E o que seriam, antes de mais nada, "pessoas supostamente inteligentes"? Há definição livre de interpretações livres para isso? HÁ! Mas não a que parece se mostrar subentendida aqui.
De qualquer forma, vou lá...
Porque desacreditar não é subatributo de inteligência ou está em seus processos de originação? O pensamento científico (processo comportamental da máquina pensadora científica) é que fundamenta-se na descrença (comportamento descrente da máquina) e/ou a funda, tanto faz. Antes de estender um pouco mais, um comentário sobre uma postagem...
(Não vou citá-lo inteiro sendo tão longo; refiro=me ao comentário 4 --resposta 4-- do forista Gigaview.)
Tirando a besteira ápice da comparação com Janus e uma lamentável série de desvios de objetividade mais profusamente encontrados no texto, de conteúdo majoritariamente especulativo em bases sem fundamento e sentido, há princípios proveitosos, pontos de aproximação com a realidade. É isto que, minimamente, deveria ser posto no tópico sobre moralidade onde a forista Laura despejou um trio de bobagens catadas a esmo na rede e me querendo fazer desperdiçar precioso tempo. Sugiro esta leitura. Vale o tempo.
...Voltando.
Inteligência não é 'racionalidade' (falo da racionalidade ora associada à ideia de ceticismo, ora a outras ideias mais especificamente ligadas à descrença -- em bobagens quaisquer, sem fundamento e sentido). Não há mais espaço para esse tipo de interpretação. Pensadores científicos não são o mesmo que pensadores inteligentes; eu já disse trocentas vezes isso aqui. Já podemos, com muitíssima propriedade, falar em sistemas (não humanos) inteligentes e é muito bem e claramente entendido o que isso representa -- a capacidade desses sistemas de resolver problemas específicos por processos específicos.
Ainda, mesmo este sentido de inteligência deve ser entendido como componível de um somatório de partes independentes, como no caso, já posto em tópico passado por aqui, da discussão de se fumantes são mais, tanto ou menos inteligentes que não fumantes. Não é a questão de simplesmente um fumante ser tão capaz de resolver equações difíceis quanto um não fumante, se ele é ou não capaz de realizações intelectuais como integrar por substituição trigonométrica desenvoltamente com os três pés na nuca assoviando e chupando cana simultaneamente tendo que ouvir so love so love sabe tchururu e aiaiseutepego ao mesmo tempo tudo a 90 dB; se ele tira um escore de 500 de QI... Um fumante fuma. Isso é inteligente? Se for, ele é mais inteligente que o outro que só sabe resolver a equação e proceder a todas as peripécias acima tão bem quanto ele mas não fuma. Se não é inteligente fumar, o fumante é mais burro que o não fumante. (Entendo, pessoalmente, claramente que fumar é burrice e qualquer tentativa argumentativa em contrário necessariamente recursará a artifícios sofistas falaciosos.)
Não há motivo para insistir em filosofar aqui (nunca há, de fato, em circunstância alguma, mas... fazer o que?). Pessoas inteligentes não são necessariamente intrinsecamente científicas. O pensamento científico é o tipo de pensamento que 'imuniza' contra acreditar em bobagens; é pensamento rigoroso demais, só isso; pensamento tão rigoroso que não aceita nada que venha de si mesmo, especialmente (d)a própria inteligência. Máquinas inteligentes são até bastante comuns; máquinas pensadoras do tipo científico são bem mais raras; máquinas com as duas características são gênios científicos. Por que tais máquinas são assim? Ainda está para haver elementos suficientes para entender/descrever isso de uma maneira que seja tecnologicamente aproveitável. Não obstante, tais máquinas SÃO assim, em suas variantes comportamentais; FATO.