Eu não vou citar a máfia das montadoras, eu não vou falar da utilização idiota do petróleo para combustível, eu não vou falar da ausência de políticas de melhoria das rodovias, eu também não vou falar da absurda contaminação ambiental presente em todo o processo de fabricação até a deterioração de um veículo, eu não vou falar de um provável conluio entre empresários e governo para inviabilizar o transporte coletivo e as ciclovias, e não vou falar das vantagens de manter esse paradigma de velocidade=virilidade=adrenalina e apoha toda que um reles meio de transporte se transformou ao longo dos anos.
Ah, mas ela é mulher e não entende o que significa isso tudo; bobagem, dirijo como todos aqui, o trânsito é um inferno, os carros são um lixo em termos de tudo, as ruas são uma catástrofe e as autoridades incompetentes não cumprem seu papel, pois não temos uma engenharia de trânsito no mínimo eficiente, que dirá satisfatória, não há uma condição mínima de regularidade, pontualidade, asseio e demais condições sine qua nom para os usuários dos meios de locomoção pública (?) indisponíveis.
Na boa? Bons tempos do Ford véio, onde o veículo não passava de 75 km/h...
Temos hoje a necessidade da pressa, do horário atrasado, do ponto eletrônico, da residência à quilômetros de distância do local do trabalho, mais paradigmas; não sou contra a velocidade nem contra os carros, ocorre que a distância entre nossa comodidade e nossa adaptabilidade a esses "acessórios" de metal, vidro e plástico ainda é grande...