Acho que no mínimo um texto que parece uma compilação de lendas urbanas deveria fazer o favor de ser mais curto, ir direto ao ponto, e tentar linkar referências de credibilidade para as afirmações chave sendo feitas. Mas claro que é mais legal aumentar e fazer suspense.
Se eu fosse direto ao ponto agora teria que fazer uma alusão ao seu analfabetismo funcional, mas convenhamos que isto seria tanto grosseiro quanto inadequado. É menos antipático demonstrar de maneira não tão direta que você reconhece as palavras mas parece ter dificuldades em entender o texto.
Como também seria rude se eu te desafiasse a passar pelo embaraço de ser capaz de apontar algo, em todo aquele meu longo texto, que pudesse ser minimamente confundido com lenda urbana. A não ser que você considere lendas urbanas os EUA terem promulgado sua constituição em 1887, terem um Banco Central, ou invadido o Iraque e coisas assim.
Será que você pensa que o Rowett Institute e a universidade de Aberdeen é uma lenda urbana, que eles não existem? Ou a pesquisa do Dr. Apard Pusztai não passa de boato? Não, talvez você tenha dificuldade de acreditar que a Monsanto despejou durante anos lixo tóxico em Snow Creek, contaminando mortalmente uma comunidade de 20 mil
pessoas. Sinto muito, mas acho impensável que a Monsanto esteja pagando $700 milhões de indenização por conta de uma lenda urbana. Ademais os autos do processo não deixam margem para este tipo de especulação.
De repente foi porque você se atrapalhou no Google e confundiu um caso de saúde provocado por um suplemento alimentar com alguma coisa sobre telefones que pensou se tratar de alguma lenda... Não acho impossível para alguém que não entende a diferença e também confunde homeopatia e medicinas alternativas com produtos orgânicos, mas creio improvável a desonestidade intelectual de, na incapacidade de encontrar melhor réplica,
apelar para a própria ignorância neste único caso, para definir todos os fatos notórios sobre o quais fiz alusão como "compilação de lendas urbanas"
De fato, em algo você tem razão. Criptophane está grafado erroneamente. Porque no documentário dublado também é pronunciado errado. Pode ser L-Tryptophan em inglês, triptofano em Português ou tiptófano em Português de Portugal. Mas nem era preciso ter se esforçado no Google, bastava ter entendido o que foi explicado um pouco além do mero reconhecimento das palavras, para encontrar todas as referências ao citado caso.
Com efeito, nesse mesmo "post" eu já respondia a mesma solicitação do paccus. Se você for capaz de considerar o diretor do departamento de Biotecnologia da FDA, James Maryanski, uma "referência de crediblidade", vai vê-lo em 22:40 e em 49:30 se pronunciando sobre o caso. E isto está destacado claramente neste post que "compila lendas urbanas sem linkar referências de credibilidade". Inclusive com a transcrição do trecho da entrevista.
Mas sério mesmo que você pensou que quando um diretor da FDA, em um documentário sobre a Monsanto, responde a uma pergunta sobre problemas causados por um aminoácido, ele poderia estar na verdade falando sobre TELEFONES CELULARES???!!!
Me perdoe se já estou me alongando muito, sendo "explicadinho" demais, mas é que deste jeito você não faz exatamente com que superestimem suas habilidades de inferência cognitiva.
Casos ocorridos na história
Em 1989, uma empresa nos EUA, a Showa Denko K.K, que produzia L-triptofano, modificou uma bactéria que começou a ser usada para aumentar a produção industrial de L-triptofano.10 A partir do momento em que este novo triptofano começou a ser utilizado, começaram a ocorrer diversas mortes causadas por uma doença auto-imune onde as próprias celulas de defesa do organismo começam a atacar o corpo e causava aumento das células sanguíneas chamadas eosinófilos e mialgia (dores musculares).11 Devido a empresa não ter fornecido informações sobre a bactéria utilizada, os cientistas não
conseguiram determinar exatamente a causa e nem a cura da doença. Sabe-se que mais de 40 pessoas morreram em decorrência do uso do L-triptofano e muitas outras ficaram permanentemente inválidas. A empresa Showa Denko K.K afirmou que logo após evidências desta doença, destruiu toda e qualquer forma desta bactéria. Nunca houve relatos de problemas relacionados a este aminoácido quando produzido de fermentação, que era o modo empregado antes das bactérias.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Tript%C3%B3fanoCompreendendo texto e contexto não é difícil pesquisar.
É engraçado também você falar em "afirmações chave". Me despertou a curiosidade: no seu entendimento ( se é que posso colocar assim ) quais seriam estas "afirmações chave"?
Porque a chave das minhas afirmações eu expliquei logo no início. Foi a primeira coisa que escrevi:
Há várias postagens aqui que eu gostaria de comentar, mas devido ao pouco tempo e a muita preguiça vou me resumir a um apanhado geral.
"Apanhado geral", ou seja, vou comentar vários "posts" nesta mesma mensagem. "Posts" de diferentes pessoas que levantaram diferentes questões. Por isso que ficou longo, Buckaroo, não pra fazer "suspense". Até porque o mais inepto dos leitores reconhece que o suspense se realiza em uma única narrativa com começo, desenvolvimento e desfecho. Não há muito espaço nem tempo pra suspense em várias considerações curtas a vários comentários não relacionados entre si.
- Porque o DDV nos lembrou de várias qualidades da democracia norte-americana, ao que eu respondi que, na minha opinião, no desenvolvimento histórico, estes atributos não foram suficientes para garantir os ideais democráticos que inspiraram os fundadores da nação.
- Ele também argumenta que o estudo citado neste tópico peca por considerar que os interesses do cidadão comum e das corporação são SEMPRE irreconciliáveis. Então eu disse que não era este o caso, que quando são convergentes os interesses, problema nenhum existe para a democracia. O problema surge quando há divergência e o Estado legisla a favor da corporação e contra o cidadão.
- E o paccus alegou que muitas destas políticas não são contra a vontade do cidadão. Ao que eu tive que replicar que "vontade do cidadão" e opinião pública são coisas extremamente maleáveis e manipuláveis, especialmente quando a mídia não cumpre o seu papel em uma democracia. E que por isto mesmo opinião pública não é sinônimo de interesse público.
- O paccus requisitou fontes a respeito do caso do Triptofane. Detalhei o caso e indiquei a
referência. Se você tivesse entendido minimamente não teria como misturar telefone nessa história.
- A respeito do fato de ser um absurdo e um descalabro que, em uma sociedade supostamente democrática, a legislação PROÍBA certas informações ao consumidor, o paccus engoliu inocentemente a desculpa esfarrapada dada por uma destas companhias ( para as quais o estudo demonstra que cada vez mais o Estado governa ). Então demonstrei a confusão intencional que eles estavam fazendo entre os termos transgênico, não-transgênico e orgânico, para iludir o consumidor e justificar a legislação tendenciosa.
- E por fim comentei até o seu "post", que era o único que estava realmente fora do tópico. Além de fazer uma exótica confusão entre medicina alternativa e produtos orgânicos.
Mas, anyway, reconheço que às vezes falo demais. E fica ainda pior quando meu interlocutor é daquele tipo que se precisa sempre explicar tudo duas vezes. De qualquer forma ainda pode ser menos deselegante ser sub-reptício e dar muitas voltas para, por exemplo, fazer alguém enxergar sutilmente suas deficiências, do que ir direta e desnecessariamente lançando a alguém a pecha de analfabeto funcional.
Mas a minha curiosidade insaciável ainda me obriga a perguntar: em qual dos itens relacionados acima você teria reconhecido lendas urbanas???? Mas não é só curiosidade na verdade. É que eu acho que você merece a chance de explicar e não ficar parecendo tão intelectualmente desonesto.
Os estudos sobre segurança dos alimentos geneticamente modificados simplesmente não dão motivo para histeria, não deve ter nada nem mesmo em nível meramente teórico que indicasse uma possibilidade de risco
Quais estudos, os da Monsanto?! Os realizados ou patrocinados pela indústria?
Acho que aqui você poderia seguir seu próprio conselho e embasar com referências comprovadamente isentas e de credibilidade.
http://www.abdn.ac.uk/rowett/Porque o estudo do Rowett Institute, por exemplo, que eu mencionei, sugere o contrário. Há de se destacar que este é um instituto de pesquisa ligado a Universidade de Aberdeen especializado em nutrição e saúde, provavelmetne o mais respeitado da Grã-Bretanha. É também importante dizer que o referido estudo foi patrocinado pelo Ministério da Agricultura escocês, que por sua vez recebia polpudas verbas da Monsanto. Portanto a intenção era demonstrar ao consumidor exatamente que os transgênicos eram seguros, mas não foi o que o Dr. Apard e sua equipe concluíram.
Mas se a pesquisa foi mal feita qual a sua refutação? Aliás, por que não houve contestação, ao invés disso o Dr. Apard foi simplesmente demitido e a equipe desfeita?
(exceto talvez se se imaginar pegar genes que produzem cianeto em mandioca brava e colocá-los em alguma outra coisa, seja lá qual for a aplicação disso)
Isto não é Ciência, é apenas a sua intuição. É como você intuitivamente acredita que seja. Mas para a sua intuição se aproximar do que é Ciência você precisa testar essa hipótese.
Mas veja esse único exemplo que já refuta completamente aquilo que você acredita saber: as batatas que foram testadas tinham sido modificadas geneticamente com uma proteína da lecitina que era 100% inócua, assim como as próprias batatas não modificadas. As cobaias alimentadas com o produto apresentaram danos no intestino ( com anormal proliferação de células, o que poderia ser potencialmente cancerígeno ) e uma resposta anômala do sistema imunológico.
O grupo de controle alimentado com batatas "comuns" nada apresentou. Mas o que contraria a sua presunção é que NEM A LECITINA e NEM AS BATATAS não modificadas
isoladamente causam qualquer dano às cobaias. Segundo o Dr. Apard, a proteína da lecitina, mesmo quando ministrada em concentrações 800 vezes maior não causa qualquer alteração nas cobaias.
O caso do triptofane fornece exatamente a mesma indicação. Estava no mercado na forma de suplemento alimentar há bastante tempo e está até hoje. Ninguém jamais teve problema consumindo triptofane. Quando se produziu triptofane com auxílio de bactérias geneticamente modificadas não deveria ser em nada diferente do triptofane "normal".
40 pessoas morreram. Milhares ficaram doentes.
Todos os pacientes que apresentaram a síndrome haviam consumido triptofane produzido com o recurso da engenharia genética, ninguém que apresentou a síndrome NÃO havia
consumido o produto.
Os alimentos geneticamente modifiados não estão sujeitos a menos testes de segurança do que os criados por Deus e mantidos imutáveis desde então ditos "não" geneticamente modificados.
Esse é o problema. Esta é justamente a questão. Pela atual norma regulatória americana alimentos transgênicos são considerados ( o termo que eles usam ) "substancialmente equivalentes" a alimentos produzidos através de técnicas de cultivo ( e até hibridização ) tradicionais. E evidências científicas não suportam isso. Por essa razão o próprio diretor do departamento de Biotecnologia da FDA, Dr. James Maryanski, admite que a norma da "equivalência substancial" não tem base científica, mas foi estabelecida por "razões políticas" ( leia-se interesses da indústria. )
"Razões políticas" é o termo que ele mesmo utiliza na entrevista que concede, ao 22 min e 40 seg. do vídeo que eu postei.