Mas acho que a motivação é meio "politicóide" sim, se formos considerar racismo/separatismo racial/etc, como uma linha "política".
É totalmente política. "Política", nesse aspecto, é entendido no sentido lato. Para alguns autores, só o fato de não se conseguir chegar a uma definição universal sobre o que é o terrorismo já deixa evidente o caráter político em todos os seus atos.
Ainda que usasse uma camisa com o símbolo do Apartheid, o tal Dylann ainda não foi identificado como afiliado a nenhum partido ou facção.
Novamente, não é necessária a afiliação a um grupo ou ideia "oficial". Uma das legislações americanas (eles possuem 4 ou 5) sobre terrorismo o definem como "praticada por indivíduos ou grupos".
Crime na esteira das recentes manifestações contrárias à violência policial de brancos contra negros, veiculado pela mídia na onda do coitadismo com relação aos negros, para mim o maior dos racismos.
Coitadismo? Tomar tiro nas costas e ver o assassino saindo livre é coitadismo?
Ok...
Indeed. Dentro do conceito que declara que o espetáculo tem que continuar, a martirização das vítimas é pratinho cheio para separatistas, de ambos os lados
O "propaganda by deed" visa buscar novos adeptos. Foi usado como é hoje pelos anarquistas russos para conquistar apoio.
Exato. Apenas esse motivo caracterizaria o ato como terrorista, então, por visar a exposição de uma postura intolerante e racista na mídia?
Uma coisa não exclui a outra.
Não diria que os gringos tenham clareza de raciocínio nessa questão após o 11 de setembro, mas eles com certeza são a balança do mundo nas questões relativas ao terrorismo...
Na verdade é justamente o contrário. Acadêmicos evitam certos bancos de dados americanos justamente por serem enviesados (como vemos agora) quanto ao que é ou não terrorismo, justamente por não existir uma independência entre governo e centros de pesquisa. O START é relativamente independente, por isso os números deles são bem divergentes quando comparados com os números de bancos de dados do Departamento de Defesa. Quando ocorre essa interferência direta, é mais tranquilo utilizar informações europeias ou da Indonésia, que hoje tem um dos principais centros de pesquisa em terrorismo do mundo.
A linha que os separa não seria apenas o "body count"?
O número de mortos é irrelevante para se considerar um ataque como terrorista. Se você acessar o GTD (Global Terrorism Database) vai achar lá desde a década de 70 quase 50.000 ataques que não tiveram feridos ou mortos, mas só destruição de patrimônio ou infraestrutura.
Nem sempre a violência perpetrada por um indivíduo que manifesta simpatia ou interesse por um determinado tipo de ideologia terá a ver com o modus operandi dos integrantes reais daquela organização.
Mas isso vai ser fundamental para definir o grupo como terrorista ou não. O PCC não é uma organização terrorista, apesar de ter no histórico ataques a policiais e estruturas do estado. O MST também não, apesar de ter os mesmos incidentes no histórico.
O terrorista não precisa ter um vínculo com um grupo terrorista ou não, mas para ser um grupo terrorista, este precisa ter influenciado e dado respaldo a ação violenta de natureza terrorista.
Todo ato terrorista é violento, mas nem todo ato violento é terrorista.