Eu ainda não fiz o balanço de massa-enargia e nem a relação de benefício/custo, mas em uma primeira análise eu prefiro ser cremado porque em um enterro formal há um desperdício de madeira no caixão e, com raríssimas exceções, os cemitérios são antiquados e grandes fontes de poluição do lençol freático por meio do chorume.
Sem querer, de maneira nenhuma interferir nem julgar seus desejos pós-mortem, eu não entendi muito bem a preocupação com o desperdício de madeira.
De fato há um desperdício de madeira, metais e materiais de construção, todos extraídos da natureza e com impactos significativos.
Os crematórios brasileiros queimam o caixão junto com o corpo, retirando apenas as alças metálicas e após a queima, retiram-se os pregos e parafusos das cinzas. De acordo com normas ambientais o caixão usado na cremação não pode conter verniz e nenhum outro tipo de pintura, evitando assim a liberação de substâncias tóxicas. Então, é de praxe adquirir o caixão mais simples disponível.
Segundo um funcionário do crematório que citei, a madeira contribui para o aumento da temperatura e aceleração da total mineralização dos ossos, mais resistentes que os outros tecidos, diminuindo o tempo da queima.
Em alguns países, como nos Estados Unidos, um procedimento mais inteligente é adotado pelos crematórios; o corpo fica em um caixão alugado durante o funeral (apenas a forração de tecido é substituída após cada uso) e momentos antes da incineração é colocado em um caixão de papelão, próprio para esse fim.