A USP está mantendo este posto, mesmo sucateada.
Não acho que a USP esteja sucateada. Pelo menos, nunca ouvi dizer que lá faltasse dinheiro pra pagar conta de luz ou pra fazer reformas emergenciais num banheiro.
A tese de que a má qualidade é um mal congênito do ensino superior privado é tão furada quanto a de que a boa qualidade seja intrínseca ao ensino superior público.
É mesmo? Onde estão, então, as privadas n lista das 500+?
A gente já discutiu isso aí exaustivamente lá no outro tópico
A propósito, onde eu acho esse ranking aí, das 500+? Partindo do princípio que ele existe (o que é bem provável, aliás, deve haver não um, mas vários rankings desse tipo), no topo dele, a maioria das IES é pública ou privada? Tua tese é insustentável, velho, até as "provas" que você apresenta te contradizem.
Não tem como haver qualidade superior onde faltam recursos (recursos, aqui, num sentido mais amplo, que inclui não apenas dinheiro, mas a "matéria-prima" da qual venho falando).
E onde a norma é "manter o cliente".
Você acha que a norma de Harvard ou do MIT, instituições presentes entre as dez primeiras de qualquer ranking de melhores universidades que você puder imaginar, é outra? Nenhuma instituição privada, que depende do dinheiro dos seus clientes pra sobreviver, pode ter outra "norma". A sobrevivência vem antes de tudo, aliás, de TUDO, meu caro. Sorte de Harvard e do MIT (sorte não, porra, mérito) que elas PODEM ser seletivas quanto aos seus clientes: não basta o cara PODER pagar (e elas são caaaaaaaras), o cara tem que ser BOM, tem que ser diferenciado, pra estudar lá. Agora, entope elas com alunos no nível do Adventist College de Cincinatti pra ver se elas vão sair reprovando 90% das turmas e ir a falência em nome de uma qualidade de ensino superior.
E outra coisa: se dá pra confiar que os filmes americanos representam em alguma medida a realidade dos EUA, não duvido que, como neles, na vida real haja muito filhinho de papai que obtenha molinho, molinho um diploma de Harvard porque o papai garantiu um bom "gift" pra universidade.
Enquanto no Brasil fica-se com essa besteira, esse slogan idiota (desculpa aí o pleonasmo) de que que "EDUCAÇÃO NÃO É MERCADORIA", em alguns países, como o Reino Unido (certamente famoso pela péssima qualidade do seu ensino superior), ela é sim mercadoria, regiamente vendida pra centenas de milhares de estrangeiros (inclusive à distância; dê uma olhada no site da Universidade de Londres --
http://www.londonexternal.ac.uk/ --, se duvida, ou no da OpenUniversity --
http://www.open.ac.uk) e garante bilhões de dólares de retorno para o país. Aqui no Brasil, peruano, boliviano, equatoriano vem estudar de graça numa pública e, se bobear, ainda ganha bolsa da CAPES.
Aqui, eu concordo.
É, também não dá pro cara alugar um andar de prédio, contratar meia dúzia de professores e chamar isso de faculdade. Pra que que serve o MEC?
Aqui eu deixo de concordar. Muito embora uma melhoria no Ensino Médio ampliasse os efeitos de uma postura mais dura do MEC, daria para melhorar MUITO, MAS MUITO AINDA o nível das privadas, mesmo sem a respectiva melhora do Ensino Médio, se as IES privadas obrigassem seus alunos a se esforçarem.
Não é só questão de esforço, Poin. Tudo começa pelo fato de que as IES particulares, modo geral, não têm como ser muito seletivas na hora de selecionar os alunos (ou então ficam sem alunos). Aí entra um caboclo no curso de Engenharia que, como você diz, não sabe nem regra de três. Se for só um, ou dois, beleza, no final do primeiro ano o cara já desiste, vai procurar a turma dele, que certamente não é num curso de Engenharia. Mas e se for 30, 40% da turma, cumé que faz? Se sair reprovando esse pessoal indiscriminadamente, botá-los pra correr ao final do primeiro ano (e aqui cabe lembrar que há muita ociosidade nas privadas, ou seja, já tá faltando aluno), elas simplesmente quebram. Ainda assim, acredito eu, os que efetivamente se formam, se não vai dar pra serem profissionais top do mercado, ao menos servirão pra carregar piano.
Observação: aqui estou levando em consideração instituições sérias, que ofereçam uma boa estrutura de ensino, que não obstante é subutilizada. Faculdade de fundo de quintal, e há muitas por aí, não vale à pena nem discutir.
Fica claro que o problema É, SIM, da instituição! Fica claro que ela apenas quer fazer folhetos bonitinhos para espalhar nas ruas mostrando que lindos prédios ela tem, que seus banheiros possuem lindas torneiras automáticas, que seus computadores são muitos e super-modernos e que ela tem sei lá quantos livros na sua biblioteca, enquanto que dá para o aluno um telefone para ele "agendar" o seu "vestibular", não cobra nota mínima neste e a diretoria repreende o professor que quiser fazer com que os alunos façam algo mais que "1+1" no Excel ou que leiam mais de 5 páginas de um daqueles livros para um trabalho (digo trabalho porque, prova, nem pensar).
É interessante como você fala as coisas tentando me refutar e só faz corroborar o que eu digo
Na minha opinião, quem não tem condições tem que ser reprovado, quer esteja ele em uma instituição pública ou em uma instituição privada.
Quem não tem realmente condições, acaba reprovado, mesmo na mais tosca das particulares que você nunca sonhou em imaginar. O problema é que a condição mínima pra passar é sempre função da média dos alunos da própria instituição, não algo absoluto. Tenho quase certeza de que 90% dos alunos da Unitri, aqui de Uberlândia, não teria condições de passar do primeiro ano de curso algum na USP. Evidentemente, não dá pra Unitri tomar como parâmetro a média dos alunos da USP, mas apenas a média dos seus próprios alunos. Ou isso, ou fecha as portas.
Detalhe, antes que você fale que a Unitri só se preocupa com o lucro, ela é uma instituição sem fins lucrativos. Mas que ainda assim quer sobreviver.
Fazer o quê, não é mesmo?
Tá, isso é razoável pra você, não vou nem discutir suas razões. Mas não é razoável pra mim, nem pras instituições, nem pras pessoas que, se não fossem essas instituições, jamais fariam um curso superior, nem pros professores e demais empregados dessas instituições, nem pro mercado que precisa dos profissionais formados pro elas, nem pro próprio MEC, que sabidamente não tem mais condições de expandir a oferta do ensino superior público. Qualidade como um valor absoluto, como você estranhamente coloca... simplesmente não vale nada.