Se o PT não encontrasse grande resistência para tudo o que quisesse fazer, o que teríamos de essência não-comunista no Brasil? [...]
A sequência de suposições. ou o exercício de futurologia, que você faz logo após a esta pergunta poderia levar alguém a responder: " Bom, este cenário está parecendo uma ditadura estilo general Geisel, só que bem mais light."
( Porque o Geisel não comprava o Legislativo; ameaçava, prendia, cassava. Também a Justiça podia se dizer que era mais do que "submissa". Os militares não precisavam fazer "acordão" nenhum com ministros do Supremo. Órgãos de imprensa vendidos havia, e os que não se vendiam eram censurados. E "democracia direta" me lembrou de... eleições indiretas. )
Eu deveria então perguntar: o que havia em essência de não-comunista na ditadura militar?
Em essência... essencialmente mesmo, exatamente aquilo que há hoje: o capitalismo! Que essencialmente seria o mesmo que haveria se o PT conseguisse esta pequena fração do poder que os militares tiveram, e que você tanto teme que venham a ter.
Mas nós ainda podemos fazer um jogo engenhoso de redefinições arbitrárias para rotular de comunista qualquer coisa que o PT venha a ser ou fazer. Mas a realidade segue indiferente às definições: o que você quer chamar de comunismo não parece estar incomodando à construtora OAS ou ao Banco Bradesco.
Sem mencionar que a bancada ruralista nunca esteve tão acomodada como nos últimos anos.