Autor Tópico: Usar conhecimento genético para melhorar o próprio humano seria anti-ético?  (Lida 3047 vezes)

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Rhyan

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Cada vez mais o avanço da ciência genética nos possibilita combater doenças, mas até que ponto seria ético usar esse conhecimento para criar humanos transgênicos ou humanos 2.0?

A tal da eugenia positiva continua sendo eticamente condenável? Faz sentido não utilizar esse conhecimento por questões éticas/morais?

Offline Pedro Reis

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Re:Usar conhecimento genético para melhorar o próprio humano seria anti-ético?
« Resposta #1 Online: 04 de Junho de 2015, 19:54:09 »
Em algum futuro nós poderemos usar DNA para fazer o que Hitler tentou com câmaras de gás: eugenia.

Na contramão do que deu certo até hoje na natureza nós, e não mais o ambiente, poderemos selecionar nossos futuros filhos de acordo com características desejáveis. E a minha bola de cristal me garante que as pessoas não serão mais sábias que os nazistas. Características como aparência, bom estado físico, ausência de tendência a algum distúrbio mental, predisposição a heterossexualidade e inteligência estarão certamente entre as preferidas.

Parece bom, não é? Uma humanidade composta só Brad Pitts e Giseles Bundchens, todos com ótima dentição e muito normais.

Muito normais e medíocres.

Se esta opção estivesse disponível desde sempre teriam sido descartados antes de nascerem: o homossexual Isaac Newton, o disléxico Leonardo Da Vinci, o louco Van Gogh, o adicto Mozart, o depressivo Fernando Pessoa, o albino Hermeto Pascoal, Stephen Hawking com sua síndrome rara e quase todas as pessoas de alguma forma desajustadas e brilhantes que são justamente aquelas que acabam fazendo diferença neste mundo.

Eu posso imaginar os pais do Beethoveen na clínica: "Esse embrião vai ter tendência a surdez? Descarte, nós gostaríamos que o nosso filho fosse músico."

E o pai do Garrincha: "Ah não, doutor. Com tendência ao alcoolismo e pernas tortas não. Meu sonho é ter um filho jogador de futebol."

Offline Pedro Reis

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Re:Usar conhecimento genético para melhorar o próprio humano seria anti-ético?
« Resposta #2 Online: 04 de Junho de 2015, 20:00:30 »
Eu acho que no final das contas é melhor deixar a infinita criatividade do acaso nos surpreender, positiva e negativamente, do que limitarmos o mundo às nossas futilidades humanas mesquinhas.

Offline DDV

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Re:Usar conhecimento genético para melhorar o próprio humano seria anti-ético?
« Resposta #3 Online: 04 de Junho de 2015, 20:05:43 »
Já tem tópico (enquete) com esse tema: ../forum/topic=26518.0.html
Não acredite em quem lhe disser que a verdade não existe.

"O maior vício do capitalismo é a distribuição desigual das benesses. A maior virtude do socialismo é a distribuição igual da miséria." (W. Churchill)

Offline Pedro Reis

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Re:Usar conhecimento genético para melhorar o próprio humano seria anti-ético?
« Resposta #4 Online: 04 de Junho de 2015, 20:44:27 »
Já tem tópico (enquete) com esse tema: ../forum/topic=26518.0.html

Sobre a questão que você levantou lá sobre uma suposta superioridade intelectual dos judeus... não, eu acho que não procede. Hoje, depois do sequenciamento de DNA, podemos afirmar categoricamente que todas essas teorias sobre diferentes potenciais em diferentes raças não passam de besteira.

Com a graça do bom e inexistente deus não existem raças humanas. Ou melhor, só há uma única raça e a ela pertencemos todos. Todos os seres humanos são muito semelhantes, e por sorte é assim, porque já temos muitos problemas com nossas poucas diferenças.

Atribuir ou procurar alguma especificidade genética nos judeus faz menos sentido ainda. Os judeus há muito estão por toda parte, miscigenaram com uma infinidade de povos e muitos se tornaram judeus por conversão. São loiros, ruivos, morenos, de cabelos crespos ou liso, até negros. Se existissem raças de Homo Sapiens "judeu" não seria uma.

É o tal desajuste que eu falei. Desajuste é bom, é necessário porque a normalidade é medíocre, então estar bem ajustado a esta normalidade implica em ser medíocre também. A única coisa que o chamado povo judeu tem em comum é o desajuste, a trajetória difícil, conturbada, uma longa tradição de ter que lidar com a rejeição de muitas sociedades.

Se isto não te mata te fortalece. Culturalmente.

Offline Gigaview

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Re:Usar conhecimento genético para melhorar o próprio humano seria anti-ético?
« Resposta #5 Online: 04 de Junho de 2015, 21:09:07 »
Melhorar? O que? Em todo caso, acho que devemos começar com as mulheres.
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Pavlov probably thought about feeding his dogs every time someone rang a bell.

Offline Buckaroo Banzai

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Re:Usar conhecimento genético para melhorar o próprio humano seria anti-ético?
« Resposta #6 Online: 04 de Junho de 2015, 21:27:30 »
Mas elas já são mais evoluídas. O rumo seria ir desenvolvendo as coisas para eventualmente poder tirar o sexo masculino das linhas de produção definitivamente.

Offline Brienne of Tarth

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Re:Usar conhecimento genético para melhorar o próprio humano seria anti-ético?
« Resposta #7 Online: 05 de Junho de 2015, 09:51:53 »
Segundo um novo estudo australiano, os homens estão vivendo em tempo emprestado. O macho da espécie humana está, literalmente, caminhando para a extinção.De acordo com a professora Jenny Graves, da Universidade de Canberra, as mulheres devem ganhar a batalha dos sexos da forma mais definitiva possível.O motivo para tal é a fragilidade inerente ao cromossomo sexual masculino, o cromossomo Y. O cromossomo X contém uma quantia de 1.000 genes ou mais. As mulheres têm dois deles. Já o cromossomo Y, apesar de ter começado com tantos genes quanto, se desintegrou ao longo de centenas de milhões de anos, deixando menos de 100 genes no homem moderno.Isso inclui o gene SRY, o principal “interruptor masculino”, que determina se um embrião será masculino ou feminino.

FONTE: http://hypescience.com/homens-estao-literalmente-em-extincao/
GNOSE


Rhyan

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Re:Usar conhecimento genético para melhorar o próprio humano seria anti-ético?
« Resposta #9 Online: 06 de Junho de 2015, 00:21:46 »
Pedro, você confundiu eugenia positiva com negativa. A positiva se limita a melhoramentos de saúde e inteligência, sem pseudociências nazistas.

DVV, droga, eu ainda procurei antes de criar esse.

Vamos supor que uma doença genética pode ser verificada nos embriões ou fetos, o aborto seria válido para evitar tais nascimentos?
Pra alguns é uma questão cruel, pra outros é humana. Mas com o avanço da tecnologia, essa verificação poderia ser feita antes da fecundação.
Eu espero que um dia a ciência separe o sexo da procriação, para desespero dos religiosos que vão optar pelo modo primitivo.

Offline Gigaview

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Re:Usar conhecimento genético para melhorar o próprio humano seria anti-ético?
« Resposta #10 Online: 06 de Junho de 2015, 01:12:18 »
A eugenia positiva vai gerar seres humanos com pedigree e consequentemente haverá controles de pedigree e subdivisão dos humanos em sub-raças com características geneticamente programadas para o desempenho maximizado de atividades físicas e intelectuais que demandarão rações alimentícias especialmente desenvolvidas para elas, inclusive com ossinhos.
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Offline Buckaroo Banzai

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Re:Usar conhecimento genético para melhorar o próprio humano seria anti-ético?
« Resposta #11 Online: 06 de Junho de 2015, 15:36:04 »
Pedro, você confundiu eugenia positiva com negativa. A positiva se limita a melhoramentos de saúde e inteligência, sem pseudociências nazistas.

A terminologia que eu "me lembro", tinha "positiva" não como "do bem", mas promovendo ("positivamente", como algo positivo em matemática) a reprodução de traços desejados, e a "negativa" sendo a redução da reprodução de traços indesejados.

Uma política promovendo eugenia apenas positiva já tem um  potencial menos nazistóide por não envolver a proibição ou desencorajamento de indivíduos com traços indesejados se reproduzirem, mas ainda não elimina totalmente -- como um "marketing", um alarde exagerado de traços dados como desejáveis em comparação com "outros", que não chegam a ser proibidos de se reproduzir, ou mortos.


Acho que não tem um termo específico para "eugenia com boas intenções". Geralmente isso requer de quem proponha discutir a idéia de fazer uma introdução mais elaborada, como que no mínimo seria interessante poder alterar genes sabidamente problemáticos, seja nos embriões ou nos gametas, ou produzir laboratorialmente embriões sem esses genes apesar de terem o restante dos genes do casal (em vez da eugenia negativa praticada voluntariamente por judeus para evitar algumas doenças comuns entre eles). Daí passar para as questões mais polêmicas, como aborto como parte da metodologia, bem como a possibilidade de melhorias em vez de apenas redução de defeitos mais graves.

E nessa linha de discussão, existe a possibilidade de que tais coisas, mesmo não partindo de uma ideologia nazistóide, acabem validando as mesmas de forma mais "real", na medida em que desigualdades sociais criarem de fato castas geneticamente superiores, em vez de apenas com melhores condições [econômicas] de desenvolvimento. Aí ironicamente iriam propor o socialismo, acesso de toda população às mesmas melhorias genéticas, como prevenção ao neo-nacional-socialismo.





A eugenia positiva vai gerar seres humanos com pedigree e consequentemente haverá controles de pedigree e subdivisão dos humanos em sub-raças com características geneticamente programadas para o desempenho maximizado de atividades físicas e intelectuais que demandarão rações alimentícias especialmente desenvolvidas para elas, inclusive com ossinhos.

Engraçado imaginar, humanos em "competições de humanos", como aquelas de cachorros... mas na verdade, talvez o análogo seriam/sejam as olimpíadas (diga-se de passagem, a tocha olímpica é invenção nazista).

Offline El Elyon

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Re:Usar conhecimento genético para melhorar o próprio humano seria anti-ético?
« Resposta #12 Online: 06 de Junho de 2015, 17:35:04 »
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Acho que não tem um termo específico para "eugenia com boas intenções". Geralmente isso requer de quem proponha discutir a idéia de fazer uma introdução mais elaborada, como que no mínimo seria interessante poder alterar genes sabidamente problemáticos, seja nos embriões ou nos gametas, ou produzir laboratorialmente embriões sem esses genes apesar de terem o restante dos genes do casal (em vez da eugenia negativa praticada voluntariamente por judeus para evitar algumas doenças comuns entre eles). Daí passar para as questões mais polêmicas, como aborto como parte da metodologia, bem como a possibilidade de melhorias em vez de apenas redução de defeitos mais graves.

Existe sim, a Eugenia Liberal ou como já vi ser chamada, Consumer-Driven Eugenics - amboa são extensões teóricas da Terapia Gênica que já pode ser utilizada no momento, como o Glybera (e existem diversos deles em testes clínicos, embora até onde eu saiba, eles são focados em lidar com problemas em células somáticas e não em serem incorporadas em células germinais).
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Offline El Elyon

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Re:Usar conhecimento genético para melhorar o próprio humano seria anti-ético?
« Resposta #14 Online: 06 de Junho de 2015, 19:11:51 »
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Qualquer coisa com "eugenia" no nome é oposição instantânea. Até "planejamento familiar" é atacado como eugenia.

Sim, mas isso é inevitável - tanto que existem diversos termos praticamente eufemísticos, como transhumanismo (a aplicação dos ideais do movimento transhumanista), aprimoramento humano, liberdade morfológica, reprogenética (screening genético e outras técnicas de seleção de células germinativas e/ou preimplantadas), liberdade procreativa e mesmo aconselhamento genético. Não surpreendentemente, todos são acusados de serem eugênicos (e são).
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Offline JJ

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Re:Usar conhecimento genético para melhorar o próprio humano seria anti-ético?
« Resposta #15 Online: 07 de Junho de 2015, 06:53:04 »
O tópico já começou passando um ideia errônea.  Pois ao fazer a pergunta:

Usar conhecimento genético para melhorar o próprio humano seria anti-ético?

Já há um pressuposto embutido de que há apenas uma ética, ou melhor,  de que há apenas um sistema ético, a partir do qual se deve julgar o uso do conhecimento genético para melhorar o próprio humano.

Isso é completamente falso,  existem muitos sistemas éticos igualmente válidos,  e mais do que isso, qualquer pessoa que tenha um conhecimento suficiente de filosofia pode inventar  um sistema ético qualquer, onde algum tipo de ação que se queira justificar como correta, o seja neste novo sistema ético inventado.

A ideia errônea de um sistema ético único e absoluto (e uma moral absoluta ligada a este sistema) é justamente uma das bases fortes e fundamentais da crença num deus.




« Última modificação: 07 de Junho de 2015, 06:57:21 por JJ »


Offline JJ

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Re:Usar conhecimento genético para melhorar o próprio humano seria anti-ético?
« Resposta #17 Online: 07 de Junho de 2015, 15:04:34 »
Então a resposta poderia ser, "para os nazistas, sim".

:P


A discussão mal começou e já apareceu a Lei de Godwin.   :x   ....   :P








Offline JJ

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Re:Usar conhecimento genético para melhorar o próprio humano seria anti-ético?
« Resposta #18 Online: 07 de Junho de 2015, 15:17:20 »

Eu vejo esta questão do seguinte modo,  poderemos  realmente aumentar quantidade de prazer e diminuir a quantidade de sofrimento nos seres humanos com a utilização da ciência genética para aperfeiçoarmos/melhorar  a espécie humana ?

Eu acredito que sim, por isso sou favorável ao melhoramento genético da espécie Homo sapiens sapiens.  Aliás acho muito estranho que pessoas não adeptas de  crenças em deuses sejam contra o melhoramento  genético da espécie Homo sapiens sapiens.

Se fazemos melhoramentos genéticos com outras espécies porque não podemos fazer com a espécie Homo sapiens sapiens ?  Ela por acaso é uma espécie sagrada na qual não podemos mexer ?   Algum deus acha ruim ?

Tolice, somos uma espécie animal como outras espécies animais, podemos sim aplicar conhecimentos científicos para melhorarmos o que bem entendermos que seja bom.  E é óbvio que estou me referindo a eugenia positiva.






« Última modificação: 07 de Junho de 2015, 15:21:44 por JJ »

Offline Buckaroo Banzai

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Re:Usar conhecimento genético para melhorar o próprio humano seria anti-ético?
« Resposta #19 Online: 07 de Junho de 2015, 16:01:46 »
"Melhorar" abstratamente é sempre bom, por definição.

Os problemas começam conforme vai se analisando quais seriam os passos práticos e possíveis pontos em que a coisa poderia tomar rumos indesejáveis.

Você pode imaginar um futuro maravilhoso onde todo mundo é mais saudável, inteligente, belo, e com um bom temperamento, mas o caminho até aí não é algo simples.

Se você fez a analogia com "melhoramentos" em espécies animais pode já começar a procurar possíveis problemas por aí mesmo. Como agem os criadores? Há linhagens de animais selecionados "melhores" em traços que seriam análogos a todos os que se teria como desejáveis em humanos, ou apenas em especializações utilitárias? Existem outros efeitos colaterais?

Trecho recentemente eliminado do artigo da wikipédia:

Citar
Unequal access to genetic technologies

Both bioconservative and technoprogressive critics of liberal eugenics are concerned that consumer demand for reprogenetics may be created and manipulated, in a deliberate and coordinated way, on a very large scale, through mass-marketing techniques, to the advantage of corporate interests while having an adverse effect on society in general. Intertwined with the issue of "genism", they have focused on its likely socioeconomic consequences in societies in which divisions between rich and poor are on the rise.[8]

Bill McKibben, for example, suggests that emerging reprogenetic technologies would be disproportionately available to those with greater financial resources, thereby exacerbating the gap between rich and poor and creating a "genetic divide".[14] Lee M. Silver, a biologist and science writer who coined the term "reprogenetics" and supports its applications, has nonetheless expressed concern that these methods could create a two-tiered society of genetically-engineered "haves" and "have nots" if social democratic reforms lag behind implementation of reprogenetic technologies.[15]

Maxwell J. Mehlman argues that our democratic society could be endangered if unequal access to genetic enhancement technology creates a "genobility" and the gap between the genetically enhanced and unenhanced widens. Mehlman suggests that the government should subsidize the cost of genetic enhancement technology to ensure it is equally available.[16]

http://en.wikipedia.org/w/title=Liberal_eugenics&oldid=648795591#Unequal_access_to_genetic_technologies




Em termos de preocupação com o futuro de médio-longo prazo, há coisas bem mais baratas, relevantes, e seguras que se poderia fazer, não só como questões ambientais, mas incluindo mesmo as voltadas para melhor aproveitamento do potencial humano já existente.

Offline Brienne of Tarth

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Re:Usar conhecimento genético para melhorar o próprio humano seria anti-ético?
« Resposta #20 Online: 08 de Junho de 2015, 14:08:45 »
A eugenia positiva vai gerar seres humanos com pedigree e consequentemente haverá controles de pedigree e subdivisão dos humanos em sub-raças com características geneticamente programadas para o desempenho maximizado de atividades físicas e intelectuais que demandarão rações alimentícias especialmente desenvolvidas para elas, inclusive com ossinhos.

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Offline Brienne of Tarth

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Re:Usar conhecimento genético para melhorar o próprio humano seria anti-ético?
« Resposta #21 Online: 08 de Junho de 2015, 14:13:02 »
Não dava pra investir antes em saneamento básico, fornecimento de água tratada e boa alimentação? "Só" isso já aliviava um bocado de mazelas.

Em se tratando de "melhoria genética", como impedir que uma mãe dê à luz uma criança portadora da Trissomia do 21, se ela achar que isso será útil para a "alma" de ambos?  :hein:

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Offline El Elyon

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Re:Usar conhecimento genético para melhorar o próprio humano seria anti-ético?
« Resposta #22 Online: 08 de Junho de 2015, 14:33:49 »
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Não dava pra investir antes em saneamento básico, fornecimento de água tratada e boa alimentação?

Em certas partes do globo, isso não é mais um problema societal.

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Em se tratando de "melhoria genética", como impedir que uma mãe dê à luz uma criança portadora da Trissomia do 21, se ela achar que isso será útil para a "alma" de ambos? 

Simples, não se impede.

Tanto que uma possibilidade bastante real de um mundo de engenharia genética humana guiada por consumidores é que certos grupos de pessoas que são parte de subculturas específicas escolham que seus filhos tenham características que consideramos negativas, como o caso recente de Molly, cujos pais selecionaram embriões que portavam uma forma de surdez hereditária.
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São Beda.

Offline Brienne of Tarth

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Re:Usar conhecimento genético para melhorar o próprio humano seria anti-ético?
« Resposta #23 Online: 08 de Junho de 2015, 16:49:32 »
Sabe, a princípio eu não vejo mal nenhum em melhorar nossa espécie como se melhoram as demais, porém os outros animais não se envolvem em questões éticas/morais como nós, não vejo essa condição de preparo para aceitar essa melhoria genética tão cedo... :umm:
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Offline El Elyon

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Re:Usar conhecimento genético para melhorar o próprio humano seria anti-ético?
« Resposta #24 Online: 09 de Junho de 2015, 00:58:39 »
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Sabe, a princípio eu não vejo mal nenhum em melhorar nossa espécie como se melhoram as demais, porém os outros animais não se envolvem em questões éticas/morais como nós, não vejo essa condição de preparo para aceitar essa melhoria genética tão cedo...

Bom, a noção de melhoria da espécie é algo ambicioso e impositivo em demasia, e por natureza, incompatível com liberdades individuais. Modernamente é muito mais razoável se focar primeiro em terapia gênica em casos mais simples (doenças monogênicas onde o gene-alvo é reconhecido) do que em lidar com o aprimoramento gênico por si só, especialmente quando as características que se deseja alterar são poligênicas e sujeitas a uma série de interações a nível genético e epigênico que ainda não são bem compreendidas.

Mas essa área avança em passos largos, especialmente com a descoberta do sistema CRISPR-Cas9 de edição genômica. Não é uma questão de "preparar para aceitar', mas sim de aceitar o que virá. Se não for em nações ocidentais americanas ou europeias, serão leste-asiáticos com menos apegos essencialistas quanto à condição humana que levarão isso a frente.  :)
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