Autor Tópico: Debates entre ateus e religiosos  (Lida 4273 vezes)

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Offline JJ

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Debates entre ateus e religiosos
« Online: 28 de Julho de 2015, 09:03:13 »

O Dawkins tem uma posição oficial de não participar em qualquer debate do tipo, não só contra esse cara, se bem me lembro.


Mas é claro que ele não vai participar de um debate com Willian Lane Craig, ele perderia feio.  Ele simplesmente  não tem o conhecimento e o preparo do Craig.

Certamente que Richard Dawkins quebraria a cara se tentasse debater com Willian Lane Craig.




« Última modificação: 02 de Agosto de 2015, 09:28:51 por Geotecton »

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« Resposta #1 Online: 28 de Julho de 2015, 09:23:39 »
E isso de atribuir ao divino/sobrenatural o que (atualmente) não sabemos, não é um deus das lacunas? :hein:

Se você já   ACREDITA    logo  de início  (ou seja se já tem a ideia crença preconcebida) de que tudo/toda a realidade só pode ser a física/materialista, e de que a filosofia naturalista explica tudo, então na sua visão não haverá, obrigatoriamente, nenhuma lacuna não naturalista.

Entretanto se você não tem fé suficiente no naturalismo filosófico, então você irá considerar a possibilidade de que nem tudo será explicado  dentro da FILOSOFIA naturalista. E então haverá a possibilidade de existir lacunas que não serão explicadas dentro da filosofia naturalista.

O que deve ficar bem claro nesta questão é que em última instância você estará  sendo guiado por uma crença filosófica.

« Última modificação: 02 de Agosto de 2015, 09:39:13 por Geotecton »

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« Resposta #2 Online: 28 de Julho de 2015, 09:35:57 »
Uai, o cara (Craig) é treinado para enganar otário, então logicamente ele é especialista em retórica. Mas, quando o negócio é demonstrar o que se diz com evidências e fatos concretos esses tipinhos se fodem de verde e amarelo.


Então o Dawkins que não consegue refutá-lo é um otário.

O Wllian Lane Craig não se perde coisa nenhuma, ele é muito respeitado  no meio acadêmico, e fundamenta muito bem o que ele afirma. 

Quem se fodeu de verde e amarelo foram vários ateus que tentaram debater com ele.  Se ferraram feio. Da mesma forma que o Dawkins se ferraria, e  como não quer ser ferrado o Dawkins foge dele.







« Última modificação: 02 de Agosto de 2015, 09:39:32 por Geotecton »

Offline Johnny Cash

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« Resposta #3 Online: 28 de Julho de 2015, 09:46:46 »
Uai, o cara (Craig) é treinado para enganar otário, então logicamente ele é especialista em retórica. Mas, quando o negócio é demonstrar o que se diz com evidências e fatos concretos esses tipinhos se fodem de verde e amarelo.


Então o Dawkins que não consegue refutá-lo é um otário.

O Wllian Lane Craig não se perde coisa nenhuma, ele é muito respeitado  no meio acadêmico, e fundamenta muito bem o que ele afirma. 

Quem se fodeu de verde e amarelo foram vários ateus que tentaram debater com ele.  Se ferraram feio. Da mesma forma que o Dawkins se ferraria, e  como não quer ser ferrado o Dawkins foge dele.


Segundo a Wiki:

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Como filósofo, Craig se especializou em filosofia da religião, metafísica, e filosofia do tempo. Como teólogo, suas especialidades são estudos sobre o Jesus histórico e teologia filosófica. Craig fez contribuições importantes para discussões sobre o argumento cosmológico em favor da existência de Deus, a onisciência divina, teorias do tempo e eternidade e para a historicidade da ressurreição de Jesus. Sua pesquisa atual está relacionada com a auto-existência de Deus (asseidade divina) e o desafio que concepções platônicas sobre objetos abstratos apresentam para esta doutrina.

E o cara consegue sustentar isso tudo mesmo? Existência de Deus, onisciência divina, historicidade da ressureição de Jesus(?) ?
« Última modificação: 02 de Agosto de 2015, 09:39:50 por Geotecton »

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« Resposta #4 Online: 28 de Julho de 2015, 10:06:52 »
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Como filósofo, Craig se especializou em filosofia da religião, metafísica, e filosofia do tempo. Como teólogo, suas especialidades são estudos sobre o Jesus histórico e teologia filosófica. Craig fez contribuições importantes para discussões sobre o argumento cosmológico em favor da existência de Deus, a onisciência divina, teorias do tempo e eternidade e para a historicidade da ressurreição de Jesus. Sua pesquisa atual está relacionada com a auto-existência de Deus (asseidade divina) e o desafio que concepções platônicas sobre objetos abstratos apresentam para esta doutrina.

E o cara consegue sustentar isso tudo mesmo? Existência de Deus, onisciência divina, historicidade da ressureição de Jesus(?) ?

Ele obviamente não afirma provar a existência de Deus, o que ele apresenta são argumentos que tornam ele uma explicação plausível (e melhor do que outras) para certos fenômenos.

Quanto a ressurreição de jesus, ele deixa claro que esta questão só fará sentido para os historiadores (e as pessoas comuns) que aceitam a bíblia como fonte histórica.  Particularmente  eu acho que não é uma boa fonte histórica (mas não sei bem como isto é visto no geral no meio acadêmico de história).

Do que eu já vi e li da argumentação dele, o que eu considero muito boa é a parte filosófica, e nesta parte é que entra a possibilidade de existência de Deus. 


« Última modificação: 02 de Agosto de 2015, 09:40:08 por Geotecton »

Offline Johnny Cash

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« Resposta #5 Online: 28 de Julho de 2015, 10:13:59 »
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Como filósofo, Craig se especializou em filosofia da religião, metafísica, e filosofia do tempo. Como teólogo, suas especialidades são estudos sobre o Jesus histórico e teologia filosófica. Craig fez contribuições importantes para discussões sobre o argumento cosmológico em favor da existência de Deus, a onisciência divina, teorias do tempo e eternidade e para a historicidade da ressurreição de Jesus. Sua pesquisa atual está relacionada com a auto-existência de Deus (asseidade divina) e o desafio que concepções platônicas sobre objetos abstratos apresentam para esta doutrina.

E o cara consegue sustentar isso tudo mesmo? Existência de Deus, onisciência divina, historicidade da ressureição de Jesus(?) ?

Ele obviamente não afirma provar a existência de Deus, o que ele apresenta são argumentos que tornam ele uma explicação plausível (e melhor do que outras) para certos fenômenos.

Quanto a ressurreição de jesus, ele deixa claro que esta questão só fará sentido para os historiadores (e as pessoas comuns) que aceitam a bíblia como fonte histórica.  Particularmente  eu acho que não é uma boa fonte histórica.

Do que eu já vi e li da argumentação dele, o que eu considero muito boa é a parte filosófica, e nesta parte é que entra a possibilidade de existência de Deus. 


Estou fazendo essas perguntas pq eu conheço nada sobre esse senhor.

Mas confesso que ainda não entendi, então, o que é que ele afirma e como é que "fundamenta muito bem".

Filosoficamente pode se aventar a possibilidade de absolutamente qualquer coisa, não?
« Última modificação: 02 de Agosto de 2015, 09:40:26 por Geotecton »

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« Resposta #6 Online: 28 de Julho de 2015, 10:27:47 »
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Como filósofo, Craig se especializou em filosofia da religião, metafísica, e filosofia do tempo. Como teólogo, suas especialidades são estudos sobre o Jesus histórico e teologia filosófica. Craig fez contribuições importantes para discussões sobre o argumento cosmológico em favor da existência de Deus, a onisciência divina, teorias do tempo e eternidade e para a historicidade da ressurreição de Jesus. Sua pesquisa atual está relacionada com a auto-existência de Deus (asseidade divina) e o desafio que concepções platônicas sobre objetos abstratos apresentam para esta doutrina.

E o cara consegue sustentar isso tudo mesmo? Existência de Deus, onisciência divina, historicidade da ressureição de Jesus(?) ?

Ele obviamente não afirma provar a existência de Deus, o que ele apresenta são argumentos que tornam ele uma explicação plausível (e melhor do que outras) para certos fenômenos.

Quanto a ressurreição de jesus, ele deixa claro que esta questão só fará sentido para os historiadores (e as pessoas comuns) que aceitam a bíblia como fonte histórica.  Particularmente  eu acho que não é uma boa fonte histórica.

Do que eu já vi e li da argumentação dele, o que eu considero muito boa é a parte filosófica, e nesta parte é que entra a possibilidade de existência de Deus. 


Estou fazendo essas perguntas pq eu conheço nada sobre esse senhor.

Mas confesso que ainda não entendi, então, o que é que ele afirma e como é que "fundamenta muito bem".

Filosoficamente pode se aventar a possibilidade de absolutamente qualquer coisa, não?


No youtube tem vídeos com bons debates com ele. 

Quanto a questão da filosofia, é bom lembrar que  a ciência também tem seus fundamentos em princípios filosóficos.  E também é bom lembrar que as estranhas teorias de multiversos (que não estão comprovadas, mas que são a explicação preferida  por muitos cientificistas) também admitem a existência  de praticamente qualquer coisa. 

É bom lembrar também que CIENTIFICISMO também é uma FILOSOFIA.


« Última modificação: 02 de Agosto de 2015, 09:40:52 por Geotecton »

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« Resposta #7 Online: 28 de Julho de 2015, 10:31:30 »

Mas confesso que ainda não entendi, então, o que é que ele afirma e como é que "fundamenta muito bem".


Ele fundamenta na filosofia, na lógica (que afinal é parte da filosofia) e em descobertas científicas atuais. Alem de dominar muito bem a filosofia e a lógica, ele é muito, muito bem informado sobre a ciência atual.


« Última modificação: 02 de Agosto de 2015, 09:41:13 por Geotecton »

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« Resposta #8 Online: 28 de Julho de 2015, 11:04:48 »
Uai, o cara (Craig) é treinado para enganar otário, então logicamente ele é especialista em retórica. Mas, quando o negócio é demonstrar o que se diz com evidências e fatos concretos esses tipinhos se fodem de verde e amarelo.
Então o Dawkins que não consegue refutá-lo é um otário.

E é mesmo, ao insistir em 'jogar' nas condições propostas por seu oponente, ou seja, ficar discutindo aspectos filosóficos de crenças.


O Wllian Lane Craig não se perde coisa nenhuma, ele é muito respeitado  no meio acadêmico, e fundamenta muito bem o que ele afirma.

A "fundamentação" dele se baseia, na essência, em crença cientificamente indemonstrável e fé. Eu discuti isto, há muito tempo em um tópico, sobre como crentes usam o pensamento religioso sobre um arcabouço racional para se sustentar, ao mesmo tempo que SEMPRE fogem de todas as discussões quando há a possibilidade de serem refutados pela Ciência.


Quem se fodeu de verde e amarelo foram vários ateus que tentaram debater com ele.  Se ferraram feio. Da mesma forma que o Dawkins se ferraria, e  como não quer ser ferrado o Dawkins foge dele.

Então procure os debates entre o Lawrence Krauss e ele e depois me diga se você mantém o que afirmou.
« Última modificação: 02 de Agosto de 2015, 09:41:30 por Geotecton »
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« Resposta #9 Online: 28 de Julho de 2015, 11:07:21 »
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Como filósofo, Craig se especializou em filosofia da religião, metafísica, e filosofia do tempo. Como teólogo, suas especialidades são estudos sobre o Jesus histórico e teologia filosófica. Craig fez contribuições importantes para discussões sobre o argumento cosmológico em favor da existência de Deus, a onisciência divina, teorias do tempo e eternidade e para a historicidade da ressurreição de Jesus. Sua pesquisa atual está relacionada com a auto-existência de Deus (asseidade divina) e o desafio que concepções platônicas sobre objetos abstratos apresentam para esta doutrina.

E o cara consegue sustentar isso tudo mesmo? Existência de Deus, onisciência divina, historicidade da ressureição de Jesus(?) ?

Ele obviamente não afirma provar a existência de Deus, o que ele apresenta são argumentos que tornam ele uma explicação plausível (e melhor do que outras) para certos fenômenos.

Quanto a ressurreição de jesus, ele deixa claro que esta questão só fará sentido para os historiadores (e as pessoas comuns) que aceitam a bíblia como fonte histórica.  Particularmente  eu acho que não é uma boa fonte histórica.

Do que eu já vi e li da argumentação dele, o que eu considero muito boa é a parte filosófica, e nesta parte é que entra a possibilidade de existência de Deus. 


Estou fazendo essas perguntas pq eu conheço nada sobre esse senhor.

Mas confesso que ainda não entendi, então, o que é que ele afirma e como é que "fundamenta muito bem".

Filosoficamente pode se aventar a possibilidade de absolutamente qualquer coisa, não?


No youtube tem vídeos com bons debates com ele. 

Quanto a questão da filosofia, é bom lembrar que  a ciência também tem seus fundamentos em princípios filosóficos.  E também é bom lembrar que as estranhas teorias de multiversos (que não estão comprovadas, mas que são a explicação preferida  por muitos cientificistas) também admitem a existência  de praticamente qualquer coisa. 

É bom lembrar também que CIENTIFICISMO também é uma FILOSOFIA.

Mas também devemos nos lembrar que ciência é diferente de cientificismo. E cientistas são diferentes de cientificistas, não é mesmo? Embora possam existir pessoas que acumulam ambas as características.

E eu concordo sobre o ponto das teorias do multiverso.


Mas confesso que ainda não entendi, então, o que é que ele afirma e como é que "fundamenta muito bem".


Ele fundamenta na filosofia, na lógica (que afinal é parte da filosofia) e em descobertas científicas atuais. Alem de dominar muito bem a filosofia e a lógica, ele é muito, muito bem informado sobre a ciência atual.

Vou ver alguns debates quando puder, mas o que exatamente ele afirma?

Veja, do ponto de vista lógico apenas é possível se afirmar desde a existência dos multiversos e de Deus, até a coloração verde do curupira e a não existência teórica da Thammy Gretchen.
« Última modificação: 02 de Agosto de 2015, 09:38:54 por Geotecton »

Offline Geotecton

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« Resposta #10 Online: 28 de Julho de 2015, 11:11:14 »

Mas confesso que ainda não entendi, então, o que é que ele afirma e como é que "fundamenta muito bem".
Ele fundamenta na filosofia, na lógica (que afinal é parte da filosofia) e em descobertas científicas atuais. Alem de dominar muito bem a filosofia e a lógica, ele é muito, muito bem informado sobre a ciência atual.

Você está equivocado.

A única investida dele - e equivocada - na intersecção entre Ciência e crendice religiosa cristã travestida de 'filosofia' é sobre o Argumento Cosmológico Kalam, que foi refutado por Krauss.
« Última modificação: 02 de Agosto de 2015, 09:38:32 por Geotecton »
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« Resposta #11 Online: 28 de Julho de 2015, 13:06:33 »

Quem se fodeu de verde e amarelo foram vários ateus que tentaram debater com ele.  Se ferraram feio. Da mesma forma que o Dawkins se ferraria, e  como não quer ser ferrado o Dawkins foge dele.

Então procure os debates entre o Lawrence Krauss e ele e depois me diga se você mantém o que afirmou.


Vou procurar. Mas note que eu não disse que foram TODOS os ateus que debateram com ele. Eu disse que foram vários.  Mesmo que o K. tenha se dado melhor, vários outros ateus se ferraram.


E continua sendo verdadeiro que o  Dawkins  foge do Craig.     :D



« Última modificação: 02 de Agosto de 2015, 09:38:13 por Geotecton »

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« Resposta #12 Online: 28 de Julho de 2015, 13:20:31 »


No youtube tem vídeos com bons debates com ele. 

Quanto a questão da filosofia, é bom lembrar que  a ciência também tem seus fundamentos em princípios filosóficos.  E também é bom lembrar que as estranhas teorias de multiversos (que não estão comprovadas, mas que são a explicação preferida  por muitos cientificistas) também admitem a existência  de praticamente qualquer coisa. 

É bom lembrar também que CIENTIFICISMO também é uma FILOSOFIA.

Mas também devemos nos lembrar que ciência é diferente de cientificismo. E cientistas são diferentes de cientificistas, não é mesmo? Embora possam existir pessoas que acumulam ambas as características.


Um cientista pode ser sim cientificista, aliás  acredito que  isto seja  bem comum.

« Última modificação: 02 de Agosto de 2015, 09:37:52 por Geotecton »

Offline Johnny Cash

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« Resposta #13 Online: 28 de Julho de 2015, 13:29:51 »
E foi exatamente por isso que eu disse que pessoas podem acumular as características, os conceitos é que são distintos.
« Última modificação: 02 de Agosto de 2015, 09:37:34 por Geotecton »

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« Resposta #14 Online: 28 de Julho de 2015, 15:56:57 »
O termo "cientificismo" também acumulou uma série de sentidos durante os séculos. No início do século XIX indicava simplesmente a forma de se portar e comunicar de um homem da ciência (isto é, o uso de termos técnicos mesmo em conversas informais). Na época "ciência" era um conceito restrito as ciências da natureza, logo não se aplicava aquilo que hoje chamamos de ciências humanas (isto é, psicologia, antropologia, sociologia e etc.). Ainda na primeira metade do século XIX, alguns pensadores passaram a querer aplicar a metodologia de investigação das ciências naturais nos estudos de assuntos das áreas humanas, como na psicologia e na sociologia, e passaram a chamar estas formas de conhecimento também de ciência. Esta postura foi recebida por boa parte da comunidade científica e também por outros intelectuais da época, de forma negativa, que passaram a chama-la de cientificismo. Cientificismo agora adquiria sentido pejorativo, indicando qualquer tentativa de aplicação da metodologia científica fora do campo da ciência, isto é, das ciências da natureza. Este sentido se consolidou nas primeiras décadas do século XX. Posteriormente, por volta da metade do século XX, religiosos começaram a usar a palavra cientificismo para indicar qualquer preconceito de homens da ciência para com formas de conhecimento não científica, e a palavra virou uma forma de atacar cientistas e teorias científicas que refutassem e/ou desmerecessem estes outros campos do saber. Hoje cientificismo é majoritariamente entendido como a crença de que a ciência é o único campo do saber capaz de produzir conhecimento seguro e relevante, e que todas as outras formas do saber devem se adequar a metodologia científica de investigação, ou que então não possuem relevância ou importância. Alguns pensadores auto-declarados cientificistas se defendem dizendo que o objetivo do cientificismo não é o de aplicar a ciência em todos os níveis, mas simplesmente reconhecer que a ciência é a melhor forma de se investigar as coisas.
« Última modificação: 02 de Agosto de 2015, 09:37:16 por Geotecton »
"Che non men che saper dubbiar m'aggrada."
"E, não menos que saber, duvidar me agrada."

Dante, Inferno, XI, 93; cit. p/ Montaigne, Os ensaios, Uma seleção, I, XXV, p. 93; org. de M. A. Screech, trad. de Rosa Freire D'aguiar

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« Resposta #15 Online: 28 de Julho de 2015, 16:53:35 »

Você está equivocado.

A única investida dele - e equivocada - na intersecção entre Ciência e crendice religiosa cristã travestida de 'filosofia' é sobre o Argumento Cosmológico Kalam, que foi refutado por Krauss.

Videozinho lá das bandas do Lane Craig sobre o Argumento Cosmológico.
Detalhe: está visualmente bem apresentado.

<a href="https://www.youtube.com/v/1nHsebfA_Gs" target="_blank" class="new_win">https://www.youtube.com/v/1nHsebfA_Gs</a>
« Última modificação: 02 de Agosto de 2015, 09:36:58 por Geotecton »

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« Resposta #16 Online: 28 de Julho de 2015, 17:31:30 »

Você está equivocado.

A única investida dele - e equivocada - na intersecção entre Ciência e crendice religiosa cristã travestida de 'filosofia' é sobre o Argumento Cosmológico Kalam, que foi refutado por Krauss.

Videozinho lá das bandas do Lane Craig sobre o Argumento Cosmológico.
Detalhe: está visualmente bem apresentado.

<a href="https://www.youtube.com/v/1nHsebfA_Gs" target="_blank" class="new_win">https://www.youtube.com/v/1nHsebfA_Gs</a>
Supondo que estejam certos em sua conclusão, de que Deus é a causa do Universo1, e segundo as próprias premissas por eles assumidas como certas, de que nada pode ser eterno, e nada pode causar a si mesmo, logo, quem ou o que é a causa de Deus?

1 - ignorando que assumir que algo é a causa do universo não necessariamente prova que Deus, como definido pelas religiões abraâmicas, exista e seja de fato a causa do universo.
« Última modificação: 02 de Agosto de 2015, 09:36:40 por Geotecton »
"Che non men che saper dubbiar m'aggrada."
"E, não menos que saber, duvidar me agrada."

Dante, Inferno, XI, 93; cit. p/ Montaigne, Os ensaios, Uma seleção, I, XXV, p. 93; org. de M. A. Screech, trad. de Rosa Freire D'aguiar

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« Resposta #17 Online: 28 de Julho de 2015, 18:36:24 »

Supondo que estejam certos em sua conclusão, de que Deus é a causa do Universo1, e segundo as próprias premissas por eles assumidas como certas, de que nada pode ser eterno, e nada pode causar a si mesmo, logo, quem ou o que é a causa de Deus?

1 - ignorando que assumir que algo é a causa do universo não necessariamente prova que Deus, como definido pelas religiões abraâmicas, exista e seja de fato a causa do universo.

É uma das conclusões do Argumento Cosmológico: "Uma vez que o Universo não pode causar a si mesmo, a sua causa deve estar além do espaço-tempo. Ela deve ser não-espacial, atemporal, imaterial e não-causada".

ou

Citar
Entretanto, não é possível recuar infinitamente numa série de causas, pois assim o Universo nem poderia começar. Sendo impossível a regressão infinita, deve haver uma causa primeira, que é necessariamente incausada.
https://pt.wikipedia.org/wiki/Argumento_da_causa_primeira

Eu não assino esse argumento.
Não temos como saber.
« Última modificação: 02 de Agosto de 2015, 09:36:18 por Geotecton »

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« Resposta #18 Online: 28 de Julho de 2015, 19:23:15 »

Supondo que estejam certos em sua conclusão, de que Deus é a causa do Universo1, e segundo as próprias premissas por eles assumidas como certas, de que nada pode ser eterno, e nada pode causar a si mesmo, logo, quem ou o que é a causa de Deus?

1 - ignorando que assumir que algo é a causa do universo não necessariamente prova que Deus, como definido pelas religiões abraâmicas, exista e seja de fato a causa do universo.

É uma das conclusões do Argumento Cosmológico: "Uma vez que o Universo não pode causar a si mesmo, a sua causa deve estar além do espaço-tempo. Ela deve ser não-espacial, atemporal, imaterial e não-causada".

ou

Citar
Entretanto, não é possível recuar infinitamente numa série de causas, pois assim o Universo nem poderia começar. Sendo impossível a regressão infinita, deve haver uma causa primeira, que é necessariamente incausada.
https://pt.wikipedia.org/wiki/Argumento_da_causa_primeira

Eu não assino esse argumento.
Não temos como saber.
Reconheço esta problemática, mas isso refuta a premissa de que tudo que existe deve ter tido uma causa, e é também muito conveniente para um teísta dizer que a causa primeira seja Deus. Além disso, mesmo aceitando como certo que existe uma causa primeira, não se provou que esta causa seja a causa do Universo, e muito menos que esta causa seja Deus.

Na Wikipédia também esta escrito que "Existem críticas [a este argumento], a primeira é que as premissas não são necessariamente verdadeiras, não se pode dizer que tudo precisa ter causa e que o Universo teve um começo. A segunda é que a própria causalidade não é um conceito pacificado em filosofia como explicou David Hume. Existem também modelos de causalidade não lineares como na teoria do caos, nos quais cada evento é causa e efeito de outro. Por fim, aventa-se a possibilidade de uma regressão infinita como na teoria M, segundo a qual o Universo não possui começo nem fim."

Obs: Eu imaginei que você não assinava este argumento, só quis demonstrar as problemáticas do mesmo!
« Última modificação: 02 de Agosto de 2015, 09:36:01 por Geotecton »
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« Resposta #19 Online: 28 de Julho de 2015, 20:19:31 »
Esse debate sobre a primeira causa é muito difícil.
Digo isso por causa dos conceitos que temos de tempo.
Ao se falar em primeira causa, estamos fazendo uso do conceito intuitivo do transcorrer do tempo.

A Teoria do Big Bang nos informa que o tempo também começou. Se começou, não faz sentido se falar em causa primeira, porque não existe tempo fora do universo (ou antes dele). Não tem como imaginar um transcorrer de tempo antes do Big Bang e, por esse motivo, cai por terra a causa primeira, uma que estivesse inserida num tempo externo ao universo, esperando a hora de ocorrer. Ora, não temos tempo antes do Big Bang, portanto, não tem numeração ordinal, primeira nem segunda nem terceira.

Resumo: não temos apetrechos cerebrais para imaginar um tempo fora do universo, anterior ao Big Bang, que contivesse um tempo-filho dentro do universo, depois do Big Bang. E se houvesse esse tempo-pai, por que não haveria um tempo-avô?

A minha opinião é de que estamos dentro de um processo caixa-preta fechada. Por mais que venha a tecnologia e as descobertas científicas, o ser humano não chegará a uma visão global do quadro. Estamos dentro da caixa. Não temos como enxergar de fora da caixa.

Para complicar mais ainda o samba, veio a Mecânica Quântica estipulando que aquilo que é, pode não ser.

Eu desisti.

Mas apenas no sentido de determinar um veredito para a Verdade.
No que tange a apreciar a beleza das descobertas científicas, a beber todos os dias e cada vez mais das infinitas possibilidades daquilo que chamamos universo, a sorver com entusiasmo as notícias de novas ideias e teorias e suposições sobre os mistérios da vida, todas essas coisas, não. Quanto a isso, eu não desisti e não desistirei.
Mesmo assim, sou agnóstico.
« Última modificação: 02 de Agosto de 2015, 09:35:35 por Geotecton »

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« Resposta #20 Online: 28 de Julho de 2015, 20:49:41 »
Esse debate sobre a primeira causa é muito difícil.[...]

Na verdade, meu caro Gabarito, esse debate é muito fácil, dado que permite se sustentar basicamente o que bem desejar, bastando apenas escolher com algum cuidado as premissas e conclusões, não sendo necessária qualquer apresentação de evidência.

Vai a gosto do freguês.
« Última modificação: 02 de Agosto de 2015, 09:35:15 por Geotecton »

Offline Gabarito

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Debates entre ateus e religiosos
« Resposta #21 Online: 28 de Julho de 2015, 20:55:38 »
Na verdade, meu caro Gabarito, esse debate é muito fácil, dado que permite se sustentar basicamente o que bem desejar, bastando apenas escolher com algum cuidado as premissas e conclusões, não sendo necessária qualquer apresentação de evidência.

Vai a gosto do freguês.


Pois é. E tem também essa postura.
Atende a todos os gostos. :)
« Última modificação: 02 de Agosto de 2015, 09:34:54 por Geotecton »

Offline JJ

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« Resposta #22 Online: 01 de Agosto de 2015, 17:55:25 »

Quem se fodeu de verde e amarelo foram vários ateus que tentaram debater com ele.  Se ferraram feio. Da mesma forma que o Dawkins se ferraria, e  como não quer ser ferrado o Dawkins foge dele.

Então procure os debates entre o Lawrence Krauss e ele e depois me diga se você mantém o que afirmou.


Vou procurar. Mas note que eu não disse que foram TODOS os ateus que debateram com ele. Eu disse que foram vários.  Mesmo que o K. tenha se dado melhor, vários outros ateus se ferraram.


E continua sendo verdadeiro que o  Dawkins  foge do Craig.     :D



Vi um debate entre o Krauss e o Craig, e sem dúvida o Craig foi melhor, seja na correção dos argumentos filosóficos, seja na educação:

https://www.youtube.com/watch?v=HX6y-N0hF5Q

E  comentei um pouco mais aqui neste tópico, ../forum/topic=29272.0.html#new

no qual acho melhor para caso alguém queira continuar a discussão.


PS. Não é a toa que o Dawkins foge do Craig, ele realmente é muito bom.



« Última modificação: 02 de Agosto de 2015, 09:34:36 por Geotecton »

Offline Geotecton

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« Resposta #23 Online: 01 de Agosto de 2015, 19:27:04 »

Quem se fodeu de verde e amarelo foram vários ateus que tentaram debater com ele.  Se ferraram feio. Da mesma forma que o Dawkins se ferraria, e  como não quer ser ferrado o Dawkins foge dele.

Então procure os debates entre o Lawrence Krauss e ele e depois me diga se você mantém o que afirmou.


Vou procurar. Mas note que eu não disse que foram TODOS os ateus que debateram com ele. Eu disse que foram vários.  Mesmo que o K. tenha se dado melhor, vários outros ateus se ferraram.


E continua sendo verdadeiro que o  Dawkins  foge do Craig.     :D



Vi um debate entre o Krauss e o Craig, e sem dúvida o Craig foi melhor, seja na correção dos argumentos filosóficos, seja na educação:

https://www.youtube.com/watch?v=HX6y-N0hF5Q

E  comentei um pouco mais aqui neste tópico, ../forum/topic=29272.0.html#new

no qual acho melhor para caso alguém queira continuar a discussão.


PS. Não é a toa que o Dawkins foge do Craig, ele realmente é muito bom.

Caro JJ

Assim que eu puder, farei comentários sobre alguns trechos do debate.

No entanto fiquei estarrecido que você não tenha percebido o quão frágil e ridícula é a posição do Craig em diversos segmentos do debate.
« Última modificação: 02 de Agosto de 2015, 09:34:17 por Geotecton »
Foto USGS

Offline Moro

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« Resposta #24 Online: 01 de Agosto de 2015, 22:33:47 »
JJ, o Craig foi demolido nesse debate.
« Última modificação: 02 de Agosto de 2015, 09:33:58 por Geotecton »
“If an ideology is peaceful, we will see its extremists and literalists as the most peaceful people on earth, that's called common sense.”

Faisal Saeed Al Mutar


"To claim that someone is not motivated by what they say is motivating them, means you know what motivates them better than they do."

Peter Boghossian

Sacred cows make the best hamburgers

I'm not convinced that faith can move mountains, but I've seen what it can do to skyscrapers."  --William Gascoyne

 

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