Honestidade.
Duvido que tipos feito o Jair Bolsonaro, pensam o que pregam. Ele viu a fatia sobrando do bolo e se "configurou" para o deleite desses. Magno Malta é um desses, só diz o que os crentes gostam de ouvir, mas seu público adora, mas quem o conhece sabe que não.
Um efeito colateral ( talvez um tanto imprevisto ) de sistemas representativos é que um candidato alcançar uma posição no Legislativo adotando a estratégia de ser justamente pouco representativo.
Quero dizer, alguém pode chegar a deputado estadual, por exemplo, deliberadamente optando por um discurso bastante impopular.
No Brasil, para complicar, ainda existem umas fórmulas meio malucas de "quociente eleitoral" e "quociente partidário", que confesso que não entendo muito bem mas parece que um candidato bem votado de um partido pode "puxar" vagas para outros candidatos pouco votados do seu partido. Um caso desses foi o de Vanderlei Assis, do PRONA, que em 2002 foi eleito DEPUTADO FEDERAL com APENAS 275 votos. Isso mesmo, um deputado federal com 275 votos.
E isto porque o Dr. Enéas, também do PRONA, teve uma supervotação nesse ano em São Paulo. Enéas Carneiro, exemplo de político honesto que assumiu o compromisso público - e mandou lavrar em cartório - de que jamais seria candidato a outra coisa que não Presidente da República.
Se candidatou a deputado federal sendo o mais votado da história.
Mas voltando ao assunto... desprezando estas distorções esquisitas dos tais quocientes com menos de 1% dos votos é possível se eleger a deputado estadual ou federal.
Então não é preciso dizer o que o eleitor quer ouvir. Se o cara disser o que contraria o desejo de 99,3% dos eleitores mas que agrade a uma minoria de apenas 0,7% é possível que ele arranje uma boquinha de deputado federal.
Isso porque uma posição tão impopular assim provavelmente será evitada por todos os outros candidatos, então ele acaba concentrando os votos destes 0,7% que não se sentem representados por mais ninguém. E é o suficiente.
Eu pensava que essa era a estratégia do Bolsonaro, com aquele discurso maluco dele de defender a ditadura militar, uma postura que a princípio deveria ser ultra-impopular.
Mas para minha surpresa o Bolsonaro é o candidato mais votado pelo Rio de Janeiro.