O Conde Loppeux participou deste debate (pois é... aquele que se acha o biduzão intelectual).
Os argumentos ficaram centrados na ''prova'' da existência de deus do Primeiro motor imóvel de Tomás de Aquino e na insistência da parte religiosa de que os adversários careciam de uma base filosófica.
Ledo engano, pois é justamente o contrário. O que faltou nos argumentos da parte cética foi um conhecimento mais sólido de neurociência. Se fosse o Alquimista nesse debate, teria arrasado os adversários!!!!!! hahahahahahaha Senão, vejamos:
Os religiosos acusaram os céticos de conhecerem pouco de filosofia e mandaram ver no ilusório raciocínio do Primeiro motor imóvel. Mas a filosofia, na realidade, apesar de ser um belo exercício de imaginação e pensamento, é uma ferramenta IMPRECISA para se investigar a verdade (ao contrário do que os filósofos arguem). Pois raciocínios que parecem lógicos para a nossa mente e baseados na razão podem ser extremamente equivocados. Sim, a nossa ''mente racional'' também pode nos pregar peças. Vou dar alguns exemplos de como realmente funciona a lógica do nosso cérebro.
Todos achamos que fazer somas aritméticas é um exercício deveras racional, não é mesmo?
Experimentem então fazer a seguinte conta mentalmente e o mais rápido que puderem:
Comecem com 1000 / Acrescenta 40 / Soma mais 1000 / Acrescenta 30 / Soma mais 1000 / Acrescenta 20 / Soma mais 1000 / e acrescenta 10.
Qual é total??? .......................... 5000, correto? O Conde Loppeux diria que sim. Ele e a maioria! Agora peguem uma calculadora e refaçam o cálculo outra vez. Vocês terão uma grande surpresa.
E que tal essa: peçam para uma pessoa calcular de cabeça o mais rápido que puder quanto é 2x3x4x5x6x7x8. Deem pouco tempo, o suficiente para que o reles mortal apenas possa fazer uma estimativa.
Ok, agora peçam pra outra pessoa resolver o produto 8x7x6x5x4x3x2, sempre dando pouquíssimo tempo para que ela dê como resultado somente uma estimativa.
Se tudo for feito corretamente, podem apostar que a segunda estimativa será maior que a primeira, mesmo que a ordem dos fatores não altere o produto.
Agora, como é a realidade??? Ah, existem certas circunstâncias da realidade que contrariam totalmente a nossa lógica racional, como é o caso dos infinitos de Cantor.
Sabemos que infinito + 1 = infinito, mas como que o cérebro aceita que existem infinitos maiores e infinitos menores??? A matemática prova, mas não adianta. A mente nunca entenderá uma aberração dessas.
Assim é a realidade, e ela pode ser altamente contra-intuitiva. Se duvidam, sugiro um elegíaco final de semana no Hotel de Hilbert.
O nosso cérebro não foi evoluído pra apreender o mundo real. Por questões de adaptação e sobrevivência, ele está mais pra um simulador de modelos de ''realidades'', por isso é tão importante a questão das origens, do sentido... Tudo fruto do, podemos dizer assim, bug (cerebral) da lógica e da razão. Mas os meninos ''filósofos'' da religião gostam assim, de encadeamentos de pensamentos bem ''redondinhos''. É o que eles estão acostumados. Por isso é tão fácil se autoiludir.
Daí a filosofia ser uma ferramenta falha que nos leva a raciocínios falsos, mas que soam como tendo algum sentido. Afinal, a lógica do Primeiro motor imóvel de Tomás de Aquino faz tanto sentido pra nossa mente quanto a dos Paradoxos de Zenão de Eléia, não é mesmo?! Zenão, vejamos... hahahahahahahahaha