A obra em tela é a consecução de ideias que surgiram, pelo menos, no final do século XIX e que começou a ser materializada na administração de FHC, em seu segundo mandato, quando foi apresentado um pré-projeto executivo, no qual o sistema consistiria de quatro canais, a saber: Eixo Norte, o Eixo Leste, Sertão e Remanso. Este pré-projeto foi elaborado conforme as diretrizes que foram estabelecidas pela Agência Nacional de Águas (ANA), segundo o disposto na 'Lei das Águas' (lei nº 9.433/1997), que instituiu a Política Nacional de Recursos Hídricos (PNRH) e criou o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos (SINGREH).
O projeto executivo foi elaborado durante o primeiro mandato Lula e as obras começaram no segundo mandato, concentrando-se nos canais Eixo Norte e Eixo Leste. Este projeto, que ficou a encargo das empresas Ecology and Environment do Brasil, Agrar Consultoria e Estudos Técnicos e JP Meio Ambiente, apresentou os resultados sob a forma de um EIA-RIMA, que foi duramente criticado por diversos especialistas.
Geólogos, por exemplo, alertaram que as escavações ocorreriam em uma área com solo pouco espesso, o que implicaria na necessidade de perfurar e extrair rochas, em que predominam as metamórficas de alto grau (gnaisses), muito mais resistentes que outros litotipos, o que faria o custo final aumentar bastante, assim como atrasaria o cronograma. De fato, o orçamento que era de R$ 4,3 bilhões já está em mais de R$ 8,5 bilhões e a entrega, que era para ter ocorrido em 2012, agora está prevista para o final de 2015. A obra completa, com todos os ramais, só deve ficar pronta entre 2025 e 2030 com um custo final sequer estimado, mas que especula-se para algo em torno de R$ 11 bilhões.
Outro aspecto muito criticado, tanto por geólogos como por climatologistas, é que o transporte de água deveria ser feito por sistema confinado, ou tubulação, se preferir. Ainda que de custo bem maior (em torno de 50,00% a 70,00%), este meio diminui muito a perda de água, praticamente eliminando aquela que ocorre por evaporação, que é muito intensa na região por causa da elevada temperatura média da atmosfera, pela baixa umidade presente no ar e pelo tipo de substrato aflorante no entorno, composto de rochas gnáissicas, principalmente.
Há diversos outros aspectos que foram (e ainda estão sendo) criticados: Danos ao patrimônio paleontológico e arqueológico; alterações na ecologia do rio e da bacia; violação de direitos dos povos ribeirinhos; quantos e quem serão os maiores beneficiados com a obra; quem pagará pelos custos operacionais da obra; superfaturamento; uso político da obra; desprezo da possibilidade de obras menores e alternativas pontuais; etc. Abaixo eu relaciono diversos
links, alguns deles contendo informações técnicas sobre os diversos aspectos supra-relacionados.
http://www.degeo.ufop.br/terraCiencias/bibliotecaVirtual/saofran/edezio.pdfhttp://www.abes-mg.org.br/visualizacao-de-clippings/pt-br/ler/1299/rochas-e-superfaturamento-no-caminho-da-transposicao-do-rio-sao-franciscohttp://www.manuelzao.ufmg.br/sobre_o_projeto/posicionamento/transposicaohttp://www.agbsaopaulo.org.br/node/91http://www.usp.br/revistausp/70/01-aziz.pdfhttp://www.ambito-juridico.com.br/site/n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=3844http://www.ecoterrabrasil.com.br/home/pg=temas&cd=984http://www.engeo.com.br/editora/TRANSPOSICAO_DO_RIO_SAO_FRANCISCO.pdfhttp://apublica.org/2014/02/transposicao-rio-sao-francisco-de-mao-unica/http://apublica.org/2014/02/uma-viagem-ao-canteiro-de-obras/http://pt.wikipedia.org/wiki/Transposi%C3%A7%C3%A3o_do_rio_S%C3%A3o_Franciscohttp://pt.wikipedia.org/wiki/Ag%C3%AAncia_Nacional_de_%C3%81guasAs críticas não provém apenas da área técnica. Elas também vem de setores historicamente identificados com o PT:
http://www.mst.org.br/revista/40/destaquehttp://www.adital.org.br/hotsite_ecumenismo/noticia.asp?lang=PT&cod=65307