É crime segundo quem?
Segundo a lei. Se for num estado mínimo é uma lei centralizada, se for numa anarquia é num sistema de leis policêntricas. Como ninguém gosta de ter sua propriedade violada e poluída, é fácil pensar que haveria uma demanda gigantesca por leis assim, em qualquer uma das correntes.
Correto.
Além do mais, o que isso garante que irá aparecer um competidor E com condições de suprir as demandas, para o que expus acima? Ainda não foi exposto. Dizer que é “o mercado” daria no mesmo.
Daí partem uns bons exemplos de fé.
Não conheço nenhum exemplo real de monopólio natural, você conhece?
Eu também não conheço.
Da mesma forma não conheço nenhum exemplo real de sistema anarco capitalista, e ainda assim estou aqui no fórum discutindo várias vezes sobre o tema. Lol.
Eu disse que no exemplo dele, parece que todos tem lotes. Portanto, desde cada um respeite seu espaço, tudo bem. Acontece que não é esse o caso, existe gente que não tem lote algum e, muitas vezes, por condições naturais. Esse pessoal estaria, portanto, fora dos acordos iniciais e subjugados à lei definida pelo detentor primário dos recursos. Não há liberdade aí.
Por que uma pessoa deveria ter o direito de entrar em acordos sobre propriedades e empresas que ela não pertence nem afetada por elas? Uma pessoa não tem propriedades num condomínio, nem é vítima de algum tipo de agressão pelo mesmo, essa pessoa não tem direito algum de participar das reuniões e decisões desse condomínio.
Explicarei mais abaixo, em ponto similar.
As leis, pelo que entendo, seriam definidas por cada um e negociadas com as outras partes, que podem aceitar ou não. Não sendo já “bem definidas” a priori, embora contem positivamente nos rankings de liberdade econômica. Caso você tenha nada além do que sua própria pessoa, as condições de negociação começam absolutamente desfavoráveis para você, ainda mais considerando que você estará sempre, em alguma medida, na propriedade de um terceiro, desde sempre, meio que já naturalmente se subjugando a este.
As pessoas sempre têm propriedades começando pela principal delas, a autopropriedade. Quem não tem nada pode vender sua força de trabalho ou procurar a caridade. Não compreendo o que isso tem a ver com o tema poluição, mas ok.
Não tem nada a ver com poluição.
Seu ponto aqui foi irrelevante, não vai contra nem a favor o que eu expus.
Vem até uma curiosidade aqui: O que seria feito com uma dessas pessoas, num mundo absolutamente anárquico, que possuidora de nada está obrigatoriamente na propriedade de um terceiro e sem acordar qualquer termo?
???
Essa pessoa é um escravo acorrentado? Foi sequestrado? É um mendigo escondido num porão?
Não entendi nada desse exemplo.
Se vc não está falando sobre poluição, mas sobre pessoas muito miseráveis, como eu disse, haveria caridade além de muito trabalho disponível para quem quisesse/pudesse trabalhar. Haveria albergues, moradias populares, coisas assim, as pessoas seriam muito mais ricas num ambiente libertário podendo ser muito mais caridosas do que são.
Haveria? Cara, você consegue imaginar até as cores dessas casas?
As pessoas somente poderiam ser mais caridosas, isso não implica que seriam. Isso é básico, diferenciar as possibilidades dos fatos.
Agora sobre a figura sequestrada ou o mendigo misterioso: se um estado é extinto e sabemos que tem ali pessoas que nada possuem além da própria pessoa, há que se admitir que elas estão na propriedade de outrem. Portanto, de imediato, o que será feito com essas pessoas, assumindo que elas não podem estar flutuando no vácuo? Quem as removerá de onde se encontram e as reconduzirá pra onde?
“haveria caridade”, “alguém vai aparecer aí pra lucrar”, “o mercado vai dar um jeito”... Não são sentenças que apresentam uma solução.
A subjugação a esses tribunais não seria obrigatória, e ficaria a cargo do “lesado” demonstrar ao resto da sociedade que ele o foi, esperando que o mercado faça justiça financeira com a outra parte e sem qualquer obrigatoriedade de restituição ou reparação.
Haveria empresas de advocacia para representar tais pessoas com equipamentos necessários caso houvesse tais demandas e suspeitas. Acredito que seria bem melhor que hoje onde empresas ligadas ao governo escapariam com facilidade ou subornaria a justiça.
Haveriam advogados…
Cara…
Tá difícil continuar.
Sei lá, esses advogados, poderiam ser mais baratos do que os de hoje, poderiam pertencer às empresas processadas, poderiam ser pagos pelos juízes privados, poderiam um monte de coisa. A condição ainda não obrigatória de alguém sequer responder a um processo ou reparar algum dano se mantém, caso essa parte ainda, especialmente, não tenha feito qualquer acordo.
Bom, o tempo todo a fé que aparecerão competidores e gente com gana para investir e ter ganho financeiro para resolver todos os problemas, sem a menor possibilidade de apontarmos de antemão quem são essas pessoas ou mesmo quando elas aparecerão.
hahaha quê??? vc quer que eu aponte os nomes das pessoas que vão surgir no mercado em setores que serão desestatizados?
É isso, não da pra apontar, sabe pq? Porque nós não temos a menor garantia de que isso vá acontecer, embora os métodos nos indiquem que isso possa vir a se realizar.
Afirmar que essas coisas irão de fato ocorrer é somente fé. E não há problemas nisso.
Isso é teoria econômica básica, qualquer economista concorda. Quando tirada as barreiras de entrada haveria mais concorrentes, quando o lucro de um setor é maior que o "de equilíbrio" estimula a entrada de novos concorrentes.
Na boa, antes de falar em fé, pegue livros de economia básica, tenha a noção inicial de como funciona o mercado.
Aqui voltamos ao “va estudar”, “vocês só criticam porque não leram os postulados”.
Isso é meio cansativo e parece até um pouco
cosplay da Luciana Genro.
Veja, se retiradas as barreiras de entrada, é facilitada, obviamente, as condições de entrada de novos concorrentes e daí deve se assumir que é mais provável a real vinda deles. Porém, não pode ser confundido, novamente, a possibilidade com certeza.
Condições de impossibilidade de certeza, mas ainda de afirmação, são por definição situações de fé.
Agora, boiei naquele “de equilíbrio” ali, você queria ter escrito oq? Preço?
Agora, note, a maior parte desses meus pontos não seria feito caso eu estivesse mirando apenas um ambiente liberal/libertário e não absolutamente ancap.
A teoria é a mesma, só é aplicada em outros setores.
Sim, e os resultados podem ser absolutamente diferentes. Teorias similares aplicadas a ambientes/setores/cenários distintos podem resultar diferentemente.
Tem hora que a coisa fica tão exagerada e tão clicheziana que parece que na iminência de um naufrágio marinho, ancaps gritariam: "Não se preocupem, alguém aparecerá aqui para vender botes e coletes salva-vidas!! Não pulem!!"