Acho que o Buckaroo não é contra a rotulação informativa dos alimentos oriundos de manipulação genética[...]
Jack, o ponto chave que ele faz questão de não perceber não é o fato de não haver uma lei obrigando a rotulação de produtos "trans" mas sim o fato de existir lei, nos EUA, PROIBINDO A ROTULAÇÃO.
Tem referência exata disso?
O problema dos seus textos é que comumente você vai mencionando esse tipo de coisa como se fosse uma verdade auto-evidente ou facilmente constatável, mas se formos pesquisar, teremos que ir filtrando inúmeros sites de teorias conspiratórias antes de chegar a alguma coisa confiável, se isso ocorrer.
Ele não vê risco especial em produtos transgênicos, apesar da incoerência de ter já admitido em algum ponto que sim, os processos de biotecnologia diferem dos processos de produção/cultivo e melhoramentos genéticos tradicionais, e portanto implicam em riscos específicos.
Isso não é incoerência, não mais do que, digamos, comidas assadas e cozidas terem riscos específicos relacionados ao preparo, ou animais e vegetais, etc.
O crucial é haver um controle de qualidade "final", independente do processo. Riscos inerentes a cada processo podem de qualquer forma serem estudados, isso levar até a se proibir algumas coisas, como alguma metodologia trasngênica que acidentalmente tenha incidência muito maior de alguma outra modificação potencialmente problemática, cultivos orgânicos com chances especialmente altas de contaminação bacteriológica, cortes e graus de carne mal-passada em churrascarias que tenham risco elevado de contaminação com parasitas, etc.
Ora, essa é uma posição pessoal, assim como é uma opinião pessoal a crença bastante exagerada de que isso causaria pânico, a partir do quê envereda miseravelmente pela falácia do declive escorregadio imaginando conspirações cabeludas que fariam inveja até ao inforwars,
Não, nada disso. Nem usei o termo "pânico", se me lembro. Falo apenas do medo que as pessoas têm desses produtos, exemplificado por sites justamente como infowars.
Tudo bem, o delírio é um direito pessoal. Mas o caso é que, como os gráficos sugerem, existe uma demanda pela rotulagem, as pessoas, que também têm direito às suas próprias opiniões e até aos seus próprios delírios, querem ser informadas.
Pois, como disse, têm medo, baseado em desinformação, em disseminação desse medo.
Se você é um fabricante de macarrão e quer informar na embalagem que se trata de um produto transgênico, o que é um direito não apenas do seu consumidor, mas também seu como fabricante, uma decisão que só compete a você como fabricante, então simplesmente você está proibido por lei.
Novamente, seria conveniente sempre postar referências primárias para esse tipo de coisa. Eu não me surpreenderia se a proibição de tal rotulação inclusive fosse mais específica, não tanto sobre informar "timidamente" que é trasngênico dentre todas as outras informações, mas em não usar "LIVRE DE TRANSGÊNICOS" de forma mais chamativa, como tática de amedrontar as pessoas a consumirem um produto alternativo.
Práticas parecidas já existem, como dizer que algo que naturalmente nunca tem colesterol (vegetais) é "livre de colesterol", ou que o seu repelente de mosquito "repele o mosquito da DENGUE", como se outros não o fizessem, sem nem mesmo se preocupar em instruir que esse mosquito oferece mais risco durante as horas do dia.