Concordo plenamente. O que pode ser um prazer para alguém pode ser insuportável para outra pessoa.
Algumas pessoas tem prazer em comer em locais mais refinados, e acham que vale a pena pagar mais caro por isso. Outros acham que não vale. Totalmente subjetivo.
O prazer é o principal retorno destas situações. Eu gosto de viajar, acho que vale a pena gastar um bom dinheiro com isso. Posso falar que tenho um "retorno cultural" nisso, mas na verdade o principal retorno é o prazer que sinto em viajar. Mesmo se não haja retorno cultural nenhum na viagem (como às vezes não tem mesmo), para mim vale a pena porque viajar me dá prazer.
Por isso que eu escrevi a resposta #2 daquele modo. O questionador quer dividir a busca pelo gracioso da busca pelo "herói".
Obviamente, quem assiste o futebol ou o ballet por desejo está em busca da satisfação de uma necessidade, está retirando utilidade da ação.
O questionamento do camarada que escreveu a carta se resume a "o que gera a utilidade que você busca quando assite esportes", essa pergunta não faz sentido. Como assim um jogador de futebol não pode ser reconhecido pela sua "graça"? São muitos os jogadores conhecidos justamente pelos dribles feitos em campo, e dribles não são técnica pura. E qual o sentido de nivelar todos os esportes como pedestais para apresentações heróicas e ignorar completamente a necessidade da beleza do movimento em boa parte deles?
Acho que o questionador quer diferenciar as qualidade do que tem graça e do que tem heroísmo. O que ocorre é que os dois não são dividíveis, eles são simples criações da percepção humana que certamente pode achar beleza e heroísmo em quase qualquer coisa.