Autor Tópico: Por que pessoas supostamente inteligentes acreditam em bobagens?  (Lida 7242 vezes)

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Offline Moro

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Re:Por que pessoas supostamente inteligentes acreditam em bobagens?
« Resposta #25 Online: 23 de Dezembro de 2012, 11:30:19 »
Concordo Giga, apesar de modismos não serem ideologias (como o nome diz são breves fenômenos) e não ter ficado claro a questão da ideologia na internet. Bate o veganismo.

Quanto ao anarquismo, não creio que se tornou majoritária, talvez por não ter um ídolo.
“If an ideology is peaceful, we will see its extremists and literalists as the most peaceful people on earth, that's called common sense.”

Faisal Saeed Al Mutar


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Offline Cientista

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Re:Por que pessoas supostamente inteligentes acreditam em bobagens?
« Resposta #26 Online: 23 de Dezembro de 2012, 12:52:15 »
Que "rigor(osidade)"?!  Que "método(logia)?!  Do que fala?!

...                    ...

E o que seriam, antes de mais nada, "pessoas supostamente inteligentes"? Há definição livre de interpretações livres para isso? HÁ! Mas não a que parece se mostrar subentendida aqui.

De qualquer forma, vou lá...

Porque desacreditar não é subatributo de inteligência ou está em seus processos de originação? O pensamento científico (processo comportamental da máquina pensadora científica) é que fundamenta-se na descrença (comportamento descrente da máquina) e/ou a funda, tanto faz. Antes de estender um pouco mais, um comentário sobre uma postagem...

(Não vou citá-lo inteiro sendo tão longo; refiro=me ao comentário 4 --resposta 4-- do forista Gigaview.)

Tirando a besteira ápice da comparação com Janus e uma lamentável série de desvios de objetividade mais profusamente encontrados no texto, de conteúdo majoritariamente especulativo em bases sem fundamento e sentido, há princípios proveitosos, pontos de aproximação com a realidade. É isto que, minimamente, deveria ser posto no tópico sobre moralidade onde a forista Laura despejou um trio de bobagens catadas a esmo na rede e me querendo fazer desperdiçar precioso tempo. Sugiro esta leitura. Vale o tempo.


...Voltando.

Inteligência não é 'racionalidade' (falo da racionalidade ora associada à ideia de ceticismo, ora a outras ideias mais especificamente ligadas à descrença -- em bobagens quaisquer, sem fundamento e sentido). Não há mais espaço para esse tipo de interpretação. Pensadores científicos não são o mesmo que pensadores inteligentes; eu já disse trocentas vezes isso aqui. Já podemos, com muitíssima propriedade, falar em sistemas (não humanos) inteligentes e é muito bem e claramente entendido o que isso representa -- a capacidade desses sistemas de resolver problemas específicos por processos específicos.

Ainda, mesmo este sentido de inteligência deve ser entendido como componível de um somatório de partes independentes, como no caso, já posto em tópico passado por aqui, da discussão de se fumantes são mais, tanto ou menos inteligentes que não fumantes. Não é a questão de simplesmente um fumante ser tão capaz de resolver equações difíceis quanto um não fumante, se ele é ou não capaz de realizações intelectuais como integrar por substituição trigonométrica desenvoltamente com os três pés na nuca assoviando e chupando cana simultaneamente tendo que ouvir so love so love sabe tchururu e aiaiseutepego ao mesmo tempo tudo a 90 dB; se ele tira um escore de 500 de QI... Um fumante fuma. Isso é inteligente? Se for, ele é mais inteligente que o outro que só sabe resolver a equação e proceder a todas as peripécias acima tão bem quanto ele mas não fuma. Se não é inteligente fumar, o fumante é mais burro que o não fumante. (Entendo, pessoalmente, claramente que fumar é burrice e qualquer tentativa argumentativa em contrário necessariamente recursará a artifícios sofistas falaciosos.)

Não há motivo para insistir em filosofar aqui (nunca há, de fato, em circunstância alguma, mas... fazer o que?). Pessoas inteligentes não são necessariamente intrinsecamente científicas. O pensamento científico é o tipo de pensamento que 'imuniza' contra acreditar em bobagens; é pensamento rigoroso demais, só isso; pensamento tão rigoroso que não aceita nada que venha de si mesmo, especialmente (d)a própria inteligência. Máquinas inteligentes são até bastante comuns; máquinas pensadoras do tipo científico são bem mais raras; máquinas com as duas características são gênios científicos. Por que tais máquinas são assim? Ainda está para haver elementos suficientes para entender/descrever isso de uma maneira que seja tecnologicamente aproveitável. Não obstante, tais máquinas SÃO assim, em suas variantes comportamentais; FATO.
Sei não... :?

Você distinguiu "pensadores científicos" de "pensadores inteligentes" e afirmou que pessoas inteligentes não são necessariamente intrinsecamente científicas. Tenho dúvidas sobre isso.
Pelo menos isso. Já é alguma coisa, embora longe do ideal até em termos iniciais. Mas é um início melhor que outros.



A Ciência é impessoal.
Isso é muito bonito de se dizer. Mas realidade não é necessariamente bonita e ciência está aquém de atributos de pessoalidade sendo tão "impessoal" quanto qualquer outra religião. No máximo, tais atributos são aplicáveis a humanos ilusórios. Quando se tenta transferir responsabilidades para qualquer coisa externa que não seja a estritamente objetiva realidade natural, se está em processo religioso. Essa "ciência" de que você fala aqui é só construção abstrata humana, assim como o islamismo e o catolicismo e está distorcida com as mesmas características do criador. Ciência so acerta mais porque seus criadores acertam mais.



Não importa se Einstein gostava de fumar cachimbo, se Newton estava interessado no diâmetro do inferno, ou se Stephen Hawking nasceu exatamente 300 anos após a morte de Galileu.
É... Esse é o mesmo argumento sistemático de sempre. Só o que importava é o que esses indivíduos tinham de diferente (o Stephen ainda está vivo, ou não?). Bilhões devem ter fumado cachimbo e/ou coisas mais desabonadoras em termos de inteligência em qualquer contexto informacional temporal. Mais ainda devem ter se detido em questões infernais com objetividade (matemática!). Entretanto, só houve um Newton e um Einstein em meio a um grupelho de pares. Não importa o quanto de limitações e falhas possamos apontar em tais máquinas, o que elas fizeram demandou descrenças sistemáticas e específicas.



Todos eles foram "pensadores inteligentes" mas do ponto de vista da Ciência também não importa se foram "pensadores científicos" porque isso não faz o menor sentido.
Não conheço o "ponto de vista da ciência". Nunca pude conversar com ela para perguntar. Tem gente que diz que fala com ela e até ouve respostas... No caso de deuses, chega-se a dizer que ouvir respostas já alcança o nível psiquiátrico. Eu não quero mesmo isso para mim. Então, considero que o que não faz o menor sentido é falar em "ponto de vista da ciência". Eu tenho "ponto de vista" e máquinas humanas, normalmente, manifestam-se com isso. Abstrações, desconheço.



O "pensamento científico", enquanto na mente do pensador, é pessoal, sujeito a uma rigorosidade baseada em métodos pessoais e por definição inacessíveis mas, quando o pensamento é exteriorizado, se vê sujeito ao rigor do pensamento crítico de outros pensadores e deve se submeter à metodologia científica para se integrar ou não ao corpo de conhecimentos da Ciência.
Você está meio confuso mesmo, não só lá no início, especialmente aqui, o que é normal para quem quer sustentar tal idealismo de impessoalidade externa à máquina humana como resultado de uma construção abstrata... ...dela própria! Não precisava (e não devia, pelo bem da tentativa malfadada de sobrevivência do seu próprio posicionamento) mencionar o "rigor do pensamento crítico de outros pensadores". Para você e todos que creem em sua doutrina, a "metodologia científica" é produto disso, de "rigor coletivo dos pares timbrados" e, o pior de tudo, com expoentes clássicos. Então, o "e" podia ser dispensado junto com uma das orações pois, para você, são a mesma coisa. Para mim, só a realidade física é o rigor com competência para aferir qualquer pensamento.



Logo, o "pensamento científico" pode aceitar tudo que venha de si mesmo, o que faz do "pensador científico", em essência, apenas um filosofo.
Você pode tentar contestar a definição que dou de pensamento científico dentro do contexto dela, mas não criando outra definição. Ou não estaremos falando da mesma coisa. Primeiro, tente entender o que estou dizendo ou o que você disser não terá qualquer correspondência.



A Ciência é quem  'imuniza' contra acreditar em bobagens.
Ocorre que das muitas bobagens em que não acredito está a de que "a ciência" existe e possua 'propriedades imunizantes'. Entendo que o sitema imunitário é parte do organismo, que se expressa na reação dele ao meio. Fazer ciência é desacreditar, não resolver problemas. Esse o ponto de "confluência" a confundir a devida discriminação entre uma coisa e outra pois filosofia também não é resolver problemas não se podendo definir, assim, como inteligência, tal qual ciência. A diferença é, exatamente, o crer; ciência é descrer e filosofia é crer -- o próprio princípio da crença. Uma se instaura onde não existe a outra. E isso é apontável nos fatos históricos.

Um exemplo simples e objetivo do que estou dizendo é a engenhosidade (inteligência) invejável de tantos que se propuseram e se propõem, obstinadamente, a desenvolver dispositivos termodinâmico-contrariantes (motoperpétuo). Muitos inteligentíssimos, causam grande impressão pelos maquinismos que conseguem criar. Porém, nenhum método é capaz de extirpar desses a crença de que suas máquinas possam funcionar como desejam. Termodinâmica não auxilia no desenvolvimento direto de nenhuma máquina, apenas estabelece suas limitações; apenas delimita onde começa o não, onde não se pode mais crer, onde não há mais liberdade para se pensar o que se quiser. Um engenheiro pode ser treinado para se adequar a isso em projetos, mas só um pensador científico não acreditará em nada além.


 
Portanto, na minha opinião, "pensadores inteligentes" podem pensar cientificamente como filósofos e ainda assim estão livres para acreditar em tudo que quiserem, incluindo bobagens.
Então você já está respondendo à sua própria pergunta? Como, mais abaixo, afirma que ela se mantém? Mais confuso e perdido ainda?



Por outro lado, "pensadores inteligentes" quando se EXPRESSAM cientificamente devem se submeter ao rigor da Ciência de do método científico.
Não existe "se expressar" cientificamente; só pensar e comportar-se cientificamente. Você pode manifestar sua opinião livre. Apenas não poderá mudar o fato de que isso que chama de ciência personificadamente é resultado de batalhas travadas por indivíduos isolados, não uma construção social homogênea e você incorre num patente paradoxo (e consequente associada falácia) ao querer conclamar um "método" como guia de alguma coisa pois todos os métodos possuem construtores pessoais e precisam de concordância, consenso, para serem homologados. São produtos humanos, não naturais (no sentido entendido como não humano). Não são melhores, genericamente, que as naturezas comportamentais cognitivas de cada um. Não há como fugir, dignamente, da realidade de que as pessoas são intrinsecamente diferentes. Há crentes e descrentes por natureza. E um pequeno punhado de indivíduos que carregou e carrega o resto da humanidade nas costas (ou 'ombros gigantes' para tanta carga...), frequentemente sendo açoitados pela própria carga que se beneficia do transporte sempre percebendo isso tarde demais. E nunca aprendendo...



A pergunta do tópico permanece.
A minha primeira também enquanto esta permanecer, até que se reconheça que uma coisa nada tem que ver com a outra. De fato, a pergunta do tópico, não existe como possibilidade de obter resposta.

Offline Buckaroo Banzai

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Re:Por que pessoas supostamente inteligentes acreditam em bobagens?
« Resposta #27 Online: 23 de Dezembro de 2012, 13:12:03 »
Se "inteligência" aqui é a capacidade medida por tarefas como resolver testes de QI como "matrizes de Raven", isso realmente não parece ter qualquer relação muito direta com a crença ou descrença em que trevos de quatro folhas dão sorte. Não é muito mais logicamente conectado do que sua habilidade em fazer cestas de três pontos, ou quantos quilos consegue levantar.





Talvez a questão seja mais adequadamente "como/por que pessoas que na maior parte do tempo reconhecem falácias em variados assuntos, deixam de fazer isso em alguns casos específicos?"

Outra citação do Shermer: "pessoas inteligentes acreditam em coisas estranhas porque têm capacidade para defender crenças às quais chegaram por razões não-inteligentes".

Offline Novag

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Re:Por que pessoas supostamente inteligentes acreditam em bobagens?
« Resposta #28 Online: 24 de Dezembro de 2012, 14:02:21 »
Talvez a questão seja mais adequadamente "como/por que pessoas que na maior parte do tempo reconhecem falácias em variados assuntos, deixam de fazer isso em alguns casos específicos?"

Comodismo e/ou fuga.

Um corno conformado prefere acreditar que a mulher dele estava é tirando um cisco no olho do ricardão, a acreditar que eles estavam se beijando. Porque? Porque ele não consegue viver sem sua mulher e assim prefere passar por cima desses "pequenos detalhes".

Um religioso fanático prefere acreditar na existencia de Deus e do paraíso, a acreditar que ele um dia terá um FIM, ou por não querer aceitar o fato de que ele é pobre e o seu vizinho rico.... Ou que´nasceu aleijado enquanto que a maioria das pessoas são normais.

   

Offline Moro

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Re:Por que pessoas supostamente inteligentes acreditam em bobagens?
« Resposta #29 Online: 24 de Dezembro de 2012, 15:49:54 »
acho que não é racional, algo como "prefiro ver o mundo dessa maneira". Simplesmente seu cérebro interpreta da maneira que lhe convém.

Mas não gostam muito de querer detalhar o assunto.
“If an ideology is peaceful, we will see its extremists and literalists as the most peaceful people on earth, that's called common sense.”

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Offline Laura

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Re:Por que pessoas supostamente inteligentes acreditam em bobagens?
« Resposta #30 Online: 24 de Dezembro de 2012, 16:05:43 »
Tirando a besteira ápice da comparação com Janus e uma lamentável série de desvios de objetividade mais profusamente encontrados no texto, de conteúdo majoritariamente especulativo em bases sem fundamento e sentido, há princípios proveitosos, pontos de aproximação com a realidade. É isto que, minimamente, deveria ser posto no tópico sobre moralidade onde a forista Laura despejou um trio de bobagens catadas a esmo na rede e me querendo fazer desperdiçar precioso tempo. Sugiro esta leitura. Vale o tempo.

Cientista, no tópico em questão você demonstrou profundo desprezo por diversas ciências sociais, entre elas; antropologia, psicologia, sociologia e filosofia (talvez suponha que minha área seja alguma dessas, mas não, não é). Entenderia e concordaria com esse desprezo se ele viesse acompanhado de um discurso tão lúcido quanto o de Feynman (nesse caso, o de verdade, não o caro forista) e de uma desconstrução do conteúdo postado por mim. Porém, ao "não ter tempo" de ler os conteúdos, você resolveu especular com base nos títulos e iniciou um texto prolixo sobre o que imaginava constar em cada um dos links que, como afirmei, não li. Apesar disso, faço votos que tenha acertado algum dos palpites, o que talvez tenha tornado a situação ligeiramente menos constrangedora. Mas se você, como deu a entender, despreza a especulação, recomendo fortemente que repense seus métodos.

Esse fato, somado a sua escrita arrogante e deselegante, eliminaram qualquer possibilidade de diálogo entre nós naquela ocasião; apenas me despedi, da forma mais educada que pude. Esclareço isso apenas porque já é a segunda vez que o vejo comentar o ocorrido, aparentemente sem entender o que houve, de fato. Não creio que seja possível expor de forma mais clara o motivo do meu silêncio e aproveito a oportunidade para comunicar que farei o mesmo ante a qualquer postagem decepcionante e/ou tentativa de escárnio de sua parte. Mas não interprete minha atitude como um desdém pessoal; dispensarei o mesmo tratamento a qualquer um que fizer o mesmo que você.

------

Imagino que a maioria dos foristas saiba o que Richard Feynman pensava sobre diversas ciências sociais, em especial sobre as pesquisas e estudos de credibilidade questionável. Mesmo assim, aqui vai uma pequena e memorável amostra, um trecho de um ótimo documentário sobre ele;

<a href="https://www.youtube.com/v/M5fc4oV2F3o" target="_blank" class="new_win">https://www.youtube.com/v/M5fc4oV2F3o</a>

(documentário completo, legendado. Recomendo assistir hoje, em família, como substituto da Missa do Galo  :) )

Offline Laura

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Re:Por que pessoas supostamente inteligentes acreditam em bobagens?
« Resposta #31 Online: 24 de Dezembro de 2012, 16:12:19 »
acho que não é racional, algo como "prefiro ver o mundo dessa maneira". Simplesmente seu cérebro interpreta da maneira que lhe convém.

Mas não gostam muito de querer detalhar o assunto.

Quando li a frase em destaque, lembrei de já ter ouvido várias vezes de algum crente a expressão "prefiro acreditar que…", sempre com a mesma perplexidade; afinal, isso é dito como se a crença em algo não dependesse de uma evidência, mas de uma vontade. Imagino que muitos daqui já tenham ouvido a mesma expressão, em especial no contexto religioso.

Assim como você, acredito que quem diz isso, assim com quem acredita em algo por mais absurdo que seja, não elabora seu pensamento de forma consciente. Talvez tenha alguma relação com o que a psicologia chama de mecanismos de defesa. Possivelmente negação, um subterfúgio do inconsciente para evitar que o consciente se confronte com uma realidade desconfortável.

Offline _tiago

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Re:Por que pessoas supostamente inteligentes acreditam em bobagens?
« Resposta #32 Online: 25 de Dezembro de 2012, 00:32:13 »
O livro do Gazzaniga que estou a ler faz parecer que o lado esquerdo interprete do mundo e das coisas que nos ocorrem, é apenas um construtor de justificativas que nos sustentam principalmente emocionalmente ao justificar nossos atos perante o mundo e o mundo perante nossos atos. Ao que parece, essa coisinha é, principalmente, um gerador de crenças, pelo simples fato de ser necessário eu crer no que, afinal, eu me conto.

Há o relato ali de experimentos diversos com split brain patients os quais, sem conseguir entender o que haviam visto ou sentido, fabulavam com alguma convicção os sentimentos ou desenhos que produziam. Um exemplo simples da fabulação é apresentado pelo autor e por aqui já comentei. Ao caminhar pelo mato, um barulho na grama faz com que eu me afaste da origem do ruído. Se perguntado, talvez me ocorra a lembrança de cobras e se estiver eu andando num lugar onde sei haver cobras, será essa a resposta. Contudo, na realidade, toda essa análise é demorada. Mais rápido e “evolutivamente aceitável” é simplesmente reconhecer o padrão de ameaça: barulho rasteiro, próximo: melhor me afastar. A ideia de cobra, a memória dela, surge instantes depois. Mas é a história que me convence e na qual eu acredito.

PS: no momento estou um tanto bebum, não sei se me expressei corretamente. Boas festas a todos!

Offline Gigaview

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Re:Por que pessoas supostamente inteligentes acreditam em bobagens?
« Resposta #33 Online: 25 de Dezembro de 2012, 02:19:35 »
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Citação de: Gigaview em 23 de Dezembro de 2012, 01:35:17
A Ciência é impessoal.
Isso é muito bonito de se dizer. Mas realidade não é necessariamente bonita e ciência está aquém de atributos de pessoalidade sendo tão "impessoal" quanto qualquer outra religião. No máximo, tais atributos são aplicáveis a humanos ilusórios. Quando se tenta transferir responsabilidades para qualquer coisa externa que não seja a estritamente objetiva realidade natural, se está em processo religioso. Essa "ciência" de que você fala aqui é só construção abstrata humana, assim como o islamismo e o catolicismo e está distorcida com as mesmas características do criador. Ciência so acerta mais porque seus criadores acertam mais.

Totalmente equivocado, porque a Ciência não é dogmática. É uma construção abstrata humana, mas dotada de rigor que não permite versões pessoais e logo não cabe a figura do criador, cujas características poderiam distorce-las. O rigor tem origem no seu método.

Não vejo muito sentido na frase em que você afirma que a Ciência acerta mais porque seus criadores acertam mais. Acerta o que? Pelos criadores de "certezas"?  :?

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Citação de: Gigaview em 23 de Dezembro de 2012, 01:35:17
Não importa se Einstein gostava de fumar cachimbo, se Newton estava interessado no diâmetro do inferno, ou se Stephen Hawking nasceu exatamente 300 anos após a morte de Galileu.
É... Esse é o mesmo argumento sistemático de sempre. Só o que importava é o que esses indivíduos tinham de diferente (o Stephen ainda está vivo, ou não?). Bilhões devem ter fumado cachimbo e/ou coisas mais desabonadoras em termos de inteligência em qualquer contexto informacional temporal. Mais ainda devem ter se detido em questões infernais com objetividade (matemática!). Entretanto, só houve um Newton e um Einstein em meio a um grupelho de pares. Não importa o quanto de limitações e falhas possamos apontar em tais máquinas, o que elas fizeram demandou descrenças sistemáticas e específicas.

O meu comentário veio a propósito do seu questionamento:

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Ainda, mesmo este sentido de inteligência deve ser entendido como componível de um somatório de partes independentes, como no caso, já posto em tópico passado por aqui, da discussão de se fumantes são mais, tanto ou menos inteligentes que não fumantes. Não é a questão de simplesmente um fumante ser tão capaz de resolver equações difíceis quanto um não fumante, se ele é ou não capaz de realizações intelectuais como integrar por substituição trigonométrica desenvoltamente com os três pés na nuca assoviando e chupando cana simultaneamente tendo que ouvir so love so love sabe tchururu e aiaiseutepego ao mesmo tempo tudo a 90 dB; se ele tira um escore de 500 de QI... Um fumante fuma. Isso é inteligente?

Voltando...As descrenças eram sistemáticas e específicas. Percebe alguma rigorosidade nisso? O que orientava essas descrenças? Essa orientação era pessoal?

O método científico é a resposta e só consegue manter seu valor devido à impessoalidade, o que faz funcionar a Ciência, a despeito de todas as falhas e diferenças de quem se dedica a praticá-lo.

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Citação de: Gigaview em 23 de Dezembro de 2012, 01:35:17
Todos eles foram "pensadores inteligentes" mas do ponto de vista da Ciência também não importa se foram "pensadores científicos" porque isso não faz o menor sentido.
Não conheço o "ponto de vista da ciência". Nunca pude conversar com ela para perguntar. Tem gente que diz que fala com ela e até ouve respostas... No caso de deuses, chega-se a dizer que ouvir respostas já alcança o nível psiquiátrico. Eu não quero mesmo isso para mim. Então, considero que o que não faz o menor sentido é falar em "ponto de vista da ciência". Eu tenho "ponto de vista" e máquinas humanas, normalmente, manifestam-se com isso. Abstrações, desconheço.

O ponto de vista da Ciência é uma forma de se referir ao consenso da comunidade científica. O seu ponto de vista, enquanto especulação, não interessa, pois como já disse, a Ciência é impessoal e exigente.

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Citação de: Gigaview em 23 de Dezembro de 2012, 01:35:17
O "pensamento científico", enquanto na mente do pensador, é pessoal, sujeito a uma rigorosidade baseada em métodos pessoais e por definição inacessíveis mas, quando o pensamento é exteriorizado, se vê sujeito ao rigor do pensamento crítico de outros pensadores e deve se submeter à metodologia científica para se integrar ou não ao corpo de conhecimentos da Ciência.
Você está meio confuso mesmo, não só lá no início, especialmente aqui, o que é normal para quem quer sustentar tal idealismo de impessoalidade externa à máquina humana como resultado de uma construção abstrata... ...dela própria! Não precisava (e não devia, pelo bem da tentativa malfadada de sobrevivência do seu próprio posicionamento) mencionar o "rigor do pensamento crítico de outros pensadores". Para você e todos que creem em sua doutrina, a "metodologia científica" é produto disso, de "rigor coletivo dos pares timbrados" e, o pior de tudo, com expoentes clássicos. Então, o "e" podia ser dispensado junto com uma das orações pois, para você, são a mesma coisa. Para mim, só a realidade física é o rigor com competência para aferir qualquer pensamento.

Até agora você não citou argumento convincente algum para a sua crítica à impessoalidade da Ciência. Só ví blá blá blá.

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Só a realidade física é o rigor com competência para aferir qualquer pensamento?

Desde quando Cientista? Realidade física é ou tem rigor? Tem competência? Afere pesamento? Como? Por que? Está virando filósofo pós-moderno? Você está se referindo à realidade líquida? Pelamordedeus...

E você diz que estou confuso.... :histeria:

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Citação de: Gigaview em 23 de Dezembro de 2012, 01:35:17
Logo, o "pensamento científico" pode aceitar tudo que venha de si mesmo, o que faz do "pensador científico", em essência, apenas um filosofo.
Você pode tentar contestar a definição que dou de pensamento científico dentro do contexto dela, mas não criando outra definição. Ou não estaremos falando da mesma coisa. Primeiro, tente entender o que estou dizendo ou o que você disser não terá qualquer correspondência.

Não estou criando outra, apenas provando que a sua é totalmente desnecessária. Já existe o termo "filósofo", não é necessário ficar inventando "pensadores científicos".

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Citação de: Gigaview em 23 de Dezembro de 2012, 01:35:17
A Ciência é quem  'imuniza' contra acreditar em bobagens.
Ocorre que das muitas bobagens em que não acredito está a de que "a ciência" existe e possua 'propriedades imunizantes'. Entendo que o sitema imunitário é parte do organismo, que se expressa na reação dele ao meio. Fazer ciência é desacreditar, não resolver problemas. Esse o ponto de "confluência" a confundir a devida discriminação entre uma coisa e outra pois filosofia também não é resolver problemas não se podendo definir, assim, como inteligência, tal qual ciência. A diferença é, exatamente, o crer; ciência é descrer e filosofia é crer -- o próprio princípio da crença. Uma se instaura onde não existe a outra. E isso é apontável nos fatos históricos.

Um exemplo simples e objetivo do que estou dizendo é a engenhosidade (inteligência) invejável de tantos que se propuseram e se propõem, obstinadamente, a desenvolver dispositivos termodinâmico-contrariantes (motoperpétuo). Muitos inteligentíssimos, causam grande impressão pelos maquinismos que conseguem criar. Porém, nenhum método é capaz de extirpar desses a crença de que suas máquinas possam funcionar como desejam. Termodinâmica não auxilia no desenvolvimento direto de nenhuma máquina, apenas estabelece suas limitações; apenas delimita onde começa o não, onde não se pode mais crer, onde não há mais liberdade para se pensar o que se quiser. Um engenheiro pode ser treinado para se adequar a isso em projetos, mas só um pensador científico não acreditará em nada além.

Olha só o que você escreveu anteriormente:
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O pensamento científico é o tipo de pensamento que 'imuniza' contra acreditar em bobagens; é pensamento rigoroso demais, só isso; pensamento tão rigoroso que não aceita nada que venha de si mesmo, especialmente (d)a própria inteligência.

De onde você acha que vem essa imunização desse seu "pensamento científico"? E o rigor? Adivinha? :P

Agora você aparece com essa que "muitas bobagens em que não acredito está a de que "a ciência" existe e possua 'propriedades imunizantes'". Um pouco contraditório, né?

Até que você se decida qual frase expressa melhor o seu ponto de vista, me adianto dizendo que concordo em parte com a primeira, considerando a ressalva do uso desnecessário da expressão "pensamento científico"conforme já explicado.

 
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Citação de: Gigaview em 23 de Dezembro de 2012, 01:35:17
Portanto, na minha opinião, "pensadores inteligentes" podem pensar cientificamente como filósofos e ainda assim estão livres para acreditar em tudo que quiserem, incluindo bobagens.
Então você já está respondendo à sua própria pergunta? Como, mais abaixo, afirma que ela se mantém? Mais confuso e perdido ainda?

Você não entendeu. Apesar de admitir que podem acreditar em bobagens (isso é fato), gostaria de entender por que não respodem à imunidade do pensar cientificamente como filósofos apesar da inteligência?


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Citação de: Gigaview em 23 de Dezembro de 2012, 01:35:17
Por outro lado, "pensadores inteligentes" quando se EXPRESSAM cientificamente devem se submeter ao rigor da Ciência de do método científico.
Não existe "se expressar" cientificamente; só pensar e comportar-se cientificamente. Você pode manifestar sua opinião livre. Apenas não poderá mudar o fato de que isso que chama de ciência personificadamente é resultado de batalhas travadas por indivíduos isolados, não uma construção social homogênea e você incorre num patente paradoxo (e consequente associada falácia) ao querer conclamar um "método" como guia de alguma coisa pois todos os métodos possuem construtores pessoais e precisam de concordância, consenso, para serem homologados. São produtos humanos, não naturais (no sentido entendido como não humano). Não são melhores, genericamente, que as naturezas comportamentais cognitivas de cada um. Não há como fugir, dignamente, da realidade de que as pessoas são intrinsecamente diferentes. Há crentes e descrentes por natureza. E um pequeno punhado de indivíduos que carregou e carrega o resto da humanidade nas costas (ou 'ombros gigantes' para tanta carga...), frequentemente sendo açoitados pela própria carga que se beneficia do transporte sempre percebendo isso tarde demais. E nunca aprendendo...

Quando você escreve um paper sobre cosmologia para publicação numa revista indexada, por exemplo, você está se expressando cientificamente. Uma notícia na revista Superinteressante sobre o conteúdo do seu paper pode ser muito informativa mas pode estar numa linguagem de divulgação científica, sem a obrigatoriedade do rigor exigido para ser submetido à avaliação da comunidade científica. São públicos diferentes que exigem "linguagens" diferentes. O simples uso de uma notação simbólica matemática conhecida e aceita prova que existe o que podemos caracterizar como expressão científica.

Já disse que "pensar" cientificamente não contribui com nada, na medida que é um ato solitário, ou seja, pessoal, como já expliquei acima. Comportar-se cientificamente pode ter duplo sentido. Se a origem ou motivação do comportamento for o pensamento, caímos novamente na armadilha do pessoal. Isso me lembra os espíritas que se comportam cientificamente porque compartiham a ilusão de que o espiritismo é ciência. Mas, como disse, a Ciência é impessoal, então se o comportamento for disciplinado pelo rigor da metodologia científica, nesse caso, estamos de acordo.

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Offline Novag

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Re:Por que pessoas supostamente inteligentes acreditam em bobagens?
« Resposta #34 Online: 25 de Dezembro de 2012, 10:11:41 »
Senhores,

A verdade é que não há equívocos na ciência em si, mas sim na maneira de interpretá-la.
Você usa um determinado método para atingir um objetivo (vamos colocar aqui como sendo uma descoberta/conclusão). Desse método, ou você não extrai nada por estar errado, ou extrai a resposta certa, ou extrai uma resposta errada julgando ser a certa.
Nesses casos, a melhor maneira de avaliar se tua visão  é correta, seria fazê-la passar pelo corredor polonês[formado por pessoas imparciais]. Se muitos de derem socos ao invés de apoiá-lo, apenas existirá uma “maior probabilidade” de você estar errado.

Offline _tiago

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Re:Por que pessoas supostamente inteligentes acreditam em bobagens?
« Resposta #35 Online: 25 de Dezembro de 2012, 10:49:03 »
(...) Mas e quando as pessoas inteligentes usam argumentos não convincentes, insistem neles e tecem explicações irracionais? Por que pessoas supostamente inteligentes acreditam em bobagens?

Talvez porque pessoas inteligentes formam racionalizações mais elaboradas ao se convencerem de alguma crença.
Em geral, é um tanto difícil convencer pessoas, pois elas parecem mais preocupadas em convencer umas às outras do que simplesmente aprender o que as outras possam ter a lhes ensinar. Dessa forma, quanto mais inteligente uma pessoa, melhor ela se defende dos argumentos alheios.

Offline Moro

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Re:Por que pessoas supostamente inteligentes acreditam em bobagens?
« Resposta #36 Online: 25 de Dezembro de 2012, 14:05:19 »
Correção. Quanto mais ela se acha que é inteligente mais ela acha que se defendo dos argumentos alheios, muitas vezes passando apenas ridículo.
“If an ideology is peaceful, we will see its extremists and literalists as the most peaceful people on earth, that's called common sense.”

Faisal Saeed Al Mutar


"To claim that someone is not motivated by what they say is motivating them, means you know what motivates them better than they do."

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Offline Cientista

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Re:Por que pessoas supostamente inteligentes acreditam em bobagens?
« Resposta #37 Online: 25 de Dezembro de 2012, 14:21:50 »
Gigaview,

Eu já perguntei bem enfaticamente lá no início do meu segundo comentário: De que rigor e método está falando?

Lá naquele debate com o Adriano em que eu disse a ele "dá-lhes, Adriano!" eu já tinha deixado isso bem claro e o tempo que se desperdiça aqui remoendo repetições *já entendidas* é enorme. Comigo não vai funcionar isso, Gigaview. Não vai mais longe que aqui. Você não vai usar a verificação empírica para legitimar seu sonho filosofista para cima de mim. Ou esclarece do que está falando ou desista de tentar isso que não surte efeito comigo.

...Peraí!

A coisa tá muito mais falaciosa que, à primeira vista, pude notar. Cometi o erro de começar essa resposta sem ler seu post inteiro. Eu vou dar a você um desconto, nem sei porque, e um tempo para se reler e repensar coisas que você postou para que eu não precise apontá-las. Também, só poderei voltar mais tarde, talvez.

Offline Gigaview

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Re:Por que pessoas supostamente inteligentes acreditam em bobagens?
« Resposta #38 Online: 25 de Dezembro de 2012, 14:28:54 »
Isso, leia, reflita e faça a si mesmo a pergunta do tópico diante de um espelho. :hihi:
Brandolini's Bullshit Asymmetry Principle: "The amount of effort necessary to refute bullshit is an order of magnitude bigger than to produce it".

Pavlov probably thought about feeding his dogs every time someone rang a bell.

Offline Buckaroo Banzai

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Re:Por que pessoas supostamente inteligentes acreditam em bobagens?
« Resposta #39 Online: 25 de Dezembro de 2012, 14:50:32 »
Correção. Quanto mais ela se acha que é inteligente mais ela acha que se defendo dos argumentos alheios, muitas vezes passando apenas ridículo.

Tanto "acha que" quanto de fato "defende", coisas reais podem ser defendidas com raciocínios pobres e coisas falsas podem ser também criticadas com raciocínios pobres, e logo expondo essas falhas pode se ter defesas relativamente "boas" de bobagens.





O livro do Gazzaniga que estou a ler faz parecer que o lado esquerdo interprete do mundo e das coisas que nos ocorrem, é apenas um construtor de justificativas que nos sustentam principalmente emocionalmente ao justificar nossos atos perante o mundo e o mundo perante nossos atos. Ao que parece, essa coisinha é, principalmente, um gerador de crenças, pelo simples fato de ser necessário eu crer no que, afinal, eu me conto.

Há o relato ali de experimentos diversos com split brain patients os quais, sem conseguir entender o que haviam visto ou sentido, fabulavam com alguma convicção os sentimentos ou desenhos que produziam. Um exemplo simples da fabulação é apresentado pelo autor e por aqui já comentei. Ao caminhar pelo mato, um barulho na grama faz com que eu me afaste da origem do ruído. Se perguntado, talvez me ocorra a lembrança de cobras e se estiver eu andando num lugar onde sei haver cobras, será essa a resposta. Contudo, na realidade, toda essa análise é demorada. Mais rápido e “evolutivamente aceitável” é simplesmente reconhecer o padrão de ameaça: barulho rasteiro, próximo: melhor me afastar. A ideia de cobra, a memória dela, surge instantes depois. Mas é a história que me convence e na qual eu acredito.

PS: no momento estou um tanto bebum, não sei se me expressei corretamente. Boas festas a todos!

Eu não sei se crenças religiosas realmente têm muito em comum em suas bases neurológicas com reflexos de defesa, ou mesmo eventuais justificativas posteriores para um reflexo (desconfio que não tem nada a ver), mas acho que o lado sentimental é comumente algo mais importante do que o racional nesse tipo de coisa. Acho que o texto que o Gigabyte postou na primeira página tinha algo com isso, e também mencionaram essa postura que algumas vezes é explicitamente "prefiro acreditar".

Ou seja, no que concerne a dissuadir as pessoas de bobagens, muitas vezes deve ser necessário um apelo emocional para "competir" com aquele que motiva a sustentação da crença.


Algo relacionado:

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Emergency Handbook: What to Do When a Friend Loves Woo
How you can help a friend or loved one with a potentially harmful pseudoscientific belief

It's the #1 most common question I get: My wife, my friend, my mom, my boss, is investing their health or their money in some magical or fraudulent product/scheme/belief. What can I do about it? [...]

Strategy #2: The Intervention

Sometimes the situation is urgent and you don't have time to do things the easy way. There might be a medical crisis, an emotional crisis, or a financial crisis, and an immediate intervention is needed. Sometimes a friend's situation is dire enough that helping him is worth the loss of the personal relationship. In these cases, and probably only in these cases, would I suggest a confrontational approach. And to do this effectively, draw on the established principals of the counseling intervention.

First you want to gather a group of friends or family, and you need to meet with them separately. Try to get a group, but even if there are only two of you, it's worlds better than just you by yourself. Your next task is to present your evidence to the group that the magical system your friend is relying on is pseudoscientific and cannot help him. Do not expect them to accept what you say at face value, and do expect that some of them might buy into the magical system as well. Be prepared. Show your work. Print out pages from the web. Use the Science Based Medicine blog, use Skeptoid, use Quackwatch, use Swift. Search the best sources and have all your ducks in a row. The most important thing you need to do at this stage is to be certain that everyone in the group is united in their understanding of the useless, pseudoscientific nature of the magical sacred cow.

[...]

http://skeptoid.com/episodes/4187

Offline Cientista

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Re:Por que pessoas supostamente inteligentes acreditam em bobagens?
« Resposta #40 Online: 25 de Dezembro de 2012, 20:06:18 »
Por amor do inexistente "aniversariante do dia"!

Putz! Cáspite! Santo!

Eu tento dar chance. A prova tá ali em cima! Mas não adianta. Vou ter que apontar e desenhar.

Também, não adiantaria eu me fazer tal "pergunta", coisa totalmente desprovida de sentido, diante de um espelho (para mim mesmo?) porque sou burro, não tenho inteligência (meu QI só está acima de 140). E, não obstante tudo isso, não creio em bobagens porque minha máquina cognitiva é provida da funcionalidade do pensamento científico.

Se tudo isso é uma tentativa de brincadeirinha sua, vai sair queimado disso.

Offline Cientista

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Re:Por que pessoas supostamente inteligentes acreditam em bobagens?
« Resposta #41 Online: 25 de Dezembro de 2012, 20:09:17 »
Correção. Quanto mais ela se acha que é inteligente mais ela acha que se defendo dos argumentos alheios, muitas vezes passando apenas ridículo.
Também não precisa ajudar a massacrar mais ainda o Gigaview porque o que eu, lamentavelmente, estou sendo forçado a fazer, já vai ser mais que suficiente.

Offline Moro

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Re:Por que pessoas supostamente inteligentes acreditam em bobagens?
« Resposta #42 Online: 25 de Dezembro de 2012, 21:17:02 »
Cientista, não estava pensando de maneira alguma no Giga ao fazer esse comentario. O Giga é daqueles raros foristas que conseguem mudar de opinião em um debate e não apenas tem certeza que está sempre correto.
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Offline Gigaview

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Re:Por que pessoas supostamente inteligentes acreditam em bobagens?
« Resposta #43 Online: 25 de Dezembro de 2012, 21:18:03 »
Antes de me massacrar, faça o favor de explicar essa frase abaixo:

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Só a realidade física é o rigor com competência para aferir qualquer pensamento.

« Última modificação: 25 de Dezembro de 2012, 21:27:07 por Gigaview »
Brandolini's Bullshit Asymmetry Principle: "The amount of effort necessary to refute bullshit is an order of magnitude bigger than to produce it".

Pavlov probably thought about feeding his dogs every time someone rang a bell.

Offline Gigaview

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Re:Por que pessoas supostamente inteligentes acreditam em bobagens?
« Resposta #44 Online: 25 de Dezembro de 2012, 21:25:15 »
Cientista, não estava pensando de maneira alguma no Giga ao fazer esse comentario. O Giga é daqueles raros foristas que conseguem mudar de opinião em um debate e não apenas tem certeza que está sempre correto.

Exato. Minha vontade de aprender está acima da minha vaidade. Mudo de opinião numa boa e não tenho problema algum em aceitar que estava errado. Nesse ponto, orgulho zero.

Mas não mudo a minha opinião baseado em farofa.
Brandolini's Bullshit Asymmetry Principle: "The amount of effort necessary to refute bullshit is an order of magnitude bigger than to produce it".

Pavlov probably thought about feeding his dogs every time someone rang a bell.

Offline Gigaview

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Re:Por que pessoas supostamente inteligentes acreditam em bobagens?
« Resposta #45 Online: 25 de Dezembro de 2012, 21:36:26 »
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Acho que o texto que o Gigabyte postou na primeira página...

Pô Buck, Gigabyte foi numa vida passada. Nesta reencarnei como Gigaview ou Giga para os íntimos.
Brandolini's Bullshit Asymmetry Principle: "The amount of effort necessary to refute bullshit is an order of magnitude bigger than to produce it".

Pavlov probably thought about feeding his dogs every time someone rang a bell.

Offline Cientista

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Re:Por que pessoas supostamente inteligentes acreditam em bobagens?
« Resposta #46 Online: 25 de Dezembro de 2012, 22:52:03 »
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Citação de: Gigaview em 23 de Dezembro de 2012, 01:35:17
A Ciência é impessoal.
Isso é muito bonito de se dizer. Mas realidade não é necessariamente bonita e ciência está aquém de atributos de pessoalidade sendo tão "impessoal" quanto qualquer outra religião. No máximo, tais atributos são aplicáveis a humanos ilusórios. Quando se tenta transferir responsabilidades para qualquer coisa externa que não seja a estritamente objetiva realidade natural, se está em processo religioso. Essa "ciência" de que você fala aqui é só construção abstrata humana, assim como o islamismo e o catolicismo e está distorcida com as mesmas características do criador. Ciência so acerta mais porque seus criadores acertam mais.
Totalmente equivocado, porque a Ciência não é dogmática. É uma construção abstrata humana, mas dotada de rigor que não permite versões pessoais e logo não cabe a figura do criador, cujas características poderiam distorce-las. O rigor tem origem no seu método.
Você está apenas redundando, ao dizer que "Ciência (com C maiúsculo!) não é dogmática" em relação a ser impessoal, como antes. Se eu estivesse equivocado agora, bastava dizer apenas isso e não um "porque a Ciência não é dogmática". Não está apresentando nenhuma justificativa nova para sua mesma afirmação. E eu não vou querer repetir de novo que isso é muito bonito de se dizer...

Pura falácia recursiva até agora.

A tal "Ciência" que é construção abstrata humana, o único "rigor" de que ela é dotada é o autoritário.




 
Não vejo muito sentido na frase em que você afirma que a Ciência acerta mais porque seus criadores acertam mais. Acerta o que? Pelos criadores de "certezas"?  :?
Não vê "muito" sentido? Não deveria ver nenhum sentido, a pensar como pensa. Mas vou te mostrar como a tal "Ciência" em que você acredita mais *agora* (se é que é mesmo isso) acerta mais; o que quero dizer com isso. Quando você acredita(va?) nas fantasias espiritistas, seu crédito é(ra?) para elas; quando a tal "Ciência" se mostra mais validada, seu crédito vai para ela. É uma escolha pessoal e muitos se recusam a fazê-la. Entretanto, como todo crente que abraça uma religião, você também acredita que a sua é infalível. Eu apenas digo que os pensadores científicos acertam mais porque são máquinas mais eficazes nisso, tanto quanto alguns são mais eficazes em correr que outros, ou acertar alvos, etc.

O que acerta??? Não é possível uma pergunta dessas... É real?! Acerta o que se mostra na história, as hipóteses dos pensadores científicos em confronto com as dos mágicos. Do que mais você poderia achar que eu estaria falando?!

Por fim, aqui, de que "criadores de certezas" você esta falando? Isso encerra a intenção de conectar alguma relação com alguma coisa que eu tenha dito? Apelação desesperada já tão rápido? Ou total alheiamento ao que estou dizendo?





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Citação de: Gigaview em 23 de Dezembro de 2012, 01:35:17
Não importa se Einstein gostava de fumar cachimbo, se Newton estava interessado no diâmetro do inferno, ou se Stephen Hawking nasceu exatamente 300 anos após a morte de Galileu.
É... Esse é o mesmo argumento sistemático de sempre. Só o que importava é o que esses indivíduos tinham de diferente (o Stephen ainda está vivo, ou não?). Bilhões devem ter fumado cachimbo e/ou coisas mais desabonadoras em termos de inteligência em qualquer contexto informacional temporal. Mais ainda devem ter se detido em questões infernais com objetividade (matemática!). Entretanto, só houve um Newton e um Einstein em meio a um grupelho de pares. Não importa o quanto de limitações e falhas possamos apontar em tais máquinas, o que elas fizeram demandou descrenças sistemáticas e específicas.
O meu comentário veio a propósito do seu questionamento:

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Ainda, mesmo este sentido de inteligência deve ser entendido como componível de um somatório de partes independentes, como no caso, já posto em tópico passado por aqui, da discussão de se fumantes são mais, tanto ou menos inteligentes que não fumantes. Não é a questão de simplesmente um fumante ser tão capaz de resolver equações difíceis quanto um não fumante, se ele é ou não capaz de realizações intelectuais como integrar por substituição trigonométrica desenvoltamente com os três pés na nuca assoviando e chupando cana simultaneamente tendo que ouvir so love so love sabe tchururu e aiaiseutepego ao mesmo tempo tudo a 90 dB; se ele tira um escore de 500 de QI... Um fumante fuma. Isso é inteligente?

Voltando...As descrenças eram sistemáticas e específicas. Percebe alguma rigorosidade nisso? O que orientava essas descrenças? Essa orientação era pessoal?
Orientava??? Sinais de resíduos espiritistas em você? Você alguma vez observa como me refiro a seres humanos? Presta bem detidamente atenção? MÁQUINAS! No mais estrito e mecanicista sentido. Se você ainda vê máquinas humanas como mais que isso, então não haverá concordância entre nós porque qualquer coisa que passe disso é visão espiritualista e eu não acato isso.

Essa "orientação" é só parâmetro funcional da máquina. E eu já disse muito bem que descrevê-lo rigorosamente está por vir. Entretanto, a observação comportamental das máquinas é clara: umas funcionam crentemente, outras não. Ou você vai acreditar que figuras tão antigas quanto Demócrito de Abdera não acreditavam nas mesmas fantasias em que seus comtemporâneos acreditavam por causa da "moderna metodologia científica"?

Então, é claro que percebo "rigosidade nisso". Já falei dela. É intrínseca à máquina.

Não é possível que você já não saiba como penso e me pergunte coisas assim sem já saber as respostas. Você pode acreditar no poder do culturismo, se quiser, mas eu não acredito. Ninguém nem nada "orienta" ninguém para nada. Cada máquina funciona de forma própria. E a dispersão de características é enorme na espécie humana, nesse aspecto especialmente, entre tantos outros.

Além do mais, eu esperava algo mais de você. Falando de Newton e até mesmo de Einstein, de que "orientação metodológica" você estaria falando? Francamente... Qual era o "método" da época de Newton? Ele mesmo escreveu um rudimento de um na segunda edição dos principia, por pressão dos que o acusavam de ter escrito uma obra por demais materialista, sendo forçado a incluir um escólio religioso na obra, coisa a que não era afeito, por sua cientificidade inerente.





O método científico é a resposta e só consegue manter seu valor devido à impessoalidade, o que faz funcionar a Ciência, a despeito de todas as falhas e diferenças de quem se dedica a praticá-lo.
(Eu já entendi sua crença; não é necessário pregá-la constantemente para mim e nem mesmo efetivo será por mais bonito que te pareça proferir tais palavras.)

É resposta para você que o pôs em substituição a crenças pessoais como o espiritismo. Eu nunca precisei dele para não acreditar em bobagens. Para mim, ele não serve de resposta para nada. Além do que, como eu já disse, acreditar nele é só mais uma bobagem em que se acreditar.

Isso me lembrou um pobre coitado, certa vez, que me convidou para ir à igreja dele. Me disse que ele já tinha feito coisas terríveis na vida, até assaltado além de beber, consumir drogas ilícitas e realizar outros belos feitos sociais e a igreja o salvou de tudo. Eu disse a ele: Mas eu nunca fiz nada disso aí que você já fez; para efeitos práticos, sou um santo, cara. Então, ele: "mas também você pode ir pelo amor, se não pela dor". Então, eu: Mas quando digo que sou praticamente um santo, não interprete mal e exageradamente, não tenho nenhum amor no coração, cara. Eu não tenho problemas, cara, não preciso da sua igreja para nada. Eu sei que você não me entende. Mas não se preocupe, eu entendo você um pouco.

Esse pobre sujeito acredita que o mundo só funciona harmoniosamente por causa do deus e dos preceitos religiosos dele, assim como você acredita na sua filosofia de um método divino infalível acima de qualquer contestação sem o qual não pode haver rigor científico.

Eu não preciso de "método científico" para nada; não desse "método" que você tenta empurrar aqui sob a égide da verificação/indução. A propósito, vai responder, sem evasivas, de que "método" está falando?





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Citação de: Gigaview em 23 de Dezembro de 2012, 01:35:17
Todos eles foram "pensadores inteligentes" mas do ponto de vista da Ciência também não importa se foram "pensadores científicos" porque isso não faz o menor sentido.
Não conheço o "ponto de vista da ciência". Nunca pude conversar com ela para perguntar. Tem gente que diz que fala com ela e até ouve respostas... No caso de deuses, chega-se a dizer que ouvir respostas já alcança o nível psiquiátrico. Eu não quero mesmo isso para mim. Então, considero que o que não faz o menor sentido é falar em "ponto de vista da ciência". Eu tenho "ponto de vista" e máquinas humanas, normalmente, manifestam-se com isso. Abstrações, desconheço.
O ponto de vista da Ciência é uma forma de se referir ao consenso da comunidade científica.
É... Sei... Uma forma de se referir ao discernimento pessoal de pessoas. Você, certamente, não vai incorrer em tautologia do tipo falaciosa aqui... Não é mesmo, Gigaview?

Precisarei desenhar mais que isso?

(Este aqui é ponto crítico. Não tente se evadir dele porque já não estou mais tolerando esse tipo de coisa de tantos aqui se esquivarem de mim me demonizando. Se tentar fugir daqui, vou atrás de você.)





O seu ponto de vista, enquanto especulação, não interessa, pois como já disse, a Ciência é impessoal e exigente.
É... Sei... A "Ciência", isto é, o "consenso da comunidade".

É... A tal "Ciência" foi muito exigente com Alfred Wegener, Boltzmann e Christofilos, para citar exemplos mais recentes, já adentrado a "maravilhosa época moderna do divino método infalível acima de contestação". Estúpida de tão "exigente". Mas era "o ponto de vista da rigorosidade"... Wegener morreu e levaram 40 anos para reconhecer, não que ele estava certo, mas que as evidências físicas já eram muito mais que suficientes já antes da época dele. Infelizmente, a "comunidade" sacerdotal é obtusa demais para reconhecer fatos banais pois suas crenças pessoais fazem necessária uma quantidade muito maior de evidências empíricas que o realmente necessário.

Vá dizer a eles, você, que gosta tanto da comunicação espiritual (e leva a coisa mesmo a sério pelo que se percebe aqui), que o "ponto de vista deles não interessa", "enquanto especulação".

Foram todos comprovados empiricamente, como só pode ser. Infelizmente, a comprovação empírica já era muito clara e suficiente muito antes, mas a "rigorosidade" da "comunidade" é um filtro "muito muito bom"; para atravancar o desenvolvimento.





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Citação de: Gigaview em 23 de Dezembro de 2012, 01:35:17
O "pensamento científico", enquanto na mente do pensador, é pessoal, sujeito a uma rigorosidade baseada em métodos pessoais e por definição inacessíveis mas, quando o pensamento é exteriorizado, se vê sujeito ao rigor do pensamento crítico de outros pensadores e deve se submeter à metodologia científica para se integrar ou não ao corpo de conhecimentos da Ciência.
Você está meio confuso mesmo, não só lá no início, especialmente aqui, o que é normal para quem quer sustentar tal idealismo de impessoalidade externa à máquina humana como resultado de uma construção abstrata... ...dela própria! Não precisava (e não devia, pelo bem da tentativa malfadada de sobrevivência do seu próprio posicionamento) mencionar o "rigor do pensamento crítico de outros pensadores". Para você e todos que creem em sua doutrina, a "metodologia científica" é produto disso, de "rigor coletivo dos pares timbrados" e, o pior de tudo, com expoentes clássicos. Então, o "e" podia ser dispensado junto com uma das orações pois, para você, são a mesma coisa. Para mim, só a realidade física é o rigor com competência para aferir qualquer pensamento.
Até agora você não citou argumento convincente algum para a sua crítica à impessoalidade da Ciência. Só ví blá blá blá.
Que engraçado... Eu não vi sequer argumento seu, quanto mais convincente, para dar respaldo a essa sua "bela afirmação". Só vi, como vocês gostam de dizer, quando não têm argumentos, blá, blá, blá. Eu não aprecio dizer isso porque argumento, como prática. Mas o que recebo...

Eu nem tentei criticar a "impessoalidade da Ciência" porque não é possível criticar o que não existe. Você primeiro precisa apresentar suas divindades para o crivo. Depois, talvez, eu possa criticá-las.





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Só a realidade física é o rigor com competência para aferir qualquer pensamento?

Desde quando Cientista? Realidade física é ou tem rigor? Tem competência? Afere pesamento? Como? Por que? Está virando filósofo pós-moderno? Você está se referindo à realidade líquida? Pelamordedeus...
Você...    está...  realmente falando sério?!!!!!! Não é uma daquelas coisas..., como vocês dizem..., de "Poe"?

Isso aqui não pode ser sério! É grave demais se for. Eu até posso ser complacente e entender que você deseje tão ardentemente uma metodologia mágica que possa aferir hipóteses sem teste físico que até sonhe mesmo que ela exista, mas afirmar que teste físico não é rigoroso, que realidade não é rigorosa?! Quem é você, afinal?





E você diz que estou confuso.... :histeria:
É, realmente, eu errei feio. A coisa parece bem pior que isso... Tenho que concordar.





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Citação de: Gigaview em 23 de Dezembro de 2012, 01:35:17
Logo, o "pensamento científico" pode aceitar tudo que venha de si mesmo, o que faz do "pensador científico", em essência, apenas um filosofo.
Você pode tentar contestar a definição que dou de pensamento científico dentro do contexto dela, mas não criando outra definição. Ou não estaremos falando da mesma coisa. Primeiro, tente entender o que estou dizendo ou o que você disser não terá qualquer correspondência.
Não estou criando outra, apenas provando que a sua é totalmente desnecessária. Já existe o termo "filósofo", não é necessário ficar inventando "pensadores científicos".
Está provando? E onde está a prova?





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Citação de: Gigaview em 23 de Dezembro de 2012, 01:35:17
A Ciência é quem  'imuniza' contra acreditar em bobagens.
Ocorre que das muitas bobagens em que não acredito está a de que "a ciência" existe e possua 'propriedades imunizantes'. Entendo que o sitema imunitário é parte do organismo, que se expressa na reação dele ao meio. Fazer ciência é desacreditar, não resolver problemas. Esse o ponto de "confluência" a confundir a devida discriminação entre uma coisa e outra pois filosofia também não é resolver problemas não se podendo definir, assim, como inteligência, tal qual ciência. A diferença é, exatamente, o crer; ciência é descrer e filosofia é crer -- o próprio princípio da crença. Uma se instaura onde não existe a outra. E isso é apontável nos fatos históricos.

Um exemplo simples e objetivo do que estou dizendo é a engenhosidade (inteligência) invejável de tantos que se propuseram e se propõem, obstinadamente, a desenvolver dispositivos termodinâmico-contrariantes (motoperpétuo). Muitos inteligentíssimos, causam grande impressão pelos maquinismos que conseguem criar. Porém, nenhum método é capaz de extirpar desses a crença de que suas máquinas possam funcionar como desejam. Termodinâmica não auxilia no desenvolvimento direto de nenhuma máquina, apenas estabelece suas limitações; apenas delimita onde começa o não, onde não se pode mais crer, onde não há mais liberdade para se pensar o que se quiser. Um engenheiro pode ser treinado para se adequar a isso em projetos, mas só um pensador científico não acreditará em nada além.

Olha só o que você escreveu anteriormente:
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O pensamento científico é o tipo de pensamento que 'imuniza' contra acreditar em bobagens; é pensamento rigoroso demais, só isso; pensamento tão rigoroso que não aceita nada que venha de si mesmo, especialmente (d)a própria inteligência.

De onde você acha que vem essa imunização desse seu "pensamento científico"? E o rigor? Adivinha? :P

Agora você aparece com essa que "muitas bobagens em que não acredito está a de que "a ciência" existe e possua 'propriedades imunizantes'". Um pouco contraditório, né?
Olha, Gigaview, estou realmente surpreso com você. Como você me passou despercebido dessa forma?...   Eu esperava um pouco mais; bem mais, até. Ainda estou considerando a possibilidade lamentável de pura fanfarra, o que é deplorável.

...Como isso aqui tem leitores outros vamos lá abordar esse absurdo..., onde estaria a contradição? Você está tão enredado em sua crença que não consegue perceber, ao menos, que eu não creio no que você crê. Tão inocente parece sua pergunta. Adivinhar o que, rapaz? Há máquinas humanas que não precisam do seu deus metodológico para terem "moral" não, rapaz! Você não consegue nem mesmo conceber uma coisa dessas, não é mesmo? Se você não consegue enxergar que o que elas produzem é compatível com a realidade esse problema é seu e é todo o problema, QUE NÃO TEM SOLUÇÃO MÁGICA. A solução vem apenas com a prova empírica, física, nada mais. Não existe método para honestidade intelectual, rapaz. Acho que isso fica muito bem evidente.
« Última modificação: 25 de Dezembro de 2012, 23:03:14 por Cientista »

Offline Cientista

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Re:Por que pessoas supostamente inteligentes acreditam em bobagens?
« Resposta #47 Online: 25 de Dezembro de 2012, 23:07:33 »
Até que você se decida qual frase expressa melhor o seu ponto de vista, me adianto dizendo que concordo em parte com a primeira, considerando a ressalva do uso desnecessário da expressão "pensamento científico"conforme já explicado.
As duas expressam a realidade, sem contradição alguma.



 
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Citação de: Gigaview em 23 de Dezembro de 2012, 01:35:17
Portanto, na minha opinião, "pensadores inteligentes" podem pensar cientificamente como filósofos e ainda assim estão livres para acreditar em tudo que quiserem, incluindo bobagens.
Então você já está respondendo à sua própria pergunta? Como, mais abaixo, afirma que ela se mantém? Mais confuso e perdido ainda?
Você não entendeu.
[/quote]
Não entendi antes e entendi menos ainda agora. Você está se confundindo cada vez mais.





Apesar de admitir que podem acreditar em bobagens (isso é fato),
"Fato" comprovado pelo que? Declarações pessoais? Mas, antes, que "fato"?!





gostaria de entender por que não respodem à imunidade do pensar cientificamente como filósofos apesar da inteligência?
"Pensar cientificamente como filósofos"... Só por aqui encontro dessas pérolas...

Desejo que consiga descobrir a resposta para...  seja lá o que for que esteja tentando perguntar.





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Citação de: Gigaview em 23 de Dezembro de 2012, 01:35:17
Por outro lado, "pensadores inteligentes" quando se EXPRESSAM cientificamente devem se submeter ao rigor da Ciência de do método científico.
Não existe "se expressar" cientificamente; só pensar e comportar-se cientificamente. Você pode manifestar sua opinião livre. Apenas não poderá mudar o fato de que isso que chama de ciência personificadamente é resultado de batalhas travadas por indivíduos isolados, não uma construção social homogênea e você incorre num patente paradoxo (e consequente associada falácia) ao querer conclamar um "método" como guia de alguma coisa pois todos os métodos possuem construtores pessoais e precisam de concordância, consenso, para serem homologados. São produtos humanos, não naturais (no sentido entendido como não humano). Não são melhores, genericamente, que as naturezas comportamentais cognitivas de cada um. Não há como fugir, dignamente, da realidade de que as pessoas são intrinsecamente diferentes. Há crentes e descrentes por natureza. E um pequeno punhado de indivíduos que carregou e carrega o resto da humanidade nas costas (ou 'ombros gigantes' para tanta carga...), frequentemente sendo açoitados pela própria carga que se beneficia do transporte sempre percebendo isso tarde demais. E nunca aprendendo...
Quando você escreve um paper sobre cosmologia para publicação numa revista indexada, por exemplo, você está se expressando cientificamente. Uma notícia na revista Superinteressante sobre o conteúdo do seu paper pode ser muito informativa mas pode estar numa linguagem de divulgação científica, sem a obrigatoriedade do rigor exigido para ser submetido à avaliação da comunidade científica. São públicos diferentes que exigem "linguagens" diferentes. O simples uso de uma notação simbólica matemática conhecida e aceita prova que existe o que podemos caracterizar como expressão científica.
Obviamente, não é disso que falei. Não falo de nomenclatura. Não é expressar-se numa dada linguagem. Eu substituo expressar-se por comportar-se justamente porque o comportamento mostra-se independentemente da linguagem e evidencía-se nos resultados. Não é da capacidade de se submeter a uma casta sacerdotal de forma cerimoniosa o de que estou falando. Do contrário, você cometeria o patente absurdo de dizer que alguém como Faraday não era uma cientista, quando Maxwell o reconhecia e se curvava a ele, só nomenclaturizando matematicamente os trabalhos de Faraday. Fundamentalmente, foi da união com Faraday que nasceu o trabalho de Maxwell. É de comportamentos como o de Faraday que falo. Você deve conhecer bem Faraday, dedicando-se tanto ao seu espiritismo, e saber como ele não acreditava em bobagens, como era rigoroso. Qual era o contexto metodológico em que ele vivia mesmo?






Já disse que "pensar" cientificamente não contribui com nada, na medida que é um ato solitário, ou seja, pessoal, como já expliquei acima.
Já explicou onde, que não vi? Eu me interessaria muito por uma tão extraordinária explicação que pudesse reverter o sentido de uma realidade tão patente quanto a de que pensar cientificamente contribui com tudo. E é ato bastante solitário mesmo, pessoal e intransferível, embora compartilhável e integrável com outros pensadores do tipo.





Comportar-se cientificamente pode ter duplo sentido. Se a origem ou motivação do comportamento for o pensamento, caímos novamente na armadilha do pessoal.
Não entendi, rigorosamente, nada do que disse aqui, se é que tentou dizer alguma coisa para mim.

Se minimamente, eu estiver vislumbrando alguma coisa dessa sua tentativa, se tanto, de expressar algo que faça sentido, a "armadilha pessoal" é naturalmente intransponível. As máquinas humanas são diferentes; umas são muito mais eficazes para reconhecer e se adaptar à realidade que outras. E são essas que fazem ciência, nada mais. Não adianta recorrer a recursos mágicos para fugir da "armadilha pessoal" porque ela é parte da realidade de que não se pode fugir.






Isso me lembra os espíritas que se comportam cientificamente porque compartiham a ilusão de que o espiritismo é ciência.
Estou pensando que lembra você mesmo. Mas você não está se comportando cientificamente...

Tentam usar jargão científico, o que não é o mesmo que comportar-se cientificamente. Continua confuso.






Mas, como disse, a Ciência é impessoal,
É, já disse e mais de uma vez já pregou isso. Só não demonstrou como.






então se o comportamento for disciplinado pelo rigor da metodologia científica, nesse caso, estamos de acordo.
Claro, disciplinado = doutrinado pela...  de que "metodologia" está falando? Já respondeu? Verificação empírica? Ou consenso de filósofos senhores da verdade?

Offline Gigaview

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Re:Por que pessoas supostamente inteligentes acreditam em bobagens?
« Resposta #48 Online: 25 de Dezembro de 2012, 23:16:02 »
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Só a realidade física é o rigor com competência para aferir qualquer pensamento.

Vai explicar a frase ou ficar esperneando? Até agora só variações da mesma farofa de sempre.
Brandolini's Bullshit Asymmetry Principle: "The amount of effort necessary to refute bullshit is an order of magnitude bigger than to produce it".

Pavlov probably thought about feeding his dogs every time someone rang a bell.

Offline Cientista

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Re:Por que pessoas supostamente inteligentes acreditam em bobagens?
« Resposta #49 Online: 25 de Dezembro de 2012, 23:21:38 »
Explicar o que, Gigaview? Que brincadeira é essa? Acha que estou aqui para piadas? Só vi "farofa" de você, até agora.

 

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