Autor Tópico: A Cabeça do Brasileiro - A influência da educação  (Lida 2681 vezes)

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Offline Leotelles

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A Cabeça do Brasileiro - A influência da educação
« Online: 27 de Setembro de 2013, 04:49:23 »
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Resultado de uma pesquisa que tenta desvendar o perfil do brasileiro, este livro vai dar o que falar. A partir de dados estatísticos de excepcional amplitude, o autor apresenta conclusões que mostram como somos um país ainda conservador e preconceituoso. E faz as seguintes perguntas para pessoas de diferentes grupos sociais: deixar alguém passar à frente na fila é jeitinho, favor ou corrupção? Um empregado deve se dirigir ao seu patrão por "senhor" ou por "você"? Empregados de edifícios devem utilizar o elevador social ou o elevador de serviço? A masturbação é uma prática sexual aceita ou rejeitada? A lista é longa, e a maioria das respostas é oposto do que se imagina, mostrando que o Brasil é complexo, mas não incompreensível.

 

 Entrevista com o escritor/sociólogo político Alberto Carlos Almeida no Roda Viva



  Entrevista no De Frente Com Gabi

 
 
 Alguém já o conhecia? O que pensam sobre as pesquisas, o livro e as falas dele? Há alguma controvérsia no que ele diz?


 Eu achei sensacional o livro e as entrevistas, parecem argumentos bem ponderados e que realmente ele sabe do que fala. Queria saber se há pontos negativos no que ele fala.
« Última modificação: 27 de Setembro de 2013, 04:51:42 por Leotelles »

Offline Gaúcho

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Re:A Cabeça do Brasileiro - A influência da educação
« Resposta #1 Online: 27 de Setembro de 2013, 15:26:57 »
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Deixar alguém passar à frente na fila é jeitinho, favor ou corrupção?

Se for idoso, gestante, etc, em um local sem fila preferencial, é educação, bom senso e civilidade.

Se for alguém com pressa, atrasado para algo, etc, que pergunta se poderia passar na minha frente, é favor.

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Um empregado deve se dirigir ao seu patrão por "senhor" ou por "você"?

WTF? O que tem a ver o cargo? No meu caso, é "senhor" para pessoas de mais idade, independente da função no trabalho (sério, WTF?), e pelo nome, na maioria dos outros casos em que não se tem muita intimidade com a pessoa.

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Empregados de edifícios devem utilizar o elevador social ou o elevador de serviço?

Elevador de serviço é usado quando se está levando outra coisa junto consigo no elevador, como, por exemplo, no caso de mudanças. E como assim vai proibir, por exemplo, o porteiro de usar determinado elevador? Que merda é essa? Isso é ilegal, inconstitucional, além de ser de uma babaquice que beira o irreal.

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A masturbação é uma prática sexual aceita ou rejeitada?

...
"— A democracia em uma sociedade livre exige que os governados saibam o que fazem os governantes, mesmo quando estes buscam agir protegidos pelas sombras." Sérgio Moro

Offline Mussain!

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Re:A Cabeça do Brasileiro - A influência da educação
« Resposta #2 Online: 27 de Setembro de 2013, 15:48:01 »
Acho que estão exagerando um bocado com esse negócio de "o brasileiro é isso", "o brasileiro é aquilo", "deus é brasileiro", "o brasileiro faz aquilo" e o escambau....

Offline Leotelles

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Re:A Cabeça do Brasileiro - A influência da educação
« Resposta #3 Online: 27 de Setembro de 2013, 15:53:43 »
Acho que estão exagerando um bocado com esse negócio de "o brasileiro é isso", "o brasileiro é aquilo", "deus é brasileiro", "o brasileiro faz aquilo" e o escambau....


 Por que exagerando? É uma pesquisa.

 Pelo modo que ele explica a maneira metodológica, pra mim é quase sem nenhum viés.

Offline Mussain!

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Re:A Cabeça do Brasileiro - A influência da educação
« Resposta #4 Online: 27 de Setembro de 2013, 16:35:33 »
Acho que estão exagerando um bocado com esse negócio de "o brasileiro é isso", "o brasileiro é aquilo", "deus é brasileiro", "o brasileiro faz aquilo" e o escambau....


 Por que exagerando? É uma pesquisa.

 Pelo modo que ele explica a maneira metodológica, pra mim é quase sem nenhum viés.
Acho que pelo fato de ultimamente ver tantas coisas sobre má comportamento social relacionado aos brasileiros, como se "ser brasiliero" fosse o problema, ao invés de citar outros fatores.

Offline Buckaroo Banzai

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Re:A Cabeça do Brasileiro - A influência da educação
« Resposta #5 Online: 27 de Setembro de 2013, 18:42:23 »
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Nível de escolaridade afeta percepção de mundo do brasileiro, diz sociólogo


Já que a discussão hoje (4) está se direcionando para o ensino, colocarei mais este post que saiu hoje no site do Senado Federal. Perdoem de encher vocês, caros leitores deste blog, com este tema, mas acredito serem imprescindíveis estas discussões.

Claro que a pesquisa em questão tem suas limitações, mas é positiva para pensarmos um pouco sobre nossas posturas no dia a dia, que muitas vezes beira a corrupção, mas, entretanto, enganamo-nos quando pensamos que a corrupção só ocorre quando é com políticos. Muitas vezes somos corruptos sem perceber, em nossos pequenos gestos e modos de inventar nossos cotidianos.

Segue a matéria:

da Agência Senado

Para o sociólogo Alberto Almeida, coordenador da Pesquisa Social Brasileira e autor do livro “A cabeça do brasileiro”, o nível de escolaridade da população afeta sua percepção sobre ética, família, cor e raça, economia, política e igualdade.

A pesquisa, que ouviu 2.363 pessoas em 102 municípios, foi inspirada nas idéias do antropólogo Roberto Da Matta, que participou de debate promovido pela Universidade do Legislativo Brasileiro (Unilegis) com o autor do livro na noite desta segunda-feira (3), no auditório do Interlegis. O evento, que contou com a participação do cientista político Lúcio Rennó e da jornalista Dad Squarisi, integrou o Ciclo de Conferências do Unilegis, série de debates que já discutiu, entre outros temas, a reforma política.

Almeida procurou identificar valores básicos que se encontram enraizados na mentalidade do brasileiro e que tendem a sofrer alguma alteração apenas quando uma geração substitui a outra. Ao aliar antropologia e métodos quantitativos de análise, concluiu que, enquanto pessoas de baixa escolaridade cultivam uma visão “mágica” do mundo, grupos mais escolarizados privilegiam a visão “histórica”.

O professor da Universidade Federal Fluminense (UFF) verificou, por exemplo, que quanto mais baixa a escolaridade, maior a tolerância do brasileiro com a corrupção, maior o conservadorismo em relação à sexualidade e maior a tolerância com a utilização da violência como método de promoção da justiça.

- Quem tem baixa escolaridade tende a ser tolerável com o chamado “jeitinho”. O que é corrupção muitas vezes é entendido como favor – disse Alberto Almeida.

A pesquisa também aponta uma certa tendência, principalmente entre a população de baixa escolaridade, a valorizar o papel regulatório do Estado, entendido como único responsável pelo cuidado com a coisa pública.

Em relação às questões de raça e cor, a análise do sociólogo traz uma novidade: ao contrário do que se pensa, para o brasileiro, a cor importa mais que a origem ou a posição social. A pesquisa também aponta que as pessoas têm uma visão mais negativa dos pardos que dos negros, e que este primeiro grupo tende a se “misturar” mais que o segundo, ainda que sempre com brancos.

Ao comentar os dados apresentados, o antropólogo Roberto Da Matta, autor, entre outras obras, de “A casa e a rua”, ressaltou que a sociedade não é constituída de indivíduos, mas de relações que determinam como os indivíduos agem, em detrimento de como agiriam de acordo com seus próprios valores.

Para Da Matta, o chamado “dilema brasileiro” se expressa de forma clara na relação entre Estado e sociedade:

- As pessoas têm esperança de que o Estado mude a sociedade. Mas quem ocupa o Estado? Nossos representantes atuam exatamente como nós. Não se transformam em outro ser social; carregam as mesmas dívidas, o mesmo capital social – disse ele.

Por uma certa disposição a “escolher não escolher” e de sempre desobedecer regras criadas que eles mesmos criam, os brasileiros repetiriam a prática de “adiar o problema” de tal forma que reformas importantes, como a econômica e a política, só encontrariam espaço para se efetivar diante da corrosão total dos sistemas, na visão do antropólogo.

- É melhor rezar para que o Senado melhore ou escolher melhor em que senador votar? – questionou Da Matta.

O cientista político Lúcio Rennó observou que seria interessante que o método utilizado por Alberto Almeida procurasse englobar outras variáveis, já que as pessoas de escolaridade mais alta, em sua visão, podem ter orientado suas respostas a partir do que consideram ser politicamente correto.

- Seria interessante mensurar a prática diária das pessoas, e não necessariamente o que elas dizem pensar ou fazer – disse.

Já a jornalista Dad Squarisi, do Correio Braziliense, observou que a tendência, verificada na pesquisa, à valorização da hierarquia, principalmente entre os menos escolarizados, se expressa no apego dos brasileiros aos pronomes de tratamento, que, em sua opinião, deveriam ser extintos.

A Pesquisa Social Brasileira foi realizada pela Universidade Federal Fluminense (UFF), com recursos da Fundação Ford. Abriram o debate do Unilegis o diretor-geral do Senado, Agaciel Maia, a diretora acadêmica do Unilegis, Vânia Maione, a diretora executiva do Instituto Legislativo Brasileiro (ILB), Denise Zogbi, e a diretora da Secretaria de Pesquisa e Opinião Pública do Senado, Elga Mara Teixeira Lopes.


http://acertodecontas.blog.br/atualidades/nivel-de-escolaridade-afeta-percepcao-de-mundo-do-brasileiro-diz-sociologo/

Offline Leotelles

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Re:A Cabeça do Brasileiro - A influência da educação
« Resposta #6 Online: 27 de Setembro de 2013, 20:06:52 »
Acho que estão exagerando um bocado com esse negócio de "o brasileiro é isso", "o brasileiro é aquilo", "deus é brasileiro", "o brasileiro faz aquilo" e o escambau....


 Por que exagerando? É uma pesquisa.

 Pelo modo que ele explica a maneira metodológica, pra mim é quase sem nenhum viés.
Acho que pelo fato de ultimamente ver tantas coisas sobre má comportamento social relacionado aos brasileiros, como se "ser brasiliero" fosse o problema, ao invés de citar outros fatores.

 Eu acho que você precisa ler o livro, ver as entrevistas e depois tomar uma opinião. Porque parece que você não fez nada disso e só tomou opinião pela aparência.


 
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O cientista político Lúcio Rennó observou que seria interessante que o método utilizado por Alberto Almeida procurasse englobar outras variáveis, já que as pessoas de escolaridade mais alta, em sua visão, podem ter orientado suas respostas a partir do que consideram ser politicamente correto.

 Isso aí é um viés né?

 Mas você concorda que o politicamente correto não iria influenciar todas as pessoas e mesmo que influenciasse tem outras questões que não agregam esta visão, como por exemplo a religiosidade. E, você pode ver que o politicamente incorreto não atua em todas as instâncias da pesquisa, como mostra a questão do homossexualismo onde 75% de quem possuía curso superior ou mais desaprovava.

Offline Südenbauer

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Re:A Cabeça do Brasileiro - A influência da educação
« Resposta #7 Online: 27 de Setembro de 2013, 20:37:36 »
O bacana e o ruim do povo brasileiro é justamente o jeitinho, isto é, o poder de usar um sonoro depende para todas essas perguntas.

Offline Mussain!

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Re:A Cabeça do Brasileiro - A influência da educação
« Resposta #8 Online: 27 de Setembro de 2013, 22:51:40 »
Acho que estão exagerando um bocado com esse negócio de "o brasileiro é isso", "o brasileiro é aquilo", "deus é brasileiro", "o brasileiro faz aquilo" e o escambau....


 Por que exagerando? É uma pesquisa.

 Pelo modo que ele explica a maneira metodológica, pra mim é quase sem nenhum viés.
Acho que pelo fato de ultimamente ver tantas coisas sobre má comportamento social relacionado aos brasileiros, como se "ser brasiliero" fosse o problema, ao invés de citar outros fatores.

 Eu acho que você precisa ler o livro, ver as entrevistas e depois tomar uma opinião. Porque parece que você não fez nada disso e só tomou opinião pela aparência.


 
Embora eu não vá perder meu tempo lendo este livro, acho que você tem razão.

O bacana e o ruim do povo brasileiro é justamente o jeitinho, isto é, o poder de usar um sonoro depende para todas essas perguntas.

Eu também abominava esse "jeitinho brasileiro", mas coincidentemente, nesses últimos dias, estou vendo de uma outra forma... Na verdade, isso deveria ser considerado bom. Por quê? Ora, é só pensar como se o "Brasil" fosse um antivírus e o "jeitinho brasileiro" uma forma de burlar este antivírus. O que deveríamos fazer era trabalhar e focar em fechar de forma legal e precisa esses tipos de "jeitinhos" que existem e os que estão por vir, pois o problema são as pessoas, e as pessoas, pelo menos hoje, não são como robôs, onde podem ser programadas para sempre executar uma mesma tarefa. É como querer acabar com a corrupção, isso muito provavelmente nunca irá existir. Mas pegando aqui a frase do meu patrão, na última reunião que nós tivemos, "deixar num nível tolerável". Nessa linha de raciocínio, o "jeitinho", vai ser o primeiro passo para deixar o antivírus cada vez melhor e eficaz. Acredito que as leis nascem assim e vão tomando forma, ao ponto de termos "constituições", "direitos do consumidor", "direitos trabalhistas" e etc.

É um trabalho de mão dupla, onde você trabalha para burlar meu trabalho, e eu tento ou tenho que fechar esta "brecha" o quanto antes.

Offline Buckaroo Banzai

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Re:A Cabeça do Brasileiro - A influência da educação
« Resposta #9 Online: 10 de Junho de 2017, 20:58:47 »
<a href="https://www.youtube.com/v/8vkRqg-02Qc" target="_blank" class="new_win">https://www.youtube.com/v/8vkRqg-02Qc</a>


Citar
http://politica.estadao.com.br/noticias/geral,pesquisa-poe-em-xeque-discurso-do-pt,70001725545

...

Segundo a pesquisa Percepções e Valores Políticos nas Periferias de São Paulo, o eleitor da periferia vê o Estado não como indutor de qualidade de vida e oportunidades, mas como “inimigo” responsável por se apropriar do dinheiro dos impostos e fornecer serviços de baixa qualidade. A única forma de ascensão social é o mérito pessoal. Neste sentido, os eleitores que abandonaram o PT veem tanto Lula quanto Silvio Santos e Doria como principais exemplos de homens que “saíram de baixo” e venceram na vida.

...

Offline Gauss

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Re:A Cabeça do Brasileiro - A influência da educação
« Resposta #10 Online: 10 de Junho de 2017, 21:13:43 »
Uma chuva de contradições.
Citação de: Gauss
Bolsonaro é um falastrão conservador e ignorante. Atualmente teria 8% das intenções de votos, ou seja, é o Enéas 2.0. As possibilidades desse ser chegar a presidência são baixíssimas, ele só faz muito barulho mesmo, nada mais que isso. Não tem nenhum apoio popular forte, somente de adolescentes desinformados e velhos com memória curta que acham que a ditadura foi boa só porque "tinha menos crime". Teria que acontecer uma merda muito grande para ele chegar lá.

Offline Zero

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Re:A Cabeça do Brasileiro - A influência da educação
« Resposta #11 Online: 24 de Junho de 2017, 18:22:22 »
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A hipócrita honestidade brasileira (ou Não tenho orgulho de ser brasileiro)

Não gosto do fato de ter nascido no Brasil. Que venham os nacionalistas me encher; sintam-se a vontade. Vou dizer por que não tenho esse tal orgulho de ser brasileiro. Não é porque eu prefiro o que “vem de fora” ou porque eu seja um colonizado cultural de outro país imperialista, capitalista e destruidor de civilizações (esses esquerdistas me fazem rir aos pandeiros); não é nada disso. O Brasil como território é um paraíso. Eita lugar lindo; de uma natureza exageradamente cativante, com rios e mares de nos fazer suspirar. Mas não aprecio em absoluto a triste “sina” de ter nascido nessas terras tupiniquins. Nem um pouquinho. Digo por quê:

Os programas de televisão estão cheios de pessoas que reclamam da corrupção dos políticos que afanam o mísero dinheiro dos medíocres brasileiros passivos. Se você não assiste TV não precisa ir muito longe; tenho absoluta certeza que existem muitos dos seus vizinhos, conhecidos, amigos e/ou colegas que vivem reclamando dos crimes do colarinho branco, que não perdem tempo em apontar o dedo acusador e já ir dando o veredicto: são todos bandidos desonestos, que roubam o povo, que querem se dar bem às custas dos outros. Apontar o dedo todo mundo quer, mas ter o dedo apontado para si, quem se habilita?

O brasileiro é malandro, pensa que é esperto, quer sempre se dá bem, mas é de uma hipocrisia que causa irritações. Sempre acusando, mas nunca gostando de ser acusado, o povinho brasileiro é do tipo que acha que seus erros são extremamente justificáveis, que quando ele faz não é errado, no entanto, se outra pessoa faz exatamente o que ele fez aí não pode, isso é “desonestidade”. Com essa terrível mania de ser o esperto é que o brasileiro cunhou um tipo de comportamento exclusivo da nação tupiniquim: o tal do jeitinho brasileiro.

O jeito brasileiro é sinônimo para métodos ilegais para a obtenção de privilégios, ou a mais famosa corrupção. O brasileiro é um povo corrupto, que sente uma espécie de orgulho por ser falcatrueiro, se acha melhor por ser desse jeito desprezível. Mas pior do que ser assim é não se admitir assim. Além de corrupto em sua essência, o povinho brasileiro é hipócrita (não tenho receio algum de ficar redundante), mas de uma hipocrisia intragável.

O mesmo brasileiro que chama os políticos de ladrões é o que fura uma fila quando encontra um conhecido numa espera quilométrica; o mesmo estudante que protesta de forma violenta e desorganizada contra o aumento da tarifa do transporte público é o mesmo que não devolve o troco que recebeu a mais na padaria da esquina; a pessoa que reclama dos ladrões da sua cidade é a mesma que não avisa a alguém que a carteira dela caiu no chão e pega os trocados do pobre desatento. Qual é a diferença entre esse tipo de pessoas e os de colarinho branco? Nenhuma, absolutamente nenhuma. Ambos são corruptos e desonestos.

Mas o que realmente me intriga nos brasileiros é a forma como eles tratam quem se esforça por ser honesto: é logo tachado de otário. Além de tantos exemplos por aí, dou um pessoal: há alguns anos estava caminhando no centro da cidade onde moro, quando vi que um homem ao tentar colocar algo dentro de sua bolsa deixou cair e não percebeu, vi então que o que tinha caído era um maço de dinheiro, sai correndo pois havia detectado que eu não tinha sido a única testemunha do acidente; cheguei a tempo de pegar o maço e antes do homem entrar no seu carro; gritando “moço! moço!” cheguei no homem e lhe devolvi seu dinheiro. Com uma cara de grande surpresa, o homem olhou-me e disse: toma aqui menino por sua honestidade. Recusei a recompensa. Ele ainda insistiu um pouco, mas recusei. Ele me abraçou e falou algo que muito dificilmente esquecerei: não existem mais pessoas assim. Pensar nisso de certa forma é angustiante, pois realmente existem poucas pessoas assim: que decidem fazer aquilo que elas acham certo. Pior do que existirem poucas pessoas que são honestas de fato, é a forma com as desonestas tratam as primeiras: as pessoas me olharam com aquele olhar de “que burro! pra quê foi devolver aquele dinheirão todo! se fosse eu tinha ficado!”.

Me embrulha o estômago quando vejo as notícias de pessoas que são parabenizadas por atos de honestidade. Isso significa uma coisa: isso é ser exceção numa maioria desonesta, por isso o espanto. Devolver o que não nos pertence não deveria ser pauta de um jornal de circulação nacional, não deveria ser assunto para uma semana toda, como se fosse um evento especial; deveria ser normal. Seria normal num país onde as pessoas são honestas, desinteressadas, e que não usam de trapaças para conseguirem alcançar seus objetivos. Bom esse não é o caso do Brasil.

É por isso que não tenho orgulho de ser brasileiro, não ter orgulho de fazer parte desse grande grupo de hipócritas que acusam os outros de erros que eles mesmos cometem. Ter orgulho de ser brasileiro? Não, muito obrigado.

Por Ricardo Silva
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« Última modificação: 24 de Junho de 2017, 22:58:42 por Zero »

Offline Buckaroo Banzai

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Re:A Cabeça do Brasileiro - A influência da educação
« Resposta #12 Online: 24 de Junho de 2017, 21:20:50 »
Essa parece ser uma das mais deploráveis tentativas de "tu quoque" que já vi.

Ouvi "por cima" estar havendo esse tipo de "argumentação", provavelmente vindo de petistas/mortadelas, por aí, sem nunca ter ido checar alguma fonte. Talvez postadas em forma de "meme", então com menor pretensão intelectual, o que acaba sendo de certa forma um desconto.

Offline Zero

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Re:A Cabeça do Brasileiro - A influência da educação
« Resposta #13 Online: 24 de Junho de 2017, 23:11:45 »
Há uma generalização e diminuição do povo brasileiro, como fosse o pior pessoaslugar do mundo para se viver. Algo que não concordo.

Em relação ao uso de falácias apenas conheço algumas poucas, portanto não pude fazer a análise do conteúdo a fundo, apenas postei-o pois tocou em relação ao jeitinho brasileiro. Mas por ter trazido esse texto não quer dizer que eu concorde totalmente com o mesmo, ressalto.

Há um texto interessante que fala sobre a ética, negócios e o jeitinho brasileiro, faz parte do livro "Qual é a Tua Obra" de Mário Sergio Cortella, no  texto "Opção pela perenidade", o qual busquei mas não encontrei na internet, caso alguém se interesse ouvi falar bem do livro, pelo que sei vale muito a pena lê-lo.


Offline Zero

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Re:A Cabeça do Brasileiro - A influência da educação
« Resposta #14 Online: 24 de Junho de 2017, 23:30:33 »
Além disso é uma grande hipocrisia de muitos brasileiros criticarem os grandes atos de corrupção sendo que cometem vários menores. Muitos acusam o próximo, mas nunca olham para seu "umbigo".

Quem alimenta esse esquema é o próprio povo, até porque os políticos que hoje não se elegeram sozinhos, analfabetismo político da nisso, além da falta de princípios, ética e moral. Agora temos de aguentar essa vergonha.  |(

Caso queiram vejam a matéria do Record News sobre "Pesquisa inédita mede a honestidade dos brasileiros", basicamente fala sobre os atos menores de infração, digo, pela questão de pequenas ações e o jeitinho brasileiro.

Matéria
« Última modificação: 24 de Junho de 2017, 23:39:26 por Zero »

Offline Buckaroo Banzai

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Re:A Cabeça do Brasileiro - A influência da educação
« Resposta #15 Online: 24 de Junho de 2017, 23:42:47 »
Eu li apenas corrido, por cima, e associei com "memes" mortadelas/petistas mencionados por aí, que os coxinhas são pró-impeachment posando de honestos, mas furam fila de banco e etc.

Eu não sei quão pervasivo de fato é o "jeitinho brasileiro", as pessoas comumente tendem a ter impressões pessimistas sobre esse tipo de coisa (ou qualquer tipo de coisa): https://en.wikipedia.org/wiki/Negativity_bias

Não sei o quanto seria "hipócrita" o melhor termo para colocar alguém praticante de "jeitinho brasileiro" quando indignado com a corrupção política e outras, a mim isso parece mais a desculpa via tu quoque que falei, tentando igualar comer uma fatia de bolo de outro com roubar uma fatia de milhões da receita estatal. "Essas pessoas aí, todas criticando políticos que apenas caíram em tentação exatamente igual a eles, tinham que aceitar esses políticos como pessoas com as exatas mesmas falhas que eles, ou se calar". É de ferver o sangue.

Incidalmente, acho que existe pesquisa psicológica que mostra que as pessoas são mais predispostas a aceitarem "jeitinhos" quando estes não são tão diretamente vistos como roubos, havendo uma diferença significativa entre a aceitabilidade e prática de alguém comer um bolo ou beber refrigerante, e pegar o mesmo valor em dinheiro. Isso praticamente não tem comparação com o que acontece na corrupção política ou de larga escala.

Offline AlienígenA

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Re:A Cabeça do Brasileiro - A influência da educação
« Resposta #16 Online: 25 de Junho de 2017, 01:47:02 »
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Amizade dispensa ética na juventude brasileira?

Brasil 24.06.17 15:27

Segundo o Datafolha, 74% dos jovens entre 14 e 24 anos avaliam os próprios amigos como pouco (63%) ou nada éticos (11%).

A ética é associada principalmente a respeito ao próximo (22%), ser educado (12%), conduta moral (5%), caráter e honestidade (4% cada).

Como 57% dos entrevistados avaliam a si próprios como pouco (54%) ou nada éticos (3%), a maioria anda com pares à altura.

:/


Offline Buckaroo Banzai

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Re:A Cabeça do Brasileiro - A influência da educação
« Resposta #17 Online: 25 de Junho de 2017, 13:54:06 »
O mesmo datafolha que acho que disse que tinha uns dez mil lulistas protestando a favor do impeachment de Dilma...

Então... isso talvez deve servir só para compor aquele argumento petistóide tu-quoque, de que o brasileiro coxinha da odiável classe média velha se revolta com os hipotéticos deslizes dos servidores públicos que mais fizeram pelo povo pobre, mas é complacente com sua própria vil e inescrupulosa corrupção.

Offline Sergiomgbr

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Re:A Cabeça do Brasileiro - A influência da educação
« Resposta #18 Online: 25 de Junho de 2017, 14:13:06 »
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Amizade dispensa ética na juventude brasileira?

Brasil 24.06.17 15:27

Segundo o Datafolha, 74% dos jovens entre 14 e 24 anos avaliam os próprios amigos como pouco (63%) ou nada éticos (11%).

A ética é associada principalmente a respeito ao próximo (22%), ser educado (12%), conduta moral (5%), caráter e honestidade (4% cada).

Como 57% dos entrevistados avaliam a si próprios como pouco (54%) ou nada éticos (3%), a maioria anda com pares à altura.

:/
O conceito de amizade no Brasil tem mesmo  essa ideia de relação entre as partes fundamentada em pacto para atos condenáveis, em um encobrir criminhos e falcatruas do outro, e vice versa.
« Última modificação: 25 de Junho de 2017, 15:49:43 por Sergiomgbr »
Até onde eu sei eu não sei.

Offline Spencer

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Re:A Cabeça do Brasileiro - A influência da educação
« Resposta #19 Online: 25 de Junho de 2017, 15:06:26 »
Em princípio, apontar defeitos dos brasileiros soa ridículo, afinal não se trata de nenhum alemão o autor das críticas. E ao fazê-lo, é como se dissesse: eles fazem tudo isto, mas eu não!

Mas o que mais incomoda é, afinal, o quanto essa pessoa realmente conhece dos outros povos para este enfático magister dixit?

Por exemplo, um dos defeitos que se aponta é que o brasileiro não gosta de trabalhar :?:
Ora, o cidadão, mal alimentado, passa muitas vezes, entre 2 e 4 horas por dia na condução, antes do batente, que sabemos via de regra mal-remunerado e em condições adversas quanto à segurança, salubridade e perspectiva profissional.
E nem por isso deixa sua família ao desamparo, abandonando o trabalho.
Eu não gosto de injeção, mas gosto menos ainda da doença.

Offline Hugo

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Re:A Cabeça do Brasileiro - A influência da educação
« Resposta #20 Online: 25 de Junho de 2017, 20:20:22 »
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Resultado de uma pesquisa que tenta desvendar o perfil do brasileiro, este livro vai dar o que falar. A partir de dados estatísticos de excepcional amplitude, o autor apresenta conclusões que mostram como somos um país ainda conservador e preconceituoso. E faz as seguintes perguntas para pessoas de diferentes grupos sociais: deixar alguém passar à frente na fila é jeitinho, favor ou corrupção? Um empregado deve se dirigir ao seu patrão por "senhor" ou por "você"? Empregados de edifícios devem utilizar o elevador social ou o elevador de serviço? A masturbação é uma prática sexual aceita ou rejeitada? A lista é longa, e a maioria das respostas é oposto do que se imagina, mostrando que o Brasil é complexo, mas não incompreensível.

 

 Entrevista com o escritor/sociólogo político Alberto Carlos Almeida no Roda Viva



  Entrevista no De Frente Com Gabi

 
 
 Alguém já o conhecia? O que pensam sobre as pesquisas, o livro e as falas dele? Há alguma controvérsia no que ele diz?


 Eu achei sensacional o livro e as entrevistas, parecem argumentos bem ponderados e que realmente ele sabe do que fala. Queria saber se há pontos negativos no que ele fala.

Acho que é um livro interessante de ler. São percepções do que somos como brasileiros.

P.s: A dúvida é se o onanismo (masturbação) é relação sexual?
"O medo de coisas invisíveis é a semente natural daquilo que todo mundo, em seu íntimo, chama de religião". (Thomas Hobbes, Leviatã)

Offline AlienígenA

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Re:A Cabeça do Brasileiro - A influência da educação
« Resposta #21 Online: 26 de Junho de 2017, 00:40:58 »
Em princípio, apontar defeitos dos brasileiros soa ridículo, afinal não se trata de nenhum alemão o autor das críticas. E ao fazê-lo, é como se dissesse: eles fazem tudo isto, mas eu não!

Por que um alemão estaria mais apto que um brasileiro para falar da cultura brasileira? Não seria o oposto? Nem todos os brasileiros, ainda bem, se rendem à cultura do jeitinho. Eu, por exemplo, tenho horror dela, não tive essa criação e não me envergonho de confessar isso, pelo contrário. Até porquê não é nada demais, é o básico. Então não, nem todos fazem tudo isto. E eles tem mais é que criticar mesmo, são os mais prejudicados. Como qualquer um, eventualmente, cometo falhas, só que não me orgulho disso. Procuro sim, reparar, e me esforçar por corrigir meus erros.

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Mas o que mais incomoda é, afinal, o quanto essa pessoa realmente conhece dos outros povos para este enfático magister dixit?

E o que uma coisa tem que ver com outra? Que importam os outros povos?

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Por exemplo, um dos defeitos que se aponta é que o brasileiro não gosta de trabalhar :?:
Ora, o cidadão, mal alimentado, passa muitas vezes, entre 2 e 4 horas por dia na condução, antes do batente, que sabemos via de regra mal-remunerado e em condições adversas quanto à segurança, salubridade e perspectiva profissional.
E nem por isso deixa sua família ao desamparo, abandonando o trabalho.
Eu não gosto de injeção, mas gosto menos ainda da doença.

Você é empregador? Eu suponho que não. Emprego é diferente de trabalho. Há muita gente que quer trabalhar, mas infelizmente parece haver muito mais gente que quer apenas um emprego. E esse é um dos nossos problemas.

Offline Spencer

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Re:A Cabeça do Brasileiro - A influência da educação
« Resposta #22 Online: 26 de Junho de 2017, 13:31:13 »
Em princípio, apontar defeitos dos brasileiros soa ridículo, afinal não se trata de nenhum alemão o autor das críticas. E ao fazê-lo, é como se dissesse: eles fazem tudo isto, mas eu não!

 
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Por que um alemão estaria mais apto que um brasileiro para falar da cultura brasileira? Não seria o oposto? Nem todos os brasileiros, ainda bem, se rendem à cultura do jeitinho.   

Porque se vc é brasileiro está se incluindo entre os que critica, não é óbvio?
Ou então estará dizendo: - olhem, srs. do primeiro mundo, eu sou brasileiro mas não sou como estes todos por ai.

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Mas o que mais incomoda é, afinal, o quanto essa pessoa realmente conhece dos outros povos para este enfático magister dixit?

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E o que uma coisa tem que ver com outra? Que importam os outros povos?
 
Como se pode dizer que brasileiro é isso, brasileiro é aquilo, se em todo o mundo os defeitos citados são os mesmos que o brasileiro apresenta?
Ai vc diz: não é verdade, o americano detesta a cultura do Jeitinho... ops!! como vc sabe disso?


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Por exemplo, um dos defeitos que se aponta é que o brasileiro não gosta de trabalhar :?:
Ora, o cidadão, mal alimentado, passa muitas vezes, entre 2 e 4 horas por dia na condução, antes do batente, que sabemos via de regra mal-remunerado e em condições adversas quanto à segurança, salubridade e perspectiva profissional.
E nem por isso deixa sua família ao desamparo, abandonando o trabalho.
Eu não gosto de injeção, mas gosto menos ainda da doença.

Você é empregador? Eu suponho que não. Emprego é diferente de trabalho. Há muita gente que quer trabalhar, mas infelizmente parece haver muito mais gente que quer apenas um emprego. E esse é um dos nossos problemas.
Fontes, por favor.
Absolutamente o que se vê em época de crise é miséria, violência e fome. Ofereça um trabalho braçal ao homem e ele levantará as mãos aos céus.
Veja no noticiário: engenheiro larga seu emprego para tocar uma padaria. Donas de casa acumulam com as tarefas de casa, uma outra fonte de renda com trabalho extra... e por aí vai.

Offline AlienígenA

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Re:A Cabeça do Brasileiro - A influência da educação
« Resposta #23 Online: 26 de Junho de 2017, 18:06:34 »
Em princípio, apontar defeitos dos brasileiros soa ridículo, afinal não se trata de nenhum alemão o autor das críticas. E ao fazê-lo, é como se dissesse: eles fazem tudo isto, mas eu não!

 
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Por que um alemão estaria mais apto que um brasileiro para falar da cultura brasileira? Não seria o oposto? Nem todos os brasileiros, ainda bem, se rendem à cultura do jeitinho.   

Porque se vc é brasileiro está se incluindo entre os que critica, não é óbvio?
Ou então estará dizendo: - olhem, srs. do primeiro mundo, eu sou brasileiro mas não sou como estes todos por ai.

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Mas o que mais incomoda é, afinal, o quanto essa pessoa realmente conhece dos outros povos para este enfático magister dixit?

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E o que uma coisa tem que ver com outra? Que importam os outros povos?
 
Como se pode dizer que brasileiro é isso, brasileiro é aquilo, se em todo o mundo os defeitos citados são os mesmos que o brasileiro apresenta?
Ai vc diz: não é verdade, o americano detesta a cultura do Jeitinho... ops!! como vc sabe disso?


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Por exemplo, um dos defeitos que se aponta é que o brasileiro não gosta de trabalhar :?:
Ora, o cidadão, mal alimentado, passa muitas vezes, entre 2 e 4 horas por dia na condução, antes do batente, que sabemos via de regra mal-remunerado e em condições adversas quanto à segurança, salubridade e perspectiva profissional.
E nem por isso deixa sua família ao desamparo, abandonando o trabalho.
Eu não gosto de injeção, mas gosto menos ainda da doença.

Você é empregador? Eu suponho que não. Emprego é diferente de trabalho. Há muita gente que quer trabalhar, mas infelizmente parece haver muito mais gente que quer apenas um emprego. E esse é um dos nossos problemas.
Fontes, por favor.
Absolutamente o que se vê em época de crise é miséria, violência e fome. Ofereça um trabalho braçal ao homem e ele levantará as mãos aos céus.
Veja no noticiário: engenheiro larga seu emprego para tocar uma padaria. Donas de casa acumulam com as tarefas de casa, uma outra fonte de renda com trabalho extra... e por aí vai.


Em época de crise? Desde quando você vive no Brasil mesmo?

Os exemplos que você citou entram na parte "há muita gente que quer trabalhar" que por algum motivo você não prestou atenção. E insisto, infelizmente parece haver muito mais gente que quer apenas um emprego. Fonte? Que tal a baixa produtividade? São vários os motivos, entre eles:

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Falta de foco e objetividade. De acordo com Nogami, do Insper, não há dados de estudos abertos sobre a objetividade do brasileiro. Mas empresas multinacionais têm comparações internas que apontam que o trabalhador nacional é menos objetivo do trabalho do que europeus ou americanos. “O indivíduo chega, toma um café, verifica as mensagens que recebeu, lê o noticiário. Demora uma hora para começar a trabalhar. E quando vai se aproximando do horário do almoço começa a planejar onde vai comer e a produtividade volta a cair”, diz Nogami. Um efeito colateral dessa tendência a demorar a produzir são as horas extras. “O americano larga o lápis assim que deu o seu horário e vai embora, e mesmo agindo dessa maneira é produtivo. O brasileiro tende a fazer mais horas extras”, diz. Para o professor, isso tem origem na educação básica. “É uma questão cultural sem dúvida nenhuma. À medida que o ensino fundamental é fragilizado, o comportamento ao longo da vida também será. Isso contribui para dispersão, baixo senso de responsabilidade”, diz.

Quer um exemplo, um só, que se não serve a todos serve a maioria esmagadora para entender o que quero dizer: já construiu ou reformou?  :sleepy:

Offline Spencer

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Re:A Cabeça do Brasileiro - A influência da educação
« Resposta #24 Online: 26 de Junho de 2017, 22:14:13 »
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Falta de foco e objetividade. De acordo com Nogami, do Insper, não há dados de estudos abertos sobre a objetividade do brasileiro. Mas empresas multinacionais têm comparações internas que apontam que o trabalhador nacional é menos objetivo do trabalho do que europeus ou americanos. “O indivíduo chega, toma um café, verifica as mensagens que recebeu, lê o noticiário. Demora uma hora para começar a trabalhar. E quando vai se aproximando do horário do almoço começa a planejar onde vai comer e a produtividade volta a cair”, diz Nogami. Um efeito colateral dessa tendência a demorar a produzir são as horas extras. “O americano larga o lápis assim que deu o seu horário e vai embora, e mesmo agindo dessa maneira é produtivo. O brasileiro tende a fazer mais horas extras”, diz. Para o professor, isso tem origem na educação básica. “É uma questão cultural sem dúvida nenhuma. À medida que o ensino fundamental é fragilizado, o comportamento ao longo da vida também será. Isso contribui para dispersão, baixo senso de responsabilidade”, diz. 
Meu caro, é minha vez de perguntar: em que país vc vive?

Se prestou a atenção no que eu disse vai comparar o ambiente de trabalho do americano, por exemplo, e vai se lembrar quando citei - "trabalhador mal remunerado, sem seguridades e segurança, sem perspectiva profissional, pega no batente depois de duas horas na condução, e com fome."
O patrão, ou empresário, é na maioria das vezes um tiranete que vê em seu empregado um inimigo que sempre quer lhe furar o olho; por aí.

Em suma, meu ponto de vista é que o homem, seja brasileiro, japonês ou alemão, é essencialmente igual. A diferença está no ambiente em que forma seu caráter, sua educação, as instituições que organizam a sociedade, etc.

 

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