A maioria da população é católica, portanto, a visita do Papa é de interesse da maioria da população. Isso não se caracterizaria como "interesse social"?
Na realidade sim, mas um interesse social, não o interesse social. Não seria problema escolher arbitrariamente um deles, desde que todos fossem escolhidos assim, senão se formam exceções.
Mas existe "O interesse social"? Quero dizer, existe um "interesse" incontestável por toda a população? Se a visita do Papa, que interessa a mais da metade da população brasileira, não pode ser considerada "o interesse social", então o que pode? Além disso, como determinar o que é interesse social a não ser subjetivamente? Existe um método científico para isso?
Mesmo assim ele é um chefe de Estado importante, com quem pode ser do interesse do Estado brasileiro manter boas relações.
Se para manter boas relações for necessário financiar sua propaganda com dinheiro público, o melhor mesmo é que ele seja indesejável aqui.
Não é financiar propaganda com dinheiro público. A visita de qualquer chefe de Estado gera despesas de segurança, transporte, hospedagem, etc.
Concordo, mas a visita do Papa, pela importância do catolicismo no Brasil, é uma demanda que o Estado pode entender que vale a pena ser atendida (inclusive, ele atendeu).
Poder =/= Dever.
Em momento algum estamos falando de dever. O Estado brasileiro, frente à importância do Papa para a maioria da população brasileira, decidiu que a visita do Papa é importante para o Brasil. Ele poderia, em tese ter recusado a visita. E isso em tese MESMO, imagine a repercussão negativa interna e externa se o Brasil se recusasse a receber o Papa sob a justificativa de que não pode gastar dinheiro com a visita dele.
Perguntei porque achei que sua afirmação inicial desvinculava o Estado do povo, quando você diz que a visita "é interesse do povo mas não do Estado", sendo que o povo é um dos componentes do Estado.
Isso não quer dizer nada, não é toda demanda popular que deve ser atendida, já disse isso.
E quem decide qual demanda deve ser atendida? Não seria o próprio Estado?