Quando se fala em "extinção do capitalismo", muitos autores consideram a definição de capitalismo de Marx, segundo o qual ele é o sistema em que há distinção entre a figura do proprietário dos meios de produção e a figura da mão-de-obra (atualmente, a figura do empreendedor individual existe, mas a contribuição dela para o PIB é pequena). Todavia, essa é uma discussão ideológica inútil.
Mais interessante é saber se haverá uma razoável auto-suficiência na produção de bens físicos comparável a que existe nos softwares. Até onde li de Rifkin, ele não considera "economia do grátis" como a "economia do almoço grátis". Veja o caso do mercado de softwares através do Freemium atualmente. Ele é um modelo de negócio em que se ganha dinheiro pela porta lateral, mas isso não impede que já haja uma auto-suficiência razoável. Quem compra um computador, tem disponível o Linux ou o Android como sistema operacional, tem o Google Chrome para navegar na internet, tem o Google Docs para editar textos e tem o software antivírus gratuito do Avira. Quem é miserável e teve que ralar para comprar um computador, não tem a desculpa de falta de dinheiro para se beneficiar do valor dos softwares.
Falar da ineficácia atual das impressoras 3D em produzir carros é inútil. Se estamos falando de um futuro daqui ao ano do último dia do último forista da atual "turma" do Clube Cético, o rumo é fundamentalmente imprevisível e ele pode ser bem mais otimista que a hipótese do refinamento da impressora 3D. Até lá, poderá ser inventado um montador molecular ou um replicador. Assim, poderíamos construir objetos a partir de outros quase a partir de nada, ou melhor, a partir de um conjunto de materiais brutos que seriam transformados no momento do aperto do botão de um replicador. Trilhões e trilhões de nanorobôs convergiriam esses materiais brutos, cada um deles programados para desmontá-los, e em seguida remontá-los em um produto totalmente novo. Assim, poderíamos fabricar qualquer coisa. Talvez prédios ou cidades inteiras fossem construídos assim.