Autor Tópico: Ciência é baseada em crenças?  (Lida 3258 vezes)

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Re:Ciência é baseada em crenças?
« Resposta #25 Online: 23 de Março de 2014, 12:39:38 »
Veja bem, eu li e tentei entender o que vc quis dizer, talvez ate tenha entendido. Mas eu simplismente nao consigo ver essa distincao que vcs fazem entre "crenca e fe". Nao vou seguir nessa linha de discussao, que pra mim e' inutil e nao vai levar a nada. Espero que nao se ofenda.
Eu não me ofendo, mas obrigado pela preocupação.

Veja bem, crença é um conceito amplo, que resumidamente significa o estado mental manifestado quando se aceita intímamente uma proposição como verdadeira ou falsa. Este conceito engloba todas as variações de crença; a crença no sentido religioso, a crença de senso comum e a crença verdadeira justificada.

A distinção entre crença e fé é que o conceito crença é amplo o suficiente para englobar toda a atitude de convicão onde se aceita algo como verdadeiro ou falso, e o conceito é estrito o bastante para englobar somente a crença no sentido religioso.

crença no sentido religioso é sustentada por fé.

crença verdadeira justificada é nas áreas de conhecimento (bem como a ciência e a filosofia) sustentada por evidências e razão.

Abraços!
"Che non men che saper dubbiar m'aggrada."
"E, não menos que saber, duvidar me agrada."

Dante, Inferno, XI, 93; cit. p/ Montaigne, Os ensaios, Uma seleção, I, XXV, p. 93; org. de M. A. Screech, trad. de Rosa Freire D'aguiar

Offline Cientista

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Re:Ciência é baseada em crenças?
« Resposta #26 Online: 24 de Março de 2014, 03:39:11 »
Aceitar uma proposição como verdadeira neste caso representa o mesmo que crer na verdade desta mesma proposição.

Aceitar uma proposição como útil já é diferente, não implica em acreditar que tal proposição represente a realidade (a verdade) do que é proposto.
Estou me esforçando muito mas não estou conseguindo conceber como uma coisa irreal poderia ser útil...  Pode tentar explicar melhor, por favor?


Esta ultima atitude de se concentrar na utilidade de uma ideia sem no entanto considera-la real ou verdadeira representa a postura cética tomada.
Acho que isso já está até me fazendo mal...  Por favor, por uma questão humanitária! Me ajude a entender: como uma coisa ideada possa ser útil sem que seja real?!


Os céticos não interpretam a ciência por uma perspectiva realista, mas sim instrumentalista.
Qual a diferença?! Além da que você queira muito que exista, por favor!

Instrumentalista seria utilitarista? Qual a diferença?...  Sem que seja a pura conveniência deslavada, por favor!


O Realismo Cientifico implica na ideia de acreditar que as teorias cientificas expressam ideias que existem de forma concreta no mundo real, tal postura é também chamada de empirismo ingênuo pelos céticos e/ou instrumentalistas.
Ah... o tal de "realismo científico" e o tal de "empirismo ingênuo"...

hahahahaha...  gostchio muitchio desses bagulio aí!

Mas...  me diga...  o que pensadores científicos e descrentes teriam de compromisso com essas invencionices filosofistas? Não poderia ser um compromisso similar ou idêntico ao que comprometeria filosofosos se pensadores científicos descrevessem a, "respectiva, conforme tuas alegações", caracterização desses como "instrumentalismo ingênuo"...  porque, "no caso" (gosto desse seu frequente "no caso", hahahahaha...), seria mesmo é um "instrumentalismo muito do esperto"! hahahahahahahha...


O cético se utiliza da ciência para guiar suas ações no dia a dia interpretando-a por via do instrumentalismo, que considera as teorias cientificas por meio de seu valor prático.
Está dizendo que os "não céticos" guiariam-se pelo que seria...  um...  valor "a(nti)prático" das idéias?!  !!!!!!!!!!!!!


Ele as vê como instrumentos com o objetivo central de gerar resultados práticos, e não necessariamente ideias que representam a realidade como ela realmente é.
Hããããmmmmmmmm...   Tô boiando...   mas tenho certeza que quando você explicar melhor, ali em cima, vou entender!


A matemática possui utilidade prática?

Aparentemente sim
E a própria utilidade, em si, também é só uma aparência? Ou ela é tão 'suigenerismente' especial assim para ser melhor que...   que...


Então ela se torna um instrumento útil na "mão" de um cético.
Na mão de qualquer outro (não cético) é inútil?! A utilidade da matemática e de tudo mais "aparentemente... real.../...útil"(droga...  não sei como/o que dizer...  não sou instrumentalizado com o ceticismo "de verdade"!) depende do ceticismo?????!!!!!   CÉÉÉÉÉUUUS!!!!!!!!!!!!!!!!! Quer dizer que, sem a postura do "verdadeiro ceticismo", nada pode ser aproveitado em sua utilidade???!!!  Salvem-me os céticos do mundo!


Mas a matemática representa a realidade das coisas de alguma forma?

Não sabemos [Seria a resposta de um cético].
Um cético responde no plural? responde por outros? Por todos? Ousado esse cético aí, hein?  hahahahahaha...






Crenca: acreditar sem um motivo racional.
O que é um "motivo racional"? Por que "é"/seria melhor que um motivo "irracional"?


Ciencia: corpo de conhecimento acumulado e organizado com o objetivo de trazer explicacoes racionais aos fenomenos naturais.
Como tantos e tantos tratados eruditos compilados ao longo da história que só perderam suas "racionalidades tão bem racionalizadas" à luz de descobertas posteriores?


O problema é que não se faz a distinção entre crença e fé.
O problema é, exatamente, que se a, ainda que artificial inaplicável e irrealmente, "faz"*!

*Não é real, tão só constructo falso da mente crente, com vistas a criar "versões melhores" da desgraça que ela é, se incluir nessas versões, e sentir-se melhor.


A Ciência é crença com motivo racional enquanto fé é um tipo de crença irracional...
E a diferença seria?...


Que sentido tem dizer que se acredita na ciência mas não se crê na ciência?
Não entendi é que sentido teria essa "pergunta"...


Eu creio na validade da metodologia científica é uma afirmação lógica ou não?
É só uma afirmação de crença, nada mais.








Crenca: acreditar sem um motivo racional.
Ciencia: corpo de conhecimento acumulado e organizado com o objetivo de trazer explicacoes racionais aos fenomenos naturais.

O problema é que não se faz a distinção entre crença e fé.

A Ciência é crença com motivo racional enquanto fé é um tipo de crença irracional... Que sentido tem dizer que se acredita na ciência mas não se crê na ciência? Eu creio na validade da metodologia científica é uma afirmação lógica ou não?
Exatamente.
"Exatamente"?!!!!!!! Sem dúvidas ou apenas "aparências"?!!!!!!  ...Puxa, alguma coisa se salva, então...


Me parece que o autor (como muitos outros aqui) restringem o significado da palavra crença, unicamente ao sentido religioso de crença como fé.
E devemos ser ecumênicos no lance, não é mesmo? Distribuamos crença para todo mundo que é egoísmo ficar com coisas "boas" só para si!...

hahahahahahaha...


Isto é uma interpretação limitante, pelo fato de o conceito ser muito mais abrangente e rico, possuindo variações que vão desde a fé (crença no sentido religioso) á crença verdadeira justificada (crença no sentido filosófico e cientifico).
"Crença verdadeira justificada" é uma das suas maiores e máximas!...    ...piadas!!!   Eu tenho uma verdadeira crença de que é verdade que você crê muito em muitas coisas não verdadeiras...   e...   Legal isso pra caramba! Brincar com as palvras!


Eu já cansei de debater estas distinções, variações e definições de crença aqui no fórum em diversos outros tópicos,
(A mim, você parece mais é incansável...)

Você estabeleceu que nenhuma outra coisa referente há que não crença. "Até um descrente é crente", segundo você!  Debate, debate...


apresentando não somente meu ponto de vista, mas também fontes que suportam a definição por mim apresentada.
Realmente reconheço que você já trouxe montes e montes de opiniões diversas de "renomados" opinadores autoprofissionalzados adorados por seguidores, além de quase nada de suas próprias opiniões, que, quando confrontado a justificá-las, transfere-as para seus defensores "ilustres", quando não sai pela tangente fingindo que nem viu. Mas, opinião por opinião, sempre prefiro a minha...


Porém percebo um certo dogmatismo
Também (na verdade, mais que percebo) verifico um (mais que certo, senão no sentido de certeiro) tremendo dogmatismo em muitos por aqui...


(no sentido de fanatismo cego)
Também...!

Mas também algo como o cara que conseguiu outro emprego que paga o dobro e cresce tanto para cima do atual patrão que, quando esse tenta dizer que paga o triplo para ele ficar, ele está tão ensurdecido pela paixão cega da excitação com algo que o faz delirar e se perder enclausurado nos próprios pensamentos, que não escuta.


onde alguns membros apresentam uma certa resistência  em reconhecerem que estão usando a palavra crença como um conceito limitante
A crença ÉÉÉ um conceito limitante -- é uma propriedade limitadora da máquina cognitiva crente.  Oras...


e errôneo,
Se for no sentido de que é errado crer... é uma perspectiva...


e continuam a usa-la desta forma mesmo após as evidências e argumentações apresentadas derrubarem suas teses.
Argumentações, para mim, é só diversão. JÁ, evidências...  aí eu até tenho interesse...   E-VI-DÊN-CIAS!!!  CA-DÊ???








Credibilidade é a propriedade do que justifica crença. Piorou a situação.

Crença é crer.
Ciência é não crer.

Tudo muito mais simples, não?


Resumindo, a palavra chave e' CREDIBILIDADE. A Ciencia tem credibilidade suficiente para fazer com que eu aceite uma explicacao de um fenomeno que nao entendo direito, mesmo que eu nao entenda bem a explicacao. Isso e' ser crente? Nao, isso e' apenas credibilidade ante um vasto historico de coisas que funcionam, sao previstas e explicadas pela Ciencia.
Como o cientista diz aqui você se complica, pois credibilidade vem de crer que se relaciona a crença.


Quando eu falei 'credibilidade' eu me referi a esta acepcao:

"Significado de Credibilidade
s.f. Qualidade do que é crível; verossimilhança."

"Significado de Crivel
adj. Que se pode crer; acreditável, verossímil."

"Significado de Verossimil
adj. Que parece verdadeiro; que não repugna à verdade: história verossímil.
"

A credibilidade da Ciencia nao e' sustentada pela vontade de acreditar, mas sim pelo historico de erros e acertos que ela tem ao longo da Historia. Hoje nos somos capazes de ver e comprovar muitos dos erros, acertos e previsoes fornecidos pela Ciencia. E' isso que eu entendo por credibilidade, nao entendo por que vcs enxergaram essa 'outra' definicao, mas enfim.

Depois continuo, tenho que sair agora.
Cara, entenda! Você está errado e mendigando o que não precisa. Relaxe e divirta-se, caramba! Ciência não tem nem dispõe de credibilidade! Joga-a fora! Prescinde disso! Deixa para os outros! Isso é ciência! É o que NÃO tem credibilidade, só acertos, sucessos e poder! Ciência é um troço phodástico pra caceta mesmo (quase igual ao próprio Cientista), e os crentes (incluindo uns... "céticos" pregadores que se acham os tais...) ficam doidos com isso...    hahahahahahaha...

Offline Skeptikós

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Re:Ciência é baseada em crenças?
« Resposta #27 Online: 24 de Março de 2014, 21:57:07 »
Aceitar uma proposição como verdadeira neste caso representa o mesmo que crer na verdade desta mesma proposição.

Aceitar uma proposição como útil já é diferente, não implica em acreditar que tal proposição represente a realidade (a verdade) do que é proposto.
Estou me esforçando muito mas não estou conseguindo conceber como uma coisa irreal poderia ser útil...  Pode tentar explicar melhor, por favor?
Claro, imagine o seguinte contexto, uma mulher tem cançer maligno nos seios, ela não respondeu bem ao tratamento até o momento, e os médicos perderam as esperanças, suspendendo o tratamento e mando-a para casa, para passar o resntante de seus dias com seus familiares, calculando para ela apenas mais seis meses de vida.

A mulher no entanto acredita que sua crença de que deus lhe curara fara um milagre por ela, e o cancêr sumira. Um mês mais tarde ela volta ao hospital para mais exames de rotina, e os médicos percebem que o tumor diminui de tamanho, um mês mais tarde ela retorna, e o tumor continua a diminuir, em três meses ele já desapareceu por completo, e um ano depois de ele ter desaparecido, não sinais de que ele tenha voltado.

O que isso significa?

Significa que Deus existe, e que ele foi ele mesmo que curou a mulher?

Este evento não fornece evidências para isso, o que parece  é que a mulher se curou, e que talvez a sua crença em Deus tenha contribuído para sua cura.

Neste caso a crença de que Deus a curaria foi útil, se de fato ela foi a responsável pela cura da mulher.

Não existem estudos semelhantes sobre isso na medicina sobre efeito placebo, onde a expectativa de reação de uma substância provoca a reação esperada, mesmo nos casos onde a substância é inócua?

Neste caso o que se apresenta é que a expectativa de reação positiva a um tratamento é útil. E por isso a crença de um enfermo de que Deus operara um milagre o curando, mesmo que ele se cure mesmo, pode não provar a existência real de Deus, mas pode ser considerado como tendo sido útil para a recuperação do paciente.

Esta ultima atitude de se concentrar na utilidade de uma ideia sem no entanto considera-la real ou verdadeira representa a postura cética tomada.
Acho que isso já está até me fazendo mal...  Por favor, por uma questão humanitária! Me ajude a entender: como uma coisa ideada possa ser útil sem que seja real?!
Novamente o exemplo do efeito placebo, apesar da ideia do paciente de que ele esta tomando um medicamento miraculoso não condizer com a realidade, é útil pelo fato de a expectativa de cura gerada por esta ideia ser capaz de provocar a reação de cura esperada no paciente.

Os céticos não interpretam a ciência por uma perspectiva realista, mas sim instrumentalista.
Qual a diferença?! Além da que você queira muito que exista, por favor!
Realismo Científico e Instrumentalismo por Karl Popper

Instrumentalista seria utilitarista? Qual a diferença?...  Sem que seja a pura conveniência deslavada, por favor!
O utilitarismo é uma doutrina política que parte do príncio que deve-se sempre tomar decisões visando o benefício da maioria.

Já o instrumentalismo é uma dotrina cietífica que contrasta com o realismo, dizendo que as teorias científicas não necessariamente refletem com precisão a realidade. E que devem ser tratadas apenas como instrumentos práticos de ação, interpretação e observação.

O Realismo Cientifico implica na ideia de acreditar que as teorias cientificas expressam ideias que existem de forma concreta no mundo real, tal postura é também chamada de empirismo ingênuo pelos céticos e/ou instrumentalistas.
Ah... o tal de "realismo científico" e o tal de "empirismo ingênuo"...

hahahahaha...  gostchio muitchio desses bagulio aí!

Mas...  me diga...  o que pensadores científicos e descrentes teriam de compromisso com essas invencionices filosofistas?
A partir do momento em que afirmam terem produzido conhecimento que refllita a realidade como precisão, e passam a contrastar com aqueles cientista que dúvidam de tal afirmação. Eles passam a ter compromisso quando se posicionam de acordo com uma das interpretações, a defendendo contra as contestações do outro grupo.

Aqueles cientistas que consideram a produção de conhecimento cientifico como uma representação fiel da realidade são classificados como realistas e aqueles cientistas que consideram o conhecimento cientifico apenas uma ferramente prática e não necessariamente uma representação fiel da realidade são classificados intrsumentalistas

Não poderia ser um compromisso similar ou idêntico ao que comprometeria filosofosos se pensadores científicos descrevessem a, "respectiva, conforme tuas alegações", caracterização desses como "instrumentalismo ingênuo"...  porque, "no caso" (gosto desse seu frequente "no caso", hahahahaha...), seria mesmo é um "instrumentalismo muito do esperto"! hahahahahahahha...
Eles poderiam lançar os argumentos que desejarem.

Vale lembrar que a ciência esta intímamente relcionada com a filosofia, não se esqueça que a ciência nasceu na filosofia. E toda a parte lógica de elaboração de premissas de leis e teorias científicas se baseiam na lógica criada pela filosofia.

O cético se utiliza da ciência para guiar suas ações no dia a dia interpretando-a por via do instrumentalismo, que considera as teorias cientificas por meio de seu valor prático.
Está dizendo que os "não céticos" guiariam-se pelo que seria...  um...  valor "a(nti)prático" das idéias?!  !!!!!!!!!!!!!
Não, porém eles além de visarem a útilidade prática de uma teoria cientifíca, consideram também que tal teoria representa  com fidelidade a realidade concreta daquilo que trata.

A matemática possui utilidade prática?

Aparentemente sim
E a própria utilidade, em si, também é só uma aparência? Ou ela é tão 'suigenerismente' especial assim para ser melhor que...   que...
A utilidade também pode ser interpretada como aparente, aquilo que é considerado como útil por uma pessoa não necessariamente o será por outra, temos ai um exemplo de utilidade aparente e relativa.

Mas a matemática representa a realidade das coisas de alguma forma?

Não sabemos [Seria a resposta de um cético].
Um cético responde no plural? responde por outros? Por todos? Ousado esse cético aí, hein?  hahahahahaha...
kkkkkkkkk, essa foi boa. Imagine que sejam dois céticos falando, por isso se comunicaram no plural.

Crenca: acreditar sem um motivo racional.
Ciencia: corpo de conhecimento acumulado e organizado com o objetivo de trazer explicacoes racionais aos fenomenos naturais.

O problema é que não se faz a distinção entre crença e fé.

A Ciência é crença com motivo racional enquanto fé é um tipo de crença irracional... Que sentido tem dizer que se acredita na ciência mas não se crê na ciência? Eu creio na validade da metodologia científica é uma afirmação lógica ou não?
Exatamente.
"Exatamente"?!!!!!!! Sem dúvidas ou apenas "aparências"?!!!!!!  ...Puxa, alguma coisa se salva, então...
Eu concordei com ele nesta ocasião mais isso não quer dizer que ele esteja certo. concordei apenas por praticidade. hehe

Me parece que o autor (como muitos outros aqui) restringem o significado da palavra crença, unicamente ao sentido religioso de crença como fé.
E devemos ser ecumênicos no lance, não é mesmo? Distribuamos crença para todo mundo que é egoísmo ficar com coisas "boas" só para si!...

hahahahahahaha...
Eu deixei bem claro o que me pareceu, não disse que minha impressão fosse uma representante fiel da realidade.

Isto é uma interpretação limitante, pelo fato de o conceito ser muito mais abrangente e rico, possuindo variações que vão desde a fé (crença no sentido religioso) á crença verdadeira justificada (crença no sentido filosófico e cientifico).
"Crença verdadeira justificada" é uma das suas maiores e máximas!...
Na verdade é de Platão.

Eu tenho uma verdadeira crença de que é verdade que você crê muito em muitas coisas não verdadeiras...   e...   Legal isso pra caramba! Brincar com as palvras!
Crença verdadeira jsutificada é quando o conhecimento produzido e aceito como verdadeiro é sustentado por evidências e razões que reflitam a realidade. Isso para Platão e tabém para aqueles que consideram  a ciêcia e/ou a filosofia capazes de produzir conhecimento que reflitam a realidade com precisão.

Qualquer um que se guie pelo realismo cientifico e/ou filosófico, e considere uma proposição verdadeira, pelo fato dela ser sustentada por evidências e razão, estara emitindo uma crença verdadeira justificada.
« Última modificação: 24 de Março de 2014, 22:06:35 por Skeptikós »
"Che non men che saper dubbiar m'aggrada."
"E, não menos que saber, duvidar me agrada."

Dante, Inferno, XI, 93; cit. p/ Montaigne, Os ensaios, Uma seleção, I, XXV, p. 93; org. de M. A. Screech, trad. de Rosa Freire D'aguiar

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Re:Ciência é baseada em crenças?
« Resposta #28 Online: 25 de Março de 2014, 04:43:59 »
Sua resposta para isto aqui abaixo poderia ser tão simples quanto "pela crença no algo irreal", mas, aí, é irreal mesmo. Espero que entenda o que vou tentar te ensinar porque verifica-se difícil pela doutrinação em que está encalacrado. Você nem responde ao que se pergunta, respondendo a uma pergunta 'virtual' qualquer que enxerga, por distorção, não a pergunta real.

Aceitar uma proposição como verdadeira neste caso representa o mesmo que crer na verdade desta mesma proposição.

Aceitar uma proposição como útil já é diferente, não implica em acreditar que tal proposição represente a realidade (a verdade) do que é proposto.
Estou me esforçando muito mas não estou conseguindo conceber como uma coisa irreal poderia ser útil...  Pode tentar explicar melhor, por favor?
Claro, imagine o seguinte contexto,
Vou tentar para te ajudar...


uma mulher tem cançer maligno nos seios, ela não respondeu bem ao tratamento até o momento, e os médicos perderam as esperanças, suspendendo o tratamento e mando-a para casa, para passar o resntante de seus dias com seus familiares, calculando para ela apenas mais seis meses de vida.

A mulher no entanto acredita que sua crença de que deus lhe curara fara um milagre por ela, e o cancêr sumira. Um mês mais tarde ela volta ao hospital para mais exames de rotina, e os médicos percebem que o tumor diminui de tamanho, um mês mais tarde ela retorna, e o tumor continua a diminuir, em três meses ele já desapareceu por completo, e um ano depois de ele ter desaparecido, não sinais de que ele tenha voltado.

O que isso significa?
...Queeee...   ela curou-se?...   hahahahahaha...


Significa que Deus existe, e que ele foi ele mesmo que curou a mulher?
Não, claro.


Este evento não fornece evidências para isso,
Fornece evidências contra.


o que parece  é que a mulher se curou,
Olha, aí no caso imaginado, ainda que temporariamente (se uma pessoa é predisposta oncogenicamente está na mesma permanente situação), é fato que ela curou-se. Os exames podem ser refeitos, se duvidar...   hahahahahahaha...


e que talvez a sua crença em Deus tenha contribuído para sua cura.
Não vejo nem como o "talvez" entre nisso... Você acredita que "talvez" algum deus tenha mesmo a curado?... Porque...  não estou interessado no efeito da "crença dela em deus", que é REAL (A CRENÇA, SÓ). O que quero saber, o que te pedi, é como algo IRREAL (sabe o que é isso?), e nem queria exemplo mas o *me-ca-nis-mo* (não perguntei quando, perguntei **COMO**), pode ser útil, não a crença no algo irreal. Se a crença dela teve qualquer efeito, foi a crença dela, não o "objeto" da crença. E a questão aqui, do tema, é a descartabilidade das coisas irreais COMO irreais. Se você me diz que "acreditar em deus funciona", "que a crença no irreal funciona", não está me mostrando nada sobre porque não se deveria descartar a existência objetiva de qualquer deus ou irrealidade, ou... está confessando que não existem mesmo e que crer neles seria tudo o que interessaria.


Neste caso a crença de que Deus a curaria foi útil, se de fato ela foi a responsável pela cura da mulher.
"Se", "ela" (não tinha que ser "ele"?...)...

Lindo! Mas...  não foi nem o que perguntei...


Não existem estudos semelhantes sobre isso na medicina sobre efeito placebo, onde a expectativa de reação de uma substância provoca a reação esperada, mesmo nos casos onde a substância é inócua?
Existem estudos ou existe o efeito?

Éééé...   "parece" que sim...   hahahahahaha... Você... garante?!

"Semelhantes"? Não é o mesmo efeito? Com "deuses" seria essencialmente diferente?


Neste caso o que se apresenta é que a expectativa de reação positiva a um tratamento é útil.
A expectativa de reação é real, fisiologicamente, bioquimicamente, sistemicamente determinada.


E por isso a crença de um enfermo de que Deus operara um milagre o curando, mesmo que ele se cure mesmo, pode não provar a existência real de Deus, mas pode ser considerado como tendo sido útil para a recuperação do paciente.
"E por isso"?...  Então admite deuses como placebo-equivalentes?

E...?

O efeito placebo mostra-se real, o processo da crença (qualquer) mostra-se real, a cura/melhora mostra-se real. Se você não está me dizendo que algum deus é real no caso em que a crença nele propicia cura/melhora, não está respondendo nada para minha pergunta (uma coisa é algum deus qualquer, sempre irreal; outra, completamente diferente, e sempre real, é o processo de crença nessas suposições): "COMO algo irreal poderia ser útil?"  Procure prestar atenção melhor, por favor. Eu não perguntei como a crença em algo irreal pode ser útil.

Vou tentar desenhar melhor porque vejo alguma dificuldade nisto para você. Você está se envolvendo e se embaraçando numa fálacia do ' "irreal" realizado'. Trata-se de um paradoxo para mentes crentes, do mesmo tipo da previsão (boato) da "falsa" quebra do banco que quebra o banco. Se o banco quebra, a quebra é real. Se a crença cura, a crença (os efeitos físicos dela) é real. Sé é algum deus que cura, o tal deus é real. Se você está me dizendo que a utilidade de algo irreal é pela crença no algo irreal, está admitindo que é irreal, numa irreal ascendência que iria da crença ao algo irreal. Eu quero saber é como o algo irreal atuaria na relação de utilidade, descendentemente.

Além de tudo isso, como a "suspensão de julgamento" poderia ter utilidade sendo uma 'descrença tácita absoluta', num contexto equivalente, visto você alegar que crenças são úteis?

Vai responder agora à minha pergunta, e não à sua própria, filho?


Esta ultima atitude de se concentrar na utilidade de uma ideia sem no entanto considera-la real ou verdadeira representa a postura cética tomada.
Acho que isso já está até me fazendo mal...  Por favor, por uma questão humanitária! Me ajude a entender: como uma coisa ideada possa ser útil sem que seja real?!
Novamente o exemplo do efeito placebo,
"Novamente" o que? Pela crença? Nenhuma resposta para minha pergunta?


apesar da ideia do paciente de que ele esta tomando um medicamento miraculoso não condizer com a realidade, é útil pelo fato de a expectativa de cura gerada por esta ideia ser capaz de provocar a reação de cura esperada no paciente.
A ideia de um paciente sob efeito placebo não é de milagre, mas de remediação real. Lembrando que o efeito placebo, por ser real, não é mesmo milagroso, portando não de 'poderes infinito-ilimitados'.

Você, com essa tentativa de exemplo de propósito fracassado, está se afundando mais na incosistência. Nem mesmo o objeto da expectativa de cura -- a cura em si -- é sistematicamente irreal. Crê-se na cura, tanto mais quanto mais se evidencia a REALIDADE do efeito placebo.


Os céticos não interpretam a ciência por uma perspectiva realista, mas sim instrumentalista.
Qual a diferença?! Além da que você queira muito que exista, por favor!
Realismo Científico e Instrumentalismo por Karl Popper
Lá.


Instrumentalista seria utilitarista? Qual a diferença?...  Sem que seja a pura conveniência deslavada, por favor!
O utilitarismo é uma doutrina política que parte do príncio que deve-se sempre tomar decisões visando o benefício da maioria.
É uma (sub)variação específica do instrumentalismo? Independentemente de se "determinar dogmaticamente" que o benefício da maioria seja o 'absoluto do melhor processo', adota-se por pragmatismo?


Já o instrumentalismo é uma dotrina cietífica
"Doutrina científica"? Você quer dizer "doutrina **filosófica** dos que se encarregam autoritariamente da prerrogativa de determinar o que/como ciência é"? Então, você é adepto dessa doutrina?


que contrasta com o realismo, dizendo que as teorias científicas não necessariamente refletem com precisão a realidade. E que devem ser tratadas apenas como instrumentos práticos de ação, interpretação e observação.
Se é "não necessariamente" não contrasta nada. Fica uma indefinição fugidia.

Como fica, por esses, provado que "as teorias científicas não refletem com precisão a realidade"? Em que se baseiam para erigir, estabelecer e impôr tal doutrina? (Excluí o "necessariamente", uma vez que sua inclusão é falaciosa -- se têm algo a afirmar, que afirme-se.)


O Realismo Cientifico implica na ideia de acreditar que as teorias cientificas expressam ideias que existem de forma concreta no mundo real, tal postura é também chamada de empirismo ingênuo pelos céticos e/ou instrumentalistas.
Ah... o tal de "realismo científico" e o tal de "empirismo ingênuo"...

hahahahaha...  gostchio muitchio desses bagulio aí!

Mas...  me diga...  o que pensadores científicos e descrentes teriam de compromisso com essas invencionices filosofistas?
A partir do momento em que afirmam terem produzido conhecimento que refllita a realidade como precisão, e passam a contrastar com aqueles cientista que dúvidam de tal afirmação. Eles passam a ter compromisso quando se posicionam de acordo com uma das interpretações, a defendendo contra as contestações do outro grupo.
Meu jovem, preste bem atenção: não estou perguntando sobre "cientistas contra cientistas"; estou perguntando sobre cientistas contra filósofos. Sabe a diferença?

Também não estou perguntando sobre o que se afirma; pergunto sobre o que se **mostra**. Cientistas não são cientistas porque afirmam, mas porque evidenciam, mostram e, mesmo, provam. Afirmar coisas simplesmente e nada mais que isso é função de filósofos.

E não respondeu o que de compromisso alguém tem que ter com regras estabelecidas por outrem, senão pelo despotismo. Não tenho que ter compromisso com "interpretações" que não criei e com que nem concordo.


Aqueles cientistas que consideram a produção de conhecimento cientifico como uma representação fiel da realidade são classificados como realistas e aqueles cientistas que consideram o conhecimento cientifico apenas uma ferramente prática e não necessariamente uma representação fiel da realidade são classificados intrsumentalistas
A "produção de conhecimento científico" ou os **produtos analítico-instrumentais** (e...  olha só que coisa! cientistas consideram seus produtos como **instrumentos** analíticos para a realidade, não importando se parcial, embora nenhum haja que considere apreensão integral da realidade a qualquer momento como fato) do processo científico? Fale do que se está a falar, por favor.

Continuo não vendo que diferença haveria. Você só está me apresentando definições factoidais.


Não poderia ser um compromisso similar ou idêntico ao que comprometeria filosofosos se pensadores científicos descrevessem a, "respectiva, conforme tuas alegações", caracterização desses como "instrumentalismo ingênuo"...  porque, "no caso" (gosto desse seu frequente "no caso", hahahahaha...), seria mesmo é um "instrumentalismo muito do esperto"! hahahahahahahha...
Eles poderiam lançar os argumentos que desejarem.
Nada mais justo, "no caso" (hahaha), não é mesmo?


Vale lembrar...
Vaaaaale! Ah, a essa altura aqui, vale tudo!  hahahahahahaha...

Você já até começou a apelar feio!


...que a ciência esta intímamente relcionada com a filosofia, não se esqueça que a ciência nasceu na filosofia.
Como posso esquecer o que nunca tive em memória? Lembro, sim, bem ter ouvido essa baboseira quase por toda a minha vida. O que eu sei é que ciência "nasceu" (aquiesço aqui, tá OK...) APESAR dos filósofos e de sua filosofia. Sim...  disso eu sei e lembro sempre. Mas, já notei em você certa dificuldade em deslindar, uma(s) da(s) outra(s), coisas do tipo...


E toda a parte lógica de elaboração de premissas de leis e teorias científicas se baseiam na lógica criada pela filosofia.
Ah, sim, você crê nisso...  Eu não. E, pelo visto, já esqueceu que eu disse isto...

Mas, para isso, as respostas que te darei naqueles outros dois tópicos mais atrás te serão de ajuda, se souber aproveitar...


O cético se utiliza da ciência para guiar suas ações no dia a dia interpretando-a por via do instrumentalismo, que considera as teorias cientificas por meio de seu valor prático.
Está dizendo que os "não céticos" guiariam-se pelo que seria...  um...  valor "a(nti)prático" das idéias?!  !!!!!!!!!!!!!
Não, porém eles além de visarem a útilidade prática de uma teoria cientifíca, consideram também que tal teoria representa  com fidelidade a realidade concreta daquilo que trata.
E a diferença seria?...  Por favor, sem mais sentenças prontas de manuais! Quero saber que "instrumentalidade pragmática" **a mais** haveria num "caso especial"? O que seu "instrumentalista" obtém a mais do que seu "realista"? Espero que não haja mais espaço, com todo o contorno bem claro que ponho em meu questionamento, para vontade de uso de subterfúgios e fuga em você, filho...


A matemática possui utilidade prática?

Aparentemente sim
E a própria utilidade, em si, também é só uma aparência? Ou ela é tão 'suigenerismente' especial assim para ser melhor que...   que...
A utilidade também pode ser interpretada como aparente, aquilo que é considerado como útil por uma pessoa não necessariamente o será por outra, temos ai um exemplo de utilidade aparente e relativa.
Então sua "instrumentalidade" de nada vale como doutrina/norma de conduta ou ação/diretriz/... e é tão insustentável em si quanto o de que se intenta fugir, por meio dela, por aqueles que a adotam como "ceticismo saldável/vedadeiro"?


Mas a matemática representa a realidade das coisas de alguma forma?

Não sabemos [Seria a resposta de um cético].
Um cético responde no plural? responde por outros? Por todos? Ousado esse cético aí, hein?  hahahahahaha...
kkkkkkkkk, essa foi boa. Imagine que sejam dois céticos falando, por isso se comunicaram no plural.
Não tenho muita facilidade para imaginar muitas coisas...   mas...

...Dois céticos e um precisa perguntar ao outro o que ele já sabe/pensa?...


Crenca: acreditar sem um motivo racional.
Ciencia: corpo de conhecimento acumulado e organizado com o objetivo de trazer explicacoes racionais aos fenomenos naturais.

O problema é que não se faz a distinção entre crença e fé.

A Ciência é crença com motivo racional enquanto fé é um tipo de crença irracional... Que sentido tem dizer que se acredita na ciência mas não se crê na ciência? Eu creio na validade da metodologia científica é uma afirmação lógica ou não?
Exatamente.
"Exatamente"?!!!!!!! Sem dúvidas ou apenas "aparências"?!!!!!!  ...Puxa, alguma coisa se salva, então...
Eu concordei com ele nesta ocasião mais isso não quer dizer que ele esteja certo. concordei apenas por praticidade. hehe
Ah, sim, o "instrumentalismo pragmático"...     ..."muito do esperto", quase esqueço!  hahahahahaha...

Não quer dizer que ele esteja certo, mas que ele está exato, está?! Com firme convicção?!!


Me parece que o autor (como muitos outros aqui) restringem o significado da palavra crença, unicamente ao sentido religioso de crença como fé.
E devemos ser ecumênicos no lance, não é mesmo? Distribuamos crença para todo mundo que é egoísmo ficar com coisas "boas" só para si!...

hahahahahahaha...
Eu deixei bem claro o que me pareceu, não disse que minha impressão fosse uma representante fiel da realidade.
Você tem certeza de que deixou bem claro?  Não só...  te parece(u) que deixou bem claro?  Ou... só claro, sem o "bem", que só reforça mais a convicção?  Ou... talvez não tenha deixado nada claro mesmo?...  Mas... aí... já iria para o extremo oposto da certeza...    hahahahahahaha...

Claro, claro... digamos assim: aqui você se saiu bem na palavra! Não escorregou! Mas, eu não disse algo que contrariasse o fato...  Você "se saiu bem" sem direção, sem sentido, sem proveito.

Não, não...  desse "mal" só padecem aqueles...  seus "cientistas" que eu não sei bem quais/o que são...


Isto é uma interpretação limitante, pelo fato de o conceito ser muito mais abrangente e rico, possuindo variações que vão desde a fé (crença no sentido religioso) á crença verdadeira justificada (crença no sentido filosófico e cientifico).
"Crença verdadeira justificada" é uma das suas maiores e máximas!...
Na verdade é de Platão.
Se você concorda e adota, agora é sua também.


Eu tenho uma verdadeira crença de que é verdade que você crê muito em muitas coisas não verdadeiras...   e...   Legal isso pra caramba! Brincar com as palvras!
Crença verdadeira jsutificada é quando o conhecimento produzido e aceito como verdadeiro é sustentado por evidências e razões que reflitam a realidade.
Eu não disse? Você defende bem (não no sentido de ter sucesso) a tese!


Isso para Platão e tabém para aqueles que consideram  a ciêcia e/ou a filosofia capazes de produzir conhecimento que reflitam a realidade com precisão.

Qualquer um que se guie pelo realismo cientifico e/ou filosófico, e considere uma proposição verdadeira, pelo fato dela ser sustentada por evidências e razão, estara emitindo uma crença verdadeira justificada.
Qual seria a diferença entre "realismos" "científico e/ou filosófico"?

Offline Skeptikós

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Re:Ciência é baseada em crenças?
« Resposta #29 Online: 25 de Março de 2014, 19:31:43 »
O efeito placebo mostra-se real, o processo da crença (qualquer) mostra-se real, a cura/melhora mostra-se real. Se você não está me dizendo que algum deus é real no caso em que a crença nele propicia cura/melhora, não está respondendo nada para minha pergunta
Sua pergunta foi, como algo irreal (a existência de Deus*) pode ser útil.

*Usada por mim como exemplo para ilustrar o experimento mental da mulher que se curava, já que você considera a existência de deus irreal.

E eu respondi que acreditar na existência de Deus (mesmo que a existência seja irreal) pode ser útil em alguns contextos, como no processo de recuperação de um paciente enfermo, onde tal crença se manifesta como uma expectativa positiva de cura da enfermidade que tal paciente sofra, e interfere na cura com base na expectativa de reação gerada.

Outro exemplo usado por mim é o efeito placebo, onde uma substância inócua é ministrada num paciente, com a descrição de que tal substância é um medicamento capaz de eliciar uma reação específica no organismo dele (informação irreal, já que a substância é inócua), e mesmo tal informação sendo falsa a reação esperada acontece de fato devido as expectativas construídas pelo paciente em forma de crença com base na descrição que ele recebeu sobre a substância.

Isso não prova que a existência de Deus ou a eficácia de uma substância inócua, mostra apenas que acreditar nisso pode trazer resultados práticos, e por isso ser considerado útil.

apesar da ideia do paciente de que ele esta tomando um medicamento miraculoso não condizer com a realidade, é útil pelo fato de a expectativa de cura gerada por esta ideia ser capaz de provocar a reação de cura esperada no paciente.
A ideia de um paciente sob efeito placebo não é de milagre, mas de remediação real.
Miraculoso não de forma literal, mas no sentido de possuir um poder cura acima da média.

Você, com essa tentativa de exemplo de propósito fracassado, está se afundando mais na incosistência. Nem mesmo o objeto da expectativa de cura -- a cura em si -- é sistematicamente irreal. Crê-se na cura, tanto mais quanto mais se evidencia a REALIDADE do efeito placebo.
Isso é contraditório, observa-se a cura como resultado do que foi chamado de efeito placebo, que no caso da mulher do exercício mental era baseado em sua crença na existência de um Deus capaz de cura-la.

A cura não foi irreal, pois se percebeu a cura. O que você poderia chamar de irreal é a existência de Deus, pois o experimento não comprova a sua existência, mas somente a utilidade da mulher ter acreditado nele como expectativa de reação de cura suficiente para desencadear de fato as alterações mentais, cerebrais e fisiológicas que tornaram possível a cura.

Instrumentalista seria utilitarista? Qual a diferença?...  Sem que seja a pura conveniência deslavada, por favor!
O utilitarismo é uma doutrina políticaque parte do príncio que deve-se sempre tomar decisões visando o benefício da maioria.
É uma (sub)variação específica do instrumentalismo?
Não, o instrumentalismo é uma ferramenta de interpretação e aplicação de teorias científicas enquanto o utilitarismo é uma ferramenta de interpretação e aplicação política/moral.

Independentemente de se "determinar dogmaticamente" que o benefício da maioria seja o 'absoluto do melhor processo', adota-se por pragmatismo?
O pragmatismo é um conceito mais abrangente do que os outros dois que se limitam a serem aplicados em áreas de conhecimento  específicas  (política/ética/moral no caso do utilitarismo e científica/filosófica no caso do instrumentalismo).

O pragmatismo como proposto pelo Dr. em medicina e filósofo Willian James, valida uma ideia de acordo com sua utilidade prática, onde tal utilidade é demarcada pelos critérios usados. Se for tomado como critério de validade de uma ideia o bem da maioria, então o utilitarismo seria considerado uma escolha pragmática, no entanto, se além do bem da maioria fosse tomado como critério, os interesses e direitos das minorias, o utilitarismo seria descartado pelo fato de ignorar os direitos e interesses das minorias.

Já o instrumentalismo é uma dotrina cietífica
"Doutrina científica"? Você quer dizer "doutrina **filosófica** dos que se encarregam autoritariamente da prerrogativa de determinar o que/como ciência é"? Então, você é adepto dessa doutrina?
Sim, aceito sua correção, filosófica, mas como ferramenta de interpretação e aplicação das teorias científicas. Assim como o realismo científico, o empirismo e etc.

que contrasta com o realismo, dizendo que as teorias científicas não necessariamente refletem com precisão a realidade. E que devem ser tratadas apenas como instrumentos práticos de ação, interpretação e observação.
Se é "não necessariamente" não contrasta nada. Fica uma indefinição fugidia.
Os intramentalistas segundo Popper afirmam que aquilo que a ciência diz existir pode ou não existir de fato, por isso a necessidade de se usar a expressão "não necessariamente", pois eles não negam a existência concreta do que é afirmado por teorias científicas, mas também não a aceitam como fato, e visam por tanto somente a utilidade prática daquilo. E o contraste se dá pelo fato de eles criticarem aqueles (do realismo científico) que afirmam que as teorias cientificas refletem com precisão a realidade.

Como fica, por esses, provado que "as teorias científicas não refletem com precisão a realidade"? Em que se baseiam para erigir, estabelecer e impôr tal doutrina? (Excluí o "necessariamente", uma vez que sua inclusão é falaciosa -- se têm algo a afirmar, que afirme-se.)
Eles não provam que não refletem, eles apenas duvidam que refletem, eles contestam esta presunção de dizer que as coisas são exatamente como as teorias afirmam que são. Interpretando teoria cientificas apenas como ferramentas de ação, visando os resultados práticos capazes de serem conseguidos por elas.

A partir do momento em que afirmam terem produzido conhecimento que refllita a realidade como precisão, e passam a contrastar com aqueles cientista que dúvidam de tal afirmação. Eles passam a ter compromisso quando se posicionam de acordo com uma das interpretações, a defendendo contra as contestações do outro grupo.
Meu jovem, preste bem atenção: não estou perguntando sobre "cientistas contra cientistas"; estou perguntando sobre cientistas contra filósofos. Sabe a diferença?
E estou falando de cientistas que filosofam, igual a você nestes debate comigo sobre se as teorias cientificas refletem ou não a realidade com a precisão que elas atestam?

Pelo que eu saiba isso é filosofia, e você esta filosofando neste exato momento em que debate comigo sobre este assunto.

Também não estou perguntando sobre o que se afirma; pergunto sobre o que se **mostra**. Cientistas não são cientistas porque afirmam, mas porque evidenciam, mostram e, mesmo, provam. Afirmar coisas simplesmente e nada mais que isso é função de filósofos.
Evidências é o que se percebe, aquilo que se discorre em forma de teoria, premissas, leis e proposições do que se percebe é outra coisa, e é sobre isso que estamos debatendo, onde se aquilo que se discorreu sobre o que percebeu reflete de fato a realidade daquilo que se percebeu.

E não respondeu o que de compromisso alguém tem que ter com regras estabelecidas por outrem, senão pelo despotismo. Não tenho que ter compromisso com "interpretações" que não criei e com que nem concordo.
A partir do momento em que se defende publicamente uma posição como a do realismo cientifico, você se coloca como alvo de ataques (argumentos) daqueles que se opõe a sua posição, sejam de colocas da própria comunidade científica, sejam de outras áreas do conhecimento. E se você não deseja ter compromisso de defender uma posição, não a manifeste publicamente, ou então simplesmente ignore as críticas que foram levantadas contra a posição tomada por você.

A escolha é sua.

O cético se utiliza da ciência para guiar suas ações no dia a dia interpretando-a por via do instrumentalismo, que considera as teorias cientificas por meio de seu valor prático.
Está dizendo que os "não céticos" guiariam-se pelo que seria...  um...  valor "a(nti)prático" das idéias?!  !!!!!!!!!!!!!
Não, porém eles além de visarem a útilidade prática de uma teoria cientifíca, consideram também que tal teoria representa  com fidelidade a realidade concreta daquilo que trata.
E a diferença seria?...  Por favor, sem mais sentenças prontas de manuais! Quero saber que "instrumentalidade pragmática" **a mais** haveria num "caso especial"? O que seu "instrumentalista" obtém a mais do que seu "realista"?
De forma resumida e prática representam apenas posições racionais para se interpretar as teorias científicas.

Uns consideram-nas por uma interpretação realista, enquanto outros por uma interpretação instrumentalista.


A matemática possui utilidade prática?

Aparentemente sim
E a própria utilidade, em si, também é só uma aparência? Ou ela é tão 'suigenerismente' especial assim para ser melhor que...   que...
A utilidade também pode ser interpretada como aparente, aquilo que é considerado como útil por uma pessoa não necessariamente o será por outra, temos ai um exemplo de utilidade aparente e relativa.
Então sua "instrumentalidade" de nada vale como doutrina/norma de conduta ou ação/diretriz/... e é tão insustentável em si quanto o de que se intenta fugir, por meio dela, por aqueles que a adotam como "ceticismo saldável/vedadeiro"?
Você perguntou sobre a utilidade, e ela de fato dependerá do julgamento daquele que a considera, se ele não considera utilidade alguma numa ferramenta/ideia, então ela não terá utilidade de acordo com aquele que julga.

Assim como um religioso fanático pode considerar a ciência sem utilidade, e um cientista discordar dele, dizendo que na verdade o que não possui utilidade alguma é a religião. Cada um possui seus critérios para tomar seu julgamento da maneira como foi tomado. A utilidade por tanto, neste caso, depende do critério de julgamento usado para defini-la.

Eu concordei com ele nesta ocasião mais isso não quer dizer que ele esteja certo. concordei apenas por praticidade. hehe
Ah, sim, o "instrumentalismo pragmático"...     ..."muito do esperto", quase esqueço!  hahahahahaha...

Não quer dizer que ele esteja certo, mas que ele está exato, está?! Com firme convicção?!!
Quer dizer que eu concordei com ele por praticidade, para reforçar a refutação contra nosso amigo Enjolras. Mas isso não quer dizer que ele (o Pagão) ou eu estejamos corretos, certos e/ou exatos em nossa argumentação.

Isto é uma interpretação limitante, pelo fato de o conceito ser muito mais abrangente e rico, possuindo variações que vão desde a fé (crença no sentido religioso) á crença verdadeira justificada (crença no sentido filosófico e cientifico).
"Crença verdadeira justificada" é uma das suas maiores e máximas!...
Na verdade é de Platão.
Se você concorda e adota, agora é sua também.
É uma descrição de uma expressão usada para classificar crenças justificadas por evidência empírica e lógica racional, porém não quer dizer que eu considere-a uma crença verdadeira e justificada no sentido de combinar com a realidade.

Mas é aplicável a todos aqueles que considere suas pressuposições cientificas e/ou filosóficas verdadeiras pelo fato de serem justificadas por lógica/razão e/ou evidências empíricas. Como no caso de pressuposições cientificas aceitas como verdadeiras por um cientista qualquer que recolhe evidências que de acordo com ele corroboravam tal pressuposição. Onde ao aceita-la como verdade ele estará emitindo uma crença verdadeira justificada.

Isso para Platão e tabém para aqueles que consideram  a ciêcia e/ou a filosofia capazes de produzir conhecimento que reflitam a realidade com precisão.

Qualquer um que se guie pelo realismo cientifico e/ou filosófico, e considere uma proposição verdadeira, pelo fato dela ser sustentada por evidências e razão, estará emitindo uma crença verdadeira justificada.
Qual seria a diferença entre "realismos" "científico e/ou filosófico"?
O realismo científico como o próprio nome diz considera as teorias científicas capazes de refletirem a realidade com precisão. Então é o realismo aplicado no contexto científico.

Enquanto o realismo filosófico é o mesmo princípio aplicado as teorias filosóficas e/ou no contexto filosófico.
"Che non men che saper dubbiar m'aggrada."
"E, não menos que saber, duvidar me agrada."

Dante, Inferno, XI, 93; cit. p/ Montaigne, Os ensaios, Uma seleção, I, XXV, p. 93; org. de M. A. Screech, trad. de Rosa Freire D'aguiar

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Re:Ciência é baseada em crenças?
« Resposta #30 Online: 26 de Março de 2014, 03:20:01 »
O efeito placebo mostra-se real, o processo da crença (qualquer) mostra-se real, a cura/melhora mostra-se real. Se você não está me dizendo que algum deus é real no caso em que a crença nele propicia cura/melhora, não está respondendo nada para minha pergunta
Sua pergunta foi, como algo irreal (a existência de Deus*) pode ser útil.

*Usada por mim como exemplo para ilustrar o experimento mental da mulher que se curava, já que você considera a existência de deus irreal.
Não, não perguntei sobre a existência de algum deus (sem maiúscula, porque não me referiria, caso me referisse, a nenhum em particular e porque não sou crente de alguma vertente para escrever deus com maiúscula...), perguntei *como*, *CO-MO*, algo irreal poderia ser útil em referência à sua alegação de que o instrumetalismo doutrina seus seguidores a admitirem que o "uso prático" das objetividades *científicas* (não religiosas, como no caso por você enviesado) dispensa o necessário de suas realidades físicas. Como eu solicitei o *como* e não o "quando" tal se aplicaria, nem exemplos cabiam em sua resposta. Ainda assim, se quisesse forçar exemplos, teria que adotar exemplos físicos objetivos considerados ("criminosamente", para a "salutar" doutrina do filosofismo vazio do "ceticismo verdadeiro do bom") reais, como, por exemplo, como um elétron poderia ser útil sem ser real? Crendo nele? Vivemos todos aqui um fabuloso caso de efeito 'eletrecebo'? Quem enfiou deus na coisa foi você, nem sei porque...   ...ou...  sei, sei sim...


E eu respondi que acreditar na existência de Deus (mesmo que a existência seja irreal) pode ser útil em alguns contextos, como no processo de recuperação de um paciente enfermo, onde tal crença se manifesta como uma expectativa positiva de cura da enfermidade que tal paciente sofra, e interfere na cura com base na expectativa de reação gerada.
Respondeu não sei a quem, mas, por certo, não a mim, como esclarecido acima. E ANTES! Onde eu já tinha deixado essa especificação, mas da qual convenientemente esquivou-se, uma vez que não a abordou abaixo.


Outro exemplo usado por mim é o efeito placebo, onde uma substância inócua é ministrada num paciente, com a descrição de que tal substância é um medicamento capaz de eliciar uma reação específica no organismo dele (informação irreal, já que a substância é inócua), e mesmo tal informação sendo falsa a reação esperada acontece de fato devido as expectativas construídas pelo paciente em forma de crença com base na descrição que ele recebeu sobre a substância.
Outro exemplo que não seria o mesmo? Deuses não seriam placebo-equivalentes? A fé tem efeito essencialmente diferenciado da confiança (crença, como queira) na medicina? Seria porque a fé é maior, ou porque algum deus existiria mesmo?


Isso não prova que a existência de Deus ou a eficácia de uma substância inócua, mostra apenas que acreditar nisso pode trazer resultados práticos, e por isso ser considerado útil.
E em momento algum eu perguntei sobre prova de existência de qualquer deus (sem maiúscula -- tá se delatando, filho) ou de crenças em efeitos quaisquer, assim como não perguntei sobre utilidades psíquico-induzidas de crenças. O que eu quero saber, repito, é como algo irreal pode ser útil EM TODA A EXTENSÃO DA "PRAGMÁTICA INSTRUMENTALISTA"?


apesar da ideia do paciente de que ele esta tomando um medicamento miraculoso não condizer com a realidade, é útil pelo fato de a expectativa de cura gerada por esta ideia ser capaz de provocar a reação de cura esperada no paciente.
A ideia de um paciente sob efeito placebo não é de milagre, mas de remediação real.
Miraculoso não de forma literal, mas no sentido de possuir um poder cura acima da média.
Que tal deixar as a/des/literalidades de lado para não ter que ficar retrocedendo delas a toda hora? Todavia, isso que você disse não procede em nada. Efeito placebo não se baseia diretamente nele em si (há interações complexas que me saltam aos olhos de pensador científico não envolvido com a biomedicina, entretanto complexas demais para eu tecer considerações a respeito delas aqui) mas na crença na medicina "normal". A crença em deuses pode suscitar expectativas acima da média, mas, embora possa ser placebo-equivalente, continua não sendo milagre algum.


Você, com essa tentativa de exemplo de propósito fracassado, está se afundando mais na incosistência. Nem mesmo o objeto da expectativa de cura -- a cura em si -- é sistematicamente irreal. Crê-se na cura, tanto mais quanto mais se evidencia a REALIDADE do efeito placebo.
Isso é contraditório, observa-se a cura como resultado do que foi chamado de efeito placebo, que no caso da mulher do exercício mental era baseado em sua crença na existência de um Deus capaz de cura-la.

A cura não foi irreal, pois se percebeu a cura. O que você poderia chamar de irreal é a existência de Deus, pois o experimento não comprova a sua existência, mas somente a utilidade da mulher ter acreditado nele como expectativa de reação de cura suficiente para desencadear de fato as alterações mentais, cerebrais e fisiológicas que tornaram possível a cura.
Nada do que você disse aqui contrapõe/contesta nada do que eu disse; chegar a me confirmar. E há, que você, por sinal, não notou, uma brecha para uma interpretação errônea de uma coisa que escrevi, falha que poderia ser imputada à minha má expressão. Perdeu a chance.


Instrumentalista seria utilitarista? Qual a diferença?...  Sem que seja a pura conveniência deslavada, por favor!
O utilitarismo é uma doutrina políticaque parte do príncio que deve-se sempre tomar decisões visando o benefício da maioria.
É uma (sub)variação específica do instrumentalismo?
Não, o instrumentalismo é uma ferramenta de interpretação e aplicação de teorias científicas enquanto o utilitarismo é uma ferramenta de interpretação e aplicação política/moral.
É que eu não consigo ver a diferença (essencial) que você vê.


Independentemente de se "determinar dogmaticamente" que o benefício da maioria seja o 'absoluto do melhor processo', adota-se por pragmatismo?
O pragmatismo é um conceito mais abrangente do que os outros dois que se limitam a serem aplicados em áreas de conhecimento  específicas  (política/ética/moral no caso do utilitarismo e científica/filosófica no caso do instrumentalismo).

O pragmatismo como proposto pelo Dr. em medicina e filósofo Willian James, valida uma ideia de acordo com sua utilidade prática, onde tal utilidade é demarcada pelos critérios usados. Se for tomado como critério de validade de uma ideia o bem da maioria, então o utilitarismo seria considerado uma escolha pragmática, no entanto, se além do bem da maioria fosse tomado como critério, os interesses e direitos das minorias, o utilitarismo seria descartado pelo fato de ignorar os direitos e interesses das minorias.
Ah, sim...  regras de cima abaixo...


Já o instrumentalismo é uma dotrina cietífica
"Doutrina científica"? Você quer dizer "doutrina **filosófica** dos que se encarregam autoritariamente da prerrogativa de determinar o que/como ciência é"? Então, você é adepto dessa doutrina?
Sim, aceito sua correção, filosófica, mas como ferramenta de interpretação e aplicação das teorias científicas. Assim como o realismo científico, o empirismo e etc.
Que seja por erro e conta somente dos filósofos.


que contrasta com o realismo, dizendo que as teorias científicas não necessariamente refletem com precisão a realidade. E que devem ser tratadas apenas como instrumentos práticos de ação, interpretação e observação.
Se é "não necessariamente" não contrasta nada. Fica uma indefinição fugidia.
Os intramentalistas segundo Popper afirmam que aquilo que a ciência diz existir pode ou não existir de fato, por isso a necessidade de se usar a expressão "não necessariamente", pois eles não negam a existência concreta do que é afirmado por teorias científicas, mas também não a aceitam como fato, e visam por tanto somente a utilidade prática daquilo. E o contraste se dá pelo fato de eles criticarem aqueles (do realismo científico) que afirmam que as teorias cientificas refletem com precisão a realidade.
E sem ser "segundo Popper"? Tem chance? Tem chance de ser sem expelidores de regras? "Intramentalistas" são (variedade de) solipsista? Pode(m) haver no plural? Comunicar-se-iam por que meios se fossem mais de um e não houvesse a realidade intermediante da "existência concreta"?  ...   ...   ...   ...   Não adianta de dirigir perguntas. As que te comprometem, você critica sem responder ou nem toca.

Bom, isso aí, em suma...

...Mais regras de cima abaixo...  e manutenção de indefinições fugidias...


Como fica, por esses, provado que "as teorias científicas não refletem com precisão a realidade"? Em que se baseiam para erigir, estabelecer e impôr tal doutrina? (Excluí o "necessariamente", uma vez que sua inclusão é falaciosa -- se têm algo a afirmar, que afirme-se.)
Eles não provam que não refletem, eles apenas duvidam que refletem,
Então como se atrevem a categorizar outrem, classificar a realidade e as possibilidades e condições apreensivas da mesma? Por que não se limitam a questionar?


eles contestam esta presunção de dizer que as coisas são exatamente como as teorias afirmam que são.
Não contestam nada; fazem afirmações, criam definições e classificações arbitrárias. A presunção é toda desses que dizem que as coisas se enquadram nas categorias que eles dizem que há. Quem são contestados são vocês. E não se saem nada bem...


Interpretando teoria cientificas apenas como ferramentas de ação, visando os resultados práticos capazes de serem conseguidos por elas.
O que só os inunda de falta de respeitabilidade, aproveitando-se do que criticam, o vulgo "cuspir no prato que come".


A partir do momento em que afirmam terem produzido conhecimento que refllita a realidade como precisão, e passam a contrastar com aqueles cientista que dúvidam de tal afirmação. Eles passam a ter compromisso quando se posicionam de acordo com uma das interpretações, a defendendo contra as contestações do outro grupo.
Meu jovem, preste bem atenção: não estou perguntando sobre "cientistas contra cientistas"; estou perguntando sobre cientistas contra filósofos. Sabe a diferença?
E estou falando de cientistas que filosofam,
Então, não está falando de cientistas, senão dos seus "cientistas"; não daqueles que romperam com suas doutrinas, por certo.


igual a você nestes debate comigo sobre se as teorias cientificas refletem ou não a realidade com a precisão que elas atestam?
(Isso seria uma pergunta?...)

Só você está filosofando. Eu só quero que você me prove a validade física objetiva de todas as arbitrações que traz. Se o fato de debater é filosofar para você, creia nisso, eu não. Mas, se quiser que eu saiba (creia, na sua acepção, a que te é possível), terá que me provar que conversar e, principalmente, perguntar objetividades (e sem receber respostas respectivamente objetivas) é filosofar.


Pelo que eu saiba isso é filosofia, e você esta filosofando neste exato momento em que debate comigo sobre este assunto.
Pelo que eu sei, o que você faz é filosofar. Eu só estou querendo respostas, que você não fornece, para perguntas que te direciono.


Também não estou perguntando sobre o que se afirma; pergunto sobre o que se **mostra**. Cientistas não são cientistas porque afirmam, mas porque evidenciam, mostram e, mesmo, provam. Afirmar coisas simplesmente e nada mais que isso é função de filósofos.
Evidências é o que se percebe, aquilo que se discorre em forma de teoria, premissas, leis e proposições do que se percebe é outra coisa, e é sobre isso que estamos debatendo, onde se aquilo que se discorreu sobre o que percebeu reflete de fato a realidade daquilo que se percebeu.
Evidências são o que se detecta, que são identificáveis relacionalmente no universo natural e fisicamente apontáveis. O que vai depois disso, em forma de distorção filosofosa, pode ser do que você fala, em interesse, não (m)eu. Seu comentário aqui não tem remetimento algum ao meu acima.


E não respondeu o que de compromisso alguém tem que ter com regras estabelecidas por outrem, senão pelo despotismo. Não tenho que ter compromisso com "interpretações" que não criei e com que nem concordo.
A partir do momento em que se defende publicamente uma posição como a do realismo cientifico,
Não defendo nada de "realismo científico". De onde tirou essa? Isso é uma criação arbitrária de filósofos que ME indentificam dessa forma. Eu não me identifico a mim mesmo como isso.


você se coloca como alvo de ataques (argumentos) daqueles que se opõe a sua posição, sejam de colocas da própria comunidade científica, sejam de outras áreas do conhecimento.
Não me coloco como alvo de nada. Você se colocou e está sendo alvejado.


E se você não deseja ter compromisso de defender uma posição, não a manifeste publicamente, ou então simplesmente ignore as críticas que foram levantadas contra a posição tomada por você.
Não inverta as coisas, filho. Quem está sendo criticado aqui é você; quem se expôs em público para atacar e ser atacado foi você. Sua primeira apresentação neste tópico foi inclusive para concordar comigo! Entretanto, eu não concordo com você em, praticamente, nada mais além daquilo. Eu estou te (contra-)atacando, o que é divertido, razão que me move. E você já disse que se diverte comigo também, não é mesmo? Então, seja feliz!


A escolha é sua.
Escolho atacar você! Não chie, encare, meu jovem!


O cético se utiliza da ciência para guiar suas ações no dia a dia interpretando-a por via do instrumentalismo, que considera as teorias cientificas por meio de seu valor prático.
Está dizendo que os "não céticos" guiariam-se pelo que seria...  um...  valor "a(nti)prático" das idéias?!  !!!!!!!!!!!!!
Não, porém eles além de visarem a útilidade prática de uma teoria cientifíca, consideram também que tal teoria representa  com fidelidade a realidade concreta daquilo que trata.
E a diferença seria?...  Por favor, sem mais sentenças prontas de manuais! Quero saber que "instrumentalidade pragmática" **a mais** haveria num "caso especial"? O que seu "instrumentalista" obtém a mais do que seu "realista"?
De forma resumida e prática representam apenas posições racionais para se interpretar as teorias científicas.

Uns consideram-nas por uma interpretação realista, enquanto outros por uma interpretação instrumentalista.
Eu quero saber que vantagem especial tem a *tua* "posição racional instrumentalista" sobre a *tua* (porque, que fique claro, aqui, é só tua, como classificabilidade) "posição realista". A razão de eu querer saber é que, por, evidentemente, você me rotular arbitrariamente de "realista ingênuo" e estabelecer crítica DEPRECIATIVA sobre tal posição, é mister apontar as claras vantagens da "outra posição". Não mostrou até agora. Aí (logo acima), só afrouxou a "pressão" que fazia, mas, ainda admitindo a "escolha" com algo equivalente à do sabor de pirulito que mais agradar. O corre que não vejo sentido em haver sequer os "sabores diferentes de pirulito". Nem arregando assim você se salva.


A matemática possui utilidade prática?

Aparentemente sim
E a própria utilidade, em si, também é só uma aparência? Ou ela é tão 'suigenerismente' especial assim para ser melhor que...   que...
A utilidade também pode ser interpretada como aparente, aquilo que é considerado como útil por uma pessoa não necessariamente o será por outra, temos ai um exemplo de utilidade aparente e relativa.
Então sua "instrumentalidade" de nada vale como doutrina/norma de conduta ou ação/diretriz/... e é tão insustentável em si quanto o de que se intenta fugir, por meio dela, por aqueles que a adotam como "ceticismo saldável/vedadeiro"?
Você perguntou sobre a utilidade, e ela de fato dependerá do julgamento daquele que a considera, se ele não considera utilidade alguma numa ferramenta/ideia, então ela não terá utilidade de acordo com aquele que julga.
Arbitrariedade pura? É o que defende, em suma?


Assim como um religioso fanático pode considerar a ciência sem utilidade, e um cientista discordar dele, dizendo que na verdade o que não possui utilidade alguma é a religião. Cada um possui seus critérios para tomar seu julgamento da maneira como foi tomado. A utilidade por tanto, neste caso, depende do critério de julgamento usado para defini-la.
Arbitrariedade pura? É o que defende, em suma?

Por que não disse logo desde o início que era essa tua missão aqui?


Eu concordei com ele nesta ocasião mais isso não quer dizer que ele esteja certo. concordei apenas por praticidade. hehe
Ah, sim, o "instrumentalismo pragmático"...     ..."muito do esperto", quase esqueço!  hahahahahaha...

Não quer dizer que ele esteja certo, mas que ele está exato, está?! Com firme convicção?!!
Quer dizer que eu concordei com ele por praticidade, para reforçar a refutação contra nosso amigo Enjolras. Mas isso não quer dizer que ele (o Pagão) ou eu estejamos corretos, certos e/ou exatos em nossa argumentação.
Eu poderia, então, substituir a palavra "praticidade" por arbitrariedade e conveniência?


Isto é uma interpretação limitante, pelo fato de o conceito ser muito mais abrangente e rico, possuindo variações que vão desde a fé (crença no sentido religioso) á crença verdadeira justificada (crença no sentido filosófico e cientifico).
"Crença verdadeira justificada" é uma das suas maiores e máximas!...
Na verdade é de Platão.
Se você concorda e adota, agora é sua também.
É uma descrição de uma expressão usada para classificar crenças justificadas por evidência empírica e lógica racional, porém não quer dizer que eu considere-a uma crença verdadeira e justificada no sentido de combinar com a realidade.
Não quero dizer que, quando a adota, a segue. Quero dizer que acata-a.


Mas é aplicável a todos aqueles que considere suas pressuposições cientificas e/ou filosóficas verdadeiras pelo fato de serem justificadas por lógica/razão e/ou evidências empíricas. Como no caso de pressuposições cientificas aceitas como verdadeiras por um cientista qualquer que recolhe evidências que de acordo com ele corroboravam tal pressuposição. Onde ao aceita-la como verdade ele estará emitindo uma crença verdadeira justificada.
Então nem se aplica a mim.  UUUUUUxa, que alívio...   hahahahahaha...


Isso para Platão e tabém para aqueles que consideram  a ciêcia e/ou a filosofia capazes de produzir conhecimento que reflitam a realidade com precisão.

Qualquer um que se guie pelo realismo cientifico e/ou filosófico, e considere uma proposição verdadeira, pelo fato dela ser sustentada por evidências e razão, estará emitindo uma crença verdadeira justificada.
Qual seria a diferença entre "realismos" "científico e/ou filosófico"?
O realismo científico como o próprio nome diz considera as teorias científicas capazes de refletirem a realidade com precisão. Então é o realismo aplicado no contexto científico.

Enquanto o realismo filosófico é o mesmo princípio aplicado as teorias filosóficas e/ou no contexto filosófico.
Ou seja, nem não só não são diferentes, como só "existe" (na pura arbitração) mesmo é o tal do "realismo filosófico", dele por ele pra ele mesmo?

Entendido.

Offline Skeptikós

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Re:Ciência é baseada em crenças?
« Resposta #31 Online: 26 de Março de 2014, 16:27:56 »
Outro exemplo usado por mim é o efeito placebo, onde uma substância inócua é ministrada num paciente, com a descrição de que tal substância é um medicamento capaz de eliciar uma reação específica no organismo dele (informação irreal, já que a substância é inócua), e mesmo tal informação sendo falsa a reação esperada acontece de fato devido as expectativas construídas pelo paciente em forma de crença com base na descrição que ele recebeu sobre a substância.
Outro exemplo que não seria o mesmo? Deuses não seriam placebo-equivalentes? A fé tem efeito essencialmente diferenciado da confiança (crença, como queira) na medicina? Seria porque a fé é maior, ou porque algum deus existiria mesmo?
A fé não necessita de evidência ou razão, a vantagem dela é que mesmo que a razão e as evidências levem os médicos do paciente a concluírem que sua doença não tenha cura, com base na fé que rejeita evidência e lógica ele acreditará que se curará  mesmo assim, e esta expectativa positiva de cura, pode influenciar na recuperação do paciente de forma que ele se cure de fato. Logo a fé é útil em casos de doenças terminais por exemplo.

Isso não prova que a existência de Deus ou a eficácia de uma substância inócua, mostra apenas que acreditar nisso pode trazer resultados práticos, e por isso ser considerado útil.
E em momento algum eu perguntei sobre prova de existência de qualquer deus (sem maiúscula -- tá se delatando, filho)
Quando se escreve Deus com letra maiúscula isso denota nome próprio, que neste caso pode ser usado para se referir ao deus das religiões judaico-cristãs. Quando se fala de um deus especifico como este, onde seu nome próprio é Deus, se usa a letra "D" em sua forma maiúscula, e isso não implica que eu admita a existência factual deste deus, da mesma forma quando escrevo Zeus com letra maiúscula não estou atestando a existência factual do mesmo, mas apenas significando que a palavra Zeus denota um nome próprio, sendo estas apenas regras do uso correto da escrita.

ou de crenças em efeitos quaisquer, assim como não perguntei sobre utilidades psíquico-induzidas de crenças. O que eu quero saber, repito, é como algo irreal pode ser útil EM TODA A EXTENSÃO DA "PRAGMÁTICA INSTRUMENTALISTA"?
Algo irreal mas que acredita-se que seja real é útil. O efeito placebo é um exemplo desta proposta.

Algo que se atesta ser de uma forma, mesmo que não seja, ainda sim pode ser úti. O sistema de Ptolomeu para interpretar o sistema solar era irreal, porém útil para se calcular o movimento dos astros no céu, e na época servia a seu propósito. E este é um exemplo desta outra proposta.


apesar da ideia do paciente de que ele esta tomando um medicamento miraculoso não condizer com a realidade, é útil pelo fato de a expectativa de cura gerada por esta ideia ser capaz de provocar a reação de cura esperada no paciente.
A ideia de um paciente sob efeito placebo não é de milagre, mas de remediação real.
Miraculoso não de forma literal, mas no sentido de possuir um poder cura acima da média.
Que tal deixar as a/des/literalidades de lado para não ter que ficar retrocedendo delas a toda hora? Todavia, isso que você disse não procede em nada. Efeito placebo não se baseia diretamente nele em si (há interações complexas que me saltam aos olhos de pensador científico não envolvido com a biomedicina, entretanto complexas demais para eu tecer considerações a respeito delas aqui) mas na crença na medicina "normal". A crença em deuses pode suscitar expectativas acima da média, mas, embora possa ser placebo-equivalente, continua não sendo milagre algum.
Eu não disse que o efeito placebo era um milagre. Mas pode explicar alguns fenômenos intitulados de milagres por fieis religiosos. Um fiel que se cura de uma doença terminal após todos os médicos terem perdido as esperanças pode ser chamado de milagre pelo fiel que pediu a Deus que o curasse, e que acreditou de fato nesta cura. Neste exemplo o efeito placebo pode ser usado como uma explicação alternativa a do milagre, a contestando.

Não está em questão a existência do efeito placebo, da crença em Deus ou da reação provada, está em questão que a crença em algo supostamente irreal (Deus) foi útil, logo algo supostamente irreal foi útil para o processo da cura.



Instrumentalista seria utilitarista? Qual a diferença?...  Sem que seja a pura conveniência deslavada, por favor!
O utilitarismo é uma doutrina políticaque parte do príncio que deve-se sempre tomar decisões visando o benefício da maioria.
É uma (sub)variação específica do instrumentalismo?
Não, o instrumentalismo é uma ferramenta de interpretação e aplicação de teorias científicas enquanto o utilitarismo é uma ferramenta de interpretação e aplicação política/moral.
É que eu não consigo ver a diferença (essencial) que você vê.
Uma possui aplicação moral e politica, a outra cientifica e filosófica, não há como deixar a diferença mais clara do que isso.

Como fica, por esses, provado que "as teorias científicas não refletem com precisão a realidade"? Em que se baseiam para erigir, estabelecer e impôr tal doutrina? (Excluí o "necessariamente", uma vez que sua inclusão é falaciosa -- se têm algo a afirmar, que afirme-se.)
Eles não provam que não refletem, eles apenas duvidam que refletem,
Então como se atrevem a categorizar outrem, classificar a realidade e as possibilidades e condições apreensivas da mesma? Por que não se limitam a questionar?
Classificam com a mesma finalidade que a ciência classifica suas áreas por rótulos diferentes, "Astronomia", "Biologia", "Medicina" e etc., oras, para meio de identificação e diferenciação de uma área para outra. A classificação é puramente descritiva e serve a estes propósitos.

A partir do momento em que afirmam terem produzido conhecimento que refllita a realidade como precisão, e passam a contrastar com aqueles cientista que dúvidam de tal afirmação. Eles passam a ter compromisso quando se posicionam de acordo com uma das interpretações, a defendendo contra as contestações do outro grupo.
Meu jovem, preste bem atenção: não estou perguntando sobre "cientistas contra cientistas"; estou perguntando sobre cientistas contra filósofos. Sabe a diferença?
E estou falando de cientistas que filosofam,
Então, não está falando de cientistas, senão dos seus "cientistas"; não daqueles que romperam com suas doutrinas, por certo.
caberia aqui um apelo a falácia do escocês de verdade?

Ou você admite que um cientista pode filosofar, ou somente se é um cientista de verdade aquele que não filosofa?


igual a você nestes debate comigo sobre se as teorias cientificas refletem ou não a realidade com a precisão que elas atestam?
(Isso seria uma pergunta?...)

Só você está filosofando. Eu só quero que você me prove a validade física objetiva de todas as arbitrações que traz.
Eu não preciso provar, pois sou eu que estou duvidando, não sou eu que estou afirmando que as coisas são de fato como descritas por teorias cientificas.


Também não estou perguntando sobre o que se afirma; pergunto sobre o que se **mostra**. Cientistas não são cientistas porque afirmam, mas porque evidenciam, mostram e, mesmo, provam. Afirmar coisas simplesmente e nada mais que isso é função de filósofos.
Evidências é o que se percebe, aquilo que se discorre em forma de teoria, premissas, leis e proposições do que se percebe é outra coisa, e é sobre isso que estamos debatendo, onde se aquilo que se discorreu sobre o que percebeu reflete de fato a realidade daquilo que se percebeu.
Evidências são o que se detecta, que são identificáveis relacionalmente no universo natural e fisicamente apontáveis. O que vai depois disso, em forma de distorção filosofosa, pode ser do que você fala, em interesse, não (m)eu. Seu comentário aqui não tem remetimento algum ao meu acima.
Seja teoria filosófica cientifica com embasamento empírico, aquilo que se discorre é sobre o que se percebeu. Você não me convenceu do contrário simplesmente por mudar uma palavra (percebeu) por outra (detectou).


E não respondeu o que de compromisso alguém tem que ter com regras estabelecidas por outrem, senão pelo despotismo. Não tenho que ter compromisso com "interpretações" que não criei e com que nem concordo.
A partir do momento em que se defende publicamente uma posição como a do realismo cientifico,
Não defendo nada de "realismo científico". De onde tirou essa? Isso é uma criação arbitrária de filósofos que ME indentificam dessa forma. Eu não me identifico a mim mesmo como isso.
Ok, porém a sua posição tomada se enquadra perfeitamente neste rótulo. Do mesmo modo que uma pessoa nascida na Inglaterra se enquadra ao rótulo de inglês, mesmo que ele não concorde com isso.

você se coloca como alvo de ataques (argumentos) daqueles que se opõe a sua posição, sejam de colocas da própria comunidade científica, sejam de outras áreas do conhecimento.
Não me coloco como alvo de nada. Você se colocou e está sendo alvejado.
Aquele que se posiciona a defender uma postura, mesmo que recusa a nomea-la ou aceitar os rótulos que lhes são impostos por outros, acaba arcando com os ataques produzidos por aqueles que pensam diferentemente dele.


E se você não deseja ter compromisso de defender uma posição, não a manifeste publicamente, ou então simplesmente ignore as críticas que foram levantadas contra a posição tomada por você.
Não inverta as coisas, filho. Quem está sendo criticado aqui é você; quem se expôs em público para atacar e ser atacado foi você. Sua primeira apresentação neste tópico foi inclusive para concordar comigo! Entretanto, eu não concordo com você em, praticamente, nada mais além daquilo. Eu estou te (contra-)atacando, o que é divertido, razão que me move. E você já disse que se diverte comigo também, não é mesmo? Então, seja feliz!
Quando os textos teus não são grandes o suficientes para transformar a diversão em tédio, sim, me divirto também.  :ok:

A escolha é sua.
Escolho atacar você! Não chie, encare, meu jovem!
Respeito sua escolha.

O cético se utiliza da ciência para guiar suas ações no dia a dia interpretando-a por via do instrumentalismo, que considera as teorias cientificas por meio de seu valor prático.
Está dizendo que os "não céticos" guiariam-se pelo que seria...  um...  valor "a(nti)prático" das idéias?!  !!!!!!!!!!!!!
Não, porém eles além de visarem a útilidade prática de uma teoria cientifíca, consideram também que tal teoria representa  com fidelidade a realidade concreta daquilo que trata.
E a diferença seria?...  Por favor, sem mais sentenças prontas de manuais! Quero saber que "instrumentalidade pragmática" **a mais** haveria num "caso especial"? O que seu "instrumentalista" obtém a mais do que seu "realista"?
De forma resumida e prática representam apenas posições racionais para se interpretar as teorias científicas.

Uns consideram-nas por uma interpretação realista, enquanto outros por uma interpretação instrumentalista.
Eu quero saber que vantagem especial tem a *tua* "posição racional instrumentalista" sobre a *tua* (porque, que fique claro, aqui, é só tua, como classificabilidade) "posição realista". A razão de eu querer saber é que, por, evidentemente, você me rotular arbitrariamente de "realista ingênuo" e estabelecer crítica DEPRECIATIVA sobre tal posição, é mister apontar as claras vantagens da "outra posição".
Me desculpe por você ter se magoado pelo rótulo de realista ingênuo, então chamarei você daqui por diante simplesmente de realista, ok?

Não mostrou até agora. Aí (logo acima), só afrouxou a "pressão" que fazia, mas, ainda admitindo a "escolha" com algo equivalente à do sabor de pirulito que mais agradar. O corre que não vejo sentido em haver sequer os "sabores diferentes de pirulito". Nem arregando assim você se salva.
Como eu disse, os rótulos são simplesmente descritivos da reação tomada, assim como ateísmo serve aquele que não acredita em deus, e teísmo aquele que acredita em deus. Não estou aqui para julgar qual dos dois é superior ao outro, mas se vocÊ deseja fazer isso, fique a vontade  :P

A matemática possui utilidade prática?

Aparentemente sim
E a própria utilidade, em si, também é só uma aparência? Ou ela é tão 'suigenerismente' especial assim para ser melhor que...   que...
A utilidade também pode ser interpretada como aparente, aquilo que é considerado como útil por uma pessoa não necessariamente o será por outra, temos ai um exemplo de utilidade aparente e relativa.
Então sua "instrumentalidade" de nada vale como doutrina/norma de conduta ou ação/diretriz/... e é tão insustentável em si quanto o de que se intenta fugir, por meio dela, por aqueles que a adotam como "ceticismo saldável/vedadeiro"?
Você perguntou sobre a utilidade, e ela de fato dependerá do julgamento daquele que a considera, se ele não considera utilidade alguma numa ferramenta/ideia, então ela não terá utilidade de acordo com aquele que julga.
Arbitrariedade pura? É o que defende, em suma?
Para algo ser considerado útil dependera do julgamento daquele que o considera. Dos critérios utilizados para basear seu julgamento. Simples assim.

Ou você deseja impor o seu julgamento sobre todos os demais, considerando a si mesmo acima dos outros?

Eu posso ter meus critérios, mas se o outro não os aceitar como válidos, ele simplesmente não aceitará minha ideia como sendo útil, por mais útil que ela seja para mim e para todos os outros, com exceção daquele único que não as aceitou como útil.

Ai esta a relatividade da utilidade, que dependerá do julgamento daquele que a considera.

Assim como um religioso fanático pode considerar a ciência sem utilidade, e um cientista discordar dele, dizendo que na verdade o que não possui utilidade alguma é a religião. Cada um possui seus critérios para tomar seu julgamento da maneira como foi tomado. A utilidade por tanto, neste caso, depende do critério de julgamento usado para defini-la.
Arbitrariedade pura? É o que defende, em suma?

Por que não disse logo desde o início que era essa tua missão aqui?
Por que esta não é minha missão.

Meu objetivo inicial foi simplesmente o de confrontar o texto do autor do tópico, apresentando informações que contradiziam o que ele tinha defendido como certo. E se algo sofre contradição, ele não deve estar tão certo assim afinal.

Eu concordei com ele nesta ocasião mais isso não quer dizer que ele esteja certo. concordei apenas por praticidade. hehe
Ah, sim, o "instrumentalismo pragmático"...     ..."muito do esperto", quase esqueço!  hahahahahaha...

Não quer dizer que ele esteja certo, mas que ele está exato, está?! Com firme convicção?!!
Quer dizer que eu concordei com ele por praticidade, para reforçar a refutação contra nosso amigo Enjolras. Mas isso não quer dizer que ele (o Pagão) ou eu estejamos corretos, certos e/ou exatos em nossa argumentação.
Eu poderia, então, substituir a palavra "praticidade" por arbitrariedade e conveniência?
Eu não posso controlar o que você deseja fazer. Ou posso?

Isto é uma interpretação limitante, pelo fato de o conceito ser muito mais abrangente e rico, possuindo variações que vão desde a fé (crença no sentido religioso) á crença verdadeira justificada (crença no sentido filosófico e cientifico).
"Crença verdadeira justificada" é uma das suas maiores e máximas!...
Na verdade é de Platão.
Se você concorda e adota, agora é sua também.
É uma descrição de uma expressão usada para classificar crenças justificadas por evidência empírica e lógica racional, porém não quer dizer que eu considere-a uma crença verdadeira e justificada no sentido de combinar com a realidade.
Não quero dizer que, quando a adota, a segue. Quero dizer que acata-a.
A uso para descrever aqueles que se enquadram na sua definição. Esta é minha resposta final.

Mas é aplicável a todos aqueles que considere suas pressuposições cientificas e/ou filosóficas verdadeiras pelo fato de serem justificadas por lógica/razão e/ou evidências empíricas. Como no caso de pressuposições cientificas aceitas como verdadeiras por um cientista qualquer que recolhe evidências que de acordo com ele corroboravam tal pressuposição. Onde ao aceita-la como verdade ele estará emitindo uma crença verdadeira justificada.
Então nem se aplica a mim.  UUUUUUxa, que alívio...   hahahahahaha...
Eu discordo.
"Che non men che saper dubbiar m'aggrada."
"E, não menos que saber, duvidar me agrada."

Dante, Inferno, XI, 93; cit. p/ Montaigne, Os ensaios, Uma seleção, I, XXV, p. 93; org. de M. A. Screech, trad. de Rosa Freire D'aguiar

Offline Cientista

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Re:Ciência é baseada em crenças?
« Resposta #32 Online: 27 de Março de 2014, 01:46:31 »
Meu jovem, eu quero saber (e...  será que isso você também não vai responder?...) quando você vai responder minhas perguntas e não vers..dirtorções delas por você mesmo formuladas?

Eu não vou aguentar responder isso hoje. Hoje, a diversão não vence o cansaço. Você remoendo seus mesmos erros e esquivas de sempre não é animador o bastante.

Só quero te implorar uma coisinha só. Porproteus! Procure, pelo menos, aprender o que é efeito placebo!

 

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