"Riscos"? Isto não é um risco. É uma atitude criminosa contra o ato de livre-empreendimento, que opera dentro da Lei.
E já que você mencionou a palavra "riscos" vou aproveitar e fazer um desabafo. Estou cansado, como profissional liberal e como empresário, de receber compulsoriamente do Estado uma carga crescente de responsabilidades em todas as áreas (legislação e carga tributária, legislação ambiental e trabalhista, legislação comercial, etc) e de nada receber como contrapartida.
Está mais do que na hora de meu segmento dar um "basta" neste tipo de governo país que só fornece "direitos" e mais "direitos" para algumas "castas" e, ao mesmo tempo, faz a 'plebe rude empresarial' pagar a conta e exigir resignação dela, pois que a "atividade empresarial é um risco".
Eu concordo com o pessoal que olhar pra cara de alguém e falar "não, você não pode entrar aqui" ou "não, vocês não podem se aglomerar aqui" é complicadíssimo. Se a gente tá insatisfeito, é melhor rasgarmos a constituição e fazermos uma outra, de algum jeito, já que ela não tem valido grandes coisas mesmo ou pelo o menos todo mundo se esforça pra não valer. E é complicado por causa do critério utilizado pra dizer quem vai ou não ser proibido de pisar no shopping, não pelo risco de baderna, depredação e crime (que são riscos existentes, de fato). O Shopping organiza em seu espaço interesses privados, mas se for proibir gente de pisar lá com base em critérios econômico-sociais, ou a gente assume que isso é um retrocesso legal grave levando em consideração o atual ordenamento ou detonamos logo esse ordenamento e façamos valer a lei do mais forte ou do mais rico, pelo o menos vai valer a coerência.
Sobre sermos espoliados...
Cara, o conceito de estado nesse país parece ser uma coisa de outro mundo. Se não for o único, é um dos pouquíssimos lugares que temos notícia em que se conseguiu criar um aparato de coisas montado pra extorquir quem trabalha, sustentar uma minoria de pulhas e vermes e praticamente acabar com toda e qualquer força dinâmica opositora em quase todos os âmbitos de modo sustentável e seguro (econômico, político, cultural, social), pois se conseguiu unificar todos os aproveitadores e trambiqueiros em uma minoria plutocrática ou fisiológica, depende do momento, que às vezes se confunde com o próprio estado. E o mais impressionante é que conseguiram estabelecer uma rede viciante de apatia populacional baseada em um tipo esquisito de destruição completa de qualquer senso de coletividade que pudesse existir entre brasileiros.
O brasileiro simplesmente não tem como se unir em torno de ideal coletivo justo nenhum, de maneira séria e duradoura, de uma ponta a outra do país e englobando uma maioria, pois parece que lhe falta um senso pra isso.
Não há como empresários se unirem pra exigir do governo o que quer que seja que acabe com esse estupro econômico permanente e reiterado, não adianta irem todos contra a Dilma ou contra quem quer que seja que mude as regras econômicas do jogo no meio do jogo ou que te joguem pra sonegação e te condenem ao ostracismo da prosperidade todos os dias, pois não há poder de contestação forte o bastante em nenhum grupo espoliado no Brasil que represente ameaça aos estupradores econômicos parasitários que se revezam por aqui. Grupos de poder no Brasil não estão e é muito provável que não serão, por tão cedo, roubados ou contrariados. Logo, não precisam contestar nada.
Tem horas que eu penso que uma das únicas coisas que poderiam sacudir a maneira que as coisas acontecem aqui seria rever o pacto federativo, pra que cada região específica pudesse caminhar com as próprias pernas e recursos sem precisar barganhar com mais ninguém. Talvez isso ajudasse.