Autor Tópico: Confúcio sobre as leis e as medidas políticas  (Lida 4931 vezes)

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Confúcio sobre as leis e as medidas políticas
« Online: 19 de Maio de 2014, 22:22:28 »
Analectos








Fonte: Cf. Confúcio, Analectos; Chang Yü, Lun Yü, II, III

Como vocês interpretam a passagem acima?

Me pareceu que para Confúcio a implementação de medidas e leis políticas refreiam as ações do povo por coerção e medo das possíveis punições, e que somente uma educação moral é capaz de fazer o povo se comportar corretamente por livre e espontânea vontade, sendo esta ultima a forma mais eficiente de governar.

Vocês concordam com Confúcio?

Para mim, a educação moral deve ser prioridade, leis e medidas políticas devem ser implantadas somente em ultimo caso1. E vocês, o que acham?


Nota:
1 O Professor de filosofia Clóvis de Barros Filho em entrevista ao programa Canal Livre da rede Bandeirantes, apresenta um argumento muito convincente que vai de em encontro a esta ideia, o argumento se desenvolve durante todo o vídeo, e é interessante acompanha-lo desta forma, mas para aqueles que considerarem o vídeo muito grande, podem pular para o final, aos 13:22 minutos de vídeo, onde se concentra a essência do argumento e a conclusão do Professor:

<a href="https://www.youtube.com/v/YYKR4FBGAJc" target="_blank" class="new_win">https://www.youtube.com/v/YYKR4FBGAJc</a>

Palavras Chave: Moral, Ética, Virtude, Leis, Coerção, Punição, Política
« Última modificação: 19 de Maio de 2014, 22:26:59 por Skeptikós »
"Che non men che saper dubbiar m'aggrada."
"E, não menos que saber, duvidar me agrada."

Dante, Inferno, XI, 93; cit. p/ Montaigne, Os ensaios, Uma seleção, I, XXV, p. 93; org. de M. A. Screech, trad. de Rosa Freire D'aguiar

Offline Johnny Cash

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Re:Confúcio sobre as leis e as medidas políticas
« Resposta #1 Online: 19 de Maio de 2014, 22:42:16 »
Sempre boa reflexão.

Em minha opinião preguiçosa, a questão não é de "ou", mas sim de "e".

Deve-se preparar o terreno a fim de que as regras acordadas em sociedade sejam minimamente perturbadas, portanto, essas regras acabam também devendo ser mínimas. Mas também deve-se punir a transgressão e analisar caso a caso, a fim de entender a motivação e se é necessário adotar metida que elimine a chance de repetição da transgressão (ou exterminar, substituir ou reformar a regra que é regularmente quebrada).

Essa questão está no fio condutor das discussões infinitas entre Marias do Rosário e Bolsonaros. Acham que o problema é de "ou" (ou só pune, ou só se tenta corrigir).

Offline Skeptikós

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Re:Confúcio sobre as leis e as medidas políticas
« Resposta #2 Online: 20 de Maio de 2014, 00:37:31 »
Sempre boa reflexão.

Em minha opinião preguiçosa, a questão não é de "ou", mas sim de "e".

Deve-se preparar o terreno a fim de que as regras acordadas em sociedade sejam minimamente perturbadas, portanto, essas regras acabam também devendo ser mínimas. Mas também deve-se punir a transgressão e analisar caso a caso, a fim de entender a motivação e se é necessário adotar metida que elimine a chance de repetição da transgressão (ou exterminar, substituir ou reformar a regra que é regularmente quebrada).

Essa questão está no fio condutor das discussões infinitas entre Marias do Rosário e Bolsonaros. Acham que o problema é de "ou" (ou só pune, ou só se tenta corrigir).
Para o professor Clóvis de Barros Filho, em uma sociedade ideal, onde cada qual se comportasse de maneira moral, e onde a própria ética fosse definida mediante o debate de idéias visando o bem comum, tal sociedade necessitaria de muito pouco intervenção de leis. Mas segundo ele, quando há uma deficiência moral, ou uma ausência de consciência moral, é preciso continuar a conviver, e uma forma de garantir esta convivência em níveis harmônicos, são as leis e as punições caso estas leis sejam desrespeitadas, e estas medidas servem a este propósito.

E é ai que entra o que eu disse acima, se houvesse uma educação moral eficiente, não haveria necessidade de tantas leis, e por isso a educação moral deve ser uma prioridade. No entanto, como ultimo recurso, na falta de uma consciência moral, as leis devem ser implantadas para garantir a segurança e bom convívio dos membros da sociedade de maneira geral.

Abraços!
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Dante, Inferno, XI, 93; cit. p/ Montaigne, Os ensaios, Uma seleção, I, XXV, p. 93; org. de M. A. Screech, trad. de Rosa Freire D'aguiar

Offline JJ

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Re:Confúcio sobre as leis e as medidas políticas
« Resposta #3 Online: 22 de Maio de 2014, 06:38:35 »
Sempre boa reflexão.

Em minha opinião preguiçosa, a questão não é de "ou", mas sim de "e".

Deve-se preparar o terreno a fim de que as regras acordadas em sociedade sejam minimamente perturbadas, portanto, essas regras acabam também devendo ser mínimas. Mas também deve-se punir a transgressão e analisar caso a caso, a fim de entender a motivação e se é necessário adotar metida que elimine a chance de repetição da transgressão (ou exterminar, substituir ou reformar a regra que é regularmente quebrada).

Essa questão está no fio condutor das discussões infinitas entre Marias do Rosário e Bolsonaros. Acham que o problema é de "ou" (ou só pune, ou só se tenta corrigir).
Para o professor Clóvis de Barros Filho, em uma sociedade ideal, onde cada qual se comportasse de maneira moral, e onde a própria ética fosse definida mediante o debate de idéias visando o bem comum, tal sociedade necessitaria de muito pouco intervenção de leis. Mas segundo ele, quando há uma deficiência moral, ou uma ausência de consciência moral, é preciso continuar a conviver, e uma forma de garantir esta convivência em níveis harmônicos, são as leis e as punições caso estas leis sejam desrespeitadas, e estas medidas servem a este propósito.




Falar em consciência moral, num mundo onde  predominam  os  jogos de poder, os quais são fundamentados em mentiras, falsidades e hipocrisias me parece uma piada das boas.        :D


A sociedade atual  (e passada)  do Homo sapiens sapiens é uma sociedade de mentiras, falsidades, hipocrisias  e patifarias.  E a sede e a busca de de poder dão as cartas e comandam  tudo isso.


.
 


Offline Skeptikós

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Re:Confúcio sobre as leis e as medidas políticas
« Resposta #4 Online: 22 de Maio de 2014, 12:12:31 »
Falar em consciência moral, num mundo onde  predominam  os  jogos de poder, os quais são fundamentados em mentiras, falsidades e hipocrisias me parece uma piada das boas.        :D


A sociedade atual  (e passada)  do Homo sapiens sapiens é uma sociedade de mentiras, falsidades, hipocrisias  e patifarias.  E a sede e a busca de de poder dão as cartas e comandam  tudo isso.


.
É justamente pelo fato de o mundo estar cheio de corrupção, que se faz necessário uma educação moral mais presente na vida das pessoas, pois uma pessoa que age segundo as leis somente pelo medo da punição, quando esta pessoa acha que não sera descoberta, ela age incorretamente, então esta pessoa só andará na linha por quanto acreditar estar sendo fiscalizada. Mas se esta pessoa possui uma consciência moral desenvolvida, ela não comete o crime, mesmo quando sabe que se o fizesse  não seria descoberta.

Eis ai a importância superior da moral em comparação as leis, e o porque dela merecer uma maior atenção do que a que vem recebendo. Como disse o Johnny Cash "Deve-se preparar o terreno a fim de que as regras acordadas em sociedade sejam minimamente perturbadas." Ou seja, não só deve existir as leis, mas deve-se ter uma educação moral do porque segui-las é importante, não somente para evitar de ser punido, mas simplesmente porque agir moralmente é a maneira correta de se agir. Em uma sociedade com esta consciência e educação moral, as leis seriam minimamente perturbadas, e como disse o Professor Clóvis de Barros Filho, em uma sociedade assim, a necessidade de leis para manter a ordem seria minima.

Abraços!
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Re:Confúcio sobre as leis e as medidas políticas
« Resposta #5 Online: 22 de Maio de 2014, 12:19:53 »
Segundo Freud em "Totem e Tabu", foi o desenvolvimento da moral que tornou possível a convivência do homem em sociedades cada vez maiores, e este fora para ele o ponta pé da civilização. Parece de fato evidente, que em um grupo social grande, se os indivíduos fossem movidos exclusivamente por instintos egoístas, tal sociedade tenderia ao caos e a destruição completa. As leis estão ai para impedir este caos, mas a educação moral do que é certo e errado, não somente para evitar a punição, mas simplesmente porque agir de determinada forma é a correta, facilita o cumprimento destas leis, pois as pessoas agiriam corretamente mesmo quando não tivessem sendo fiscalizadas.
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Offline _tiago

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Re:Confúcio sobre as leis e as medidas políticas
« Resposta #6 Online: 22 de Maio de 2014, 19:36:00 »
O comércio também ajudou a fomentar civilizações grandes, acho que até mais que esse "desenvolvimento da moral". O direito (e o desenvolvimento deste, como proibir a tortura quando da investigação criminal, os castigos físicos...), a criação de estados (o primordial dos fatores!), a proliferação da educação e da saúde pública. Quer permitir um desenvolvimento moral, fortaleça as instituições que sustentam a civilidade.

A identificação que outros grupos também merecem respeito tem ajudado:

Citar
A third pacifying force is what Peter Singer called the "Expanding Circle," although Charles Darwin in first stated the idea in The Descent of Man. According to this theory, evolution bequeathed us with a sense of empathy. That's the good news; the bad news is that by default, we apply it only to a narrow circle of allies and family. But over history, one can see the circle of empathy expanding: from the village to the clan to the tribe to the nation to more recently to other races, both sexes, children, and even other species.

This just begs the question of what expanded the circle. I think one can argue that the forces of cosmopolitanism pushed it outward: exposure to history, literature, media, journalism, and travel encourages people to adopt the perspective of a real or fictitious other person. Experiments by Daniel Batson and others have shown that reading a person’s words indeed leads to an increase in empathy, not just for that person, but also for the category that the person represents.

http://edge.org/conversation/mc2011-history-violence-pinker

Offline Skeptikós

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Re:Confúcio sobre as leis e as medidas políticas
« Resposta #7 Online: 23 de Maio de 2014, 18:10:14 »
Sim, o comércio foi responsável pelo crescimento das sociedades, não nego, mas a moral aqui não compete com estas outras formas, pois ela não esta diretamente ligada ao crescimento das sociedades, e sim, a preservação e manutenção da ordem, juntamente com a implementação e aplicação das leis, construindo desta forma o ambiente propício para que as sociedades cresçam sem que se auto-destruam durante este processo.

Abraços!
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Offline AlienígenA

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Re:Confúcio sobre as leis e as medidas políticas
« Resposta #8 Online: 23 de Maio de 2014, 23:11:58 »
São questões como essa que me fazem perceber que estou perdendo a fé. Em tese, as instituições morais parecem mais eficientes do que as legais, na prática, a história parece dizer o contrário. Tenho a impressão que o governo, o capitalismo e o progresso científico e tecnológico contribuíram mais para a civilização que toda a nossa vã filosofia. O melhor governo é o da abundância. Barriga cheia eleva a moral.

Offline Skeptikós

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Re:Confúcio sobre as leis e as medidas políticas
« Resposta #9 Online: 25 de Maio de 2014, 12:31:11 »
São questões como essa que me fazem perceber que estou perdendo a fé. Em tese, as instituições morais parecem mais eficientes do que as legais, na prática, a história parece dizer o contrário.
Como assim a história parece dizer o contrário?

Você tem algum exemplo histórico a citar, onde uma sociedade que tinha a educação moral como a principal responsável pela ordem, se tornou mais eficiente após abandonar esta forma de governo, e começou a manter a ordem principalmente com a coerção e o medo das leis?

Eu não conheço nenhuma, mas ficaria feliz se você pudesse nos agraciar com algum exemplo histórico que nos mostrasse isso.

Tenho a impressão que o governo, o capitalismo e o progresso científico e tecnológico contribuíram mais para a civilização que toda a nossa vã filosofia
Bom, o capitalismo (liberalismo) e o governo (o estado) também nasceram a partir da filosofia. Civilizações não são construídas apenas pelo avanço tecnológico e cientifico (e não obstante, é a filosofia a mãe de todas as ciências, é a partir da especulação filosófica que nasce a ciência), isso é apenas uma parte do que constitui a cultura de uma civilização. Para uma sociedade continuar a crescer sem se auto-destruir, é preciso ordem, e para manter a ordem, mesmo que não se use como principal ferramente a educação moral, mesmo que seja as leis a servirem a este propósito, isso também é filosofia.

O melhor governo é o da abundância. Barriga cheia eleva a moral.
Não sera a moral (ou ao menos as leis) que propicia o ambiente ideal para um governo se tornar abundante?

Abraços!
« Última modificação: 25 de Maio de 2014, 12:33:40 por Skeptikós »
"Che non men che saper dubbiar m'aggrada."
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Offline JJ

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Re:Confúcio sobre as leis e as medidas políticas
« Resposta #10 Online: 25 de Maio de 2014, 13:07:52 »

Tenho a impressão que o governo, o capitalismo e o progresso científico e tecnológico contribuíram mais para a civilização que toda a nossa vã filosofia
Bom, o capitalismo (liberalismo) e o governo (o estado) também nasceram a partir da filosofia. Civilizações não são construídas apenas pelo avanço tecnológico e cientifico (e não obstante, é a filosofia a mãe de todas as ciências, é a partir da especulação filosófica que nasce a ciência), isso é apenas uma parte do que constitui a cultura de uma civilização. Para uma sociedade continuar a crescer sem se auto-destruir, é preciso ordem, e para manter a ordem, mesmo que não se use como principal ferramente a educação moral, mesmo que seja as leis a servirem a este propósito, isso também é filosofia.




Resposta perfeita. Nota: 100  bilhões .     :hihi:


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Offline Sergiomgbr

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Re:Confúcio sobre as leis e as medidas políticas
« Resposta #11 Online: 25 de Maio de 2014, 17:40:38 »




Você tem algum exemplo histórico a citar, onde uma sociedade que tinha a educação moral como a principal responsável pela ordem, se tornou mais eficiente após abandonar esta forma de governo, e começou a manter a ordem principalmente com a coerção e o medo das leis?

Eu não conheço nenhuma, mas ficaria feliz se você pudesse nos agraciar com algum exemplo histórico que nos mostrasse isso.

Tão fácil! Coreia do Norte.
« Última modificação: 26 de Maio de 2014, 15:22:05 por sergiomgbr »
Até onde eu sei eu não sei.

Offline Skeptikós

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Re:Confúcio sobre as leis e as medidas políticas
« Resposta #12 Online: 25 de Maio de 2014, 17:55:27 »
São questões como essa que me fazem perceber que estou perdendo a fé. Em tese, as instituições morais parecem mais eficientes do que as legais, na prática, a história parece dizer o contrário.
Como assim a história parece dizer o contrário?

Você tem algum exemplo histórico a citar, onde uma sociedade que tinha a educação moral como a principal responsável pela ordem, se tornou mais eficiente após abandonar esta forma de governo, e começou a manter a ordem principalmente com a coerção e o medo das leis?

Eu não conheço nenhuma, mas ficaria feliz se você pudesse nos agraciar com algum exemplo histórico que nos mostrasse isso.

Tão fácil! Coreia do Norte.
E quem disse que a Coreia do Norte já foi alguma vez referencia em educação moral?

Não obstante, a Coreia do Norte se tornou um país mais eficiente do que antes, em promover o avanço da civilização, após esta forma de governo opressor e ditatorial ser implantada?

A resposta me parecer ser evidente para as duas perguntas; A resposta é não. Logo, a Coreia do Norte não é um exemplo que satisfaça as exigências da minha pergunta.
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Re:Confúcio sobre as leis e as medidas políticas
« Resposta #13 Online: 25 de Maio de 2014, 21:00:15 »
São questões como essa que me fazem perceber que estou perdendo a fé. Em tese, as instituições morais parecem mais eficientes do que as legais, na prática, a história parece dizer o contrário.
Como assim a história parece dizer o contrário?

Você tem algum exemplo histórico a citar, onde uma sociedade que tinha a educação moral como a principal responsável pela ordem, se tornou mais eficiente após abandonar esta forma de governo, e começou a manter a ordem principalmente com a coerção e o medo das leis?

Eu não conheço nenhuma, mas ficaria feliz se você pudesse nos agraciar com algum exemplo histórico que nos mostrasse isso.

Tão fácil! Coreia do Norte.
E quem disse que a Coreia do Norte já foi alguma vez referencia em educação moral?

Não obstante, a Coreia do Norte se tornou um país mais eficiente do que antes, em promover o avanço da civilização, após esta forma de governo opressor e ditatorial ser implantada?

A resposta me parecer ser evidente para as duas perguntas; A resposta é não. Logo, a Coreia do Norte não é um exemplo que satisfaça as exigências da minha pergunta.
O grafado em negrito você acrescentou depois.

Coreia do Norte, como resposta à sua pergunta original, é absolutamente pertinente. Na Coreia do Norte havia uma sociedade cuja educação moral era a principal responsável pela ordem . Na Coreia do Norte, após o abandono dessa ordem moral vigente, iniciou-se a manutenção da ordem através da coerção e do medo, culminando em uma sociedade(abelhal, apícola, cupinzal, formigal) mais eficiente.
Até onde eu sei eu não sei.

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Re:Confúcio sobre as leis e as medidas políticas
« Resposta #14 Online: 25 de Maio de 2014, 22:42:39 »
Coreia do Norte, como resposta à sua pergunta original, é absolutamente pertinente. Na Coreia do Norte havia uma sociedade cuja educação moral era a principal responsável pela ordem . Na Coreia do Norte, após o abandono dessa ordem moral vigente, iniciou-se a manutenção da ordem através da coerção e do medo, culminando em uma sociedade(abelhal, apícola, cupinzal, formigal) mais eficiente.
Você pode citar alguma fonte/referência que vá de encontro a esta informação?
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"E, não menos que saber, duvidar me agrada."

Dante, Inferno, XI, 93; cit. p/ Montaigne, Os ensaios, Uma seleção, I, XXV, p. 93; org. de M. A. Screech, trad. de Rosa Freire D'aguiar

Offline _tiago

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Re:Confúcio sobre as leis e as medidas políticas
« Resposta #15 Online: 25 de Maio de 2014, 22:59:47 »
Bom, o capitalismo (liberalismo) e o governo (o estado) também nasceram a partir da filosofia.

Não. Isso não faz o menor sentido. O estado nasceu quando as pessoas resolveram se unir por razões diversas. Mais provável que invasões e guerras tenham dado existência à estados ou, como ocorreu com as Américas, as colonizações!
No momento quanto alguém resolveu trocar suas mercadorias por moeda ou por outra mercadoria, surgiu o capitalismo.


Offline _tiago

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Re:Confúcio sobre as leis e as medidas políticas
« Resposta #16 Online: 25 de Maio de 2014, 23:11:25 »
Sim, o comércio foi responsável pelo crescimento das sociedades, não nego, mas a moral aqui não compete com estas outras formas, pois ela não esta diretamente ligada ao crescimento das sociedades, e sim, a preservação e manutenção da ordem, juntamente com a implementação e aplicação das leis, construindo desta forma o ambiente propício para que as sociedades cresçam sem que se auto-destruam durante este processo.

Abraços!

Não sei se competição é um termo pro que eu tentava argumentar... Mas no momento em que vi isso:

Segundo Freud em "Totem e Tabu", foi o desenvolvimento da moral que tornou possível a convivência do homem em sociedades cada vez maiores, e este fora para ele o ponta pé da civilização . Parece de fato evidente, que em um grupo social grande, se os indivíduos fossem movidos exclusivamente por instintos egoístas, tal sociedade tenderia ao caos e a destruição completa. As leis estão ai para impedir este caos, mas a educação moral do que é certo e errado, não somente para evitar a punição, mas simplesmente porque agir de determinada forma é a correta, facilita o cumprimento destas leis, pois as pessoas agiriam corretamente mesmo quando não tivessem sendo fiscalizadas.

Eu refutei, pois não acho que seja essa a verdade. A moral acompanha as civilizações, ela não deu o pontapé para o surgimento delas. Outra coisa. Se fossemos movidos só por instintos egoístas, o que talvez seja o caso nosso, de verdade, isso não impede que colaboremos. Não são poucas as vantagens pessoais que surgem da colaboração.
Terceira coisa. Tenho minhas dúvidas se educação moral muito contribui para a manutenção da ordem. Ainda prefiro as instituições, a educação em sentido amplo, o desenvolvimento econômico... Isso, obviamente na prática.

Offline Sergiomgbr

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Re:Confúcio sobre as leis e as medidas políticas
« Resposta #17 Online: 25 de Maio de 2014, 23:52:19 »
Coreia do Norte, como resposta à sua pergunta original, é absolutamente pertinente. Na Coreia do Norte havia uma sociedade cuja educação moral era a principal responsável pela ordem . Na Coreia do Norte, após o abandono dessa ordem moral vigente, iniciou-se a manutenção da ordem através da coerção e do medo, culminando em uma sociedade(abelhal, apícola, cupinzal, formigal) mais eficiente.
Você pode citar alguma fonte/referência que vá de encontro a esta informação?
Isto seria como eu afirmar que muitas pessoas bebem, e você me pedir fontes/referências, mas vá lá...

http://pt.wikipedia.org/wiki/Hist%C3%B3ria_da_Coreia
Até onde eu sei eu não sei.

Offline Skeptikós

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Re:Confúcio sobre as leis e as medidas políticas
« Resposta #18 Online: 26 de Maio de 2014, 00:03:04 »
Bom, o capitalismo (liberalismo) e o governo (o estado) também nasceram a partir da filosofia.

Não. Isso não faz o menor sentido. O estado nasceu quando as pessoas resolveram se unir por razões diversas. Mais provável que invasões e guerras tenham dado existência à estados ou, como ocorreu com as Américas, as colonizações!
No momento quanto alguém resolveu trocar suas mercadorias por moeda ou por outra mercadoria, surgiu o capitalismo.
Sobre a origem do estado eu sou leigo, e tenho consciência disso o suficiente para admitir que não posso defender a ideia de que este nasceu a partir da filosofia, neste ponto eu confesso ter me precipitado em fazer tal afirmação.

Apesar disso, a filosofia política tem papel importante no desenvolvimento e na manutenção do estado.

Sobre o liberalismo econômico (capitalismo), a forma como ele é defendido e descrito é filosófica: "é a uma ideologia baseada na organização da economia em linhas individualistas, o que significa que o maior número possível de decisões econômicas são tomadas por indivíduos e não por instituições ou organizações coletivas." (Wikipédia, Liberalismo econômico)

A origem essencial da prática também pode não ter se dado a partir de uma teoria filosófica, mas foi amplamente desenvolvido e elaborado, assim como defendido, por filósofos. São estes os principais responsáveis pelo desenvolvimento e implementação do liberalismo como o conhecemos hoje.

Sim, o comércio foi responsável pelo crescimento das sociedades, não nego, mas a moral aqui não compete com estas outras formas, pois ela não esta diretamente ligada ao crescimento das sociedades, e sim, a preservação e manutenção da ordem, juntamente com a implementação e aplicação das leis, construindo desta forma o ambiente propício para que as sociedades cresçam sem que se auto-destruam durante este processo.

Abraços!

Não sei se competição é um termo pro que eu tentava argumentar... Mas no momento em que vi isso:

Segundo Freud em "Totem e Tabu", foi o desenvolvimento da moral que tornou possível a convivência do homem em sociedades cada vez maiores, e este fora para ele o ponta pé da civilização . Parece de fato evidente, que em um grupo social grande, se os indivíduos fossem movidos exclusivamente por instintos egoístas, tal sociedade tenderia ao caos e a destruição completa. As leis estão ai para impedir este caos, mas a educação moral do que é certo e errado, não somente para evitar a punição, mas simplesmente porque agir de determinada forma é a correta, facilita o cumprimento destas leis, pois as pessoas agiriam corretamente mesmo quando não tivessem sendo fiscalizadas.

Eu refutei, pois não acho que seja essa a verdade. A moral acompanha as civilizações, ela não deu o pontapé para o surgimento delas.
Seria preciso ler Freud e sua obra citada para entender o porque de sua teoria fazer sentido, isso evidentemente não quer dizer que esteja certa, mas que é uma forte teoria, muito bem articulada e com uma conclusão muito convincente, isso eu devo admitir, e por este motivo, valeria ser mencionada aqui.

Outra coisa. Se fossemos movidos só por instintos egoístas, o que talvez seja o caso nosso, de verdade, isso não impede que colaboremos. Não são poucas as vantagens pessoais que surgem da colaboração.
E o que é que impede uma pessoa de realizar uma prática ilícita que lhe renderia ganho fácil, como roubar um individuo rico, caso ela tivesse certeza que não seria descoberta, logo não seria punida por lei alguma. E caso este ela não tivesse relação alguma com este individuo, logo isso não afetaria qualquer sistema de cooperação, já que os dois não estão envolvidos em nenhum?

Eu diria que a unica coisa que poderia impedir esta pessoa de cometer tal ato ilícito, seria a sua consciência moral, de que agir assim é incorreto, pois ela não estaria limitada pela lei (visto que teria certeza que não seria descoberta, devido as circunstância), e teria também a certeza de que o roubo não afetaria qualquer possível cooperação que ela pudesse deixar de receber do roubado no futuro, visto que eles não possuíam qualquer relação social que pudesse propiciar a isto no futuro.

São em exemplos claros destes, onde a lei é falha (falta de fiscalização), e onde a pratica ilícita não causa efeitos colaterais práticos (roubar não traria prejuízos sociais para o ladrão), que a moral se faz necessária, como ferramenta capaz de manter o individuo na ação correta.

Terceira coisa. Tenho minhas dúvidas se educação moral muito contribui para a manutenção da ordem. Ainda prefiro as instituições, a educação em sentido amplo, o desenvolvimento econômico... Isso, obviamente na prática.
Hoje em dia praticamente não existe educação moral idealizada e ministrada pelo estado, praticamente a unica educação moral que temos é a de casa e a das religiões.

O professor Clóvis de Barros Filho fala acima da forma ideal de educação moral que se deveria ter na sociedade, mediante evidentemente um debate democrático.

Abraços!
"Che non men che saper dubbiar m'aggrada."
"E, não menos que saber, duvidar me agrada."

Dante, Inferno, XI, 93; cit. p/ Montaigne, Os ensaios, Uma seleção, I, XXV, p. 93; org. de M. A. Screech, trad. de Rosa Freire D'aguiar

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Re:Confúcio sobre as leis e as medidas políticas
« Resposta #19 Online: 26 de Maio de 2014, 00:25:35 »
Coreia do Norte, como resposta à sua pergunta original, é absolutamente pertinente. Na Coreia do Norte havia uma sociedade cuja educação moral era a principal responsável pela ordem . Na Coreia do Norte, após o abandono dessa ordem moral vigente, iniciou-se a manutenção da ordem através da coerção e do medo, culminando em uma sociedade(abelhal, apícola, cupinzal, formigal) mais eficiente.
Você pode citar alguma fonte/referência que vá de encontro a esta informação?
Isto seria como eu afirmar que muitas pessoas bebem, e você me pedir fontes/referências, mas vá lá...

http://pt.wikipedia.org/wiki/Hist%C3%B3ria_da_Coreia
Em nenhum momento a sua referência fala especificamente de um momento onde a educação moral fosse prioridade em relação a opressão, e que a inversão destas formas de governo trouce maior ordem, prosperidade e paz para a civilização.

NA verdade a sua fonte diz justamente o contrário, segundo a sua própria fonte, o período onde a civilização da Coreia teve maior ordem, prosperidade e paz foi justamente no período onde o confucionismo foi implementado como a religião/política oficial do estado; "Sob a dinastia Yi (1392-1910), a Coreia foi fortemente influenciada pela China dos Ming no campo político e cultural. Os soberanos Yi promoveram a reforma agrária, reforçaram a centralização administrativa, construíram uma nova capital em Seul e estabeleceram o confucionismo como religião oficial, substituindo o amplamente degenerado budismo, que foi proibido. A Coreia tornou-se um importante centro do saber, o que foi possível em razão da invenção dos tipos móveis e da técnica de impressão por xilogravura por volta do ano 1234. O rei Sejong, o Grande (1418-1450) promulgou o hangul, o alfabeto coreano." (Wikipédia, História da Coreia)

Ou seja, a sua própria fonte te contradiz, neste caso você foi muito infeliz em cita-la, arrisco dizer que provavelmente não a leu para vir a cometer tal garfe.

Abraços!
"Che non men che saper dubbiar m'aggrada."
"E, não menos que saber, duvidar me agrada."

Dante, Inferno, XI, 93; cit. p/ Montaigne, Os ensaios, Uma seleção, I, XXV, p. 93; org. de M. A. Screech, trad. de Rosa Freire D'aguiar

Offline Sergiomgbr

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Re:Confúcio sobre as leis e as medidas políticas
« Resposta #20 Online: 26 de Maio de 2014, 04:28:19 »
Coreia do Norte, como resposta à sua pergunta original, é absolutamente pertinente. Na Coreia do Norte havia uma sociedade cuja educação moral era a principal responsável pela ordem . Na Coreia do Norte, após o abandono dessa ordem moral vigente, iniciou-se a manutenção da ordem através da coerção e do medo, culminando em uma sociedade(abelhal, apícola, cupinzal, formigal) mais eficiente.
Você pode citar alguma fonte/referência que vá de encontro a esta informação?
Isto seria como eu afirmar que muitas pessoas bebem, e você me pedir fontes/referências, mas vá lá...

http://pt.wikipedia.org/wiki/Hist%C3%B3ria_da_Coreia
Em nenhum momento a sua referência fala especificamente de um momento onde a educação moral fosse prioridade em relação a opressão, e que a inversão destas formas de governo trouce maior ordem, prosperidade e paz para a civilização.

NA verdade a sua fonte diz justamente o contrário, segundo a sua própria fonte, o período onde a civilização da Coreia teve maior ordem, prosperidade e paz foi justamente no período onde o confucionismo foi implementado como a religião/política oficial do estado; "Sob a dinastia Yi (1392-1910), a Coreia foi fortemente influenciada pela China dos Ming no campo político e cultural. Os soberanos Yi promoveram a reforma agrária, reforçaram a centralização administrativa, construíram uma nova capital em Seul e estabeleceram o confucionismo como religião oficial, substituindo o amplamente degenerado budismo, que foi proibido. A Coreia tornou-se um importante centro do saber, o que foi possível em razão da invenção dos tipos móveis e da técnica de impressão por xilogravura por volta do ano 1234. O rei Sejong, o Grande (1418-1450) promulgou o hangul, o alfabeto coreano." (Wikipédia, História da Coreia)

Ou seja, a sua própria fonte te contradiz, neste caso você foi muito infeliz em cita-la, arrisco dizer que provavelmente não a leu para vir a cometer tal garfe.

Abraços!
Novamente ao post origem?

Você tem algum exemplo histórico a citar, onde uma sociedade que tinha a educação moral como a principal responsável pela ordem, se tornou mais eficiente após abandonar esta forma de governo, e começou a manter a ordem principalmente com a coerção e o medo das leis?

Eu não conheço nenhuma, mas ficaria feliz se você pudesse nos agraciar com algum exemplo histórico que nos mostrasse isso.

A Coreia do Norte(qualquer coisa aí descrita antes de Kim Il-Sung),  tinha a educação moral como a principal responsável pela ordem(que não era lá plena, havendo conflitos de toda natureza) e após abandonar esta forma de governo(desde Kim Il-Sung),  começou a manter a ordem(ou seja cessaram os conflitos por completa subordinação as autoridades, até nos cortes de cabelos!) principalmente com a coerção e o medo das leis.

Prosperidade e paz não estavam no post original. Muito menos educação moral como sendo prioridade em relação à opressão (ou a qualquer coisa).
« Última modificação: 26 de Maio de 2014, 04:35:14 por sergiomgbr »
Até onde eu sei eu não sei.

Offline Skeptikós

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Re:Confúcio sobre as leis e as medidas políticas
« Resposta #21 Online: 26 de Maio de 2014, 12:03:56 »
A Coreia do Norte(qualquer coisa aí descrita antes de Kim Il-Sung),  tinha a educação moral como a principal responsável pela ordem(que não era lá plena, havendo conflitos de toda natureza) e após abandonar esta forma de governo(desde Kim Il-Sung),  começou a manter a ordem(ou seja cessaram os conflitos por completa subordinação as autoridades, até nos cortes de cabelos!) principalmente com a coerção e o medo das leis.
Discordo, segundo a sua referencia fica fácil perceber que a maior parte da história da Coreia é permeada por espécies de governos opressores, sendo um dos poucos oásis onde podemos colocar a educação moral como prevalecente em relação a opressão é justamente no período onde o confucionismo foi implementando como religião/política oficial do estado.

Prosperidade e paz não estavam no post original. Muito menos educação moral como sendo prioridade em relação à opressão (ou a qualquer coisa).

É claro que estava:

Para mim, a educação moral deve ser prioridade, leis e medidas políticas devem ser implantadas somente em ultimo caso.

E sobre prosperidade e paz, é possível prosperidade e paz sem ordem?

Estas coisas estão ligadas, é preciso ordem, cooperação e paz interna para uma civilização se desenvolver, ou não?

Então me parece claro, que o período onde a Coreia mais se desenvolveu como civilização, foi num ambiente de prosperidade e paz, que existia ordem, onde o confucionismo era a política responsável por tal ordem. No caos interno fica fácil perceber que uma sociedade não teria ambiente propicio para se desenvolver.

Além disso devemos combinar que o assunto do meu tópico já foi desvirtuado a muito tempo (Não por você, mas por outros membros acima). Visto que começamos a falar sobre o que é mais importante para o impulsionamento do crescimento da civilização, sendo que este não era o assunto, e sim o que seria mais eficiente para manter a ordem, se a opressão ou se a educação moral.

A própria citação do Confúcio e o argumento do professor Clóvis, fala sobre a eficiência da opressão, da coerção e do medo das leis, e mesmo da sua necessidade, quando existe uma deficiência moral.

Mas fala também de uma sociedade ideal, onde as pessoas se comportam corretamente, não por medo, mas por que foram ensinadas que agir assim é o melhor e o mais correto para a sociedade em si. Fica muito fácil perceber que a moral ao invés da opressão é muito mais eficiente na manutenção da ordem, pois por opressão, uma pessoa só age enquanto sabe que esta a ser fiscalizada, e no momento onde a certeza de impunidade aparece, ela não hesitará em agir incorretamente para beneficiar a si própria. Já por moral, uma pessoa age corretamente sempre, independente de estar ou não sendo fiscalizada. E é nestes momentos onde fica fácil perceber a vantagem de um governo que prioriza a educação moral em relação a opressão.

Abraços!
« Última modificação: 26 de Maio de 2014, 12:09:53 por Skeptikós »
"Che non men che saper dubbiar m'aggrada."
"E, não menos que saber, duvidar me agrada."

Dante, Inferno, XI, 93; cit. p/ Montaigne, Os ensaios, Uma seleção, I, XXV, p. 93; org. de M. A. Screech, trad. de Rosa Freire D'aguiar

Offline Sergiomgbr

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Re:Confúcio sobre as leis e as medidas políticas
« Resposta #22 Online: 26 de Maio de 2014, 13:19:19 »
A Coreia do Norte(qualquer coisa aí descrita antes de Kim Il-Sung),  tinha a educação moral como a principal responsável pela ordem(que não era lá plena, havendo conflitos de toda natureza) e após abandonar esta forma de governo(desde Kim Il-Sung),  começou a manter a ordem(ou seja cessaram os conflitos por completa subordinação as autoridades, até nos cortes de cabelos!) principalmente com a coerção e o medo das leis.
Discordo, segundo a sua referencia fica fácil perceber que a maior parte da história da Coreia é permeada por espécies de governos opressores, sendo um dos poucos oásis onde podemos colocar a educação moral como prevalecente em relação a opressão é justamente no período onde o confucionismo foi implementando como religião/política oficial do estado.
Não importa a maior parte ou toda a história da Coréia para o argumento aqui, e sim a evidenciação de  qualquer período de opressão relativa, em contra partida a algum estado de ordem via subordinação moral espontânea, seja confuciana seja budistiana, ou de qualquer outra natureza, anterior a Kim Il-Sung, ante a supressão total da ordem moral relativa naturalmente constituída culturalmente, pelo regime autoritário instituído desde então.


Prosperidade e paz não estavam no post original. Muito menos educação moral como sendo prioridade em relação à opressão (ou a qualquer coisa).

É claro que estava:
Não, não estava. Prosperidade e paz foram incuídos posteriormente.

E sobre prosperidade e paz, é possível prosperidade e paz sem ordem?
Elas mesmas prosperidade e paz são ordenações.


Estas coisas estão ligadas, é preciso ordem, cooperação e paz interna para uma civilização se desenvolver, ou não?
Não, nescessariamente. Pode-se ter ordem, cooperação e paz, sem que com isso haja desenvolvimento. Ou antes, que haja desenvolvimento sem ordem, cooperação e paz, no caso de rebeliões e guerras.


Então me parece claro, que o período onde a Coreia mais se desenvolveu como civilização, foi num ambiente de prosperidade e paz, que existia ordem, onde o confucionismo era a política responsável por tal ordem. No caos interno fica fácil perceber que uma sociedade não teria ambiente propicio para se desenvolver.

Além disso devemos combinar que o assunto do meu tópico já foi desvirtuado a muito tempo (Não por você, mas por outros membros acima). Visto que começamos a falar sobre o que é mais importante para o impulsionamento do crescimento da civilização, sendo que este não era o assunto, e sim o que seria mais eficiente para manter a ordem, se a opressão ou se a educação moral.

A própria citação do Confúcio e o argumento do professor Clóvis, fala sobre a eficiência da opressão, da coerção e do medo das leis, e mesmo da sua necessidade, quando existe uma deficiência moral.

Mas fala também de uma sociedade ideal, onde as pessoas se comportam corretamente, não por medo, mas por que foram ensinadas que agir assim é o melhor e o mais correto para a sociedade em si. Fica muito fácil perceber que a moral ao invés da opressão é muito mais eficiente na manutenção da ordem, pois por opressão, uma pessoa só age enquanto sabe que esta a ser fiscalizada, e no momento onde a certeza de impunidade aparece, ela não hesitará em agir incorretamente para beneficiar a si própria. Já por moral, uma pessoa age corretamente sempre, independente de estar ou não sendo fiscalizada. E é nestes momentos onde fica fácil perceber a vantagem de um governo que prioriza a educação moral em relação a opressão.

Abraços!
Educação moral e opressão são uma redundância. Toda e qualquer educação(moral) redunda de um estado posterior de comportamento em substituição a um outro anterior.
Até onde eu sei eu não sei.

Offline Skeptikós

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Re:Confúcio sobre as leis e as medidas políticas
« Resposta #23 Online: 26 de Maio de 2014, 13:58:33 »
A Coreia do Norte(qualquer coisa aí descrita antes de Kim Il-Sung),  tinha a educação moral como a principal responsável pela ordem(que não era lá plena, havendo conflitos de toda natureza) e após abandonar esta forma de governo(desde Kim Il-Sung),  começou a manter a ordem(ou seja cessaram os conflitos por completa subordinação as autoridades, até nos cortes de cabelos!) principalmente com a coerção e o medo das leis.
Discordo, segundo a sua referencia fica fácil perceber que a maior parte da história da Coreia é permeada por espécies de governos opressores, sendo um dos poucos oásis onde podemos colocar a educação moral como prevalecente em relação a opressão é justamente no período onde o confucionismo foi implementando como religião/política oficial do estado.
Não importa a maior parte ou toda a história da Coréia para o argumento aqui, e sim a evidenciação de  qualquer período de opressão relativa, em contra partida a algum estado de ordem via subordinação moral espontânea, seja confuciana seja budistiana, ou de qualquer outra natureza, anterior a Kim Il-Sung, ante a supressão total da ordem moral relativa naturalmente constituída culturalmente, pelo regime autoritário instituído desde então.
Mais a questão meu amigo, não é se existe hoje uma espécie de ordem mediante um regime opressor, isso é evidente que existe. A questão é se o estabelecimento da ordem mediante um regime opressor é mais eficiente do que o emprego da ordem mediante uma educação moral.

 

Prosperidade e paz não estavam no post original. Muito menos educação moral como sendo prioridade em relação à opressão (ou a qualquer coisa).

É claro que estava:
Não, não estava. Prosperidade e paz foram incuídos posteriormente.
Não foi isso que o "Claro que estava:" mostrava. O "Claro que estava" apresentava uma citação do tópico original que você omitiu, onde claramente eu considerava a eficiência superior da manutenção da ordem, quando esta é principalmente mantida por educação moral em comparação a lei: "Para mim, a educação moral deve ser prioridade, leis e medidas políticas devem ser implantadas somente em ultimo caso." Ai esta onde você falha. Tu disse que no tópico original eu não falava em nenhum momento da prioridade da educação moral em comparação ao emprego da lei para manter a ordem, no entanto a minha citação mostra que você esta errado, eu falo sim sobre prioridade da educação moral em comparação ao mantimento da ordem em comparação a opressão como prioridade na manutenção da ordem.


E sobre prosperidade e paz, é possível prosperidade e paz sem ordem?
Elas mesmas prosperidade e paz são ordenações.
Você mesmo então concorda que estão relacionadas, não teria necessidade de cita-las explicitamente se este entendimento já se da de forma implícita.



Estas coisas estão ligadas, é preciso ordem, cooperação e paz interna para uma civilização se desenvolver, ou não?
Não, nescessariamente. Pode-se ter ordem, cooperação e paz, sem que com isso haja desenvolvimento.
Não disse que estas coisas inevitavelmente levam ao desenvolvimento, mas que o desenvolvimento depende delas.



Então me parece claro, que o período onde a Coreia mais se desenvolveu como civilização, foi num ambiente de prosperidade e paz, que existia ordem, onde o confucionismo era a política responsável por tal ordem. No caos interno fica fácil perceber que uma sociedade não teria ambiente propicio para se desenvolver.

Além disso devemos combinar que o assunto do meu tópico já foi desvirtuado a muito tempo (Não por você, mas por outros membros acima). Visto que começamos a falar sobre o que é mais importante para o impulsionamento do crescimento da civilização, sendo que este não era o assunto, e sim o que seria mais eficiente para manter a ordem, se a opressão ou se a educação moral.

A própria citação do Confúcio e o argumento do professor Clóvis, fala sobre a eficiência da opressão, da coerção e do medo das leis, e mesmo da sua necessidade, quando existe uma deficiência moral.

Mas fala também de uma sociedade ideal, onde as pessoas se comportam corretamente, não por medo, mas por que foram ensinadas que agir assim é o melhor e o mais correto para a sociedade em si. Fica muito fácil perceber que a moral ao invés da opressão é muito mais eficiente na manutenção da ordem, pois por opressão, uma pessoa só age enquanto sabe que esta a ser fiscalizada, e no momento onde a certeza de impunidade aparece, ela não hesitará em agir incorretamente para beneficiar a si própria. Já por moral, uma pessoa age corretamente sempre, independente de estar ou não sendo fiscalizada. E é nestes momentos onde fica fácil perceber a vantagem de um governo que prioriza a educação moral em relação a opressão.

Abraços!
Educação moral e opressão são uma redundância.
Não são, educação moral é uma coisa, opressão é outra. Uma pessoa que age moralmente, age por livre e espontânea vontade, uma pessoa que age pro opressão, não age por livre e espontânea vontade, age por medo de possíveis punições. Uma coisa é uma coisa, e outra coisa é outra coisa, e uma coisa não tem nada a ver com a outra.

Toda e qualquer educação(moral) redunda de um estado posterior de comportamento em substituição a um outro anterior.
Isso não iguala educação moral a opressão para que sejam consideradas redundantes.

Na educação moral mediante o debate democrático, as pessoas entram em acordo sobre qual a conduta mais adequada, e por livre e espontânea vontade se comprometem a pratica-la, independente se estão ou não sendo fiscalizadas. Neste caso elas policiam a si mesmas, sem medo de serem punidas por terceiros.

Na opressão, um grupo limitado de pessoas que detêm o poder determina o comportamento adequado da população, sem o consentimento desta, e emprega a norma de conduta de forma opressora, onde o descumprimento da mesma é passível de punição. Neste caso as pessoas se sentem oprimidas a se comportarem conforme a norma com medo das possíveis punições em caso de descumprimento da norma, no entanto isto só faz efeito enquanto o medo de ser punido é maior do que a vontade de cometer o ato proibido, e também a norma só é respeitada, enquanto o oprimido sente que esta a ser fiscalizado, o que o leva a desrespeitar a norma sempre que percebe uma oportunidade de impunidade.

A apresentação acima parece evidenciar qual das duas formas de governo é mais eficiente em manter a ordem. A moral parece de longe muito mais eficiente, caso esta seja prioridade na manutenção da ordem. No entanto, é difícil construir uma sociedade onde todos se comprometam e pratiquem a ação correta sempre, dai a necessidade ainda de leis para garantir a ordem, no entanto, se a sociedade tiver uma boa educação moral, sera muito pouco necessário o emprego da força para garantir a ordem. Como dito pelo  Johnny Cash: "Deve-se preparar o terreno a fim de que as regras acordadas em sociedade sejam minimamente perturbadas." A moral desta forma passa a ser prioridade, para preparar o terreno, e as leis seriam apenas uma garantia, para segurar a parcela de deficiência moral da sociedade que poderia ocasionalmente vir a perturbar a ordem pública.

Abraços!
« Última modificação: 26 de Maio de 2014, 14:02:06 por Skeptikós »
"Che non men che saper dubbiar m'aggrada."
"E, não menos que saber, duvidar me agrada."

Dante, Inferno, XI, 93; cit. p/ Montaigne, Os ensaios, Uma seleção, I, XXV, p. 93; org. de M. A. Screech, trad. de Rosa Freire D'aguiar

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Re:Confúcio sobre as leis e as medidas políticas
« Resposta #24 Online: 26 de Maio de 2014, 16:11:24 »
A Coreia do Norte(qualquer coisa aí descrita antes de Kim Il-Sung),  tinha a educação moral como a principal responsável pela ordem(que não era lá plena, havendo conflitos de toda natureza) e após abandonar esta forma de governo(desde Kim Il-Sung),  começou a manter a ordem(ou seja cessaram os conflitos por completa subordinação as autoridades, até nos cortes de cabelos!) principalmente com a coerção e o medo das leis.
Discordo, segundo a sua referencia fica fácil perceber que a maior parte da história da Coreia é permeada por espécies de governos opressores, sendo um dos poucos oásis onde podemos colocar a educação moral como prevalecente em relação a opressão é justamente no período onde o confucionismo foi implementando como religião/política oficial do estado.
Não importa a maior parte ou toda a história da Coréia para o argumento aqui, e sim a evidenciação de  qualquer período de opressão relativa, em contra partida a algum estado de ordem via subordinação moral espontânea, seja confuciana seja budistiana, ou de qualquer outra natureza, anterior a Kim Il-Sung, ante a supressão total da ordem moral relativa naturalmente constituída culturalmente, pelo regime autoritário instituído desde então.
Mais a questão meu amigo, não é se existe hoje uma espécie de ordem mediante um regime opressor, isso é evidente que existe.
Com base nessa mesma suposta evidência eu respondí Coréia do Norte.



A questão é se o estabelecimento da ordem mediante um regime opressor é mais eficiente do que o emprego da ordem mediante uma educação moral.
Isso não é uma questão se não há um contexto.


 

Prosperidade e paz não estavam no post original. Muito menos educação moral como sendo prioridade em relação à opressão (ou a qualquer coisa).

É claro que estava:
Não, não estava. Prosperidade e paz foram incuídos posteriormente.
Não foi isso que o "Claro que estava:" mostrava. O "Claro que estava" apresentava uma citação do tópico original que você omitiu, onde claramente eu considerava a eficiência superior da manutenção da ordem, quando esta é principalmente mantida por educação moral em comparação a lei: "Para mim, a educação moral deve ser prioridade, leis e medidas políticas devem ser implantadas somente em ultimo caso." Ai esta onde você falha. Tu disse que no tópico original eu não falava em nenhum momento da prioridade da educação moral em comparação ao emprego da lei para manter a ordem, no entanto a minha citação mostra que você esta errado, eu falo sim sobre prioridade da educação moral em comparação ao mantimento da ordem em comparação a opressão como prioridade na manutenção da ordem.
Não estava.

Este é o tópico original, o qual respondí, e dele  nada omití,

Você tem algum exemplo histórico a citar, onde uma sociedade que tinha a educação moral como a principal responsável pela ordem, se tornou mais eficiente após abandonar esta forma de governo, e começou a manter a ordem principalmente com a coerção e o medo das leis?

Eu não conheço nenhuma, mas ficaria feliz se você pudesse nos agraciar com algum exemplo histórico que nos mostrasse isso.



E sobre prosperidade e paz, é possível prosperidade e paz sem ordem?
Elas mesmas prosperidade e paz são ordenações.
Você mesmo então concorda que estão relacionadas, não teria necessidade de cita-las explicitamente se este entendimento já se da de forma implícita.[/quote] Não concordo em nada[???que isso estava no post original? que este entendimento é implícito?(implícito a que???)] senão que prosperidade e paz são ordenações[ e se são ordenações(ordem)] de tal modo que é você que foi redundante...


Estas coisas estão ligadas, é preciso ordem, cooperação e paz interna para uma civilização se desenvolver, ou não?
Não, nescessariamente. Pode-se ter ordem, cooperação e paz, sem que com isso haja desenvolvimento.
Não disse que estas coisas inevitavelmente levam ao desenvolvimento, mas que o desenvolvimento depende delas.
Você omitiu parte importante da minha resposta . Eu também disse, no mesmo paragrafo, que desenvolvimento também ocorre em guerras e rebeliões, onde não há nem ordem, nem cooperação nem paz.


Não, nescessariamente. Pode-se ter ordem, cooperação e paz, sem que com isso haja desenvolvimento. Ou antes, que haja desenvolvimento sem ordem, cooperação e paz, no caso de rebeliões e guerras.
Até onde eu sei eu não sei.

 

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