O deus judaico-cristão nasceu em 600AC, bem depois do que é defendido na bíblia. E existe um motivo para ele ser tão belicoso.
Os deuses mais importantes do panteão Cananita era El Elohim, Asherah e Baal. São deles os primeiros registros da religião cananita por volta de 1200AC*. Nada de Yaveh. O deus de Abraão era El Elohim em um contexto completamente panteista. Jacó, o terceiro patriarca, definiu El Elohim como seu deus de adoração, mais importante que todos os outros, em um contexto henoteísta.
Durante o êxodo houve a primeira referência conhecida a Yaveh, que era uma espécie de deus da guerra. A referência documental mais antiga encontrada de Yaveh o coloca junto com os três deuses citados e ocupando exatamente essa posição.
A escolha de Yaveh como deus em um cenário monolatrista se dá a partir do sofrimento que o povo de Israel enfrentou. Depois da fuga do egito patrocinado por Yaveh, Israel volta a adorar Baal e Asherah.
Por volta de 750, o império Assírio está prestes a atacar Israel (O que chamamos de Israel hoje era dividido entre Israel ao norte, e Juda ao Sul).
No calor da situação, Josias então "encontra" o livro de deuteronomio que estava perdido, que demonstrava que Javeh era o deus de Israel e a história anterior passa a ser completamente escrita. Sim, deuteronômio conta a história de Moisés, a arca, tudo uma estorinha de Josias e seu staff.
O monolatrismo é estabelecido, mas a grande idéia do monoteísmo ainda não havia aparecido.
Em 604BC é a vez de Juda ser atacado pelo império babilônico (Assíria ao norte e Babilônia ao sul eram os maiores componentes do antigo império Akadiano (aprox Iraque) e junto com o império egípcio e o Hitita (aprox Turquia) dominavam a média idade do Bronze)
Era chegada a hora da grande ideia. Jeremias prevê (previsão moleza) que iam ser derrotados devido ao fato de não louvarem apenas a Javéh e que na verdade esse estava castigando os Judeus através do exército babilônico. O templo foi destruído e o êxodo babilônico começa.
No exílio, Isaias (o segundo) encontra a oportunidade, dentro do desespero do povo, de reescrever a história. Criam o Genesis 1 (Já havia o 2 e o 3) com um relato monoteísta, e explicam que El Elohim e Yaveh são na verdade o mesmo, e único, deus. Diversas interpolações são criadas em todos os textos disponíveis, principalmente as fontes J e E.
A mensagem aqui é que não é inesperado, dentro da seleção natural dos deuses de israel, que Yaveh seja um lunático homicida vingativo. Ele era exatamente o deus que tinha o papel de ser homicida e vingativo. Não fosse esse contexto, talvez tivéssemos um deus mais palatável.
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