Autor Tópico: Japão pede para que universidades cancelem cursos de humanas  (Lida 9124 vezes)

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Offline Criaturo

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Re:Japão pede para que universidades cancelem cursos de humanas
« Resposta #100 Online: 17 de Outubro de 2015, 23:01:19 »
Olha o escocês aí geeeeenteeee!!!!!

 os que se declaram cristão ja demonstram que não o são!
E este aqui? ::)

ok voces ganharam, me obrigaram a bancar o escocês:
Este cristão   não possui fé ta mais para ateu,mas conheci um leão que tinha fé em Deus, tudo aconteceu quando um homem perdido em uma selva se deparou com um leão,não tendo como se defender só restou apelar para sua fé em Deus, ajoelhando começou a orar: "Sr. fazei que este leão seja um "bom" cristão assim como eu", então foi ai que aconteceu o milagre , o leão que ja vinha correndo em direção ao homem, derrepente parou, ajoelhou e tambem começou a orar: "Sr. agradeço pela primeira refeição do dia"!  :histeria:
« Última modificação: 17 de Outubro de 2015, 23:03:39 por Criaturo »
existência é igual a  ciência, sem nenhuma ciência sem existência.

Amo sofia mas, ela parece fugir de mim, de tão longe faz o meu amor platônico.

Offline Fabrício

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Re:Japão pede para que universidades cancelem cursos de humanas
« Resposta #101 Online: 18 de Outubro de 2015, 10:16:59 »
Hehehe, boa essa, o cristão que  mata automaticamente vira ateu  :biglol:... falácia do escocês em seu estado mais puro.
"Deus prefere os ateus"

Offline Criaturo

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Re:Japão pede para que universidades cancelem cursos de humanas
« Resposta #102 Online: 18 de Outubro de 2015, 12:28:52 »
Hehehe, boa essa, o cristão que  mata automaticamente vira ateu  :biglol:... falácia do escocês em seu estado mais puro.
não exatamente alguns matam por não temerem punições nem humanas nem divinas, ja outros temem os dois tipos.
existência é igual a  ciência, sem nenhuma ciência sem existência.

Amo sofia mas, ela parece fugir de mim, de tão longe faz o meu amor platônico.

Offline Skeptikós

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Re:Japão pede para que universidades cancelem cursos de humanas
« Resposta #103 Online: 19 de Outubro de 2015, 16:46:25 »
Hehehe, boa essa, o cristão que  mata automaticamente vira ateu  :biglol:... falácia do escocês em seu estado mais puro.
não exatamente alguns matam por não temerem punições nem humanas nem divinas, ja outros temem os dois tipos.
E outros matam por acharem que é isso que o divino defende.
"Che non men che saper dubbiar m'aggrada."
"E, não menos que saber, duvidar me agrada."

Dante, Inferno, XI, 93; cit. p/ Montaigne, Os ensaios, Uma seleção, I, XXV, p. 93; org. de M. A. Screech, trad. de Rosa Freire D'aguiar

Offline Criaturo

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Re:Japão pede para que universidades cancelem cursos de humanas
« Resposta #104 Online: 19 de Outubro de 2015, 20:31:58 »
Hehehe, boa essa, o cristão que  mata automaticamente vira ateu  :biglol:... falácia do escocês em seu estado mais puro.
não exatamente alguns matam por não temerem punições nem humanas nem divinas, ja outros temem os dois tipos.
E outros matam por acharem que é isso que o divino defende.

sim o deus dos exércitos hebreus, e o deus da inquisição católica e também o deus do estômagos humanos e dos animais
« Última modificação: 19 de Outubro de 2015, 20:34:19 por Criaturo »
existência é igual a  ciência, sem nenhuma ciência sem existência.

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Offline Buckaroo Banzai

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Re:Japão pede para que universidades cancelem cursos de humanas
« Resposta #105 Online: 29 de Julho de 2017, 06:16:49 »
Falar que o estudo de Humanidades não serve pra nada, é uma tremenda ignorância.

É a predominância do lado esquerdo do cérebro sobre o lado direito. A universidade de Harvard chegou a incluir há uns anos atrás uma disciplina de poesia, obrigatória do curso de química. Veja o que essa moça diz no discurso de formatura:

<a href="https://www.youtube.com/v/_5CUAO-IS18&amp;feature=youtu.be" target="_blank" class="new_win">https://www.youtube.com/v/_5CUAO-IS18&amp;feature=youtu.be</a>

Só 14 "likes". :|



Acho que em humanas também achariam muito benvindo um curso de química, uma exceção dentro do corpo de construtos da ciência burguesa eurocêntrica patriarcal:

https://faculdadeoucracolandia.tumblr.com/

(NSFW)

Offline Zero

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Re:Japão pede para que universidades cancelem cursos de humanas
« Resposta #106 Online: 11 de Agosto de 2017, 19:19:50 »
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A morte das ciências humanas vai matar também as exatas

É crucial reconhecer que as descobertas nascem da curiosidade.

A ciência está matando as humanidades: eu não sou o primeiro a afirmar isto, nem serei o último. Os líderes norte-americanos estão apressando essa morte, seja por causa das suas prioridades, seja por causa das suas opções políticas. Enquanto muitos estudiosos provavelmente vão lamentar o fim das humanidades, outros já começaram a aceitar estoicamente a ideia de que não vale a pena tentar salvar as ciências humanas.

John Ellis escreve sobre este declínio:
“Os cursos que oferecem uma visão geral das realizações da cultura ocidental foram abolidos em quase todos os lugares; os cursos obrigatórios sobre a história e sobre as instituições desta nação também foram deixados de lado e até as faculdades de literatura deixaram de exigir Shakespeare como parte essencial da literatura inglesa. Mesmo quando cursos anteriormente obrigatórios ainda são oferecidos como opcionais, costuma-se apresentá-los a partir de uma perspectiva preconceituosa do nosso passado cultural, o que tende a desencorajar estudos mais aprofundados”.

Ellis identifica uma tendência real, embora não muito inteligível: ler Shakespeare pode até deixar de ser exigido, mas quem se formar em literatura inglesa sem ter lido Shakespeare deverá ter realizado uma tarefa hercúlea para se desviar de Hamlet, Otelo ou Macbeth.

No entanto, mesmo que as faculdades de ciências humanas, em seu estado atual, não desapareçam, Ellis não responde se as ciências humanas, tais como devem ser ensinadas, ainda valem a pena. Ele pode não ter uma resposta, mas eu gostaria de declarar um sonoro “sim”. Hoje nós podemos assistir às ciências matando as humanidades, mas amanhã vamos perceber que a morte das humanidades vai matar também as ciências.

Alguns anos atrás, em uma conferência sobre a chamada “educação STEM” (ciência, tecnologia, engenharia e matemática, na sigla em inglês), especialistas dentre os mais importante dos EUA se reuniram para lamentar que estávamos todos “condenados”, porque “não havia alunos suficientes interessados em ciências”. Alguns dos palestrantes tinham credenciais impressionantes: um dos oradores era Dean Kamen, o inventor do Segway; outro era Bill Nye, o “Science Guy”.

Eu participei de grupos de discussões específicas naquele evento e tive a sensação de que os professores de ciências nos EUA estavam estranhamente desconectados da maneira como as pessoas vivem e pensam. A maioria das recomendações que eles traziam soava banal: “Precisamos mudar a imagem cultural que as pessoas têm do cientista nerd”, repetiam.
Mas, de forma mais ampla, o problema com esses eventos é o seu objetivo, que, basicamente, é o de ajudar a encontrar substitutos para os atuais trabalhadores dos ramos de exatas. Enquanto eles se lamentavam porque “os jovens norte-americanos não estão interessados nos trabalhos científicos que nós temos para eles”, eu não podia deixar de me lembrar de uma passagem do livro “Coração das Trevas”, de Joseph Conrad, para a qual William Deresiewicz tinha chamado a minha atenção em certa ocasião:
“Ele estava empregado nisso desde a mocidade. Era obedecido, mas não inspirava nem amor, nem medo; nem mesmo respeito. Ele inspirava mal-estar. Isso, apenas mal-estar. Não era uma desconfiança definida; apenas mal-estar, nada mais. Você não tem ideia do quanto pode ser eficaz uma… uma… capacidade desse tipo. Ele não tinha nenhum grande talento para organizar, nem para tomar a iniciativa, nem sequer para comandar… Ele não tinha nenhum conhecimento, nem inteligência. Seu cargo tinha chegado até ele. Por quê? Ele não originava nada, ele apenas mantinha a rotina; só isso. Mas ele impressionava. Ele impressionava graças a essa pequena coisa, essa impossibilidade dizer o que controlava um homem daqueles. Ele nunca revelou esse segredo”.

Como Deresiewicz aponta, esta é a descrição perfeita da burocracia: ela está cheia de gente que mantém o status quo, mas não de gente que define qual é o status quo. Isso não quer dizer que as pessoas presentes na conferência fossem todas burocratas; algumas delas eram empreendedoras, realizadas; e tinham que ser, para terem chegado até a posição que ocupavam. Mas elas queriam, essencialmente, treinar a próxima geração para ocupar papéis precisos e para ter o preciso conhecimento que elas próprias tinham.

Não é assim que o mundo funciona. Os problemas de amanhã são sempre diferentes dos problemas de hoje. As soluções que funcionam hoje não vão responder a todas as questões que surgirão na próxima década. Adaptar-se ao amanhã só é possível a partir do próprio ato de se viver em sociedade. E isto é assim porque aquele adágio surrado que diz que “a necessidade é a mãe da invenção” é pura verdade: quanto mais as pessoas precisarem (ou pensarem que precisam), mais elas vão inventar.

Há uma abundância de sociedades que têm ou tiveram sistemas educacionais dedicados quase exclusivamente à formação de estudantes de ciências e de engenharia. A China faz isso hoje, assim como a União Soviética o fez em seu tempo. Mas, apesar de estar na moda declamar que a escassez de habilidades em matemática e ciências põe o nosso futuro em risco, este medo não se mostrou matematicamente verdadeiro no passado. O Japão é bem posicionado nos rankings de desempenho acadêmico, mas o seu desempenho econômico não tem refletido este sucesso.

Educadores e tecnocratas acreditam, erroneamente, que já sabemos ou já pensamos em tudo de que precisamos para o próximo boom econômico ou para a próxima revolução científica. Tudo seria apenas questão de dar à próxima geração as respostas que nós já temos. Acontece, porém, que é menos importante treinar as pessoas para chegarem à próxima fronteira do que educá-las para discernirem quais são as fronteiras que vale a pena cruzar. Teoricamente, é para isso que existe a educação nas artes liberais. Na prática, isso nem sempre é verdade: as faculdades de humanas tenderam de tal forma ao pensamento de grupo na geração passada que provavelmente não melhoraram as habilidades de pensamento crítico dos alunos nem a sua criatividade.

Mesmo que as artes liberais já não sirvam ao seu propósito tradicional, no entanto, isso não significa que esse objetivo não seja valioso. O valor principal de uma educação em artes liberais é que ela incentiva o debate e a discordância. Diferentemente da matemática, é raro que haja nas artes liberais uma resposta claramente correta. Algumas declarações sobre arte ou literatura são mais verdadeiras do que outras, mas nunca há uma perspectiva que possa servir indefinidamente. Isto ocorre porque o “melhor que já foi pensado e dito” foi mudando ao longo do tempo; mais ainda: o mundo foi mudando. O “Édipo Rei”, de Sófocles, ou o “Frankenstein”, de Mary Shelley, não podem nos dizer definitivamente o que devemos pensar sobre o cientificismo ou sobre o pós-humanismo, mas nos forçam a enfrentar os cantos mais escuros do iluminismo para os quais relutamos em voltar os olhos.

As ciências humanas, entretanto, podem fazer mais do que nos ajudar a entender o que não deveríamos estar fazendo: elas podem nos ajudar a contemplar o que deveríamos fazer. Podemos estar bem longe do mundo clássico que separava as artes liberais (artes liberales) das artes técnicas (artes serviles), mas as artes liberais ainda são indispensáveis porque fomentam a curiosidade intelectual e o desejo de aprender pelo prazer de aprender. As ciências também podem fazer isso: alguns cientistas atingem marcos importantes mesmo sem a capacidade de pensar criativamente. Mas os professores de ciências nem sempre entendem as implicações do campo em que querem educar: se eles acreditam que podem fornecer toda a educação de que as pessoas precisam para o futuro, eles já falharam. As ideias não são um instrumento para o futuro, mas são, em si mesmas, objetivos dignos de busca.

As iniciativas educacionais geralmente focam no currículo, mas promover a curiosidade intelectual não é algo facilmente descritível num currículo. Essa tarefa depende da cultura da escola e dos valores dos alunos e dos instrutores. De qualquer forma, nenhum educador deveria começar a elaborar uma política educacional sem reconhecer que a próxima revolução tecnológica não virá de pessoas que sempre têm a resposta certa, mas de pessoas cuja aprendizagem as dotou de curiosidade intelectual suficiente para se sentirem à vontade mesmo quando obtêm a resposta errada.

https://pt.aleteia.org/2016/01/26/a-morte-das-ciencias-humanas-vai-matar-tambem-as-exatas-2/?ru=b4127ec0c12e59207195a9bc32e85f72

Offline Pagão

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Re:Japão pede para que universidades cancelem cursos de humanas
« Resposta #107 Online: 24 de Agosto de 2017, 17:34:08 »
Estava pensando nisso esses dias. Aqui é muito engraçado a quantidade de áreas de humanas que existem, que basicamente só servem para formar professores. Queria que algum professor de sociologia de esquerda (pleonasmo) explicasse em que a profissão dele ajuda a sociedade. Obviamente ele faria proselitismo.

Talvez as "áreas de humanas" sirvam para ajudar a sociedade a ser formada por humanos...

Sou de História, estudo sobre diversos assuntos, publico (agora já não exceto na Net), emito opiniões sobre vários temas, visito cidades e respetivos centros culturais com alguma ideia do que estou vendo e do que quero ver, leio um grande número de livros, etc...

Sempre muito melhor estudante do que eu alguma vez fui, meu filho está terminando o mestrado de Engenharia Mecânica com altas notas e entrou no curso com a nota máxima em Matemática... Não lê um livro, recusa-se a estudar outros temas, recusa-se a dar opinião sobre o que quer que seja, nada sabe de política, história, religião, ou seja lá o que for que não tenha a ver com o curso. Nos tempos livres, passa o tempo em jogos da Net ou a ver vídeos idiotas na mesma... Consegui levá-lo a duas viagens ao estrangeiro onde se mostrou interessado no que lhe mostrei, mas isso em nada alterou o seu comportamento posterior... Ele, para mim, é um exemplo de que as "áreas humanas" são vitais para formar humanos...

O melhor amigo dele é tal e qual o mesmo, mas ainda melhor aluno... Não consigo entender como se pode ser assim... :?
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Offline EuSouOqueSou

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Re:Japão pede para que universidades cancelem cursos de humanas
« Resposta #108 Online: 24 de Agosto de 2017, 18:03:52 »
Eu penso da seguinte forma, se a área de exatas sao obrigadas a terem uma ou outra disciplina de humanas no currículo, façam o mesmo no sentido oposto. Coloquem disciplinas básicas de física, matematica ou ciencia em geral pro povo de humanas. Se é pra formar cidadaos q eles entendam o basico de ciencias tbm.
Qualquer sistema de pensamento pode ser racional, pois basta que as suas conclusões não contrariem as suas premissas.

Mas isto não significa que este sistema de pensamento tenha correspondência com a realidade objetiva, sendo este o motivo pelo qual o conhecimento científico ser reconhecido como a única forma do homem estudar, explicar e compreender a Natureza.

Offline Gauss

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Re:Japão pede para que universidades cancelem cursos de humanas
« Resposta #109 Online: 24 de Agosto de 2017, 21:46:48 »
Eu penso da seguinte forma, se a área de exatas sao obrigadas a terem uma ou outra disciplina de humanas no currículo, façam o mesmo no sentido oposto. Coloquem disciplinas básicas de física, matematica ou ciencia em geral pro povo de humanas. Se é pra formar cidadaos q eles entendam o basico de ciencias tbm.

Concordo.
Citação de: Gauss
Bolsonaro é um falastrão conservador e ignorante. Atualmente teria 8% das intenções de votos, ou seja, é o Enéas 2.0. As possibilidades desse ser chegar a presidência são baixíssimas, ele só faz muito barulho mesmo, nada mais que isso. Não tem nenhum apoio popular forte, somente de adolescentes desinformados e velhos com memória curta que acham que a ditadura foi boa só porque "tinha menos crime". Teria que acontecer uma merda muito grande para ele chegar lá.

Offline Pagão

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Re:Japão pede para que universidades cancelem cursos de humanas
« Resposta #110 Online: 25 de Agosto de 2017, 08:20:32 »
Eu penso da seguinte forma, se a área de exatas sao obrigadas a terem uma ou outra disciplina de humanas no currículo, façam o mesmo no sentido oposto. Coloquem disciplinas básicas de física, matematica ou ciencia em geral pro povo de humanas. Se é pra formar cidadaos q eles entendam o basico de ciencias tbm.

História e Filosofia da Ciência deveriam ser dadas respetivamente nestes dois cursos...
« Última modificação: 25 de Agosto de 2017, 08:23:00 por Pagão »
Nenhuma argumentação racional exerce efeitos racionais sobre um indivíduo que não deseje adotar uma atitude racional. - K.Popper

Offline Fabrício

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Re:Japão pede para que universidades cancelem cursos de humanas
« Resposta #111 Online: 25 de Agosto de 2017, 10:57:56 »
Eu penso da seguinte forma, se a área de exatas sao obrigadas a terem uma ou outra disciplina de humanas no currículo, façam o mesmo no sentido oposto. Coloquem disciplinas básicas de física, matematica ou ciencia em geral pro povo de humanas. Se é pra formar cidadaos q eles entendam o basico de ciencias tbm.

Está doido? Ninguém nunca conseguiria se formar.
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Offline Lorentz

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Re:Japão pede para que universidades cancelem cursos de humanas
« Resposta #112 Online: 25 de Agosto de 2017, 11:44:49 »
Os Simpsons fizeram uma boa sátira a esses temas.


Em inglês.
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Offline Lorentz

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Re:Japão pede para que universidades cancelem cursos de humanas
« Resposta #113 Online: 26 de Agosto de 2017, 20:52:38 »
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Marcos Candeloro: O dia em que deixei de acreditar no curso de história da USP

por Leandro Narloch [ 28/07/2017 ] [ 12:24 ] Atualizado em [ 28/07/2017 ]


Por Marcos Paulo Candeloro, 26 anos, graduado em História pela USP, pesquisador na área de Ciência Política e professor de História, Sociologia e Filosofia no Ensino Médio privado de Ribeirão Preto (SP).

Em frente ao edifício da reitoria da Universidade de São Paulo, as pessoas se concentravam para a Assembleia Geral. No estacionamento, veículos de comunicação aguardavam os desdobramentos da noite, impedidos de avançar por militantes mascarados. Era novembro de 2011 e havia duas semanas que a greve dos professores, as manifestações na Paulista e a invasão da reitoria arrebataram as principais manchetes nacionais. Os estudantes se revoltavam contra o acordo firmado entre reitoria e Polícia Militar, que se tornaria responsável pelo policiamento da perigosa Cidade Universitária.

Aquele foi meu terceiro e mais difícil ano na graduação em História da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da USP. Naquela altura, já eram evidentes as consequências relacionadas às minhas posturas políticas e acadêmicas. Fui escarnecido e quase reprovado ao fundamentar no conservador Edmund Burke minha dissertação sobre a Revolução Francesa. Minha negação em assinar um protesto contra a presença da PM no campus transformou, de imediato, alguns amigos em inimigos. Por pouco não apanhei de uma horda raivosa de feministas pacifistas quando, quase que por acidente, classifiquei como loucura a acusação, presente num coletivo, de que a disciplina História Industrial era burguesa e machista.

Cheguei muito próximo de meu limite. Estava eu errado em não me ajustar, ser tão diferente? Afinal, em meu currículo não constava um “professor doutor” antes do nome. Vivia a agonia do desajustado, do deslocado.

A Assembleia prosseguia quando, subitamente, fui tomado por um ímpeto que me levou à lista dos inscritos: o primeiro tema rejeitado por votação consistia em um convite de Heródoto Barbeiro para um breve debate televisivo. Não houve qualquer ponderação, apenas rejeição. Indignado, decidi retomar o convite e argumentar em seu favor. Tratava-se de um respeitado comunicador, além da oportunidade sem igual de estabelecer diálogo com o contribuinte que sustentava aquela insanidade.

À minha esquerda, a mesa organizadora anunciou minha participação. Diante de meus pés, uma multidão de dois mil alunos e docentes. Destinei os dois primeiros minutos à urgência em finalmente abandonar a torre de marfim acadêmica. Para mim, “era evidente e grave o descompasso acadêmico, em quase todas as suas expressões, com o resto do mundo. Se, afinal, tratava-se de um movimento legítimo, por que não dar a cara a tapa?”. Foi a última frase que completei antes de ser silenciado por coléricas vaias. Catedráticos, alguns dos quais meus professores, gritavam e urravam em consonância com a multidão. Diante de mim, a elite intelectual uspiana desmanchava-se raivosamente em uma pantomima simiesca.

A mesa organizadora, de má vontade e sem muito sucesso, pediu respeito e silêncio. Retomei a argumentação sem saber bem o porquê, talvez por inércia. Esforcei-me para concluir a proposta, mas fui histericamente interrompido por dois ou três indivíduos zurrando que ir aos estúdios televisivos era coadunar com o grande capital (não, não estou brincando). Em poucos instantes uma nova rodada de vaias foi iniciada. Devolvi educadamente o microfone aos organizadores, dei às costas e segui para o estacionamento apinhado de veículos de imprensa. O sorriso foi inevitável ao finalmente constatar que a USP estava perdida numa esquizofrenia utópica. Fui tomado pelo alívio compreensivo de que, de fato, aquele não era meu lugar. Percebi que o curso de história da USP não formava acadêmicos. Formava militantes.
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Offline André Luiz

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Re:Japão pede para que universidades cancelem cursos de humanas
« Resposta #114 Online: 26 de Agosto de 2017, 23:18:21 »
Leandro Narloch  é aquele ex editor da aventuras na história?

Os livros dele " Os guias politicamente incorretos"  são legais mas tem muita " lacração" de direita neles, tudo é de esquerda, nazistas, neandertais,  vikings, Gengis Khan...

 :hihi:

Offline Gabarito

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Re:Japão pede para que universidades cancelem cursos de humanas
« Resposta #115 Online: 27 de Agosto de 2017, 09:47:36 »
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Marcos Candeloro: O dia em que deixei de acreditar no curso de história da USP

por Leandro Narloch [ 28/07/2017 ] [ 12:24 ] Atualizado em [ 28/07/2017 ]


A Unicamp promove Gramsi:


Offline JJ

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Re:Japão pede para que universidades cancelem cursos de humanas
« Resposta #116 Online: 27 de Agosto de 2017, 11:17:11 »
Leandro Narloch  é aquele ex editor da aventuras na história?

Os livros dele " Os guias politicamente incorretos"  são legais mas tem muita " lacração" de direita neles, tudo é de esquerda, nazistas, neandertais,  vikings, Gengis Khan...

 :hihi:


E tem também desonestidade intelectual, pois tem um capítulo em em que ele atribui a Salvador Allende ideias racistas, quando na verdade Allende estava citando estudos de outras pessoas da época,  os quais  ele conclui corretamente dizendo que não havia evidências para tais proposições.






Leandro Karnal sobre Narloch




« Última modificação: 27 de Agosto de 2017, 11:23:00 por JJ »

Offline Lorentz

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Re:Japão pede para que universidades cancelem cursos de humanas
« Resposta #117 Online: 27 de Agosto de 2017, 11:32:57 »
Leandro Narloch  é aquele ex editor da aventuras na história?

Os livros dele " Os guias politicamente incorretos"  são legais mas tem muita " lacração" de direita neles, tudo é de esquerda, nazistas, neandertais,  vikings, Gengis Khan...

 :hihi:

é esse. Ele cometeu alguns erros nesses livros, mas reconhece os erros (aliás, o Nando Moura usa os livros dele como base para as críticas à esquerda). Mesmo assim, é um liberal não-conservador, que tanto precisamos.

Aliás, ele escreveu esta pérola que gostei muito (e sou leitor do Constantino também, mas não aguento o lado conservador dele):

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Constantino, Por Que Você é Tão Chato?


Rodrigo Constantino, meu vizinho aqui na Gazeta do Povo, é um amigo por quem torço e com quem compartilho convicções e visões de mundo. Mas até mesmo os melhores amigos – e talvez principalmente eles – merecem críticas.

Ontem um eclipse solar foi visível nos Estados Unidos. Milhares de americanos deixaram o trabalho, se reuniram em praças e parques, viajaram com a família aos locais onde o fenômeno poderia ser observado por completo. Daqui alguns anos, adultos lembrarão de quando eram crianças e viram o eclipse com o pai. Foi um belo dia de verão para pessoas pacatas e prósperas desfrutarem a vida.

Mas Constantino não entrou na onda. Viu na festa ao redor do eclipse um motivo para reclamar. Se a “histeria com ‘Game of Thrones’ já não é fácil de entender”, disse ele no Facebook, pior ainda é a febre dos americanos ao redor eclipse solar. “Ok, o Sol será totalmente tapado pela Lua. Legal. Mas precisa de tanta animação, de tanta empolgação? É só um eclipse.”

Constantino, meu caro, por que você é tão chato?

Movimentos do Sistema Solar não motivam textões contra a esquerda. Até onde se sabe, os astros são politicamente neutros. Mas nem por isso perdem o encanto. Às vezes faz bem sair da trincheira ideológica, lembrar que existe vida lá fora e se empolgar com o que não é anticomunista.

Não é a primeira vez que meu colega do podcast Ideias extrapola os limites da aporrinhação. Durante a Copa de 2014, ele percebeu o “2014” grafado em vermelho e num instante concluiu: é comunismo! Infiltração comunista na logomarca da Copa do Mundo!

Calma, Constantino. Menos, Constantino!

É crescente no Brasil uma geração favorável à legalização das drogas e do casamento gay que também defende princípios liberais na economia. São jovens desiludidos com o Estado e abertamente favoráveis a privatizações e ao livre mercado. Para um liberal como Rodrigo Constantino, existe aí um belo motivo para comemorar. As ideias que ele por tanto tempo defendeu estão cruzando fronteiras partidárias e conquistando terras até mesmo entre jovens de esquerda.

Mas Constantino não entra na onda: esbraveja. Montou o curso “Civilização em declínio: Salvando o liberalismo dos liberais”, no qual explica porque se afastou um tento do liberalismo e se aproximou do conservadorismo. “A civilização ocidental está em risco. Está em perigo. Está em xeque. Infelizmente boa parte disso é feita em nome do liberalismo”, diz.

Sem os valores tradicionais cristãos, acredita ele, teremos uma ‘ladeira escorregadia’: as pessoas deixarão de diferenciar o que é certo ou errado, homens serão punidos por serem heterossexuais, a família perecerá.

Calma, Constantino. A moral e as diferenças de comportamento entre homens e mulheres são traços evolutivos: surgiram muito antes do cristianismo ou das instituições tradicionais. É provável que as pessoas continuem sendo homens e mulheres por mais alguns milênios.

Tenho a impressão que meu colega é movido mais por um ressentimento pessoal contra a esquerda (em todas as suas manifestações) do que por um desejo de ver toda a sociedade, naturalmente diversa, defender a seu modo as ideias de liberdade. Ele não dará folga a sua verborragia enquanto não convencer todos os cidadãos do planeta a aderirem ao seu exato estilo de vida, a seu modo de vestir, a suas convicções.

Calma, Constantino. Menos, Constantino!
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