Autor Tópico: Dois dias depois da eleição, Câmara derruba decreto bolivariano de Dilma  (Lida 3363 vezes)

0 Membros e 1 Visitante estão vendo este tópico.

Rhyan

  • Visitante
Dois dias depois da eleição, Câmara derruba decreto bolivariano de Dilma

Projeto era destinado a criar conselhos populares em órgãos da administração


Marcela Mattos, de Brasília

Plenário da Câmara dos Deputados, em Brasília


A Câmara dos Deputados reagiu e, enfim, derrubou nesta terça-feira o decreto bolivariano da presidente Dilma Rousseff, destinado a criar conselhos populares em órgãos da administração pública. A matéria foi assinada no final de maio em uma canetada da presidente e foi alvo de críticas de juristas e parlamentares. O Senado ainda tem de avaliar o projeto de decreto legislativo para que a determinação do Planalto seja suspensa.

A derrubada da matéria é uma reivindicação antiga da oposição e se deu dois dias após as eleições, indicando a turbulência que Dilma encontrará no Congresso no novo mandato. “Essa derrota é para mostrar que o discurso de conversa com o Congresso não poder ficar só na teoria”, resumiu o deputado Lúcio Vieira Lima (PMDB-BA).

Reinaldo Azevedo: Decreto é bolivariano, sim!

Tão logo foi apresentado, no início de julho, o projeto que sustava o texto palaciano teve adesão maciça de partidos de oposição e da base, contando inclusive com o apoio do PMDB, maior aliado do governo. Na Câmara, a matéria ganhou regime de urgência, o que permitiu que fosse direto ao plenário antes de tramitar pelas comissões. O projeto de decreto legislativo que pedia a suspensão da canetada de Dilma foi pautado nesta terça por Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), presidente da Casa que saiu derrotado na disputa ao governo do Rio Grande do Norte. Alves credita sua derrota à falta de apoio da presidente Dilma e ao fato de que o ex-presidente Lula chegou a participar da propaganda eleitoral do adversário Robinson Faria (PSD), eleito para o governo potiguar. Durante a sessão, o presidente convocou os deputados para que se mantivessem no plenário e garantissem a aprovação do texto. A derrubada do decreto foi aprovada em votação simbólica.

'Sociedade civil' – O decreto número 8.243/2014 foi criado sob o pretexto de instaurar a Política Nacional de Participação Social (PNPS) e o Sistema Nacional de Participação Social (SNPS). Mas, na prática, prevê a implantação de “conselhos populares”, formados por integrantes de movimentos sociais, vinculados a órgãos públicos. A matéria instituiu a participação de “integrantes da sociedade civil” em todos os órgãos da administração pública. Porém, ao trazer uma definição restritiva de sociedade civil, representa um assombroso ataque à democracia representativa e à igualdade dos cidadãos ao privilegiar grupos alinhados ao governo.

O decreto do Palácio do Planalto é explícito ao justificar sua finalidade: “consolidar a participação social como método de governo”. Um dos artigos estabelece, em linhas perigosas, o que é a sociedade civil: “I – sociedade civil – o cidadão, os coletivos, os movimentos sociais institucionalizados ou não institucionalizados, suas redes e suas organizações”. Ou seja, segundo o texto assinado por Dilma, os movimentos sociais – historicamente ligados ao PT – são a representação da sociedade no Estado Democrático de Direito.

A votação, que se arrastou por mais de duas horas, foi marcada por debates acalorados. “Numa democracia, quem escolhe o representante é o cidadão, é o povo. Com esse decreto, a presidente quer que essa escolha seja feita pelo próprio PT. Isso é um regime autoritário”, afirmou o líder do PSDB, deputado Antônio Imbassahy (PSDB-BA). “A Casa tem de se pronunciar. Não há espaço para que haja uma omissão do Parlamento brasileiro tendo em vista um quadro tão grave. A presidente Dilma prega dialogar, chama a nação para uma ampla negociação, mas impõe, via decreto presidencial, um modelo de consulta à população que é definido pelo Poder Executivo. É uma forma autocrática, autoritária, passando por cima do Congresso Nacional. Esse é um decreto bolivariano que realmente afronta o Poder Legislativo”, continuou o líder do DEM, deputado Mendonça Filho (PE).

O PT tentou evitar a derrota a todo custo. Sabendo que não funcionaria no diálogo, o partido apresentou uma série de requerimentos, entre eles para adiar a sessão e retirar a matéria de pauta, mas todos foram rejeitados.

Fonte: http://veja.abril.com.br/noticia/brasil/dois-dias-depois-da-eleicao-camara-derruba-decreto-bolivariano-de-dilma

Rhyan

  • Visitante
Re:Dois dias depois da eleição, Câmara derruba decreto bolivariano de Dilma
« Resposta #1 Online: 28 de Outubro de 2014, 23:40:13 »
Começa a azedar feio a relação entre PT e PMDB.

Offline Jurubeba

  • Nível 31
  • *
  • Mensagens: 2.071
  • Sexo: Masculino
  • CHAMEM OS ANARQUISTAS!!!
Re:Dois dias depois da eleição, Câmara derruba decreto bolivariano de Dilma
« Resposta #2 Online: 28 de Outubro de 2014, 23:56:29 »
Começa a azedar feio a relação entre PT e PMDB.
E não deve parar por aí.

Até acabar sua legislatura, o presidente da Câmara deve aprontar o que puder para contrariar a presidentA, já que está muito furioso com o revés que sofreu graças a ela.

Saudações

Offline O Grande Capanga

  • Nível 39
  • *
  • Mensagens: 3.872
Re:Dois dias depois da eleição, Câmara derruba decreto bolivariano de Dilma
« Resposta #3 Online: 29 de Outubro de 2014, 00:07:00 »
E pensar que se o Lula apoiasse o cara ele daria um jeito desse projeto ser aprovado.

O óbvio: por interesses privados os políticos podem foder toda uma nação.

Muitos estavam preocupados com esse projeto.

Acho que os próximos políticos do CN (deputados e senadores) vão deixar a coisa mais difícil. Ainda mais a oposição, acredito, depois dessas eleições.

Offline Geotecton

  • Moderadores Globais
  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 28.345
  • Sexo: Masculino
Re:Dois dias depois da eleição, Câmara derruba decreto bolivariano de Dilma
« Resposta #4 Online: 29 de Outubro de 2014, 00:48:01 »
Neste caso o que importa é que este projeto 'bolivariano' (na realidade, ele é gramscista) começou a ser enterrado.

No Senado deve ser sepultado em definitivo.
Foto USGS

Offline Moro

  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 20.984
Re:Dois dias depois da eleição, Câmara derruba decreto bolivariano de Dilma
« Resposta #5 Online: 29 de Outubro de 2014, 02:57:04 »
 :rola: :clap:
“If an ideology is peaceful, we will see its extremists and literalists as the most peaceful people on earth, that's called common sense.”

Faisal Saeed Al Mutar


"To claim that someone is not motivated by what they say is motivating them, means you know what motivates them better than they do."

Peter Boghossian

Sacred cows make the best hamburgers

I'm not convinced that faith can move mountains, but I've seen what it can do to skyscrapers."  --William Gascoyne

Rhyan

  • Visitante
Re:Dois dias depois da eleição, Câmara derruba decreto bolivariano de Dilma
« Resposta #6 Online: 29 de Outubro de 2014, 03:19:37 »
Outra coisa: o PT não fala mais em plebiscito sobre a reforma política, que é um cheque em branco, mas em referendo que é posterior à lei feita.

Offline Derfel

  • Moderadores Globais
  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 8.887
  • Sexo: Masculino
Re:Dois dias depois da eleição, Câmara derruba decreto bolivariano de Dilma
« Resposta #7 Online: 29 de Outubro de 2014, 06:58:45 »
Uma pena. Mas era de se esperar de Henrique Alves.

Offline Fabrício

  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 7.318
  • Sexo: Masculino
Re:Dois dias depois da eleição, Câmara derruba decreto bolivariano de Dilma
« Resposta #8 Online: 29 de Outubro de 2014, 07:46:39 »
Finalmente uma boa notícia.
"Deus prefere os ateus"

Offline Dr. Manhattan

  • Moderadores Globais
  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 8.342
  • Sexo: Masculino
  • Malign Hypercognitive since 1973
Re:Dois dias depois da eleição, Câmara derruba decreto bolivariano de Dilma
« Resposta #9 Online: 29 de Outubro de 2014, 07:53:15 »
Uma pena. Mas era de se esperar de Henrique Alves.

Discordo. Fico feliz com a derrubada desse projeto. É o tipo de coisa que é linda e maravilhosa na teoria, mas que na prática seria uma merda.
You and I are all as much continuous with the physical universe as a wave is continuous with the ocean.

Alan Watts

Offline Fabrício

  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 7.318
  • Sexo: Masculino
Re:Dois dias depois da eleição, Câmara derruba decreto bolivariano de Dilma
« Resposta #10 Online: 29 de Outubro de 2014, 07:54:06 »
Uma pena. Mas era de se esperar de Henrique Alves.

Discordo. Fico feliz com a derrubada desse projeto. É o tipo de coisa que é linda e maravilhosa na teoria, mas que na prática seria uma merda.

Bota merda nisso...
"Deus prefere os ateus"

Offline Dr. Manhattan

  • Moderadores Globais
  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 8.342
  • Sexo: Masculino
  • Malign Hypercognitive since 1973
Re:Dois dias depois da eleição, Câmara derruba decreto bolivariano de Dilma
« Resposta #11 Online: 29 de Outubro de 2014, 08:11:03 »
Meio off-topic: é interessante como esses "movimentos sociais", sindicatos, grêmios, etc. parecem atrair um certo tipo de pessoas. Pela minha experiência, por mais bem intencionados que eles sejam a princípio, frequentemente acabam sendo sequestrados por certas lideranças. São pessoas que possuem em grande medida o que Nietzsche chama de vontade de poder. Elas, mais do que tudo, desejam ser obedecidas, desejam estar à frente. Não importa se estão certas ou erradas, o importante é que os demais acatem sua opinião. Elas podem até acreditar sinceramente que têm o bem comum como prioridade, mas inconscientemente ou não acabam cultivando mais seus projetos de poder. Essas pessoas costumam ser intransigentes, estridentes, belicosas e eloquentes. Para elas, qualquer debate é uma guerra, qualquer discordância é traição. O opositor é sempre malvado, e quem duvidar de sua orientação está conspirando com os maus. E é comum que, ao alcançar a liderança do seu movimento, acabem afastando todos os que possam lhe fazer oposição de alguma forma.

Notem que isso não quer dizer que essas pessoas sejam incapazes de fazer um trabalho positivo, mas esse resultado (quer elas reconheçam ou não) é apenas um meio. O fim é o poder.
You and I are all as much continuous with the physical universe as a wave is continuous with the ocean.

Alan Watts

Offline Jurubeba

  • Nível 31
  • *
  • Mensagens: 2.071
  • Sexo: Masculino
  • CHAMEM OS ANARQUISTAS!!!
Re:Dois dias depois da eleição, Câmara derruba decreto bolivariano de Dilma
« Resposta #12 Online: 29 de Outubro de 2014, 08:30:11 »
Neste caso o que importa é que este projeto 'bolivariano' (na realidade, ele é gramscista) começou a ser enterrado.

No Senado deve ser sepultado em definitivo.
Não se esqueça que existem mais terroristas do lado petista do que na oposição no Senado.

O tal do Humberto Costa, além de insuportável por sua postura ditatorial, é delirante, parece não ter contato com a realidade. Quando fala, lembra bastante os discursos do Fidel e do Che.

Além da miss Petrolão Gleisi Hoffmann e do cara que, para mim, sempre esteve no partido errado, Eduardo Suplicy. Deveria ser tucano de tão chuchu :stunned:

Muito embora o Paulo Paim tem se demonstrado muito alinhado às demandas populares, muitas vezes não concordando com o partido.

Vamos ver.

Saudações

Offline Dodo

  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 5.304
Re:Dois dias depois da eleição, Câmara derruba decreto bolivariano de Dilma
« Resposta #13 Online: 29 de Outubro de 2014, 08:43:22 »
Meio off-topic: é interessante como esses "movimentos sociais", sindicatos, grêmios, etc. parecem atrair um certo tipo de pessoas. Pela minha experiência, por mais bem intencionados que eles sejam a princípio, frequentemente acabam sendo sequestrados por certas lideranças. São pessoas que possuem em grande medida o que Nietzsche chama de vontade de poder. Elas, mais do que tudo, desejam ser obedecidas, desejam estar à frente. Não importa se estão certas ou erradas, o importante é que os demais acatem sua opinião. Elas podem até acreditar sinceramente que têm o bem comum como prioridade, mas inconscientemente ou não acabam cultivando mais seus projetos de poder. Essas pessoas costumam ser intransigentes, estridentes, belicosas e eloquentes. Para elas, qualquer debate é uma guerra, qualquer discordância é traição. O opositor é sempre malvado, e quem duvidar de sua orientação está conspirando com os maus. E é comum que, ao alcançar a liderança do seu movimento, acabem afastando todos os que possam lhe fazer oposição de alguma forma.

Notem que isso não quer dizer que essas pessoas sejam incapazes de fazer um trabalho positivo, mas esse resultado (quer elas reconheçam ou não) é apenas um meio. O fim é o poder.

Discordo em parte, eu estava no sindicato e com o tempo deixei de ser porra louca, banquei o humilde e revi algumas posições, duas coisas contribuem para que fiquem apenas os mais radicias ou os que ficam lá se radicalizem também (em uma proporção bem menor, é claro!):

1 - o patrão, seja ele dono da fábrica ou o diretor da universidade, sempre vê o sindicato com maus olhos e carimba o pessoal como agitador, petista e isso e aquilo;
2 - os olavianos e os covardes: os primeiros se sentem tão superiores a tudo que só sabem criticar, mas nunca participam de uma negociação, uma assembléia, nada, consequentemente deixam que os outros decidam por eles e depois vão reclamar no café ou no facebook; já os covardes não querem se indispor com ninguém e se fazem de morto, não votam a favor de uma greve (nem vão na assembléia) depois entram em greve por solidariedade com os colegas (vendem essa ideia para os colegas), mas falam pro diretor que os alunos não estão indo pra aula por isso ele foi meio que OBRIGADO a fazer greve, mesmo não concordando, e blá blá (e o número desses não é tão irrelevante).

Pela minha experiência, essas coisas são fundamentais na manutenção da direção dos sindicatos de gente um pouco desequilibrada.

Por outro lado, vou dar um exemplo prático de como se esvazia uma greve:

1. Vai ter assembléia? Libere os professores ou servidores pra votar (todos, podem fechar o setor, dispensar os alunos, o importante é vir votar). Não é hora do cara estar na universidade, mande alguém convencer ele a vir:
2. A reunião tá com a pauta colocando a votação por último? Na pauta o último assunto é a greve? Você esta com a maioria, peça pro pessoal mudar a pauta e votar a greve primeiro.

"Dããã, mas a maioria das universidades é de esquerdistas fanáticos", estou inclinado a achar que isso se tornou um mito olaviano. Não parece ser mais assim, a maioria não parece se ligar muito nessas coisas, querem dar sua meia dúzia de aulas e lidar com pesquisas ou extensão ou então com suas graduações, mestrados ou outros concursos*. Aqui onde trabalho, uma greve acabou assim, e outra nem nasceu usando estas duas táticas, convocando o pessoal e forçando uma nova pauta.

*Estou me atendo a realidade de uma federal, e depois do REUNI entrou muita gente pós-PSDB, então não estão muito ligado nesse papo ideológico.

Como eram as pautas antes (a gente sempre montava assim, com a desculpa que o mais importante ficava para o final e por isso as pessoas precisavam de informações para poder votar):

1 Conjuntura internacional e nacional
2 Informes locais
3 Encaminhamentos
4 Votação


« Última modificação: 29 de Outubro de 2014, 09:02:18 por Dodo »
Você é único, assim como todos os outros.
Alfred E. Newman

Offline Jurubeba

  • Nível 31
  • *
  • Mensagens: 2.071
  • Sexo: Masculino
  • CHAMEM OS ANARQUISTAS!!!
Re:Dois dias depois da eleição, Câmara derruba decreto bolivariano de Dilma
« Resposta #14 Online: 29 de Outubro de 2014, 08:47:56 »
Meio off-topic: é interessante como esses "movimentos sociais", sindicatos, grêmios, etc. parecem atrair um certo tipo de pessoas. Pela minha experiência, por mais bem intencionados que eles sejam a princípio, frequentemente acabam sendo sequestrados por certas lideranças. São pessoas que possuem em grande medida o que Nietzsche chama de vontade de poder. Elas, mais do que tudo, desejam ser obedecidas, desejam estar à frente. Não importa se estão certas ou erradas, o importante é que os demais acatem sua opinião. Elas podem até acreditar sinceramente que têm o bem comum como prioridade, mas inconscientemente ou não acabam cultivando mais seus projetos de poder. Essas pessoas costumam ser intransigentes, estridentes, belicosas e eloquentes. Para elas, qualquer debate é uma guerra, qualquer discordância é traição. O opositor é sempre malvado, e quem duvidar de sua orientação está conspirando com os maus. E é comum que, ao alcançar a liderança do seu movimento, acabem afastando todos os que possam lhe fazer oposição de alguma forma.

Notem que isso não quer dizer que essas pessoas sejam incapazes de fazer um trabalho positivo, mas esse resultado (quer elas reconheçam ou não) é apenas um meio. O fim é o poder.
Os primeiros, os incautos, são os famosos "idiotas úteis" de Lênin e Stalin, como você deve saber.

Os segundos (em itálico no destaque) são os ditadores de plantão, os futuros Lulas e Dirceus que entregarão seus rivais, execrarão seus concorrentes e mandarão os mais perigosos para o paredão. Ou seja, esses fuzilam os "idiotas úteis". Essa é a postura soviet difundida e praticada na América do Sul desde que Che e Fidel trouxeram para essas bandas as lições russas.

Nós vimos uma pitada dessa sanha na eleição atual. A forma como assassinam reputações é a prévia, caso não consigam, de um assassinato de fato.

E quem pensa que eu estou exagerando ou alucinado, lembrem-se de Celso Daniel. Tem também o depoimento daquele general que foi morto (queima de arquivo) que em depoimento à Comissão da Verdade afirmou que o Lula mandou matar um concorrente (acho até que foram mais) à presidência do sindicato para que ele pudesse se candidatar. Será que é mentira? Eu não duvido!

Saudações

Offline Derfel

  • Moderadores Globais
  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 8.887
  • Sexo: Masculino
Re:Dois dias depois da eleição, Câmara derruba decreto bolivariano de Dilma
« Resposta #15 Online: 29 de Outubro de 2014, 09:58:37 »
Meio off-topic: é interessante como esses "movimentos sociais", sindicatos, grêmios, etc. parecem atrair um certo tipo de pessoas. Pela minha experiência, por mais bem intencionados que eles sejam a princípio, frequentemente acabam sendo sequestrados por certas lideranças. São pessoas que possuem em grande medida o que Nietzsche chama de vontade de poder. Elas, mais do que tudo, desejam ser obedecidas, desejam estar à frente. Não importa se estão certas ou erradas, o importante é que os demais acatem sua opinião. Elas podem até acreditar sinceramente que têm o bem comum como prioridade, mas inconscientemente ou não acabam cultivando mais seus projetos de poder. Essas pessoas costumam ser intransigentes, estridentes, belicosas e eloquentes. Para elas, qualquer debate é uma guerra, qualquer discordância é traição. O opositor é sempre malvado, e quem duvidar de sua orientação está conspirando com os maus. E é comum que, ao alcançar a liderança do seu movimento, acabem afastando todos os que possam lhe fazer oposição de alguma forma.

Notem que isso não quer dizer que essas pessoas sejam incapazes de fazer um trabalho positivo, mas esse resultado (quer elas reconheçam ou não) é apenas um meio. O fim é o poder.

Discordo. Há grupos e há grupos. Existem grupos e movimentos sociais muito fáceis de lidar. O que observo é que a intransigência se torna mais como um movimento defensivo. Quanto mais um movimento representa um grupo marginalizado, maior a dificuldade de se chegar a um acordo. Acredito que eles já partem do princípio quem o estado ou a sociedade deseja prejudicá-los e a agressividade aparece como uma reação defensiva mesmo. Tenho uma experiência com uma série de grupos de movimentos sociais e é o que tenho observado.

Offline Derfel

  • Moderadores Globais
  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 8.887
  • Sexo: Masculino
Re:Dois dias depois da eleição, Câmara derruba decreto bolivariano de Dilma
« Resposta #16 Online: 29 de Outubro de 2014, 09:59:49 »
Quanto ao decreto, simplesmente as pessoas não entenderam a proposta e não entendem que já existem essas instâncias.

Offline Derfel

  • Moderadores Globais
  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 8.887
  • Sexo: Masculino
Re:Dois dias depois da eleição, Câmara derruba decreto bolivariano de Dilma
« Resposta #17 Online: 29 de Outubro de 2014, 10:00:40 »
E, a propósito,  só foi a votação como vingança do Henrique Alves.

Offline Dr. Manhattan

  • Moderadores Globais
  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 8.342
  • Sexo: Masculino
  • Malign Hypercognitive since 1973
Re:Dois dias depois da eleição, Câmara derruba decreto bolivariano de Dilma
« Resposta #18 Online: 29 de Outubro de 2014, 10:01:49 »
Meio off-topic: é interessante como esses "movimentos sociais", sindicatos, grêmios, etc. parecem atrair um certo tipo de pessoas. Pela minha experiência, por mais bem intencionados que eles sejam a princípio, frequentemente acabam sendo sequestrados por certas lideranças. São pessoas que possuem em grande medida o que Nietzsche chama de vontade de poder. Elas, mais do que tudo, desejam ser obedecidas, desejam estar à frente. Não importa se estão certas ou erradas, o importante é que os demais acatem sua opinião. Elas podem até acreditar sinceramente que têm o bem comum como prioridade, mas inconscientemente ou não acabam cultivando mais seus projetos de poder. Essas pessoas costumam ser intransigentes, estridentes, belicosas e eloquentes. Para elas, qualquer debate é uma guerra, qualquer discordância é traição. O opositor é sempre malvado, e quem duvidar de sua orientação está conspirando com os maus. E é comum que, ao alcançar a liderança do seu movimento, acabem afastando todos os que possam lhe fazer oposição de alguma forma.

Notem que isso não quer dizer que essas pessoas sejam incapazes de fazer um trabalho positivo, mas esse resultado (quer elas reconheçam ou não) é apenas um meio. O fim é o poder.

Discordo em parte, eu estava no sindicato e com o tempo deixei de ser porra louca, banquei o humilde e revi algumas posições, duas coisas contribuem para que fiquem apenas os mais radicias ou os que ficam lá se radicalizem também (em uma proporção bem menor, é claro!):

1 - o patrão, seja ele dono da fábrica ou o diretor da universidade, sempre vê o sindicato com maus olhos e carimba o pessoal como agitador, petista e isso e aquilo;
2 - os olavianos e os covardes: os primeiros se sentem tão superiores a tudo que só sabem criticar, mas nunca participam de uma negociação, uma assembléia, nada, consequentemente deixam que os outros decidam por eles e depois vão reclamar no café ou no facebook; já os covardes não querem se indispor com ninguém e se fazem de morto, não votam a favor de uma greve (nem vão na assembléia) depois entram em greve por solidariedade com os colegas (vendem essa ideia para os colegas), mas falam pro diretor que os alunos não estão indo pra aula por isso ele foi meio que OBRIGADO a fazer greve, mesmo não concordando, e blá blá (e o número desses não é tão irrelevante).


Pela minha experiência, essas coisas são fundamentais na manutenção da direção dos sindicatos de gente um pouco desequilibrada.

Por outro lado, vou dar um exemplo prático de como se esvazia uma greve:

1. Vai ter assembléia? Libere os professores ou servidores pra votar (todos, podem fechar o setor, dispensar os alunos, o importante é vir votar). Não é hora do cara estar na universidade, mande alguém convencer ele a vir:
2. A reunião tá com a pauta colocando a votação por último? Na pauta o último assunto é a greve? Você esta com a maioria, peça pro pessoal mudar a pauta e votar a greve primeiro.

"Dããã, mas a maioria das universidades é de esquerdistas fanáticos", estou inclinado a achar que isso se tornou um mito olaviano. Não parece ser mais assim, a maioria não parece se ligar muito nessas coisas, querem dar sua meia dúzia de aulas e lidar com pesquisas ou extensão ou então com suas graduações, mestrados ou outros concursos*. Aqui onde trabalho, uma greve acabou assim, e outra nem nasceu usando estas duas táticas, convocando o pessoal e forçando uma nova pauta.

*Estou me atendo a realidade de uma federal, e depois do REUNI entrou muita gente pós-PSDB, então não estão muito ligado nesse papo ideológico.

Como eram as pautas antes (a gente sempre montava assim, com a desculpa que o mais importante ficava para o final e por isso as pessoas precisavam de informações para poder votar):

1 Conjuntura internacional e nacional
2 Informes locais
3 Encaminhamentos
4 Votação




Concordo com o trecho em negrito. Com um detalhe: nas federais o reitor é eleito, de forma que ele/a sempre tenta ao máximo evitar se indispor com quem quer que seja. Daí que eles costumam aceitar qualquer decisão de greve. Por exemplo, na minha universidade o DCE, o sindicato dos funcionários e parte dos professores sempre fica cobrando uma eleição paritária (isto é, em que o voto dos estudantes e funcionários tenha o mesmo peso do dos professores - sou contra isso, a propósito).  Então os candidatos a reitor sempre prometem instituir a paridade durante a campanha, mas quando são eleitos estranhamente esquecem da promessa. :)

Sobre os tais professores esquerdistas fanáticos: noto que isso depende muito da área. Boa parte do pessoal da área de saúde é PSDB, pura e simplesmente. Nas exatas vejo muita gente falando mal do PT, mas também fazendo críticas ao PSDB, com um ou outro simpatizante do PT. Nas humanas tem gente muito esquerdista, menos esquerdista, e os demais defendem Stalin e consideram Hugo Chavez um herói bolivariano...
You and I are all as much continuous with the physical universe as a wave is continuous with the ocean.

Alan Watts

Offline Dr. Manhattan

  • Moderadores Globais
  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 8.342
  • Sexo: Masculino
  • Malign Hypercognitive since 1973
Re:Dois dias depois da eleição, Câmara derruba decreto bolivariano de Dilma
« Resposta #19 Online: 29 de Outubro de 2014, 10:05:07 »
Meio off-topic: é interessante como esses "movimentos sociais", sindicatos, grêmios, etc. parecem atrair um certo tipo de pessoas. Pela minha experiência, por mais bem intencionados que eles sejam a princípio, frequentemente acabam sendo sequestrados por certas lideranças. São pessoas que possuem em grande medida o que Nietzsche chama de vontade de poder. Elas, mais do que tudo, desejam ser obedecidas, desejam estar à frente. Não importa se estão certas ou erradas, o importante é que os demais acatem sua opinião. Elas podem até acreditar sinceramente que têm o bem comum como prioridade, mas inconscientemente ou não acabam cultivando mais seus projetos de poder. Essas pessoas costumam ser intransigentes, estridentes, belicosas e eloquentes. Para elas, qualquer debate é uma guerra, qualquer discordância é traição. O opositor é sempre malvado, e quem duvidar de sua orientação está conspirando com os maus. E é comum que, ao alcançar a liderança do seu movimento, acabem afastando todos os que possam lhe fazer oposição de alguma forma.

Notem que isso não quer dizer que essas pessoas sejam incapazes de fazer um trabalho positivo, mas esse resultado (quer elas reconheçam ou não) é apenas um meio. O fim é o poder.

Discordo. Há grupos e há grupos. Existem grupos e movimentos sociais muito fáceis de lidar. O que observo é que a intransigência se torna mais como um movimento defensivo. Quanto mais um movimento representa um grupo marginalizado, maior a dificuldade de se chegar a um acordo. Acredito que eles já partem do princípio quem o estado ou a sociedade deseja prejudicá-los e a agressividade aparece como uma reação defensiva mesmo. Tenho uma experiência com uma série de grupos de movimentos sociais e é o que tenho observado.

Entendo. E eu não estava querendo generalizar. Acho até que esse tipo de liderança a que me referi tende a aparecer mais quando o seu grupo começa a ganhar mais destaque. Acho também que não é possível evitar o surgimento desse tipo de líderes. Faz parte da natureza humana. O melhor a fazer é apenas tentar não ser um idiota útil.
You and I are all as much continuous with the physical universe as a wave is continuous with the ocean.

Alan Watts

Offline Geotecton

  • Moderadores Globais
  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 28.345
  • Sexo: Masculino
Re:Dois dias depois da eleição, Câmara derruba decreto bolivariano de Dilma
« Resposta #20 Online: 29 de Outubro de 2014, 10:24:55 »
Meio off-topic: é interessante como esses "movimentos sociais", sindicatos, grêmios, etc. parecem atrair um certo tipo de pessoas. Pela minha experiência, por mais bem intencionados que eles sejam a princípio, frequentemente acabam sendo sequestrados por certas lideranças. São pessoas que possuem em grande medida o que Nietzsche chama de vontade de poder. Elas, mais do que tudo, desejam ser obedecidas, desejam estar à frente. Não importa se estão certas ou erradas, o importante é que os demais acatem sua opinião. Elas podem até acreditar sinceramente que têm o bem comum como prioridade, mas inconscientemente ou não acabam cultivando mais seus projetos de poder. Essas pessoas costumam ser intransigentes, estridentes, belicosas e eloquentes. Para elas, qualquer debate é uma guerra, qualquer discordância é traição. O opositor é sempre malvado, e quem duvidar de sua orientação está conspirando com os maus. E é comum que, ao alcançar a liderança do seu movimento, acabem afastando todos os que possam lhe fazer oposição de alguma forma.

Notem que isso não quer dizer que essas pessoas sejam incapazes de fazer um trabalho positivo, mas esse resultado (quer elas reconheçam ou não) é apenas um meio. O fim é o poder.

Discordo. Há grupos e há grupos. Existem grupos e movimentos sociais muito fáceis de lidar. O que observo é que a intransigência se torna mais como um movimento defensivo. Quanto mais um movimento representa um grupo marginalizado, maior a dificuldade de se chegar a um acordo. Acredito que eles já partem do princípio quem o estado ou a sociedade deseja prejudicá-los e a agressividade aparece como uma reação defensiva mesmo. Tenho uma experiência com uma série de grupos de movimentos sociais e é o que tenho observado.

Podem até existir grupos e grupos.

Mas os partidos mais ao centro e à direita estão completamente desarticulados e praticamente sem representação nos 'movimentos sociais' o que deixaria os grupos de esquerda e extrema-esquerda com 'via livre' para ditarem os rumos do país. E isto é totalmente inaceitável, sob qualquer ponto de vista de análise.
Foto USGS

Offline Osler

  • Nível 25
  • *
  • Mensagens: 1.115
Re:Dois dias depois da eleição, Câmara derruba decreto bolivariano de Dilma
« Resposta #21 Online: 29 de Outubro de 2014, 10:53:32 »
Algusn comentários:

1- Ainda bem que não passou, mesmo sendo vingancinha do Henrique Alves, o que mostra que as vezes tem males que vem para o bem.  Já existem estâncias de participação da dita sociedade organizada nos órgãos públicos, esse decreto abria uma brecha para a instrumentalização desses órgãos de maneira institucionalizada

2- O assasinato de reputações dessa eleição tem muito mais a ver com o tipo de propaganda feita nos EUA do que a sanha da esquerda latino americana

3- Eita reportagem tendenciosa da Veja, também o que esperar dessa revista
“Como as massas são inconstantes, presas de desejos rebeldes, apaixonadas e sem temor pelas conseqüências, é preciso incutir-lhes medo para que se mantenham em ordem. Por isso, os antigos fizeram muito bem ao inventar os deuses e a crença no castigo depois da morte”. – Políbio

Offline Derfel

  • Moderadores Globais
  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 8.887
  • Sexo: Masculino
Re:Dois dias depois da eleição, Câmara derruba decreto bolivariano de Dilma
« Resposta #22 Online: 29 de Outubro de 2014, 11:08:22 »
Osler, o que está presente  no decreto que já não existe? Conferências, conselhos e consultas populares existem há anos, anterior à constituição de 88.

Offline Geotecton

  • Moderadores Globais
  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 28.345
  • Sexo: Masculino
Re:Dois dias depois da eleição, Câmara derruba decreto bolivariano de Dilma
« Resposta #23 Online: 29 de Outubro de 2014, 11:10:29 »
Osler, o que está presente  no decreto que já não existe? Conferências, conselhos e consultas populares existem há anos, anterior à constituição de 88.

Oficializar tais mecanismos como instrumentos de poder efetivo. E facilmente cooptáveis.
Foto USGS

Offline Derfel

  • Moderadores Globais
  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 8.887
  • Sexo: Masculino
Re:Dois dias depois da eleição, Câmara derruba decreto bolivariano de Dilma
« Resposta #24 Online: 29 de Outubro de 2014, 11:19:47 »
Eles já são oficiais, apenas não estão disseminados.

 

Do NOT follow this link or you will be banned from the site!