Autor Tópico: Arrastões no RJ  (Lida 4731 vezes)

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Offline Gaúcho

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Arrastões no RJ
« Online: 24 de Setembro de 2015, 15:37:07 »
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O ônibus da linha 474 (Jacaré-Jardim de Alah) estava lotado quando um grupo de cerca de dez homens abordou o veículo. Vidros do ônibus foram quebrados. Mais pessoas apareceram para atacar quem saía da praia. Quem estava dentro do coletivo, em desespero, quebrou uma das janela e pulou. Acionados, PMs com armas em punho protegeram os passageiros que eram ameaçados a todo instante.

RIO - A linha 474, que liga o bairro do Jacaré ao Jardim de Alah, está no caminho dos últimos casos de violência na orla. Na tarde de sábado, foi de um ônibus que faz esse trajeto que saíram dezenas de jovens que fizeram o arrastão em Botafogo e no Humaitá. Ontem, em Copacabana, um veículo da mesma linha foi invadido. Um projeto da prefeitura, que vai racionalizar os ônibus no Rio, deve mudar o rumo do problema. Assim como acontecerá com outras linhas, ainda este ano, a 474 deixará de seguir até a Zona Sul, passando a fazer ponto final no Centro, na região da Candelária.

Uma equipe do GLOBO fez três viagens em ônibus da 474 no fim de semana, comprovando a rotina de medo a que os passageiros são submetidos. Jovens, indo para a praia, embarcam sem pagar, ouvem música alta, usam drogas e assaltam pedestres durante o percurso. Nas três viagens, nenhum veículo foi parado pela polícia.

No sábado, por volta das 9h, o ônibus seguiu vazio e sem problemas. Na segunda viagem, que começou por volta das 11h, no Jacaré, tudo parecia tranquilo, mas o clima logo mudou quando, em São Francisco Xavier, um grupo de cinco adolescentes invadiu o ônibus sem pagar, aproveitando-se da porta de trás aberta. Um deles carregava uma caixa de som, de onde se ouvia, em alto volume, um funk que fazia apologia ao tráfico de drogas.

Três pontos depois, outros jovens entraram e se juntaram ao grupo. Um deles trazia um celular que tocava outro funk em alto volume, provocando uma confusão sonora.

‘QUATRO SETE-CRACK’

Alheios à regra que proíbe o fumo em ônibus, eles acenderam cigarros comuns e, em seguida, usaram maconha. A cena deixou os passageiros tensos.

— Começou o aroma do quatro-sete-crack — disse uma jovem a outra, que retribuiu com um sorriso nervoso.

A fumaça só cessou quando o coletivo chegou à Praça da Bandeira. No Centro, o veículo passou diante de uma blitz na altura da Central do Brasil, mas os policiais apenas olharam para dentro do veículo.

— Pena que não parou, para acabar com essa festa — sussurrou uma senhora para a mulher que estava ao seu lado com uma criança no colo.


No Túnel Novo, chegando a Copacabana, o grupo que ocupava a parte de trás do ônibus insistia para que o motorista deixasse a porta de trás aberta. Ele informou que não seria possível, pois havia uma blitz mais à frente. Foi então que um homem gritou:

— Espalha, espalha que eles não param!

Depois disso, o grupo se dispersou e passou a ocupar diferentes assentos. E o ônibus, de fato, não foi parado.

No domingo, a viagem começou às 10h30m. Dessa vez, não teve funk, mas no trajeto do Jacaré à Praça da Bandeira muitos jovens consumiram maconha. Só havia blitz já em Copacabana, na Avenida Princesa Isabel. Mas, novamente, os policiais não pararam o coletivo.

A CADA PARADA, UMA CHANCE PARA ASSALTAR

No trajeto feito pela linha 474 (Jacaré-Jardim de Alah), o momento mais tenso é na chegada a Copacabana. Rapazes que ficam nas escadas da porta de trás dos ônibus se aproveitam das paradas para roubar objetos das pessoas que aguardam nos pontos. Durante as viagens feitas pelo GLOBO em veículos da linha no fim de semana, houve uma sequência de assaltos no percurso da Rua Barata Ribeiro.

No sábado, o ônibus chegou à Zona Sul por volta das 11h40m, e os roubos em série começaram no primeiro ponto do BRS da Barata Ribeiro. Após o coletivo passar pela blitz na saída do Túnel Novo, o motorista parou no ponto, e o grupo iniciou a ação.

— Olha o cordão da loira, vai! — incentivou um rapaz ao outro, que retornou sorrindo com o colar da mulher nas mãos.

A vítima, perplexa, nem se mexeu. O coletivo fechou as portas e seguiu. Dois pontos à frente, um passageiro tocou a campainha para desembarcar. Foi a deixa para o grupo se posicionar estrategicamente na escada. Assim que a porta foi aberta, um dos jovens saiu correndo e tentou pegar o celular de um adolescente parado no ponto. Ao perceber a ação, ele foi para trás da placa de vidro do abrigo e conseguiu escapar. O menino percebeu que o ônibus já estava dando partida e retornou, sendo criticado pelos colegas.

— Pô, deu mole, otário — disse um deles.

SIRENE INIBE AÇÃO

No domingo, a mesma estratégia foi usada por outro grupo de jovens que viajava no coletivo. Dessa vez, o veículo em que a reportagem embarcou chegou a Copacabana por volta das 10h50m. Bastou virar a esquina da Avenida Princesa Isabel com a Rua Barata Ribeiro para começarem a roubar. Quando o ônibus parou no mesmo ponto em que o jovem havia roubado o colar de uma senhora no dia anterior, um rapaz saiu e tentou atacar uma jovem que teclava no celular. Um carro da polícia que passava pelo local com a sirene ligada inibiu a ação. O ladrão voltou ao ônibus e gritou para ela:

— Deu sorte!

FONTE

Surreal. O que tá acontecendo no RJ?
"— A democracia em uma sociedade livre exige que os governados saibam o que fazem os governantes, mesmo quando estes buscam agir protegidos pelas sombras." Sérgio Moro

Offline Geotecton

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Re:Arrastões no RJ
« Resposta #1 Online: 24 de Setembro de 2015, 15:39:45 »
Lei marcial.
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Offline Brienne of Tarth

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Re:Arrastões no RJ
« Resposta #2 Online: 24 de Setembro de 2015, 16:40:36 »
Os pobres menores, fruto da inobservância pelo Estado das leis garantidoras do mínimo na formação de cidadãos, carentes de um lar bem estruturado, sem as mínimas condições para uma existência digna, não raro pretos e pardos, os quais carregam por si só toda a carga negativa de centenas de anos de exploração e descaso, são agora chamados a tomar à força os bens surrupiados pelo capitalismo elitista e segregacionista, onde a força de trabalho é subvalorizada, enquanto o consumo voraz é estimulado, num vórtice frustracional que se retroalimenta da incapacidade do sistema de prover a todos com I-phones.
GNOSE

Offline Sergiomgbr

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Re:Arrastões no RJ
« Resposta #3 Online: 24 de Setembro de 2015, 16:49:27 »
Os pobres menores, fruto da inobservância pelo Estado das leis garantidoras do mínimo na formação de cidadãos, carentes de um lar bem estruturado, sem as mínimas condições para uma existência digna, não raro pretos e pardos, os quais carregam por si só toda a carga negativa de centenas de anos de exploração e descaso, são agora chamados a tomar à força os bens surrupiados pelo capitalismo elitista e segregacionista, onde a força de trabalho é subvalorizada, enquanto o consumo voraz é estimulado, num vórtice frustracional que se retroalimenta da incapacidade do sistema de prover a todos com I-phones.
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Offline Geotecton

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Re:Arrastões no RJ
« Resposta #4 Online: 24 de Setembro de 2015, 21:34:49 »
Os pobres menores, fruto da inobservância pelo Estado das leis garantidoras do mínimo na formação de cidadãos, carentes de um lar bem estruturado, sem as mínimas condições para uma existência digna, não raro pretos e pardos, os quais carregam por si só toda a carga negativa de centenas de anos de exploração e descaso, são agora chamados a tomar à força os bens surrupiados pelo capitalismo elitista e segregacionista, onde a força de trabalho é subvalorizada, enquanto o consumo voraz é estimulado, num vórtice frustracional que se retroalimenta da incapacidade do sistema de prover a todos com I-phones.

Só faltou a assinatura:

'Esquerdista anacrônico do início do século XX'

ou

'Esquerdinha de butequim cursando alguma coisa em uma universidade pública'.
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Offline Brienne of Tarth

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Re:Arrastões no RJ
« Resposta #5 Online: 24 de Setembro de 2015, 21:39:07 »
É, né? Só vocês da velha guarda podem usar o velho  Poe,Poe,Poe... :bandido:
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Offline Lorentz

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Re:Arrastões no RJ
« Resposta #6 Online: 24 de Setembro de 2015, 23:09:15 »
Os pobres menores, fruto da inobservância pelo Estado das leis garantidoras do mínimo na formação de cidadãos, carentes de um lar bem estruturado, sem as mínimas condições para uma existência digna, não raro pretos e pardos, os quais carregam por si só toda a carga negativa de centenas de anos de exploração e descaso, são agora chamados a tomar à força os bens surrupiados pelo capitalismo elitista e segregacionista, onde a força de trabalho é subvalorizada, enquanto o consumo voraz é estimulado, num vórtice frustracional que se retroalimenta da incapacidade do sistema de prover a todos com I-phones.

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Offline Barata Tenno

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Re:Arrastões no RJ
« Resposta #7 Online: 25 de Setembro de 2015, 01:41:09 »
A história tem dois lados, temos assaltantes (que deveriam estar presos) de um lado e temos linchadores (que deveriam estar presos) do outro. Se temos pessoas da periferia indo a praia pra assaltar, também temos gente da zona sul batendo em pessoas de acordo com a "cara de pobre", como os mesmos assumiram.
He who fights with monsters should look to it that he himself does not become a monster. And when you gaze long into an abyss the abyss also gazes into you. Friedrich Nietzsche

Offline Fernando Silva

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Re:Arrastões no RJ
« Resposta #8 Online: 25 de Setembro de 2015, 08:24:37 »
A história tem dois lados, temos assaltantes (que deveriam estar presos) de um lado e temos linchadores (que deveriam estar presos) do outro. Se temos pessoas da periferia indo a praia pra assaltar, também temos gente da zona sul batendo em pessoas de acordo com a "cara de pobre", como os mesmos assumiram.
Haveria linchadores se a polícia estivesse fazendo seu trabalho (ou melhor, se a polícia estivesse liberada para fazer seu trabalho sem que comunistinhas a critiquem por perseguir pobres e negros) ?

A Zona Sul do Rio está cheia de favelas com pobres e negros que sempre foram à praia junto com os brancos do asfalto.

O problema agora é outro.

Offline Geotecton

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Re:Arrastões no RJ
« Resposta #9 Online: 25 de Setembro de 2015, 08:45:57 »
A história tem dois lados, temos assaltantes (que deveriam estar presos) de um lado e temos linchadores (que deveriam estar presos) do outro. Se temos pessoas da periferia indo a praia pra assaltar, também temos gente da zona sul batendo em pessoas de acordo com a "cara de pobre", como os mesmos assumiram.

Como assim "a história tem dois lados"?

Os linchamentos não estão no centro desta discussão. E ainda assim eles são em número ínfimo se comparados aos atos de violência, inclusive física, praticados por grupos que se escondem nas favelas.

Os linchamentos, que são absolutamente condenáveis sob a análise dos direitos humanos, foram (e são) feitos como uma resposta descontrolada aos atos contínuos de violência sofridos por uma população acuada.
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Offline Brienne of Tarth

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Re:Arrastões no RJ
« Resposta #10 Online: 25 de Setembro de 2015, 10:42:04 »
O que vemos é a falência de um sistema que vem sendo aplicado desde tempos imemoriais, de manter o povo na ignorância, sem escolas, sem saúde, sem segurança, se houvessem investimentos em escolas não haveria tanta necessidade de presídios; a inversão dos valores onde o bandido é considerado herói e o policial inimigo, pregada por uma cultura imersa na ignorância e na violência, fruto esta da decadência dos exemplos a serem seguidos pelos mais jovens, atentos ao que se passa no mundo e os predadores mais ferozes de nossa espécie, biologicamente falando, com toda sua força intelectual e física devotada à tomar à força o que pensam ser seu direito negado, protegidos por um Estatuto hoje anacrônico e incapaz de assegurar o que se propôs no início.

Por coincidência, meu marido estava à serviço no Rio, hospedado exatamente em Copacabana (não no Palace, tá?), e estava na praia uma 9 da manhã quando a (palavras dele) "leva de crioulos desceu dos ônibus, carregados de bolsas imensas, crianças de todos os tamanhos, invadindo as praias e fazendo os locais irem embora". Comentou ainda que viu pessoas que se enrolavam em toalhas para defecar na areia e que jogavam restos de tudo o que se pode imaginar para todos os lados.
« Última modificação: 25 de Setembro de 2015, 10:46:27 por Brienne of Tarth »
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Offline Diegojaf

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Re:Arrastões no RJ
« Resposta #11 Online: 25 de Setembro de 2015, 11:03:30 »
Surreal. O que tá acontecendo no RJ?

Se tem uma cidade no mundo que eu não tenho fetiche nenhum em ir, é o Rio. Fui lá quando tinha uns 12 anos e o trauma foi tanto que meus dedos dos pés encolhem quando alguém fala em ir pra lá.
"De tanto ver triunfar as nulidades; de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça. De tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar-se da virtude, a rir-se da honra e a ter vergonha de ser honesto." - Rui Barbosa

http://umzumbipordia.blogspot.com - Porque a natureza te odeia e a epidemia zumbi é só a cereja no topo do delicioso sundae de horror que é a vida.

Offline Barata Tenno

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Re:Arrastões no RJ
« Resposta #12 Online: 25 de Setembro de 2015, 12:01:39 »
A história tem dois lados, temos assaltantes (que deveriam estar presos) de um lado e temos linchadores (que deveriam estar presos) do outro. Se temos pessoas da periferia indo a praia pra assaltar, também temos gente da zona sul batendo em pessoas de acordo com a "cara de pobre", como os mesmos assumiram.
Haveria linchadores se a polícia estivesse fazendo seu trabalho (ou melhor, se a polícia estivesse liberada para fazer seu trabalho sem que comunistinhas a critiquem por perseguir pobres e negros) ?

A Zona Sul do Rio está cheia de favelas com pobres e negros que sempre foram à praia junto com os brancos do asfalto.

O problema agora é outro.

Mas não estavam perseguindo negros e pobres? Se o critério sobre quais ônibus deveriam ser parados e quais pessoas deveriam ser revistadas eram a procedência e a "cara de bandido", não dá pra negar que estavam perseguindo pobres e negros. Todo cidadão tem o direito de ir e vir e a praia é pública. Bandidos tem que ser presos, mas todo mundo é inocente até que se prove o contrário.
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Offline Dr. Manhattan

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Re:Arrastões no RJ
« Resposta #13 Online: 25 de Setembro de 2015, 12:05:24 »
Surreal. O que tá acontecendo no RJ?

Se tem uma cidade no mundo que eu não tenho fetiche nenhum em ir, é o Rio. Fui lá quando tinha uns 12 anos e o trauma foi tanto que meus dedos dos pés encolhem quando alguém fala em ir pra lá.


2. Dizem que a primeira impressão é a que fica. Pois bem, a primeira impressão que tive do Rio, ao pousar no Galeão, foi do velho cheiro de esgoto da baía da Guanabara. As impressões positivas posteriores não conseguiram superar a desse aroma.
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Offline Fernando Silva

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Re:Arrastões no RJ
« Resposta #14 Online: 26 de Setembro de 2015, 09:43:27 »
Mas não estavam perseguindo negros e pobres? Se o critério sobre quais ônibus deveriam ser parados e quais pessoas deveriam ser revistadas eram a procedência e a "cara de bandido", não dá pra negar que estavam perseguindo pobres e negros. Todo cidadão tem o direito de ir e vir e a praia é pública. Bandidos tem que ser presos, mas todo mundo é inocente até que se prove o contrário.
Se todos os arrastões são feitos por pobres e negros - e sempre tem arrastão - é apenas lógico que as pessoas fiquem com medo quando os ônibus do subúrbio despejam um bando de pobres e negros.

Preconceito? Não, estatística.

Além do que, um bando de suburbanos que viaja aos gritos nos ônibus, só de short, desce sem pagar e não tem documentos nem dinheiro torna-se automaticamente suspeito. Se forem menores, sequer deveriam estar lá sem os pais, a 20km ou 30km de casa.
« Última modificação: 26 de Setembro de 2015, 09:53:28 por Fernando Silva »

Offline Fernando Silva

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Re:Arrastões no RJ
« Resposta #15 Online: 26 de Setembro de 2015, 09:49:08 »
Se tem uma cidade no mundo que eu não tenho fetiche nenhum em ir, é o Rio. Fui lá quando tinha uns 12 anos e o trauma foi tanto que meus dedos dos pés encolhem quando alguém fala em ir pra lá.
Só fui a Guarujá uma vez e minhas lembranças são de pivetes rondando as mesas do bar onde eu parei para almoçar. Peguei o prato e fui para o lado de dentro e, mesmo assim, eles ficaram na grade olhando.

Não pretendo voltar lá.

Offline Fernando Silva

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Re:Arrastões no RJ
« Resposta #16 Online: 26 de Setembro de 2015, 09:52:11 »
Este moleque tem família, os pais trabalham, mas ele não quer ir à escola e prefere roubar. Vítima da sociedade?

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Adolescente detido no Arpoador diz que agiu 'por prazer'

‘Ele não precisa roubar’, afirma mãe do rapaz, flagrado atacando jovem no domingo
http://oglobo.globo.com/rio/adolescente-detido-no-arpoador-diz-que-agiu-por-prazer-17612789#ixzz3mqfvnkQ5

Offline Barata Tenno

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Re:Arrastões no RJ
« Resposta #17 Online: 26 de Setembro de 2015, 14:24:21 »
Mas não estavam perseguindo negros e pobres? Se o critério sobre quais ônibus deveriam ser parados e quais pessoas deveriam ser revistadas eram a procedência e a "cara de bandido", não dá pra negar que estavam perseguindo pobres e negros. Todo cidadão tem o direito de ir e vir e a praia é pública. Bandidos tem que ser presos, mas todo mundo é inocente até que se prove o contrário.
Se todos os arrastões são feitos por pobres e negros - e sempre tem arrastão - é apenas lógico que as pessoas fiquem com medo quando os ônibus do subúrbio despejam um bando de pobres e negros.

Preconceito? Não, estatística.

Além do que, um bando de suburbanos que viaja aos gritos nos ônibus, só de short, desce sem pagar e não tem documentos nem dinheiro torna-se automaticamente suspeito. Se forem menores, sequer deveriam estar lá sem os pais, a 20km ou 30km de casa.

Acho que você precisa aprender o conceito de preconceito.
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Offline Sergiomgbr

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Re:Arrastões no RJ
« Resposta #18 Online: 26 de Setembro de 2015, 15:18:55 »
Que papo absurdo. Parece uma variação daquelas brincadeiras do Gugu de adivinhar que objeto tem dentro de uma bacia, só que com os pés e de olhos vendados, elevado ao nível hard; Qual o cheiro de um perfume mas só que de nariz tapado.

Agora imagina um perfilador da polícia fazendo seu trabaho e sendo chamado de preconceituoso.
Até onde eu sei eu não sei.

Offline Entropia

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Re:Arrastões no RJ
« Resposta #19 Online: 26 de Setembro de 2015, 16:06:14 »
Se todos os arrastões são feitos por pobres e negros - e sempre tem arrastão - é apenas lógico que as pessoas fiquem com medo quando os ônibus do subúrbio despejam um bando de pobres e negros.

Preconceito? Não, estatística.


Poderíamos aplicar isso a homens com relacao a estupro? Já que a maioria dos estupros é causado por homens, logo medo e abordagem de homens próximos a mulheres seria justificado com base na estatística?  :?

Offline _tiago

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Re:Arrastões no RJ
« Resposta #20 Online: 26 de Setembro de 2015, 18:24:24 »
Este moleque tem família, os pais trabalham, mas ele não quer ir à escola e prefere roubar. Vítima da sociedade?

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Adolescente detido no Arpoador diz que agiu 'por prazer'

‘Ele não precisa roubar’, afirma mãe do rapaz, flagrado atacando jovem no domingo
http://oglobo.globo.com/rio/adolescente-detido-no-arpoador-diz-que-agiu-por-prazer-17612789#ixzz3mqfvnkQ5

Minha impressão é que a maioria dessa molecada rouba porque gosta, acha bacana. Cultura da malandragem, da bandidagem. Impressiona as meninas, ganha respeito dos amigos.

Por princípio sou contra tirar essa molecada dos ônibus. Mas se eu morasse no Rio, em Ipanema, não ia me importar não. :P

Offline Fernando Silva

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Re:Arrastões no RJ
« Resposta #21 Online: 27 de Setembro de 2015, 09:53:47 »
Se todos os arrastões são feitos por pobres e negros - e sempre tem arrastão - é apenas lógico que as pessoas fiquem com medo quando os ônibus do subúrbio despejam um bando de pobres e negros.

Preconceito? Não, estatística.
Poderíamos aplicar isso a homens com relacao a estupro? Já que a maioria dos estupros é causado por homens, logo medo e abordagem de homens próximos a mulheres seria justificado com base na estatística?  :?
Não pode porque a maioria dos homens não estupra e não há como saber, só pela aparência, se um homem é estuprador. Até prova em contrário, não é.

Por outro lado, se uma mulher sozinha começar a ser seguida numa rua escura por um homem, não é preconceito se ela ficar com medo dele.


Offline Skeptikós

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Re:Arrastões no RJ
« Resposta #22 Online: 27 de Setembro de 2015, 13:53:42 »
Se todos os arrastões são feitos por pobres e negros - e sempre tem arrastão - é apenas lógico que as pessoas fiquem com medo quando os ônibus do subúrbio despejam um bando de pobres e negros.
É sim, isso é preconceito. Nossas primeiras impressões quando analisamos um objeto qualquer, que em geral, estão fundamentadas em informações insuficientes que não nos permite ter uma conclusão adequada sobre o objeto em questão, são classificadas como preconceito.

Estatísticas deste tipo revelam resultados generalizados, e não específicos, isso implica que nosso julgamento de um individuo em especifico com base em dados estatísticos do grupo geral ao qual ele pertence não é garantia de sucesso. Além do mais, apesar de existir correlação entre a pobreza e a cor da pele, e entre a pobreza e a violência, estes fatores não são determinantes da violência. Logo, qualquer julgamento com base neste tipo de informação está suscetível ao erro, e isso é caracterizado como um preconceito, pois não é uma base capaz de nos fornecer o conhecimento adequado, isto é, correto, do objeto em questão.

Abraços!
« Última modificação: 27 de Setembro de 2015, 13:57:32 por Skeptikós »
"Che non men che saper dubbiar m'aggrada."
"E, não menos que saber, duvidar me agrada."

Dante, Inferno, XI, 93; cit. p/ Montaigne, Os ensaios, Uma seleção, I, XXV, p. 93; org. de M. A. Screech, trad. de Rosa Freire D'aguiar

Offline Skeptikós

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Re:Arrastões no RJ
« Resposta #23 Online: 27 de Setembro de 2015, 13:59:33 »
Se todos os arrastões são feitos por pobres e negros - e sempre tem arrastão - é apenas lógico que as pessoas fiquem com medo quando os ônibus do subúrbio despejam um bando de pobres e negros.

Preconceito? Não, estatística.
Poderíamos aplicar isso a homens com relacao a estupro? Já que a maioria dos estupros é causado por homens, logo medo e abordagem de homens próximos a mulheres seria justificado com base na estatística?  :?
Não pode porque a maioria dos homens não estupra...
E por acaso a maioria dos negros e pobres roubam?

...e não há como saber, só pela aparência, se um homem é estuprador. Até prova em contrário, não é.
O mesmo sobre pobres e negros.

Por outro lado, se uma mulher sozinha começar a ser seguida numa rua escura por um homem, não é preconceito se ela ficar com medo dele.
É sim, como já explicado acima.

Abraços!
"Che non men che saper dubbiar m'aggrada."
"E, não menos que saber, duvidar me agrada."

Dante, Inferno, XI, 93; cit. p/ Montaigne, Os ensaios, Uma seleção, I, XXV, p. 93; org. de M. A. Screech, trad. de Rosa Freire D'aguiar

Offline Sergiomgbr

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Re:Arrastões no RJ
« Resposta #24 Online: 27 de Setembro de 2015, 14:58:15 »
A natureza está repleta de exemplos demonstrando que o preconceito é, antes de ser algo a ser combatido, uma acuidade cognitiva.

Alguns animais e plantas c são evitados por predadores por que suas cores sinalizam que são indigestos ou mesmo venenosos. Outras espécies se defendem usando mimetismo para se passarem pelo que não são. Outras  se passam por maiores do que realmente são, ou simplesmente se fingem de mortas.

Tudo isso demonstra o quão presente está nas relações dos seres primeiro a impressão que provocam. Portanto, assim como se por um lado as fenomenologias  da natureza demandam prudência nas relações, sugerindo ao predadores evoluir seus julgamentos do que pode ou não ser consumido, também as presas precisam reinventar suas defesas.

Moral da história; não quer parecer bandido e ser segregado? Primeiro, e antes de mais nada, não ande com bandido. Também; não se vista como bandido, não se movimente como bandido, não aja como bandido.
Até onde eu sei eu não sei.

 

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