Autor Tópico: A democracia [americana] morreu, agora é oficial  (Lida 5670 vezes)

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Offline Lakatos

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A democracia [americana] morreu, agora é oficial
« Online: 13 de Abril de 2015, 06:31:42 »
Um estudo publicado no fim do ano passado por pesquisadores da Universidade de Princeton sugere, após análise de quase 2 mil decisões políticas das últimas décadas, que os fatores preponderantes no rumo dessas decisões são interesses corporativos, enquanto o interesse do "cidadão médio" e de grupos sociais têm relevância pequena ou insignificante.

O fato em si eu acredito que não seja grande novidade, mas é a primeira vez que vejo isso sendo suportado por um estudo baseado em estatísticas e com expressiva quantidade de dados.

Análise de um blog de opinião:

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A democracia morreu, agora é oficial

A democracia americana não existe mais — e a brasileira vai pelo mesmo caminho. Estudo publicado pela Universidade de Princeton avaliou mais de 1800 novas legislações aprovadas entre 1981 e 2002 e concluiu o que era até aqui apenas uma forte sensação: os super ricos, e ninguém mais, decidem o destino do país criando leis que os beneficie – e a despeito do que quer, ou do que é melhor, para a maioria: é o que se chama de oligarquia, ou mais exatamente “oligarquia corporativa”, um sistema que concentra o poder (e a elaboração de novas leis) nas mãos de uma elite milionária.

“O ponto central que emerge de nossa pesquisa”, disseram os autores Martin Gilens e Benjamin I. Page, “é que elites econômicas e grupos organizados que representam o interesse de corporações têm substancial impacto nas políticas criadas pelo governo americano, enquanto o interesse da população tem pouquíssima ou nenhuma influência”.

Em outras palavras, os super ricos compraram o direito de legislar.

Não é difícil perceber como o Brasil, depois de mais de uma década de políticas sociais espetaculares, começa a tomar esse caminho: os super ricos, financiado bancadas no Congresso e no Senado, dão as cartas cada dia mais e mais.

A PL 4330, conhecida como a PL da terceirização (que feriria a CLT vigente hoje e permitiria a sub-contratação sem limites por parte de uma empresa) é apenas uma numa lista de tantas outras leis que já passaram, e que ainda virão por aí, a fim de beneficiar o super rico e prejudicar todos os demais.

O estudo americano também tira a máscara de uma das maiores mentiras contadas ao mundo pelos Estados Unidos: a de que as guerras em que eles se metem têm o objetivo de levar a democracia para nações torturadas pelo totalitarismo. Que democracia? E o que é a oligarquia corporativa se não uma forma privada de totalitarismo?

Se os pesquisadores de Princeton não tivessem jogado a luz da ciência no que era uma verdade subjetiva até aqui, ainda assim teríamos que nos questionar: Que tipo de democracia sólida espiona seus cidadãos? Por que, por exemplo, o sistema de espionagem sobre os cidadãos implantado por Stálin na Russia choca até hoje, mas o sistema americano, em todos os aspectos mais controlador do que o stalinista, como revelou Snowden, é amplamente aceito?

Por que o fato de o governo americano espionar seus cidadãos a rigor para fins comerciais, e trocar com as corporações informações sobre eles, não causa revolta? Por que a psicopatia de Stálin, e Mao, que assassinaram milhares e milhares, é considerada uma aberração, mas a campanha terrorista de drones de Obama (outro efeito colateral da oligarquia) que assassina inocentes em doses diárias, é aceita?

O ambientalista John Cobb, em seu livro “The Collapse of Democratic Nation States” diz que a criação dos bancos privados foi o começo do fim da democracia no mundo. “Bancos podem criar dinheiro e, assim, emprestar mais dinheiro do que eles de fato têm em riqueza. Esse controle sobre a criação do dinheiro dá aos bancos controle sobre os interesses da população. Nos Estados Unidos, Wall Street toma a maioria das decisões importantes creditadas a Washington”, escreve Ellen Brown em artigo para o site truth-out citando Cobb.

E como se não bastasse cuidar da elaboração de novas leis que as beneficiem, as grandes corporações preparam, com a ajuda de Obama, o derradeiro golpe na democracia: a aprovação do TPP, ou Trans-Pacific Partnership, acordo que o New York Times dessa semana, em artigo assinado, elogia fortemente. O acordo comercial, conduzido em segredo absoluto entre 12 nações, prevê que as mega-corporações terão oficialmente mais poder do que as nações, ou poder sobre as nações.

O contrato do TPP, que teve partes vazadas pelo WikiLeaks, reza, entre outras coisas, que uma corte supra-nacional será criada para regular as transações e que as mega-corporações poderão processar nações e exigir indenização do contribuinte (escrevi sobre isso aqui). Se o TPP for aprovado, as mega-corporações estarão oficialmente acima das leis, e isso se refere a regulações ambientais inclusive.

Podemos seguir listando exemplos de como e por que o sistema deixou de ser democrático. Ou de como, nas palavras de Noam Chomsy, a relação entre o capitalismo existente hoje e a democracia é uma só: a contradição.

Há alguns meses o preço do petróleo no mundo despencou à metade. Nos Estados Unidos, as quatro companhias de aviação que controlam todo o mercado, e cuja maior despesa de longe é o combustível, não repassaram a economia a seus usuários e não diminuíram nem em centavos o preço das passagens — e que sirva de argumento contra aqueles que dizem que a livre competição entre empresas sempre beneficia o consumidor.

Até porque está longe de ser “livre” se apenas quatro empresas (comandadas por uma dúzia de pessoas cada) regem imperialmente um mercado que serve milhões de pessoas. E agora, claro, elas estão prestes a orgulhosamente reportar lucros estratosféricos, como contou em seu programa de rádio no dia 5 de abril o professor de economia Richard Wolff.

Os interesses de quem um sistema como esse está protegendo? O de milhões de usuários do sistema aéreo de transporte, (que, a propósito, recentemente e sem serem consultados, salvaram da falência uma dezenas de bancos privados), ou o dos poucos acionistas e diretores dessas empresas?

É assim, comprando o direito de legislar, que os super ricos concentram mais e mais dinheiro em suas mãos, acentuando a desigualdade. Nos Estados Unidos, essa economia idolatrada pelo pessoal da direita brasileira, 91% das ações estão na mão de 10% da população.

Outra mentira sobre a qual é preciso falar é a da suposta recuperação da economia americana.

Olhar números como o do índice de desemprego, que vem caindo, é olhar superficial e tendenciosamente.

Primeiro porque a estatística não considera aqueles que simplesmente pararam de procurar um emprego, e são milhões, e depois porque mesmo os que estão empregados na verdade estão, em grandes quantidades, sub-empregados: são trabalhadores do Wall-Mart, McDonald’s, Burger King etc, que recentemente começaram a se organizar em sindicatos e a fazer greves em busca de salários decentes e de condições de trabalho dignas.

No sul da califórnia, colhedores de morangos estão em greve há dias – uma greve ignorada pela imprensa corporativa – por receberem seis ou sete dólares por dia (por dia!) de trabalho, debaixo do sol e de temperaturas altíssimas, sem condições de higiene e sem alimentação adequada, como já reportado por inúmeras instituições humanitárias. Já a empresa para a qual trabalham, a Driscoll’s, não se cansa de reportar lucro (o salário-mínimo nos Estados Unidos é de 7,25 dólares por hora).

Mais um exemplo da falsa recuperação: No ano passado, 1.2 milhão de moradias foram a leilão, seus donos colocados na rua por não conseguirem pagar as hipotecas. Em 2006, na iminência do estouro da bolha, foram 700 mil casas. Mas, claro, no começo do ano um apartamento foi vendido em Manhattan por 100 milhões de dólares (350 milhões de reais), a transação imobiliária mais cara da história do Estado de Nova York. São cenários que ajudam a mostrar como o sistema está doente.

Diante do atual estado de coisas acho que ate Adam Smith, o rock-star dos neoliberais, admitiria que o capitalismo estrangulou. Nas palavras de Smith: “nações que não conseguem distribuir riqueza não são players no poder global”. Ou, nas do escritor e jornalista americano Nathan Schneider: “Nenhuma forma de legislação pode ser legítima se ela não ajuda minorias e os menos privilegiados”.

http://blogdamilly.com/2015/04/08/a-democracia-morreu-agora-e-oficial/

Matéria de um site americano:

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Princeton Study: U.S. No Longer An Actual Democracy

A new study from Princeton spells bad news for American democracy—namely, that it no longer exists.

Asking "[w]ho really rules?" researchers Martin Gilens and Benjamin I. Page argue that over the past few decades America's political system has slowly transformed from a democracy into an oligarchy, where wealthy elites wield most power.

Using data drawn from over 1,800 different policy initiatives from 1981 to 2002, the two conclude that rich, well-connected individuals on the political scene now steer the direction of the country, regardless of or even against the will of the majority of voters.

"The central point that emerges from our research is that economic elites and organized groups representing business interests have substantial independent impacts on U.S. government policy," they write, "while mass-based interest groups and average citizens have little or no independent influence."

As one illustration, Gilens and Page compare the political preferences of Americans at the 50th income percentile to preferences of Americans at the 90th percentile as well as major lobbying or business groups. They find that the government—whether Republican or Democratic—more often follows the preferences of the latter group rather than the first.

The researches note that this is not a new development caused by, say, recent Supreme Court decisions allowing more money in politics, such as Citizens United or this month's ruling on McCutcheon v. FEC. As the data stretching back to the 1980s suggests, this has been a long term trend, and is therefore harder for most people to perceive, let alone reverse.

"Ordinary citizens," they write, "might often be observed to 'win' (that is, to get their preferred policy outcomes) even if they had no independent effect whatsoever on policy making, if elites (with whom they often agree) actually prevail."

http://talkingpointsmemo.com/livewire/princeton-experts-say-us-no-longer-democracy

Abstract do artigo original:

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Testing Theories of American Politics: Elites, Interest Groups, and Average Citizens

Martin Gilens and Benjamin I. Page

Abstract

Each of four theoretical traditions in the study of American politics—which can be characterized as theories of Majoritarian Electoral Democracy, Economic-Elite Domination, and two types of interest-group pluralism, Majoritarian Pluralism and Biased Pluralism—offers different predictions about which sets of actors have how much influence over public policy: average citizens; economic elites; and organized interest groups, mass-based or business-oriented.

A great deal of empirical research speaks to the policy influence of one or another set of actors, but until recently it has not been possible to test these contrasting theoretical predictions against each other within a single statistical model. We report on an effort to do so, using a unique data set that includes measures of the key variables for 1,779 policy issues.

Multivariate analysis indicates that economic elites and organized groups representing business interests have substantial independent impacts on U.S. government policy, while average citizens and mass-based interest groups have little or no independent influence. The results provide substantial support for theories of Economic-Elite Domination and for theories of Biased Pluralism, but not for theories of Majoritarian Electoral Democracy or Majoritarian Pluralism.

http://journals.cambridge.org/action/displayAbstract?fromPage=online&aid=9354310

Offline DDV

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Re:A democracia [americana] morreu, agora é oficial
« Resposta #1 Online: 13 de Abril de 2015, 11:15:41 »
Um país que tem leis antitrustes e que dá ganho de causa a um indivíduo por ter queimado a língua com café quente no Mcdonalds certamente não é uma distopia plutocrata.
Não acredite em quem lhe disser que a verdade não existe.

"O maior vício do capitalismo é a distribuição desigual das benesses. A maior virtude do socialismo é a distribuição igual da miséria." (W. Churchill)

Offline DDV

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Re:A democracia [americana] morreu, agora é oficial
« Resposta #2 Online: 13 de Abril de 2015, 11:17:46 »
Acho que o maior erro dessas análises e desse tipo de pensamento e conclusão é a idéia de que os interesses das "grandes corporações" e do cidadão médio não sejam congruentes em nada, que sejam diametralmente opostos, irreconciliáveis, onde necessariamente um terá que se dar mal para o outro se dar bem.

Não acredite em quem lhe disser que a verdade não existe.

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Offline Lakatos

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Re:A democracia [americana] morreu, agora é oficial
« Resposta #3 Online: 13 de Abril de 2015, 13:37:43 »
Um país que tem leis antitrustes e que dá ganho de causa a um indivíduo por ter queimado a língua com café quente no Mcdonalds certamente não é uma distopia plutocrata.

A alegação do estudo não é que todas as instituições e leis efetivamente democráticas foram destruídas pelos interesses corporativos, e sim que as leis aprovadas nas últimas décadas são predominantemente (no sentido estatístico, ou seja, há exceções) motivadas por esses interesses.

Acho que o maior erro dessas análises e desse tipo de pensamento e conclusão é a idéia de que os interesses das "grandes corporações" e do cidadão médio não sejam congruentes em nada, que sejam diametralmente opostos, irreconciliáveis, onde necessariamente um terá que se dar mal para o outro se dar bem.

Não tive acesso ao artigo completo, apenas ao resumo e às análises, mas parece que os autores tiveram o cuidado de "descontar" esses casos no estudo, focando especificamente nos casos onde esses interesses eram realmente divergentes.

Rhyan

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Re:A democracia [americana] morreu, agora é oficial
« Resposta #4 Online: 13 de Abril de 2015, 17:48:00 »
Mas isso é a democracia.

<a href="https://www.youtube.com/v/mgJ644LPL6g" target="_blank" class="new_win">https://www.youtube.com/v/mgJ644LPL6g</a>

Offline Enio

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Re:A democracia [americana] morreu, agora é oficial
« Resposta #5 Online: 13 de Abril de 2015, 22:42:35 »
O que os super-ricos querem é uma ditadura em que eles através de suas corporações governem o mundo, em concluio, e todo o resto subserviente a eles. É uma tendência egoísta natural deles de centralização de poder. E eu já postei uma matéria em que eles fazem justamente isso, Rothschilds, Astors, Rockefellers, Du Pont, Bhushes, Keneddys, entre outros.

Offline Pedro Reis

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Re:A democracia [americana] morreu, agora é oficial
« Resposta #6 Online: 13 de Abril de 2015, 23:31:12 »
Um país que tem leis antitrustes e que dá ganho de causa a um indivíduo por ter queimado a língua com café quente no Mcdonalds certamente não é uma distopia plutocrata.

Infelizmente isso deve ser creditado a habilidade gananciosa dos excelentes escritórios de advocacia norte-americanos. Quanto às leis antitrustes elas existem há muito, mas também há muito deixaram de ser aplicadas. Nas últimas décadas vimos um grande número de fusões corporativas colossais.

Acho que o maior erro dessas análises e desse tipo de pensamento e conclusão é a idéia de que os interesses das "grandes corporações" e do cidadão médio não sejam congruentes em nada, que sejam diametralmente opostos, irreconciliáveis, onde necessariamente um terá que se dar mal para o outro se dar bem.



Esse documentário sobre a Monsanto demonstra o quanto os interesses do cidadão e das grandes corporações são convergentes.

<a href="https://www.youtube.com/v/gE_yIfkR88M" target="_blank" class="new_win">https://www.youtube.com/v/gE_yIfkR88M</a>

Offline Cumpadi

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Re:A democracia [americana] morreu, agora é oficial
« Resposta #7 Online: 14 de Abril de 2015, 00:21:34 »
Se a democracia americana morreu agora, a do Brasil nunca nem nasceu, ao contrário do que supõe o texto esquerdista idiota que diz que estamos logo atrás. Na democracia americana ainda podem anular coisas que o governo federal faz em nível estadual, criar um aparato a nível estadual bem mais "personalizado" para a vontade da população da região, sem contar com o fato de que lá você de fato consegue colocar seu nome para ser votado nas urnas sem precisar da quantidade ridícula de dinheiro que se precisa para isso no Brasil (somos muito eficientes, afinal, se o seu ponto de vista não é popular, nem nos damos o trabalho em dar a opção que te representa e uma oportunidade em discuti-la mais amplamente com a população).

Esse documentário sobre a Monsanto demonstra o quanto os interesses do cidadão e das grandes corporações são convergentes.

E Pedro, já parou para pensar que boa parte da sociedade americana é a favor de desregulamentação? Ops, mas esqueci que cidadão mesmo é só o petista roxo, o resto é algum bixo inferior. Ademais, tantas coisas no vídeo que eu poderia criticar, ele ataca a questão de um ponto de vista completamente estatista. A começar que eu não confiaria nem em cientistas do governo nem dos da empresa. Preferiria mesmo é que empresas e universidades interessados em saúde e alimentação analisassem a questão. Em segundo lugar, se houver malefícios a saúde, o quão grande ele é? Encurtaria sua vida média em um ano caso consumisse o produto por toda a vida? Você não estaria trocando esse um ano por possíveis milhares economizados por comprar alimentos mais baratos (tendo em vista que os orgânicos são bem mais caros, além de exigir dedicação pessoal para descobrir o que é orgânico)?
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Offline Pedro Reis

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Re:A democracia [americana] morreu, agora é oficial
« Resposta #8 Online: 14 de Abril de 2015, 06:37:07 »
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E Pedro, já parou para pensar que boa parte da sociedade americana é a favor de desregulamentação?

Bom, eu não entendi a relação do PT com isso tudo então não vou comentar, mas eu honestamente não tenho dados sobre a posição dos americanos em relação a desregulamentação. Mas se você está dizendo então deve saber.

Porém, se é correto, você já parou para pensar em COMO podem os americanos estarem a favor da desregulamentação de produtos que podem causar danos a saúde? Deles, de seus filhos e sua família? Ou seja, os americanos estariam a favor de que alimentos potencialmente perigosos não sejam submetidos a nenhum tipo de teste ou regulamentação.

Não duvido, mas me pergunto: seriam os americanos suicidas ou desinformados?

Da mesma forma boa parte da sociedade americana ( a maioria ) acreditou e acredita até hoje que o Iraque tinha armas de destruição em massa, que poderia atacar os EUA, que participou do atentado em NY, que era aliado da Al Qaeda, e outros absurdos tais. O mundo inteiro sabia que eram sandices, houve enormes manifestações contra a guerra nos 5 continentes, mas só os americanos não sabiam.

E não sabem até hoje.

Isso implica em uma reflexão ( para nos mantermos no tema do tópico ) sobre o real significado de democracia e a importância de um de seus pilares fundamentais: a imprensa livre e independente.

Porque se o público americano nada sabe sobre alegações falsas de uma guerra e nem sobre os riscos dos alimentos que consomem todos os dias então a mídia está a serviço de quem?

Se eles não querem que os transgênicos sejam submetidos a nenhum tipo de teste antes de serem lançados no mercado para o consumo de adultos e crianças, então nós devemos nos perguntar como os americanos se tornaram tão burros. Porque é exatamente isso que diz a regulamentação americana: transgênicos não devem ser testados porque não diferem "substancialmente" de alimentos produzidos de maneira convencional.

Não diferem? O primeiro produto transgênico no mercado americano causou uma epidemia de uma doença gravíssima chamada esclerose múltipla que matou dezenas de pessoas e deixou incapacitadas milhares. Quem acredita no princípio da "equivalência substancial" desconhece este fato. Mas certamente a Monsanto - que lançou o produto - não desconhece e a FDA também não.

Na União Soviética do jornal Pravda estatal nenhum russo era estúpido e desinformado a ponto de tomar leite de vaca de Chernobyl, mas os americanos - todos - bebem leite com BGH e nem sabem o que é isso. BGH banido em toda a Europa, no Canadá e em qualquer outro lugar civilizado do mundo. Se isso não é um indicador da  crise da democracia citada no referido estudo, então eu não sei...

A regulamentação dos órgãos de saúde pública, que em uma democracia deveriam existir para proteger a saúde das pessoas, está a tal ponto comprometida com outros interesses que é proibido por lei ( veja bem, proibido por lei! ) que sequer se indique no rótulo dos produtos sua procedência transgênica.

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A começar que eu não confiaria nem em cientistas do governo nem dos da empresa. Preferiria mesmo é que empresas e universidades interessados em saúde e alimentação analisassem a questão. Em segundo lugar, se houver malefícios a saúde, o quão grande ele é? Encurtaria sua vida média em um ano caso consumisse o produto por toda a vida? Você não estaria trocando esse um ano por possíveis milhares economizados por comprar alimentos mais baratos (tendo em vista que os orgânicos são bem mais caros, além de exigir dedicação pessoal para descobrir o que é orgânico)?

Se eu entendi a sua posição é a de que vale a pena vir a sofrer de doenças degenerativas se você vai economizar uns trocados no mercado nas compras do mês. Ou, então, agrotóxicos e transgênicos seriam um mal necessário, uma escolha que se teve que fazer entre o câncer ou a fome no mundo.

Não vou entrar no mérito desses argumentos porque eles não vem ao caso. A FDA, que é um departamento de saúde pública, não deixou de regulamentar os transgênicos porque, democraticamente, pensou no bolso do consumidor em detrimento da saúde, mas porque vários de seus diretores e técnicos tinham sido funcionários da Monsanto ( e voltaram a ser ) que tem um lobby poderoso em Washington, que financia campanhas, suborna, chantagia, pressiona, tem poder para conseguir a demissão de pessoas que ficam em seu caminho e até de destruir carreiras acadêmicas.

E a Monsanto não é um caso único. É só um exemplo do que o citado estudo concluiu com nenhuma surpresa: de que o poder econômico se tornou o verdadeiro governo na democracia americana.
« Última modificação: 14 de Abril de 2015, 06:47:02 por Pedro Reis »

Offline Pedro Reis

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Re:A democracia [americana] morreu, agora é oficial
« Resposta #9 Online: 14 de Abril de 2015, 07:06:46 »
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“Bancos podem criar dinheiro e, assim, emprestar mais dinheiro do que eles de fato têm em riqueza. Esse controle sobre a criação do dinheiro dá aos bancos controle sobre os interesses da população. Nos Estados Unidos, Wall Street toma a maioria das decisões importantes creditadas a Washington”, escreve Ellen Brown em artigo para o site truth-out citando Cobb.

Este é um ponto muito pouco discutido. É o sistema de "reservas fracionadas" quase que completamente desconhecido por todos.

Muitos sustetam que o Federal Reserve ( o Banco Central americano ) é na verdade uma entidade privada.

Poderia se criar um tópico para discussão do sistema monetário.

Citar
E como se não bastasse cuidar da elaboração de novas leis que as beneficiem, as grandes corporações preparam, com a ajuda de Obama, o derradeiro golpe na democracia: a aprovação do TPP, ou Trans-Pacific Partnership, acordo que o New York Times dessa semana, em artigo assinado, elogia fortemente. O acordo comercial, conduzido em segredo absoluto entre 12 nações, prevê que as mega-corporações terão oficialmente mais poder do que as nações, ou poder sobre as nações.

O contrato do TPP, que teve partes vazadas pelo WikiLeaks, reza, entre outras coisas, que uma corte supra-nacional será criada para regular as transações e que as mega-corporações poderão processar nações e exigir indenização do contribuinte (escrevi sobre isso aqui). Se o TPP for aprovado, as mega-corporações estarão oficialmente acima das leis, e isso se refere a regulações ambientais inclusive.


Como eu disse, é sintomático da falência da democracia norte-americana que o New York Pravda, digo, o New York Times, ponha a sua injustificada credibilidade a serviço de manobras desse tipo.

Offline DDV

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Re:A democracia [americana] morreu, agora é oficial
« Resposta #10 Online: 14 de Abril de 2015, 10:28:54 »
Nos EUA há muito mais autonomia em nível regional e local, há recall, nas prefeituras (condados) há ampla participação popular na administração e legislação, o judiciário se baseia na Common Law, o que virtualmente impede que casos semelhantes sejam tratados de forma diferente, há bem menos tributação, há maior autonomia do cidadão para dispôr se seu próprio dnheiro (Ex: sem sistema de saúde obrigatório), etc

Dizer que os EUA não seriam uma democracia, ou pior, que de alguma forma seriam pior do que o Brasilsilsil e assemelhados da América Latrina, é idiotice.

No Democracy Index, EUA estão em 19° e Brasil em 45°.

http://pt.wikipedia.org/wiki/%C3%8Dndice_de_Democracia
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Offline Cumpadi

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Re:A democracia [americana] morreu, agora é oficial
« Resposta #11 Online: 14 de Abril de 2015, 13:13:36 »
Não vou entrar no mérito desses argumentos porque eles não vem ao caso. A FDA, que é um departamento de saúde pública, não deixou de regulamentar os transgênicos porque, democraticamente, pensou no bolso do consumidor em detrimento da saúde, mas porque vários de seus diretores e técnicos tinham sido funcionários da Monsanto ( e voltaram a ser ) que tem um lobby poderoso em Washington, que financia campanhas, suborna, chantagia, pressiona, tem poder para conseguir a demissão de pessoas que ficam em seu caminho e até de destruir carreiras acadêmicas.
Mas isso não significa que é contra a vontade do "cidadão". A minha maior critica aqui é considerar o "cidadão" como uma entidade. Isso distorce para além do aceitável o significado das coisas. Sim alguns cidadãos são contra, mas outros são a favor. Se você dizer: contra a vontade da maioria das pessoas ai eu até aceito. A partir daí eu até posso debater com você se de fato a vontade da maioria é essa ou não, mas como estava escrito não faz o mínimo sentido. E o lobby feito pela empresa não faz nada ser contra a vontade da maioria por definição, apesar de ser um indício de tal.
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Offline Jack Carver

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« Última modificação: 14 de Abril de 2015, 13:24:44 por Jack Carver »
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“Dêem-me controle sobre o dinheiro de uma nação e não me importa quem faz as suas leis. - Mayer Amschel Rothschild

Offline Cumpadi

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Re:A democracia [americana] morreu, agora é oficial
« Resposta #13 Online: 14 de Abril de 2015, 13:18:57 »
Não diferem? O primeiro produto transgênico no mercado americano causou uma epidemia de uma doença gravíssima chamada esclerose múltipla que matou dezenas de pessoas e deixou incapacitadas milhares. Quem acredita no princípio da "equivalência substancial" desconhece este fato. Mas certamente a Monsanto - que lançou o produto - não desconhece e a FDA também não.
Ponha a sua fonte que aí a gente conversa, não achei nada no google que diga isso. Provar que algo não existe é o desafio eterno dos ateus.
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Offline Cumpadi

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Re:A democracia [americana] morreu, agora é oficial
« Resposta #14 Online: 14 de Abril de 2015, 13:43:15 »
A coisa pode estar começando a mudar.

http://www.infowars.com/gmo-labeling-sweeping-nation-arizona-may-soon-enforce-labels/

http://www.infowars.com/96-of-monsanto-shareholders-vote-against-gmo-labeling/

http://www.infowars.com/breaking-maine-introduces-bill-to-label-gmos-now/

http://www.infowars.com/monsanto-panics-drops-another-3-5-million-to-defeat-gmo-labeling-in-oregon-and-colorado/

http://www.infowars.com/monsanto-profits-fall-another-15-in-april/
Mais uma vez o infowars falando merda. Curiosamente é o NYtimes que publica algo interessante a respeito: http://www.nytimes.com/2015/01/31/business/gmo-labels-for-food-are-in-high-demand-but-provide-little-certainty.html?_r=0

Um trecho:

"Proponents of labeling note that while sales of products certified by the Non-GMO Project almost tripled last year, to more than $8.5 billion, that represents a small fraction of grocery stores’ total sales of $620 billion in 2013. “Unfortunately, we’re still a long way from the point at which voluntary labeling tackles the problem,” said Ms. Halloran of Consumers Union."

Mas essa merda de mercado que não se auto-regula não serve para nada mesmo. Graça a ele todos os americanos comem anabolizantes com o bife, o que causa tudo desde sedentarismo até unha encravada.

Por isso que temos que ter o governo:

"Clif Bar & Company, however, worries that the Non-GMO Project seal has inadvertently created confusion among consumers about the meaning of another seal, the Department of Agriculture’s organic seal. The organic seal, governed by a federal law, is a guarantee that a product contains no genetically engineered ingredients — but many consumers do not know that."

Para criar um vocabulário próprio e deixar as pessoas desorientadas.
« Última modificação: 14 de Abril de 2015, 13:47:00 por parcus »
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Offline Jack Carver

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Re:A democracia [americana] morreu, agora é oficial
« Resposta #15 Online: 14 de Abril de 2015, 14:35:42 »
Nos links, constam mais informações sobre o que está acontecendo do que opiniões.
O Brasil é um país de sabotadores profissionais.

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Offline Buckaroo Banzai

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Re:A democracia [americana] morreu, agora é oficial
« Resposta #16 Online: 14 de Abril de 2015, 15:38:01 »
Essa coisa de aviso de "modificação genética" nos alimentos é histeria pura.

Esses sites como infowars devem ser até contra vacinação e fluoridação da água.

São a convergência das tendências pseudocientíficas da esquerda e direita, esses caras.



Ironicamente, nessa área de alimentação, são os produtos ditos "orgânicos" que oferecem maior risco a saúde, bem como medicações "homeopáticas" e "medicina alternativa". Essas deveriam ser alvos de maior regulação ou até proibição, mas tem regulação mais frouxa.

Offline Jack Carver

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Offline Pedro Reis

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Re:A democracia [americana] morreu, agora é oficial
« Resposta #18 Online: 15 de Abril de 2015, 07:34:46 »
Há várias postagens aqui que eu gostaria de comentar, mas devido ao pouco tempo e a muita preguiça vou me resumir a um apanhado geral.

Antes de mais nada, para que a conversa não se torne evasiva e difusa como costuma acontecer, eu gostaria de lembrar, demarcar e definir o que se está discutindo aqui.

O forista Domiciano nos trouxe um estudo com dados bastante objetivos, que examinou 1800 novas legislações aprovadas em 20 anos, indicando que a maior parte dessas novas leis ( a maioria esmagadora ) espelhavam os interesses de grandes corporações, muitas vezes em detrimento, ou até óbvio conflito com as necessidades da população em geral.

A reflexão subjacente imediata é questionar como isso pode ocorrer em um sistema democrático considerado por muitos como modelo. Alguém até citou que no ranking da democracia os Estados Unidos figurariam em 19º, muito embora poucos contestariam que essas classificações são feitas tendo como base critérios arbitrários e subjetivos.

De todo modo índices como estes provavelmente refletem uma percepção geral de que os Estados Unidos seriam uma das "melhores democracias". Por isso mesmo causa espanto ( nem tanto! ) a constatação de que os legisladores tendem a se ocupar das solicitações de uma reduzida mas poderosa oligarquia econômica, em prejuízo das demandas da população em geral.

Daí decorrem, inescapavelmente, dois tipos de reflexão:

1 - Em face dessa consistente prevalência dos interesses de uma minoria, pode realmente a América, sob qualquer definição funcional, ser mesmo considerada uma democracia? Ou pelo menos uma "excelente democracia"?

2 - Como, por que meios, através de quais expedientes, métodos e sistema, esta suposta oligarquia corporativa, mesmo em um sistema democrático representativo, costuma ter suas pretensões alcançadas até quando estas implicam em prejuízo e dano para a maior parte da massa do eleitorado.

Estabelecido este norte passo a comentar as postagens.

Como que para exemplificar e ilustrar os dados e conclusões trazidos pelo Domiciano postei um vídeo que denuncia a escabrosa promiscuidade entre uma empresa como a Monsanto e os primeiros escalões do governo e órgãos regulatórios, assim como a sua capacidade de influência na mídia e até no exterior. Mostrando como essa empresa foi capaz de sujeitar toda a regulamentação sobre transgênicos única e exclusivamente a seus interesses mercadológicos.

Por ser longo o documentário, compreensivelmente muitos dos que aqui comentaram não devem ter assistido, logo deverei citar alguns trechos mais relevantes.

Citar
Nos EUA há muito mais autonomia em nível regional e local, há recall, nas prefeituras (condados) há ampla participação popular na administração e legislação, o judiciário se baseia na Common Law, o que virtualmente impede que casos semelhantes sejam tratados de forma diferente, há bem menos tributação, há maior autonomia do cidadão para dispôr se seu próprio dnheiro (Ex: sem sistema de saúde obrigatório), etc

Dizer que os EUA não seriam uma democracia, ou pior, que de alguma forma seriam pior do queo Brasilsilsil e assemelhados da América Latrina, é idiotice.

Feitas as considerações acima fica mais fácil responder a isto.

Quando os pais da pátria ou fundadores redigiram a Constituição americana, mesmo sendo verdade que vários deles eram donos de escravos e que mulheres não poderiam votar, não há como negar que isto representou um marco histórico para o conceito de democracia.

Houve uma preocupação real em proteger o cidadão comum contra o abuso de poder do
Estado e até do poder econômico. Foi mantida a independência das ex-colônias em relação ao poder federal ( que hoje se reflete na relativa autonomia dos estados ), garantiu-se o direito do cidadão portar armas ( a ideia era que ele pudesse se proteger de um governo opressor ), estabeleceu-se constituicionalmente um Estado laico, a separação entre os 3 poderes, assegurou-se a liberdade de expressão e várias outras medidas com o mesmo objetivo: estabelecer um novo modelo de governo, que ao contrário do sistema colonial, impedisse que o poder fosse o instrumento de uma minoria influente. "Uma nação de homens livres", aclamaram. Inclusive os proprietários de escravos ali presentes.

Pareciam estar bem cientes também dos perigos do poder econômico para a nova democracia. Intencionalmente nenhum Banco Central foi criado, e não se desejava que existisse um. Logo leis antimonopólio foram promulgadas também. A nascente democracia americana foi uma experiência inspiradora para todo o mundo. Mas desde o longínguo 1787 muita coisa mudou. Muitas destas virtudes iniciais permanecem, outras foram aprimoradas, mas muitas outras mais não se aplicam ao mundo moderno ou foram subvertidas.

A influência da direita cristã impede o ensino de teorias científicas em escolas públicas, sendo que estas estão a um passo de serem obrigadas a ensinar religião. Ter armas não é uma garantia contra o abuso de poder de um governo que poderia se tornar opressor, como a Coroa Britânica, mas se tornou um problema desnecessário de segurança, um problema que não tem como ser revolvido porque o poderoso lobby da indústria de armas pode usar todo o seu arsenal para convencer um eleitor cada mais idiotizado que ele está mais seguro tendo um rifle semi-automático em casa ao alcance dos seus filhos, do que canadenses, britânicos e japoneses, que não possuem armas mas ostentam níveis de segurança entre os mais invejáveis do mundo. Nestes países, o povo, coitado, é que estaria desprotegido. Porque lá um psicopata não pode entrar no Wall-Mart e sair com um AR-15 municiado debaixo do braço, sem nem precisar apresentar um documento de identificação.

O legislativo é subserviente aos lobbies corporativos, não ao eleitorado, como mostra a pesquisa, e o executivo está completamente infiltrado por elementos ligados a estas mesmas corporações. ( Dick Cheney que saiu da Hallyburton e Rumsfeld que veio da Monsanto, só para citar dois ) Executivo este que põe na Suprema Corte juízes aliados e comprometidos. Suprema Corte esta que teve papel decisivo para corroborar a fraude eleitoral que levou a junta Bush ao poder.

A imprensa é livre. Livre para lucrar até a estratosfera, para se associar aos gigantescos recursos corporativos que em última instância pagam seus lucros ( ninguém acha que NYT vive da venda de jornais ), livre para convencer o povo americano, através de uma massiva propaganda que faria inveja a Goebbels, que só uma guerra preventiva contra o poderoso Iraque poderia salvar os EUA da destruição iminente.

Pior que não existirem leis antitruste é que estas existam mas sejam completamente ignoradas. Fusões em Mega-Fusões entre antigas fusões e o governo e assiste impassível e a imprensa livre e independente produz editorias em profusão elogiando a criação destes monopólios.

Hoje os EUA tem seu Banco Central. O que causaria profunda decepção entre seus fundadores com ideais democráticos. O Federal Reserve é totalmente independente do governo federal e controlado por uma meia dúzia de super-banqueiros. Seu presidente invariavelmente é oriundo do sistema financeiro. E as profundas implicações disto não cabem no escopo desta discussão.

Então, apesar das inegáveis virtudes listadas pelo DDV, parece que alguma coisa deu terrivelmente errado. A administração pública efetivamente não representa o cidadão, e quando há conflito de interesses entre o conjunto da sociedade e os grupos articulados economicamente influentes a administração mostra para quem realmente se governa.

Citar
Acho que o maior erro dessas análises e desse tipo de pensamento e conclusão é a idéia
de que os interesses das "grandes corporações" e do cidadão médio não sejam congruentes em nada, que sejam diametralmente opostos, irreconciliáveis, onde necessariamente um terá que se dar mal para o outro se dar bem.

Por isso eu não diria que a conclusão da pesquisa é errônea. E nem que para ser errônea os interesses de empresas e consumidor teriam que ser sempre e necessariamente opostos e irreconciliáveis. Se uma empresa cria uma maravilhosa máquina de ressonância magnética capaz de fazer diagnósticos precisos e precoces como nunca antes, temos um benefício para a sociedade. Na União Soviética as pessoas não podiam se beneficiar de muitas conquistas tecnológicas como estas porque não havia o necessário estímulo capitalista - do lucro - que move este tipo de empreendedorismo e criatividade.

Se você, em seu próprio benefício, MAS ETICAMENTE, oferece produtos e serviços úteis acessíveis a um preço que as pessoas podem e querem pagar, então ok! Isso é ótimo! Se todos os indivíduos e empresas agissem assim nem seriam necessárias leis, governos, órgãos reguladores, órgãos fiscalizadores, etc... Bastaria uma única lei: a lei de mercado.

Não é que "necessariamente um tenha que se dar mal para outro se dar bem". Mas às vezes muitos se dão muito mal para que poucos fiquem muito bem. E é nessa hora e pra isso que precisamos do Estado democrático, fiscal, regulador, protetor da sociedade civil. Mas se o aparato do Estado foi "sequestrado" por estes poucos que se dão muito bem, podemos dizer que é democrático?

Quando a Monsanto - em um programa consciente - envenena uma cidade com 20 mil habitantes, que estão literalmente morrendo hoje ( os que ainda estão vivos ), com o conhecimento prévio do Estado que nada faz para proteger a população, e depois as autoridades ainda ficam do lado da corporação ao invés de tomar o partido das vítimas, eu não sei que tipo de democracia é essa.

Citar
Mas isso não significa que é contra a vontade do "cidadão". A minha maior critica aqui é considerar o "cidadão" como uma entidade. Isso distorce para além do aceitável o significado das coisas. Sim alguns cidadãos são contra, mas outros são a favor. Se você dizer: contra a vontade da maioria das pessoas ai eu até aceito.

Eu não usei este termo: "vontade". Eu disse "interesses". E não foi à tôa, porque vontades assim como opiniões, podem ser influenciadas, podem ser fabricadas, podem ser criadas, podem ser induzidas. Qualquer publicitário pode lhe explicar isso melhor do que eu.

Se Adolf Hitler tivesse convocado eleições livres e limpas em 1939 teria sido eleito com a maior votação já registrada no Ocidente. Hitler não governava contra a vontade dos alemães, mas governou totalmente contra os interesses do povo que ele conduziu a um grau de destuição e sofrimento inimagináveis.

"Eu lhes pergunto: Vocês querem a guerra total?" É interrompido por aplausos e gritos de sim". O orador insiste. "Vocês querem, se necessário, uma guerra ainda mais total e radical do que podemos imaginar hoje?". Nova ovação e a plateia gritando "SIM! SIM!" em delírio. "Então que venha a tempestadade!".

E a tempestade veio...

Este era Goebbels discursando para 14 mil pessoas no Palácio dos Esportes. E na plateia um povo alemão expressando sua vontade soberana depois de lobotomizado por 15 anos de propaganda nazista.

<a href="https://www.youtube.com/v/ldCK0I7cMqk" target="_blank" class="new_win">https://www.youtube.com/v/ldCK0I7cMqk</a>

Mas ninguém diria que a Alemanha era uma democracia. Se os americanos não querem que transgênicos sejam regulamentados, que sequer sejam testados, isto não significa que seja necessariamente do interesse deles. É preciso antes saber porque não querem, e, principalmente, como vieram a não querer.

Citar
Ponha a sua fonte que aí a gente conversa, não achei nada no google que diga isso. Provar que algo não existe é o desafio eterno dos ateus.

Você está se referindo aos casos de esclerose múltipla causados pela introdução de um aditivo alimentar transgênico em 1989.

Eu não indiquei fonte porque a fonte está no documentário que eu linkei. É natural que você não tenha assistido a todo o vídeo porque é longo mesmo. Então vou fazer um resumo do caso.

Pela regulamentação americana alimentos transgênicos não são considerados diferentes de  quaisquer outros alimentos cultivados de maneira tradicional. Isso significa que, por
exemplo, se a Monsanto desenvolver uma batata transgênica, ela não precisa testar esse
produto de nenhuma forma. Muito menos fazer os extensivos e exaustivos testes que seriam normalmente exigidos quando se adiciona um simples novo corante a um alimento.

Em outras palavras, segundo a FDA, um vegetal ou animal transgênico nada teria potencialmente de diferente de um animal ou vegetal comum. E se isto parece absurdo e temoroso é porque realmente é.

Quando esta norma entrou em vigor o Sr. James Maryanski chefiava o departamento de biotecnologia da FDA. No documentário, em 22 min e 40 seg, você pode ver o Sr. Maryanski admitindo em uma entrevista que essa norma não tem nenhuma base técnica ou científica, mas que foi "uma decisão puramente política".

Em português mais claro ele está dizendo que apesar de ser uma suposição cientificamente insustentável a norma só foi redigida assim por pressão e influência da Monsanto.

Mais revelador ( eu diria conclusivo ) é o que o próprio Sr. Maryansky é obrigado a admitir em 49 min e 30 seg. A FDA e o próprio James Maryansky sabiam que alimentos transgênicos podem sim produzir efeitos colaterais inesperados e prejudiciais e até graves. É bastante documentado que o criptophane, um suplemento alimentar transgênico, fez milhares de pessoas que o consumiram desenvolverem EMS. E dezenas morreram. Tentaram dissociar esses casos do criptophane, mas como era impossível, o próprio Maryanski, em um relatório da FDA eufemisticamente escreveu: "A causa da EMS ainda não foi determinada, mas NÃO PODEMOS DESCARTAR O CRIPTOPHANE."

Esse homem da FDA que, minutos antes, declarou que não há nenhuma diferença entre alimentos geneticamente  modificados e alimentos obtidos pelo cultivo tradicional, já havia ADMITIDO em um relatório interno que um aminoácido geneticamente modificado PODERIA ter sido o causador de uma doença grave.

"Poderia"... foi o que ele escreveu no relatório. Mas quando perguntado pela repórter veja o que ele diz:

- "Sr. Maryanski, o senhor se lembra do que ocorreu em 1989 com o criptophane?"

- Sim.

- Causou uma epidemia de uma doença grave, e muitas pessoas morreram.

-"SIM. É VERDADE".

E observe a expressão e o desconforto moral desse homem nesse momento. Observe bem porque a cara dele diz tudo.

O documentário também apresenta outros pareceres científicos ( inclusive da própria FDA ) e estudos que contrariam a alegação de que há "equivalência substancial" entre alimentos geneticamente modificados e aqueles produzidos por cultivo tradicional. No entanto é isso que afirma a norma regulatória, que por acaso foi redigida por um advogado que recebeu um cargo na FDA especialmente para redigir este documento. Advogado este que, por acaso, antes trabalhava em um escritório que representava a Monsanto, e que havia feito um esboço da regulamentação que foi apresentado pela Monsanto ao governo. Esboço este que, por acaso, é quase idêntico a norma regulatório que entrou em vigor.

Citar
"Clif Bar & Company, however, worries that the Non-GMO Project seal has inadvertently created confusion among consumers about the meaning of another seal, the Department of Agriculture’s organic seal.  The organic seal, governed by a federal law, is a guarantee that a product contains no genetically engineered ingredients — but many consumers do not know that."

My God! Isso é o que eu chamo de uma desculpa realmente esfarrapada.

Nesse modelo de democracia americana que inspira o mundo, especialmente inúmeros ardo-fãs incondicionais em terras tupiniquins, foi cunhada uma lei que PROÍBE os fabricantes de informarem a seus consumidores que seus produtos possuem ingredientes transgênicos. Em tal exemplar democracia seria de se esperar uma legislação que OBRIGA a informar ao consumidor, assim como existe uma que obriga a informar a
presença de gorduras trans e vários outros aditivos. Seria até compreensível se tivessem
"esquecido" de fazer regulamentação semelhante. MAS UMA LEI QUE, democraticamente, PROÍBE DE INFORMAR ALGO QUE MUITOS CONSUMIDORES ESTARIAM INTERESSADOS EM SABER... Como explicar?

Então surge essa pérola... Ah, é porque vai criar confusão na cabeça do consumidor.

Ora, se já existe um selo de produto orgânico, pra quê um selo de "produto Não-geneticamente modificado"? ( Quando, notem, na verdade o selo obrigatório deveria ser o de "Produto Geneticamente Modificado", uma vez que geneticamente não modificado é o normal e portando não deveria demandar nenhum aviso. )

Parafraseando o Gigaview esse é o tipo de conversa que faria qualquer boi dormir.

Mas só que não. São 3 coisas diferentes e o consumidor sabe muito bem disso. O selo de produto orgânico é concedido àquele produto que comprovadamente foi obtido sem utilização de agrotóxicos, sem fertilizantes químicos, e com técnicas de produção, armazenamento e transporte que respeitam o meio ambiente, de acordo com normas estabelecidas.

Evidentemente qualquer produto chamando orgãnico não é transgênico. MAS NEM TODO PRODUTO NÃO TRANSGÊNICO É ORGÂNICO. Na verdade a maioria dos alimentos que consumimos hoje não é nem orgânico e nem transgênico. Portanto essa é uma das maiores besteiras que eu já li e uma das coisas mais cínicas.

Citar
Essa coisa de aviso de "modificação genética" nos alimentos é histeria pura.

Você deve considerar histérico também que os rótulos dos alimentos exibam o percentual de gorduras trans presentes. Não passa de histeria que informem a presença de conservantes e acidulantes. A quantidade de calorias então... nossa, mais do que histeria, um surto.

Ou o que você consegue enxergar de essencialmente diferente entre esses casos?

Tendo em vista que, em pelo menos um caso comprovado, consumo de alimentos trans já
desenvolveu EMS em milhares de pessoas, por que o consumidor não teria do direito de
saber ( e escolher ) se quer ou não o produto?

Os técnicos da União Européia, aliás, devem ter sido todos tomados por esta histeria.

Porque a CERT ID européia exige a rotulagem de qualquer produto que tenha mais que 0,5% de presença transgênica, além de inúmeras restrições ao plantio, circulação e consumo de diversos produtos trans. Histeria esta que é acompanhada ainda em maior grau pelos incompetentes técnicos japoneses.

Talvez o mais obviamente significativo sobre a inocuidade de tal aviso que é a própria
Monsanto usou de toda a sua influência para promulgar uma lei nos Estados Unidos que
simplesmente proíbe ( muito democraticamente ) qualquer fabricante de expor esse tipo
de informação.

Citar
Esses sites como infowars devem ser até contra vacinação e fluoridação da água.

São a convergência das tendências pseudocientíficas da esquerda e direita, esses caras.

Uma espécie de apelo à autoridade ao reverso. Se o infowars escreve sobre isso, se meia
dúzia de ufologistas se recusam a consumir transgênicos, então é besteira. É a prova última e definitiva que nenhum alimento geneticamente modificado pode produzir nenhum tipo de efeito colateral indesejado em seres humanos ou no ambiente. Brilhante!

O Dr. Apard Pusztai recebeu uma verba de mais de 2 milhões de euros do Ministério da
Agricultura escocês para realizar um estudo sobre batatas transgênicas. O objetivo
do estudo era demonstrar que alimentos transgênicos eram seguros e preparar o consumidor para a liberação destes produtos na Grã-Bretanha. Por isso foi escolhido o Rowet Institute, do Dr. Apard, umas das instituições de pesquisa mais isentas e de credibilidade da Europa.

Para surpresa do próprio Apard as batatas causaram uma resposta inesperada do sistema
imunológico das cobaias, e também se mostraram potencialmente cancerígenas.

Ao publicar o estudo o Dr. Apard foi chamado para dar uma entrevista na BBC e no dia
seguinte a esta entrevista foi demitido e a equipe de pesquisa desfeita. O Dr. Stanley Ewen, da Universidade de Aberdeen, que fazia parte da equipe, foi perseguido, sua reputação  acadêmica foi atacada e ele foi finalmente obrigado a se aposentar.

Bem, talvez você também classifique estes como pseudocientistas preocupados com a fluoretação da água.

Citar
Ironicamente, nessa área de alimentação, são os produtos ditos "orgânicos" que oferecem maior risco a saúde, bem como medicações "homeopáticas" e "medicina alternativa". Essas deveriam ser alvos de maior regulação ou até proibição, mas tem regulação mais frouxa.

Primeiro estes produtos não são necessariamente orgânicos. Eu já expliquei lá em cima o que um produto deve satisfazer para receber a rotulagem de orgânico. E sem dúvida não são os produtos orgânicos que oferecem grande risco a saúde. Homeopatia e medicina alternativa ou qualquer outra charlatanice do tipo não tem nada a ver com produtos orgânicos. Isso é uma grande besteira.

Você não encontra nenhum remédio homeopático com o rótulo de "Produto Orgânico Brasil". Se quiser entender o que é um produto de rotulagem orgânica veja a cartilha do Ministério da agricultura.

É fácil de entender, com muitas figuras coloridas.

http://pt.slideshare.net/mariare/o-olho-do-consumidor-cartilha-sobre-orgnicos-ilustrada-pelo-ziraldo

Portanto produtos orgânicos já são alvo de muita regulamentação, mas proibição seria absurdo.

Além disso, eu também já tinha comentado, essa é uma confusão primária. Alimento não-transgênico não é sinônimo de alimento orgânico. Que por sinal também não tem nenhuma relação com chás de ervas vendidos em casas de produtos naturais.

Offline Buckaroo Banzai

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Re:A democracia [americana] morreu, agora é oficial
« Resposta #19 Online: 15 de Abril de 2015, 15:42:42 »
Acho que no mínimo um texto que parece uma compilação de lendas urbanas deveria fazer o favor de ser mais curto, ir direto ao ponto, e tentar linkar referências de credibilidade para as afirmações chave sendo feitas. Mas claro que é mais legal aumentar e fazer suspense.


Esse negócio de "criptophane". Parece que no mínimo está grafado incorretamente, devendo ser provavelmente "cryptophane".

Não encontro nada no google disso combinado a "gmo", "genetically modified".

Mas parece que tem um "cryptophOne" também ligado a conspirações de que celulares causariam câncer ou algo assim. Acho que misturou as bolas legal.


Os estudos sobre segurança dos alimentos geneticamente modificados simplesmente não dão motivo para histeria, não deve ter nada nem mesmo em nível meramente teórico que indicasse uma possibilidade de risco (exceto talvez se se imaginar pegar genes que produzem cianeto em mandioca brava e colocá-los em alguma outra coisa, seja lá qual for a aplicação disso). Os alimentos geneticamente modifiados não estão sujeitos a menos testes de segurança do que os criados por Deus e mantidos imutáveis desde então ditos "não" geneticamente modificados.


Offline Jack Carver

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Re:A democracia [americana] morreu, agora é oficial
« Resposta #20 Online: 15 de Abril de 2015, 17:08:31 »
Pedro Reis, não sei se já sabes, mas o alvo(Monsanto) dos ataques atualmente está mais restrito aos seus herbicidas(Round-Up) por causa do Glifosato como reagente químico.

http://www.infowars.com/mit-scientist-glyphosate-to-cause-autism-in-50-of-children-by-2025/

..Ah, mais um link dos chatos conspiracionistas que não têm credibilidade!

<a href="https://www.youtube.com/v/EkhHQzYF5Cs" target="_blank" class="new_win">https://www.youtube.com/v/EkhHQzYF5Cs</a>
<a href="https://www.youtube.com/v/q5cTskXa9eQ" target="_blank" class="new_win">https://www.youtube.com/v/q5cTskXa9eQ</a>
« Última modificação: 15 de Abril de 2015, 17:11:39 por Jack Carver »
O Brasil é um país de sabotadores profissionais.

“Dêem-me controle sobre o dinheiro de uma nação e não me importa quem faz as suas leis. - Mayer Amschel Rothschild

Offline Buckaroo Banzai

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Re:A democracia [americana] morreu, agora é oficial
« Resposta #21 Online: 15 de Abril de 2015, 17:47:47 »
http://www.geneticliteracyproject.org/2015/01/05/will-my-child-be-born-autistic-if-i-eat-gmos-a-scientists-view/

Citar
[...] I do not use the word “exploit” lightly, but can find no better term. The link between autism and GMOs is most often restricted to the criticism of glyphosate-use. Glyphosate, which is the active ingredient in Monsanto’s RoundUp, is used on genetically modified crops that are made to resist this herbicide. However, whether you are searching for a link between autism and GMOs or autism and glyphosate, your findings can be summarized in one brief sentence: “there is no data that I could find”.

Throughout the course of doing research for this piece, I contacted several research scientists including my former lab, which is now one of Canada’s leading autism research laboratories and part of a project that is sequencing the genomes of 10,000 ASD patients (note that I am not an ASD research scientist). My request for an opinion on the topic was passed from one research scientist to the next and across the board, I got the same message: “there is no evidence-based data we are aware of.” That is not to say that a link does not exist or may not be identified in the future, but as I write this article, there is no credible research linking GMOs to autism.

[...]

Pesticide use is recorded in the United States and there are multiple databases that house this information, ranging from the amount of pesticide used to the exposure that handlers have experienced. As such, it stands to reason that if glyphosate were associated with autism, there would be more instances of ASD in regions of the U.S. where glyphosate use is high. Geographic clusters of ASD cases do exist in the U.S. (see here and here for example studies), but the analysis of these clusters has not identified glyphosate exposure as a possible cause, despite the availability of data.

The onus is on the researcher to disprove the null hypothesis, i.e. to prove that something exists or that there is a link. Until that point in time, there is no link. Seneff points to glyphosate as the cause of autism based on her observation that glyphosate use has increased while the rate of autism has increased in the same time period. Seneff states, “I’ve watched the rate of autism skyrocket in the last five years. It’s extremely scary. One in 150, one in 100, one in 88, and the most recent numbers from March 2013, one in 50… You do the math… 20 years from now every other boy in this country will be diagnosed on the autism spectrum.”

Yet the Center for Disease Control and Prevention has stated that “the recent prevalence increase [of ASD] is likely attributable to extrinsic factors such as improved awareness and recognition and changes in diagnostic practice or service availability”. This is supported by the fact that recent statistics have noted an increase in the incidence of autism in specific populations and racial backgrounds, suggesting increasing awareness in such groups. But for the sake of argument, let’s acknowledge that there has been an increase in the occurrence of autism. The link is a classic case of association with no causation.

There’s a plethora of items whose prevalence or use has increased during the past 20 years: the number of electronics we own, the number of pedicures women get, the amount of coffee we drink, etc, and each would make an equally convincing graph if their rate was compared to the incidence of ASD over time. This is not to say that glyphosate should not be studied; yet until a link is identified, its association with ASD is equivalent to that of eating organic food, whose salves have also risen in tandem with the increase in incidences of autism.



[...]




Acho que esse tipo de discussão, de teoria de conspiração, medicina alternativa e o escambau, nem deveria ser discutido num tópico que acho que ao menos a princípio tem uma temática algo menos controversa, de que "existem oligarquias", e que elas mexem os pauzinhos na democracia.

Offline Jack Carver

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Re:A democracia [americana] morreu, agora é oficial
« Resposta #22 Online: 15 de Abril de 2015, 22:46:37 »
Antes fosse somente a suspeita de provocar autismo como reação no organismo humano. No link mais acima contém um gráfico que apresenta exatamente o contrário desse, mas, e agora quem tem razão? Na dúvida é melhor procurar mais informações, ter mais opções. E quanto o recente(só recente) parecer da OMS quanto ao glifosato?
http://revistagloborural.globo.com/Noticias/noticia/2015/03/alerta-da-oms-sobre-glifosato-piora-perspectiva-para-monsanto.html

Se democracia está relacionado à transparência e ela à informação resultando na ampliação no poder de escolha do consumidor contribuinte, então dá pra traçar um paralelo entre GMO, tendo a gigante Monsanto como um exemplo e carro-chefe (este que já vem interferindo no judiciário americano, e, indiretamente, atentando contra a democracia através lobbies no Congresso) com o que começou a ser debatido no tópico. Estamos falando de fatores de risco à saúde da população com diversas críticas de especialistas e ONGs, não mera especulação conspiracionista. É o enfrentamento à cimentação do senso comum, da imposição do Estado viciado pelos interesses de grandes corporações; sobre o que você põe na sua mesa, na sua vida cotidiana. No Brasil, por exemplo, se faz uso de agrotóxicos que na Europa foram proibidos há anos e pouco se fala.

Não costumo me convencer apenas pelo que é costumeiramente exposto(ou omitido) nos veículos mainstream, ainda mais quando se é 'trending-topic' no mundo todo.

O tema é de fato complexo e espinhoso. No entanto, não precisa ser um especialista no assunto para despertar desconfiança ante a disseminação dos GMO's no mercado.

<a href="https://www.youtube.com/v/yiU3Ndi6itk" target="_blank" class="new_win">https://www.youtube.com/v/yiU3Ndi6itk</a>

Aos interessados(retirado de um post):
Citar
0:20 Most of our food system contains engineered food
0:41 Glyphosate Modified Organisms
0:56 In the USA/Canada, all GMOs are Roundup Ready crops
1:25 What is it? What kind of molecule?
1:42 Glycine methyl phosphonate
1:55 Glyphosate binds to metal atoms and ions
2:01 Invented in 1960 - a descaling agent
2:57 Glyphosate was patented in 1964 and is a very powerful descaling agent
3:57 Learned quickly that glyphosate descaling agent waste kills all plants
4:11 1969 Monsanto bought molecule and re-patented it as a herbicide
4:37 How does it work? All life processes depend on metalloproteins aka enzymes
5:05 At the center, metalloproteins have an atom of metal
5:38 Glyphosate binds to the atom of metal
6:01 Bacteria and plants have a shikimate pathway to aromatic amino acids
6:34 Glyphosate inactivates EPSP synthase by binding to its atom of manganese
7:17 1996 Roundup Ready, soy and corn, amazing feat 
8:48 Roundup Ready revolutionized weed management. Incredible success!
9:30 Glyphosate accumulates in Roundup Ready soybeans
9:59 Glyphosate affects nutrient accumulation, crop yield contains less minerals

Glyphosate affects chlorophyll, nodulation and nutrient accumulation of “second generation” glyphosate-resistant soybean
http://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0048357510001689 

11:06 Substantially equivalent? Does not need to be tested.
11:45 USDA admitted: RR Corn 54 lbs/bushel, CC 56 lbs/bushel, 2 lbs of minerals missing?
12:28 2005 A dessicant (new use for Roundup)
12:50 Herbicide options to enhance harvesting
http://www.agriculture.gov.sk.ca/Default.aspx?DN=d9acb467-df4a-4f2c-acf4-c358055cc207

13:08 You can spray Roundup Ready crops for weed control and normal crops 1 week before harvest to dry the crop to make it easier and cheaper to harvest
14:20 Increase sugar content in sugarcane
14:24 2010 An antibiotic 1ppm (Monsanto filed for patent 2001) 
15:05 Maybe Monsanto had hopes of marketing glyphosate as a pharmaceutical
17:20 Microbiome: Immune, Circulatory, Digestive, Neuroendocrine (behavior), Other systems/tissues
21:15 Glyphosate, parthway to modern diseases - Anthony SAMSEL and Stephanie SENEFF
http://responsibletechnology.org/media/Glyphosate_II_Samsel-Seneff%281%29.pdf

21:05 Asthma and allergies can be a sign of a damaged microbiome
21:28 Celiac is always associated with a damaged microbiome - has a lot to do with glyphosate 

22:25 A world of cytochrome p450s
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/23297353

22:44 Glyphosate impairs CYP enzymes, therefore, you become toxified
23:22 Glyphosate and inflammatory, degenerative diseases, cancer, autism, obesity
23:44 Glyphosate is an endocrine disruptor
24:08 Glyphosate kills human cells in vitro
24:22 Glyhposate reduces testosterone - Male fertility has gone down considerably over the past 20 years
24:38 Cytotoxic properties of Round Up
24:54 Rats fed Round Up ready corn have damaged liver and kidneys
25:20 Seralini - Longterm RoundUp study
26:15 Biotech industry campaigned to vilify the Seralini study: http://www.gmoseralini.org/en/

26:35 Biotech people are not toxicologists and do not seem to understand non linear endocrine disruption
27:15 Toxicology study vs carcinogenicity study
28:17 Glyphosate accelerate human breast cancer cell growth
28:49 Glyphosate produces birth defects in humans and frogs
29:55 Glyphosate and birth defects in pigs
30:19 Glyphosate  bioaccumulates in lungs, heart, kidneys, intestine, liver, spleen, muscles and bones.
31:06 Chronically ill people have higher glyhphosate residue in their urine than healthy people.
31:18 Dr. Nancy Swanson - correlation analysis of glyphosate use in the USA and autism

Data show correlations between increase in neurological diseases and GMOs
http://www.examiner.com/article/data-show-correlations-between-increase-neurological-diseases-and-gmos

33:14 Correlation analysis: There is a link. This is where you should look. This is where you want to dig.
34:54 Correlation coefficients: Celiac, Autism, Intestinal infection, Thyroid cancer, Liver cancer, Bladder cancer, Pancreatic cancer, Kidney cancer, Diabetes, Obesity, Dementia
35:35 Dr. Caplan
36:11 EPA legal residue levels: Glyphosate. No studies done.
37:01 EPA website: Glyphosate in drinking water. People drinking water containing more than 0.7 ppm of glyphosate may develop kidney problems and infertility.
37:48 Map of the world: countries with regulations, have banned the technology.
« Última modificação: 15 de Abril de 2015, 22:50:16 por Jack Carver »
O Brasil é um país de sabotadores profissionais.

“Dêem-me controle sobre o dinheiro de uma nação e não me importa quem faz as suas leis. - Mayer Amschel Rothschild

Offline Buckaroo Banzai

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Re:A democracia [americana] morreu, agora é oficial
« Resposta #23 Online: 15 de Abril de 2015, 23:42:52 »
O herbicida não é de uso exclusivo em culturas transgênicas, acho que é um dos mais usados de modo geral, por ser um dos mais seguros.

A classificação dele não é exatamente de "carcinogênico", mas de "provavelmente", significando, pela definição do órgão, algo mais como "possivelmente, embora não se tenha evidências".

Citar
[...]The I.A.R.C. report should change none of that. The panel of seventeen scientists from around the world concluded that glyphosate could be dangerous. The organization evaluates data collected for previously published peer-reviewed studies—which is a valuable service—but it does not conduct its own research. “ ‘Probable’ means that there was enough evidence to say it is more than possible, but not enough evidence to say it is a carcinogen,” Aaron Blair, a lead researcher on the I.A.R.C.’s study, said. Blair, a scientist emeritus at the National Cancer Institute, has studied the effects of pesticides for years. “It means you ought to be a little concerned about” glyphosate, he said.

[...]

The lack of scientific support has hardly deterred the most strident critics of G.M.O.s from blaming glyphosate for diseases ranging from cancer to autism. The I.A.R.C. monograph, published last month in Lancet Oncology, will only be the latest weapon in the highly emotional and often irrational war against the use of G.M.O.s. After the study was released, the Times food writer Mark Bittman, in a column titled “Stop Making Us Guinea Pigs,” suggested that the herbicide should be removed from the market, at least until “Monsanto can prove” that it is safe.

But how do you prove that a substance is safe? Neither Monsanto nor anybody else will ever be able to do that, just as nobody will be able to say that your child’s next vaccination could not possibly make him sick. As with almost all cases that require complex assessments of scientific issues, to determine the risks and the benefits, we need to look at the data. And the data are, again, clear: after nearly forty years of use, no study has demonstrated a link between glyphosate and cancer in humans.

[...]

http://www.newyorker.com/news/daily-comment/roundup-and-risk-assessment?mbid=nl_041115_Daily&CNDID=24354293&mbid=nl_041115_Daily&CNDID=24354293&spMailingID=7656439&spUserID=ODcxMjU4OTc4MzQS1&spJobID=661052614&spReportId=NjYxMDUyNjE0S0

 E mesmo o uso de coisas de fato carcinogênicas ou nocivas de outra forma em alguma fase da produção não fazem do produto algo necessariamente nocivo ou inseguro. Provavelmente andar no sol, tomar chá quente, e comer alguns salgadinhos têm maior potencial carcinogênico muito do que comer alimentos transgênicos (ou não) cuja cultura tenha usado esse herbicida.


E é sim, largamente histeria de teóricos da conspiração sim, junto com tudo mais vindo de sites como mercola e o infowars. Claro que, eles não admitem isso orgulhosamente, mas, assim como criacinistas, falarão que há um "grande número de especialistas em seu lado".

Offline Sergiomgbr

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  • uê?!
Re:A democracia [americana] morreu, agora é oficial
« Resposta #24 Online: 15 de Abril de 2015, 23:47:12 »
Já eu prefiro cismar que eu tô comendo "coisas" do que ser um comensal alegrim sem grilos enquanto nasce uma verruginha falante no meu nariz.
Até onde eu sei eu não sei.

 

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