Jurubeba, empiricamente me parece claro que onde não há presença do Estado a violência prevalece, como em muitos países africanos, favelas, e The Walking Dead .
E a não ser para os anarquistas ou anarco capitalistas, a questão da "violência" do Estado é discutível. Por mais que o Estado seja violento (e estou falando de Estados minimamente organizados como Estados de Direito), não se compara à violência de miríades de pequenos senhores da guerra, cada um com seu Estadozinho particular.
Desculpe minha ignorância internacional, mas em qual país africano não existe governo ou Estado? Não estou sendo irônico, é ignorância mesmo.
Eu sou obrigado a discordar de sua conclusão. Concordo que você tem um ponto de vista e eu outro, mas você está analisando o Anarquismo sob a ótica da desordem. Tomemos o exemplo do EI, não há qualquer objetivo anarquista, há apenas a desordem causada pela disputa de poder. Não há objetivos declarados de ordenar uma sociedade onde o princípio máximo do anarquismo (anarcocapitalismo) esteja presente, que é o
princípio da não agressão. Pelo contrário: agressão é o que mais se tem por lá.
Até concordo que desejar um comportamento acima do
brutal do grosso da humanidade é pedir demais, mas buscar os objetivos do anarquismo nos trará muitos benefícios, mesmo que a Anarquia não seja alcançada.
Você parte de uma premissa de descrédito para com a humanidade, já que os instintos farão o desejo pelo poder florescer e provocar violência. Eu parto do ponto oposto: o de acreditar na humanidade, de desejar essa utopia. Já pensou se os utópicos filósofos da Grécia não tivessem perdido seu tempo em devaneios sobre ética e coisas afins? Imagino que sequer essa conversa estaríamos tendo. Ou os utópicos cientistas?
Para não parecer que estou filosofando demais, pense na hipótese de você não ver possibilidade de haver ordem em uma sociedade anárquica por estar muito mergulhado em uma ótica onde a violência do Estado é tamanha que se tornou difícil uma análise sob um panorama externo ao sistema. Algo como um
admirável mundo novo. É aquele princípio que está incutido em nós onde não admitimos qualquer violência vindo de quem quer que seja, contando que não seja o Estado. Desse nós até requisitamos.
A conversa é boa, e tende a ser longa. Eu não sou muito bom com palavras, tendo a ser prolixo. Mas penso que boa parte do mercado vive em anarquia e os
darwinianos (mais bem adaptados) estão sobrevivendo muito bem, sem apontar uma arma para ninguém, apesar do Estado.
Saudações