se a moda pega...

Tirei o meu filho do primeiro ano escolar porque a carga horária de religião era a mesma da de matemática. Absurdo! Nem deveria existir essa matéria. Coloquei-o numa escola laica.

Esse ano pedi pro meu filho perguntar pra professora de história se Jesus Cristo existiu.

 A resposta: sim.

Noutro dia pedi para ele perguntar qual era o documento histórico em que ela se baseava para afirmar isso.

E ela: a Bíblia.

Decepção.

Mas ela estava ensinando isto? Ou só respondeu porque seu filho perguntou?

 Porque querer um ensino laico, é até um direito seu. Agora encontrar docentes que estejam desprendidos da própria crença e disposto a abdicar delas em simples respostas a perguntas que não está no plano de ensino, é ruim hein.
 Não me lembro de nenhuma vez em que alguma crença tenha sido abordado nas escolas que estudei a não ser pelo contexto histórico social. Teve uma época que obrigaram a ir as aulas de religião, que acontecia fora do horário normal de aula. Bati o pé, não fui e não fui reprovado, apesar das ameaças da direção. Embora eu tenha uma religião, não achei certo isto que fizeram aqui.
 


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"Minha filha é uma das melhores alunas da sala e por preconceito por parte dos professores, a nota dela e da turma da 'Missões na África' foi reduzida abaixo da média", afirmou dona Wanderleia Noronha, mãe de Stephane Noronha, de 17 anos, do 3º ano.

Pelo menos, em parte, a justiça foi feita.  :)
« Última modificação: 10 de Novembro de 2012, 22:02:45 por JohnnyRivers »
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Offline JohnnyRivers

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Re:Evangélicos se recusam a apresentar projeto sobre cultura africana, no AM
« Resposta #7 Online: 10 de Novembro de 2012, 22:19:10 »

          Para ter certeza mesmo como foi, seria preciso saber mais detalhes.
       

Não está detalhado?

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De acordo com um dos alunos, Ivo Rodrigo, de 16 anos, o tema "Conhecendo os paradigmas das representações dos negros e índios na literatura brasileira, sensibilizamos para o respeito à diversidade", vai de encontro aos preceitos religiosos em que acredita.


E:


   Julgo que não se deve usar a coação da estrutura burocrática da estrutura escolar para tentar obrigar a esse tipo de coisa.


É uma feira cultural. É comum que uma feira cultural traga os negros e sua cultura no Brasil. Não tem nada de pregação religiosa nisto. É apenas não negar as raízes de sua própria nação. Independentemente se acredita ou não. 


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Re:Evangélicos se recusam a apresentar projeto sobre cultura africana, no AM
« Resposta #8 Online: 10 de Novembro de 2012, 22:29:32 »
Nossa! Tá feia a coisa... se a moda pega...

Tirei o meu filho do primeiro ano escolar porque a carga horária de religião era a mesma da de matemática. Absurdo! Nem deveria existir essa matéria. Coloquei-o numa escola laica.

Esse ano pedi pro meu filho perguntar pra professora de história se Jesus Cristo existiu.

 A resposta: sim.

Noutro dia pedi para ele perguntar qual era o documento histórico em que ela se baseava para afirmar isso.

E ela: a Bíblia.

Decepção.

Mas ela estava ensinando isto? Ou só respondeu porque seu filho perguntou?

 Porque querer um ensino laico, é até um direito seu. Agora encontrar docentes que estejam desprendidos da própria crença e disposto a abdicar delas em simples respostas a perguntas que não está no plano de ensino, é ruim hein.
 

Não, ela não estava ensinando isso, respondeu só porque meu filho perguntou. Mas ela disse que o documento histórico é a Bíblia, e é uma professora de história. Se fosse de biologia ainda vai.

Ela pode crer no que quiser, mas pelo fato do aluno estar perguntando um tema relacionado com a disciplina, ela deveria ser mais profissional. Ela acredita que Jesus existiu porque está na Bíblia. Pode até acreditar, mas não pode achar que é um documento histórico.

Offline JohnnyRivers

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Re:Evangélicos se recusam a apresentar projeto sobre cultura africana, no AM
« Resposta #9 Online: 10 de Novembro de 2012, 22:36:47 »

Não, ela não estava ensinando isso, respondeu só porque meu filho perguntou. Mas ela disse que o documento histórico é a Bíblia, e é uma professora de história. Se fosse de biologia ainda vai.

Ela pode crer no que quiser, mas pelo fato do aluno estar perguntando um tema relacionado com a disciplina, ela deveria ser mais profissional. Ela acredita que Jesus existiu porque está na Bíblia. Pode até acreditar, mas não pode achar que é um documento histórico.

Concordo. Foi uma resposta preguiçosa de uma professora desta licenciatura,
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Re:Evangélicos se recusam a apresentar projeto sobre cultura africana, no AM
« Resposta #10 Online: 10 de Novembro de 2012, 22:46:10 »

Não, ela não estava ensinando isso, respondeu só porque meu filho perguntou. Mas ela disse que o documento histórico é a Bíblia, e é uma professora de história. Se fosse de biologia ainda vai.

Ela pode crer no que quiser, mas pelo fato do aluno estar perguntando um tema relacionado com a disciplina, ela deveria ser mais profissional. Ela acredita que Jesus existiu porque está na Bíblia. Pode até acreditar, mas não pode achar que é um documento histórico.

Concordo. Foi uma resposta preguiçosa de uma professora desta licenciatura,

Acho que ela não sabia e deve ter tomado um susto. Deve ter pensado: pergunta esquisita! Tá na cara a resposta...

Coitada.

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Re:Evangélicos se recusam a apresentar projeto sobre cultura africana, no AM
« Resposta #11 Online: 10 de Novembro de 2012, 23:53:17 »
Não, ela não estava ensinando isso, respondeu só porque meu filho perguntou. Mas ela disse que o documento histórico é a Bíblia, e é uma professora de história. Se fosse de biologia ainda vai.

Ela pode crer no que quiser, mas pelo fato do aluno estar perguntando um tema relacionado com a disciplina, ela deveria ser mais profissional. Ela acredita que Jesus existiu porque está na Bíblia. Pode até acreditar, mas não pode achar que é um documento histórico.
Concordo. Foi uma resposta preguiçosa de uma professora desta licenciatura,
Acho que ela não sabia e deve ter tomado um susto. Deve ter pensado: pergunta esquisita! Tá na cara a resposta...

Coitada.

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Re:Evangélicos se recusam a apresentar projeto sobre cultura africana, no AM
« Resposta #12 Online: 11 de Novembro de 2012, 00:17:07 »
Não, ela não estava ensinando isso, respondeu só porque meu filho perguntou. Mas ela disse que o documento histórico é a Bíblia, e é uma professora de história. Se fosse de biologia ainda vai.

Ela pode crer no que quiser, mas pelo fato do aluno estar perguntando um tema relacionado com a disciplina, ela deveria ser mais profissional. Ela acredita que Jesus existiu porque está na Bíblia. Pode até acreditar, mas não pode achar que é um documento histórico.
Concordo. Foi uma resposta preguiçosa de uma professora desta licenciatura,
Acho que ela não sabia e deve ter tomado um susto. Deve ter pensado: pergunta esquisita! Tá na cara a resposta...

Coitada.

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Menos a verdade!

Geo, o mais correto seria mostrar a verdade para ela, né?

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Re:Evangélicos se recusam a apresentar projeto sobre cultura africana, no AM
« Resposta #13 Online: 11 de Novembro de 2012, 00:26:36 »
Não, ela não estava ensinando isso, respondeu só porque meu filho perguntou. Mas ela disse que o documento histórico é a Bíblia, e é uma professora de história. Se fosse de biologia ainda vai.

Ela pode crer no que quiser, mas pelo fato do aluno estar perguntando um tema relacionado com a disciplina, ela deveria ser mais profissional. Ela acredita que Jesus existiu porque está na Bíblia. Pode até acreditar, mas não pode achar que é um documento histórico.
Concordo. Foi uma resposta preguiçosa de uma professora desta licenciatura,
Acho que ela não sabia e deve ter tomado um susto. Deve ter pensado: pergunta esquisita! Tá na cara a resposta...

Coitada.

Entre mortos e feridos, sobreviveram todos...  :hihi:

Menos a verdade!

Geo, o mais correto seria mostrar a verdade para ela, né?

Pelo menos dizer que as unicas fontes são os evangelhos. Não há evidência física. Isso não prejudica a fé, a constituição. o aprendizado e nem a licenciatura de historia
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Re:Evangélicos se recusam a apresentar projeto sobre cultura africana, no AM
« Resposta #14 Online: 11 de Novembro de 2012, 00:43:57 »
Entre mortos e feridos, sobreviveram todos...  :hihi:

Menos a verdade!

Geo, o mais correto seria mostrar a verdade para ela, né?

Pelo menos dizer que as unicas fontes são os evangelhos. Não há evidência física. Isso não prejudica a fé, a constituição. o aprendizado e nem a licenciatura de historia

Explicar sobre a inexistência de evidências físicas e mostrar que as únicas fontes são totalmente suspeitas.
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Re:Evangélicos se recusam a apresentar projeto sobre cultura africana, no AM
« Resposta #15 Online: 11 de Novembro de 2012, 00:56:11 »

Entre mortos e feridos, sobreviveram todos...  :hihi:

Menos a verdade!

Geo, o mais correto seria mostrar a verdade para ela, né?

Pelo menos dizer que as unicas fontes são os evangelhos. Não há evidência física. Isso não prejudica a fé, a constituição. o aprendizado e nem a licenciatura de historia

Explicar sobre a inexistência de evidências físicas e mostrar que as únicas fontes são totalmente suspeitas.

Ok, mandarei um recado para a professora de história, com todo o cuidado para ela não se sentir humilhada. É duro ter que corrigir algo incorreto da profissão de alguém.
Imagina eu te falar: não Geo, a placa tectônica não é blá blá blá como você disse e sim blé blé blé.  :duvida:

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Re:Evangélicos se recusam a apresentar projeto sobre cultura africana, no AM
« Resposta #16 Online: 11 de Novembro de 2012, 01:23:24 »

Entre mortos e feridos, sobreviveram todos...  :hihi:

Menos a verdade!

Geo, o mais correto seria mostrar a verdade para ela, né?

Pelo menos dizer que as unicas fontes são os evangelhos. Não há evidência física. Isso não prejudica a fé, a constituição. o aprendizado e nem a licenciatura de historia

Explicar sobre a inexistência de evidências físicas e mostrar que as únicas fontes são totalmente suspeitas.

Ok, mandarei um recado para a professora de história, com todo o cuidado para ela não se sentir humilhada. É duro ter que corrigir algo incorreto da profissão de alguém.
Imagina eu te falar: não Geo, a placa tectônica não é blá blá blá como você disse e sim blé blé blé.  :duvida:

Ou você mesmo ir, sem expor seu filho. Observando para não prejudicar nenhum dos itens que mencionei. Substitua fé por ética, já que você não irá se importar muito com isso.
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Re:Evangélicos se recusam a apresentar projeto sobre cultura africana, no AM
« Resposta #17 Online: 11 de Novembro de 2012, 03:47:54 »


              A História não é uma ciência exata. Segundo um historiador que eu li, pelos mesmos critérios que usam para dizer que Jesus nunca existiu também se teria que dizer que Sócrates nunca existiu, afinal só os admiradores dele que deixaram relatos sobre ele, sem nenhuma fonte independente e Sócrates não deixou nenhum escrito próprio (o que é mais estranho do que a ausência de escritos próprios de Jesus) e também não se sabe onde está sua tumba.
             Dizer que Cristo existiu e que é a Bíblia que mostra isso, está longe de ser o equivalente ao negacionismo do holocausto.E em todo caso para se dizer mesmo que se ensinou algo a essa professora, seria preciso pelo menos, que se conseguisse que ela perdesse o cargo e o diploma na justiça e esse agip trop e ainda por cima, covardemente usando o filho, está longe de ter conseguido isso. (E em todo caso se isso não conseguisse mudar a convicção intima dela, seria considerá-la como em surto psicótico permanente estilo Brejnev ou então como "criminosa" de consciência). E se teria que fazer isso com metade dos professores de História.
              Uma coisa que eu acho curiosa com relação a isso, é o fato de que os cristão começaram a dizer que os judeus mataram o Cristo, mas colocaram na história do Cristo, que ele foi crucificado, me parece que o mais útil para culpabilizar os judeus seria descrevê-lo como apedrejado.....e igualmente Paulo de Tarso aboliu a obrigatoriedade da lei judaica e se dirigiu preferencialmente aos gentios enquanto que os evangelhos mostram Jesus só contra certos exageros de interpretação de qual o uso certo dos rituais judeus mas fora isso inclusive recomendando alguns sacrifícios de rolinhas para comemorar curas, e no máximo fazia caridade para com os não-judeus (e ainda assim exitando) e quanto a pregar ele falava "só vim para as ovelhas perdidas de Israel", no entanto para justificar a teoria e prática de Paulo de Tarso seria mais útil mostrar Cristo já tendo as teorias e práticas de Paulo de Tarso, no entanto como se sabe os evangelhos foram escritos DEPOIS das cartas de Paulo de Tarso.
             Eu não tenho certeza de que Jesus existiu mas dado o descrito no paragrafo acima, penso que há 80% de chances dele ter existido e não creio que seja o caso de fazer os professores de história que dizem que Jesus existiu perderem seus cargos e diplomas por causa disso, como seria no caso de negacionismo do holocausto.

Offline JohnnyRivers

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Re:Evangélicos se recusam a apresentar projeto sobre cultura africana, no AM
« Resposta #18 Online: 11 de Novembro de 2012, 05:23:57 »


              A História não é uma ciência exata. Segundo um historiador que eu li, pelos mesmos critérios que usam para dizer que Jesus nunca existiu também se teria que dizer que Sócrates nunca existiu, afinal só os admiradores dele que deixaram relatos sobre ele, sem nenhuma fonte independente e Sócrates não deixou nenhum escrito próprio (o que é mais estranho do que a ausência de escritos próprios de Jesus) e também não se sabe onde está sua tumba.
             Dizer que Cristo existiu e que é a Bíblia que mostra isso, está longe de ser o equivalente ao negacionismo do holocausto.E em todo caso para se dizer mesmo que se ensinou algo a essa professora, seria preciso pelo menos, que se conseguisse que ela perdesse o cargo e o diploma na justiça e esse agip trop e ainda por cima, covardemente usando o filho, está longe de ter conseguido isso. (E em todo caso se isso não conseguisse mudar a convicção intima dela, seria considerá-la como em surto psicótico permanente estilo Brejnev ou então como "criminosa" de consciência). E se teria que fazer isso com metade dos professores de História.
              Uma coisa que eu acho curiosa com relação a isso, é o fato de que os cristão começaram a dizer que os judeus mataram o Cristo, mas colocaram na história do Cristo, que ele foi crucificado, me parece que o mais útil para culpabilizar os judeus seria descrevê-lo como apedrejado.....e igualmente Paulo de Tarso aboliu a obrigatoriedade da lei judaica e se dirigiu preferencialmente aos gentios enquanto que os evangelhos mostram Jesus só contra certos exageros de interpretação de qual o uso certo dos rituais judeus mas fora isso inclusive recomendando alguns sacrifícios de rolinhas para comemorar curas, e no máximo fazia caridade para com os não-judeus (e ainda assim exitando) e quanto a pregar ele falava "só vim para as ovelhas perdidas de Israel", no entanto para justificar a teoria e prática de Paulo de Tarso seria mais útil mostrar Cristo já tendo as teorias e práticas de Paulo de Tarso, no entanto como se sabe os evangelhos foram escritos DEPOIS das cartas de Paulo de Tarso.
             Eu não tenho certeza de que Jesus existiu mas dado o descrito no paragrafo acima, penso que há 80% de chances dele ter existido e não creio que seja o caso de fazer os professores de história que dizem que Jesus existiu perderem seus cargos e diplomas por causa disso, como seria no caso de negacionismo do holocausto.

Belo texto Lara.
Embora, devam explicar do jeito que mencionei acima caso questionado (somente), porque não faz parte do plano de ensino.
De qualquer jeito, é direito de cada um neste país ser respeitado de acordo com o credo. Não se deve abrir brechas para a intolerância.
Uma criança questionando sobre uma crença, em um local onde a maior parte podem ser adeptos pode ser oprimida pelos demais. O contrário também acontece: alguém pregar uma crença onde a maior parte não possuem nenhuma também poderá ser oprimida. E a escola, através de seus docentes, não podem em nenhuma hipótese sugerir isto.
Aliás, se incentivar a conhecer sob o ponto de vista histórico ou cultural não estará fazendo mal nenhum, como é o caso do tema da feira acima referente a cultura negra.
Sou contra aulas ministradas com base em qualquer livro religioso, bem como orações ou rezas obrigatórias em ambiente escolar laico (escola publica principalmente), assim como sou totalmente contra a indução ao ateísmo. E qualquer indução ao teísmo ou ao ateísmo por parte dos docentes, além de trair a laicidade, também pode desrespeitar outros com diferentes crenças (ou sem crença). E se desrespeitar, será uma atitude contrária a ética social e a Constituição Federal Brasileira.

Portanto, querer impor que docentes expliquem do jeito que seja conveniente com sua crença (ou não crença), é um total desrespeito social.

« Última modificação: 11 de Novembro de 2012, 05:28:59 por JohnnyRivers »
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Re:Evangélicos se recusam a apresentar projeto sobre cultura africana, no AM
« Resposta #19 Online: 11 de Novembro de 2012, 05:38:46 »


              A História não é uma ciência exata. Segundo um historiador que eu li, pelos mesmos critérios que usam para dizer que Jesus nunca existiu também se teria que dizer que Sócrates nunca existiu, afinal só os admiradores dele que deixaram relatos sobre ele, sem nenhuma fonte independente e Sócrates não deixou nenhum escrito próprio (o que é mais estranho do que a ausência de escritos próprios de Jesus) e também não se sabe onde está sua tumba.
             Dizer que Cristo existiu e que é a Bíblia que mostra isso, está longe de ser o equivalente ao negacionismo do holocausto.E em todo caso para se dizer mesmo que se ensinou algo a essa professora, seria preciso pelo menos, que se conseguisse que ela perdesse o cargo e o diploma na justiça e esse agip trop e ainda por cima, covardemente usando o filho, está longe de ter conseguido isso. (E em todo caso se isso não conseguisse mudar a convicção intima dela, seria considerá-la como em surto psicótico permanente estilo Brejnev ou então como "criminosa" de consciência). E se teria que fazer isso com metade dos professores de História.
              Uma coisa que eu acho curiosa com relação a isso, é o fato de que os cristão começaram a dizer que os judeus mataram o Cristo, mas colocaram na história do Cristo, que ele foi crucificado, me parece que o mais útil para culpabilizar os judeus seria descrevê-lo como apedrejado.....e igualmente Paulo de Tarso aboliu a obrigatoriedade da lei judaica e se dirigiu preferencialmente aos gentios enquanto que os evangelhos mostram Jesus só contra certos exageros de interpretação de qual o uso certo dos rituais judeus mas fora isso inclusive recomendando alguns sacrifícios de rolinhas para comemorar curas, e no máximo fazia caridade para com os não-judeus (e ainda assim exitando) e quanto a pregar ele falava "só vim para as ovelhas perdidas de Israel", no entanto para justificar a teoria e prática de Paulo de Tarso seria mais útil mostrar Cristo já tendo as teorias e práticas de Paulo de Tarso, no entanto como se sabe os evangelhos foram escritos DEPOIS das cartas de Paulo de Tarso.
             Eu não tenho certeza de que Jesus existiu mas dado o descrito no paragrafo acima, penso que há 80% de chances dele ter existido e não creio que seja o caso de fazer os professores de história que dizem que Jesus existiu perderem seus cargos e diplomas por causa disso, como seria no caso de negacionismo do holocausto.

Lara, uma simples pergunta de um menino para a professora de história se Jesus existiu não significa que ele está sendo usado covardemente. Que exagero!

Se eu mandar um recado ou ir conversar com a professora mostrando que eu discordo que a Bíblia é um documento histórico e afirmando que é uma fonte suspeita não significa que estou ensinando algo pra ela. Ela estar errada em um ponto não significa que mereça perder o diploma.

Nossa Lara, uma coisa simples dessa virou na sua cabeça até uma batalha na justiça!

Pelo menos fiquei sabendo a sua opinião sobre a existência de Jesus: você não está certa disso.

Pra quem quiser se aprofundar mais sobre o assunto:

http://www.str.com.br/Atheos/biblia2.htm

Offline Pasteur

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Re:Evangélicos se recusam a apresentar projeto sobre cultura africana, no AM
« Resposta #20 Online: 11 de Novembro de 2012, 06:25:13 »
Belo texto Lara.

Johnny, sério mesmo, você achou?

Embora, devam explicar do jeito que mencionei acima caso questionado (somente), porque não faz parte do plano de ensino.

Ué Johnny, que confusão! Primeiro você apoiou que eu fosse conversar com a professora. Como assim "caso questionado (somente)"? Não faz parte do plano de ensino, não sei por quê. Dizer que não se tem documentos históricos comprovando a existência de Jesus é respeitar a ciência, não é?
Também não estou querendo fazer uma guerra com a professora, só estaria fazendo um favor a ela em corrigí-la num ponto.

De qualquer jeito, é direito de cada um neste país ser respeitado de acordo com o credo. Não se deve abrir brechas para a intolerância.
Uma criança questionando sobre uma crença, em um local onde a maior parte podem ser adeptos pode ser oprimida pelos demais. O contrário também acontece: alguém pregar uma crença onde a maior parte não possuem nenhuma também poderá ser oprimida. E a escola, através de seus docentes, não podem em nenhuma hipótese sugerir isto.

Não acho que perguntar se há documentos históricos comprovando a existência de Jesus é questionar uma crença. Mas tem razão, vou deixar a verdade morrer, sinto muito Geotecton, se o Johnny e Lara se ofenderam ou não conseguiram enxergar que era só uma simples informação, uma simples discordância  e não um desrespeito a uma religião ou à professora, eu não vou dar brecha para uma intolerância injustificada. Se eles enxergaram assim, então o terreno é surpreendentemente mais perigoso.

Aliás, se incentivar a conhecer sob o ponto de vista histórico ou cultural não estará fazendo mal nenhum, como é o caso do tema da feira acima referente a cultura negra.
Sou contra aulas ministradas com base em qualquer livro religioso, bem como orações ou rezas obrigatórias em ambiente escolar laico (escola publica principalmente), assim como sou totalmente contra a indução ao ateísmo. E qualquer indução ao teísmo ou ao ateísmo por parte dos docentes, além de trair a laicidade, também pode desrespeitar outros com diferentes crenças (ou sem crença). E se desrespeitar, será uma atitude contrária a ética social e a Constituição Federal Brasileira.

Mas quem está falando de induzir ao ateísmo? Se ensinar uma ciência corretamente é induzir ao ateísmo, então vamos induzir ao ateísmo.

Portanto, querer impor que docentes expliquem do jeito que seja conveniente com sua crença (ou não crença), é um total desrespeito social.

Falar de Jesus naturalmente sem citar que é provável que ele não tenha existido é explicar de um jeito conveniente com o cristinianismo. E eu não estou querendo impor nada. Já até esqueci do assunto.

Afffff...

Offline Geotecton

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Re:Evangélicos se recusam a apresentar projeto sobre cultura africana, no AM
« Resposta #21 Online: 11 de Novembro de 2012, 10:18:22 »
A História não é uma ciência exata. Segundo um historiador que eu li, pelos mesmos critérios que usam para dizer que Jesus nunca existiu também se teria que dizer que Sócrates nunca existiu, afinal só os admiradores dele que deixaram relatos sobre ele, sem nenhuma fonte independente e Sócrates não deixou nenhum escrito próprio (o que é mais estranho do que a ausência de escritos próprios de Jesus) e também não se sabe onde está sua tumba.

Mas esta analogia não considera, no meu entender, um ponto fundamental: Nunca ninguém afirmou e ou deflagrou conflitos defendendo que Sócrates andava sobre a água, ressuscitou três dias após a morte e era filho de um deus. Ou seja, mesmo que Sócrates e Jesus sejam similares na ausência de documentos que comprovem a existência de ambos, Jesus foi utilizado como elemento instrumental de poder religioso por parte de um grupo.

Além disto há muitas evidências que mostram que os textos cristãos que abordam a estória de Jesus foram feitos pelo menos 110 anos após a (teórica) morte do (alegado) Jesus. E desde então a ICAR (e depois as igrejas protestantes) se estruturou para manter e ampliar um poder, inicialmente religioso, mas que alcançou o Estado e, mais importante, os costumes de sociedades inteiras, e assim se manteve por pelo menos 14 séculos (IV a XVIII).

Resumindo: Mesmo que ambos não tenham existido, Sócrates é mais plausível porque nunca teve transcendência a ele associada e nem foi utilizado como elemento mítico para um projeto de poder.


Dizer que Cristo existiu e que é a Bíblia que mostra isso, está longe de ser o equivalente ao negacionismo do holocausto.

Como e porquê o Holocausto entrou nesta discussão?


E em todo caso para se dizer mesmo que se ensinou algo a essa professora, seria preciso pelo menos, que se conseguisse que ela perdesse o cargo e o diploma na justiça e esse agip trop e ainda por cima, covardemente usando o filho, está longe de ter conseguido isso.

 :o

(Sem palavras...)


(E em todo caso se isso não conseguisse mudar a convicção intima dela, seria considerá-la como em surto psicótico permanente estilo Brejnev ou então como "criminosa" de consciência). E se teria que fazer isso com metade dos professores de História.

Então que os professores de História façam um mea culpa e constatem que não é correto colocar as suas convicções pessoais à frente das evidências.


Uma coisa que eu acho curiosa com relação a isso, é o fato de que os cristão começaram a dizer que os judeus mataram o Cristo, mas colocaram na história do Cristo, que ele foi crucificado, me parece que o mais útil para culpabilizar os judeus seria descrevê-lo como apedrejado.....e igualmente Paulo de Tarso aboliu a obrigatoriedade da lei judaica e se dirigiu preferencialmente aos gentios enquanto que os evangelhos mostram Jesus só contra certos exageros de interpretação de qual o uso certo dos rituais judeus mas fora isso inclusive recomendando alguns sacrifícios de rolinhas para comemorar curas, e no máximo fazia caridade para com os não-judeus (e ainda assim exitando) e quanto a pregar ele falava "só vim para as ovelhas perdidas de Israel", no entanto para justificar a teoria e prática de Paulo de Tarso seria mais útil mostrar Cristo já tendo as teorias e práticas de Paulo de Tarso, no entanto como se sabe os evangelhos foram escritos DEPOIS das cartas de Paulo de Tarso.

Os cristãos colocaram a culpa da morte nos judeus porque foi mais conveniente sob o ponto de vista político. Confrontar Roma seria pedir para serem perseguidos muito mais do que foram no período entre o final do século I e a chegada ao poder com Constantino.


Eu não tenho certeza de que Jesus existiu mas dado o descrito no paragrafo acima, penso que há 80% de chances dele ter existido e não creio que seja o caso de fazer os professores de história que dizem que Jesus existiu perderem seus cargos e diplomas por causa disso, como seria no caso de negacionismo do holocausto.

Como é que você chegou ao percentual supra (80%)?
« Última modificação: 11 de Novembro de 2012, 12:42:13 por Geotecton »
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Offline Hold the Door

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Re:Evangélicos se recusam a apresentar projeto sobre cultura africana, no AM
« Resposta #22 Online: 11 de Novembro de 2012, 11:20:11 »
              Uma coisa que eu acho curiosa com relação a isso, é o fato de que os cristão começaram a dizer que os judeus mataram o Cristo, mas colocaram na história do Cristo, que ele foi crucificado, me parece que o mais útil para culpabilizar os judeus seria descrevê-lo como apedrejado.....e igualmente Paulo de Tarso aboliu a obrigatoriedade da lei judaica e se dirigiu preferencialmente aos gentios enquanto que os evangelhos mostram Jesus só contra certos exageros de interpretação de qual o uso certo dos rituais judeus mas fora isso inclusive recomendando alguns sacrifícios de rolinhas para comemorar curas, e no máximo fazia caridade para com os não-judeus (e ainda assim exitando) e quanto a pregar ele falava "só vim para as ovelhas perdidas de Israel", no entanto para justificar a teoria e prática de Paulo de Tarso seria mais útil mostrar Cristo já tendo as teorias e práticas de Paulo de Tarso, no entanto como se sabe os evangelhos foram escritos DEPOIS das cartas de Paulo de Tarso.

Os evangelhos serem escritos após as cartas de Paulo não significa que teriam obrigatoriamente que concordar com as idéias dele, uma vez que ele era um "dissidente" da Igreja original de Jerusalém. O período que surgiram os primeiros textos cristãos foi um período de confronto entre as idéias de Paulo e as idéias da Igreja de Jerusalém. Isso bem no meio do acirramento da insubordinação judaica contra Roma. Isso explica o caráter ambíguo dos evangelhos e suas diferenças com os textos paulinos.

O cristianismo de Jerusalém era uma seita judaica, voltada para judeus e praticando os mesmos costumes judaicos, como a circuncisão. Jesus supostamente deveria ser um messias que libertaria os judeus da opressão romana. Foi nesse contexto que a tradição oral sobre a vida e morte do messias ganhou forma. O fato de Jesus ter sido crucificado - e não apedrejado - e depois ressuscitado nos evangelhos, demonstra sua vitória (e portanto dos seus seguidores) sobre o poder material do Império Romano.

Evidentemente, quando o cristianismo começou a se tornar cosmopolita e a se espalhar para os gentios e o resto de Roma e os evangelhos foram escritos, seria uma completa idiotice acusar explicitamente os romanos. Então, eles foram escritos de forma a livrar os romanos de qualquer culpa, jogando tudo em cima das autoridades judaicas (representado iconicamente por Pilatos lavando as mãos) e, acima de tudo, deixando bem claro que o cristianismo não tinham nenhuma intenção de se opor ao poder romano ("dai a César o que é de César"...). Claro que depois veio o fanatismo dos primeiros cristãos, mas isso é outra história...
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Offline JohnnyRivers

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Re:Evangélicos se recusam a apresentar projeto sobre cultura africana, no AM
« Resposta #23 Online: 11 de Novembro de 2012, 15:09:45 »
Belo texto Lara.

Johnny, sério mesmo, você achou?

Embora, devam explicar do jeito que mencionei acima caso questionado (somente), porque não faz parte do plano de ensino.

Ué Johnny, que confusão! Primeiro você apoiou que eu fosse conversar com a professora. Como assim "caso questionado (somente)"? Não faz parte do plano de ensino, não sei por quê. Dizer que não se tem documentos históricos comprovando a existência de Jesus é respeitar a ciência, não é?
Também não estou querendo fazer uma guerra com a professora, só estaria fazendo um favor a ela em corrigí-la num ponto.

De qualquer jeito, é direito de cada um neste país ser respeitado de acordo com o credo. Não se deve abrir brechas para a intolerância.
Uma criança questionando sobre uma crença, em um local onde a maior parte podem ser adeptos pode ser oprimida pelos demais. O contrário também acontece: alguém pregar uma crença onde a maior parte não possuem nenhuma também poderá ser oprimida. E a escola, através de seus docentes, não podem em nenhuma hipótese sugerir isto.

Não acho que perguntar se há documentos históricos comprovando a existência de Jesus é questionar uma crença. Mas tem razão, vou deixar a verdade morrer, sinto muito Geotecton, se o Johnny e Lara se ofenderam ou não conseguiram enxergar que era só uma simples informação, uma simples discordância  e não um desrespeito a uma religião ou à professora, eu não vou dar brecha para uma intolerância injustificada. Se eles enxergaram assim, então o terreno é surpreendentemente mais perigoso.

Aliás, se incentivar a conhecer sob o ponto de vista histórico ou cultural não estará fazendo mal nenhum, como é o caso do tema da feira acima referente a cultura negra.
Sou contra aulas ministradas com base em qualquer livro religioso, bem como orações ou rezas obrigatórias em ambiente escolar laico (escola publica principalmente), assim como sou totalmente contra a indução ao ateísmo. E qualquer indução ao teísmo ou ao ateísmo por parte dos docentes, além de trair a laicidade, também pode desrespeitar outros com diferentes crenças (ou sem crença). E se desrespeitar, será uma atitude contrária a ética social e a Constituição Federal Brasileira.

Mas quem está falando de induzir ao ateísmo? Se ensinar uma ciência corretamente é induzir ao ateísmo, então vamos induzir ao ateísmo.

Portanto, querer impor que docentes expliquem do jeito que seja conveniente com sua crença (ou não crença), é um total desrespeito social.

Falar de Jesus naturalmente sem citar que é provável que ele não tenha existido é explicar de um jeito conveniente com o cristinianismo. E eu não estou querendo impor nada. Já até esqueci do assunto.

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Em hipótese alguma me senti ofendido.
Só quero deixar claro que quando se lida com grupo, de diferentes culturas, a complexidade impera. O mesmo problema seria se questionasse ou afirmasse sobre algo do judaísmo, islamismo, budismo, ateismo, etc. Abriria conflitos altamente desnecessários em um ambiente laico (escolar neste caso). Já disse, explicar da forma que mencionei acima não feriria nem mesmo a ciência (em qual ponto vai em desacordo com a mesma?).
« Última modificação: 11 de Novembro de 2012, 15:28:41 por JohnnyRivers »
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Offline LaraAS

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Re:Evangélicos se recusam a apresentar projeto sobre cultura africana, no AM
« Resposta #24 Online: 11 de Novembro de 2012, 19:49:22 »
             A questão é que não fazia parte do programa da matéria nem foi a professora que começou a falar disso.
             Do modo como foi feito, foi uma cruel pergunta inconstitucional.
             O que alguns não percebem é que num caso desses é tão subjetivo ter certeza de que Jesus existiu quanto não ter certeza de que ele existiu e quanto ter certeza de que ele não existiu.
             Os professores também são humanos. Faz parte da HUMANIDADE dela, da DIGNIDADE humana dela pensar que Cristo existiu e que a Bíblia mostra isso, os conhecimentos acadêmicos não tem nada a ver com isso.
             Por que uma pessoa tenha conhecimentos acadêmicos ela deixa de ser um ser humano?

 

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