Cara, é muita vontade de defender o PSDB. 40% de desperdício por falta de manutenção, 20 anos (20!!!) sem nenhuma obra decente de aumento da capacidade dos mananciais e o cara só foi assumir que São Paul tem um problema semana passada. O Alckimim é ridículo, quem defende ele é um merda e ponto final.
Eu não sou um merda.
Não em tempo integral, pelo menos.
Sério Geo? Defensor do Alckmim?
Sim, ainda que seja apenas parcialmente e pontualmente.
As administrações do senhor Alckmin foram razoáveis a boas em quase todos os aspectos, diametralmente ao contrário da administração da senhora Roussef, guardadas as devidas proporções e respeitadas as idiossincrasias de cada nível de poder executivo. Então a comparação geral, para nivelá-los por baixo, entre o senhor Alckmin e a senhora Roussef não cabe de maneira alguma.
Agora especificamente sobre a questão hídrica. Desde que o sistema Cantareira foi inaugurado (meados dos anos 60), só houve uma oportunidade que o nível chegou tão baixo por causa da estiagem que atingiu o Brasil entre 2001 e 2003, e que ocorreu na metade (se não me engano) de 2004. Até 2009, o nível estava em 92,50% e reduziu para 72,50% no final de 2010. Neste ponto (início de 2011) e com as informações e projeções fornecidas pelas universidades, institutos e órgãos de pesquisa ambientais é que ocorreu a primeira grande falha do atual governo paulista, qual seja, o de se preparar para aumentar a disponibilidade em reserva por causa de períodos cada vez mais prováveis de estiagens duradouras, mesmo tendo todo o conjunto de 'sistemas' interligados e com níveis ainda relativamente elevados em 2010.
O percentual desperdiçado é de 31,00%, o que é muito elevado para os padrões de países avançados como o Japão ou o EUA, mas é menor que a média brasileira (se não estiver enganado é de 43,00%). Mas isto ocorre não apenas por causa de vazamentos, visto que é expressivo o consumo de água em domicílios com ligações irregulares. De qualquer modo, na questão do consumo/desperdício está a segunda grande falha do governo paulista, ou seja, o de monitorar e reparar continuamente a rede de distribuição e o de promover uma campanha intensiva de consumo racional de água.
E mesmo assim a comparação entre a administração da senhora Roussef no quesito energético e a do senhor Alckmin no quesito hídrico é precária. Ainda que de forma modesta, o governo paulista promoveu uma campanha de uso mais racional de água e, pelo que eu sei, nunca abaixou o valor da tarifa de água e esgoto. A senhora Roussef, como contraponto, nunca fez uma só campanha de uso racional de energia e no início de 2013 promoveu uma redução populista (e irresponsável) no preço das tarifas, mesmo com a opinião contrária da maioria dos especialistas do setor. Isto resultou em uma dívida enorme das empresas geradoras, coberta parcialmente pelo Tesouro Nacional (ou seja, com aumento da dívida pública e do déficit fiscal) e agora desembocará em um aumento brutal (de 40,00% a 80,00%) dos valores de energia para todos os consumidores.