Mas essa hipótese é oposta àquela que o famado defendeu. Existe alguma evidência de algo que pudesse ter originado a narrativa de um dilúvio bíblico não-copiado de Gigamesh?
Ok.
Então vamos analisar as proposições do forista famado:
Ainda sobre o dilúvio bíblico, o que vc acha?
1) Nunca existiu, não passa de fantasia;
2) Nunca existiu e foi copiado de alguma outra lenda da antiguidade;
3) Alguma coisa deve ter acontecido, posto que várias culturas da antiguidade e seus livros sagrados descrevem um evento semelhante;
4) Existiu e foi localizado, muito embora o texto diga que todos os montes da terra foram cobertos pela água e todos os animais expiraram;
5) Existiu e foi literalmente conforme descrito no Gênesis.
Se depreende que as proposições 1 e 2 são virtualmente iguais, porque ambas afirmam que o "dilúvio" é um mito, com a única diferença de que na primeira ele seria um mito originalmente judaico, ao passo que na segunda ele seria um mito copiado de uma cultura mais antiga, no caso a sumeriana.
A proposição 3 admite que houve um evento e deixa subentendido que este foi comum para várias culturas, mas não menciona as demais características do cataclisma bíblico.
A proposição 4 afirma que ele existiu mas, ao mesmo tempo, ela afirma que foi localizado. Ou seja, está em desacordo com a narrativa do texto bíblico.
A proposição 5 enfatiza que houve um evento exatamente como o narrado no texto do livro do Gênesis.
Pois bem, o que podemos afirmar com base na Geologia e na Paleontologia?
A proposição 5 já pode ser prontamente descartada porque:
a) Não há nenhum indício de uma mortandade em massa de animais e plantas com idade entre 4.000 e 10.000 anos.
b) Não há água na superfície (mesmo somando os três estados dela) em volume suficiente para cobrir o mais alto monte da Terra de então, seja ele o Everest, o K2 ou qualquer outro de altura próxima.
c) Mesmo que esteja correto o cálculo de que o manto contem um volume de água quatro vezes maior que o dos oceanos, ela estaria quase toda contida na estrutura dos chamados 'minerais hidratados'. Não há nenhum indício de que estes minerais tenham liberado a água para o manto e deste para a superfície.
A proposição 4 é, por si, uma 'contradição' porque afirma que 'o dilúvio existiu mas foi localizado', o que contrapõe a narrativa bíblica que o 'dilúvio' foi global.
A proposição 3 falha, pois não há evidências, ao insinuar que as diferentes narrativas sobre inundações de povos antigos tem como origem um evento singular. E falha novamente por causa dos argumentos aplicados para refutar a proposição 5.
As proposições 1 e 2 são as únicas que, simultaneamente, são plausíveis sob os auspícios da Ciência e que satisfazem a estrutura proposta pelo forista.
Respondendo resumidamente ao Buck: Não há nenhuma evidência geológica, na área geográfica histórica do povo judeu, que dê suporte à narrativa bíblica do dilúvio.