Autor Tópico: O ensino da História no Brasil  (Lida 2319 vezes)

0 Membros e 1 Visitante estão vendo este tópico.

Offline Pagão

  • Nível 38
  • *
  • Mensagens: 3.690
  • Sexo: Masculino
O ensino da História no Brasil
« Online: 08 de Julho de 2016, 09:02:05 »

Este historiador tem razão na sua crítica? O ensino da História no Brasil vai seguir esse caminho?
Nenhuma argumentação racional exerce efeitos racionais sobre um indivíduo que não deseje adotar uma atitude racional. - K.Popper

Offline Gauss

  • Nível 40
  • *
  • Mensagens: 4.232
  • Sexo: Masculino
  • A Lua cheia não levanta-se a Noroeste
Re:O ensino da História no Brasil
« Resposta #1 Online: 08 de Julho de 2016, 14:16:58 »

Este historiador tem razão na sua crítica? O ensino da História no Brasil vai seguir esse caminho?

Sim. Em tudo que ele falou. Há aqui  no Brasil entre os adeptos da esquerda, que são os que fazem os currículos escolares, uma espécie de negação da cultura ocidental(que queira ou não foi o que moldou o  nosso mundo, e no qual o próprio Brasil faz parte), em prol de uma aproximação ideológica das minorias raciais usando para isto bandeiras de "justiça social e diversidade".

Olhando a origem genética do brasileiro, é óbvio que é importante estudar um pouco da África e sua história. Mas a negação da cultura greco-romana, que foi responsável por criar as bases de nossa filosofia, justiça, ciência, matemática, engenharia, e outros, é um absurdo. E uma realidade, infelizmente.

Você sabia que nas escolas por aqui sempre foi ensinado que "os portugueses(do qual 95% da população brasileira descende) vieram para o Brasil na época da colônia, roubaram todas as riquezas e voltaram pra casa, deixando o país do jeito que esta´"? É um absurdo, mas a isso chamamos de anacronismo.

Tem alguns bons videos e textos que falam sobre a situação do ensino de história no Brasil.

"A definição de Anacronismo e o exemplo do Brasil Colônia"

http://www1.folha.uol.com.br/ilustrissima/2015/11/1703011-proposta-do-mec-para-ensino-de-historia-mata-a-temporalidade.shtml

MEC amplia currículo de história após críticas.
http://educacao.estadao.com.br/noticias/geral,mec-amplia-historia-mundial-em-novo-curriculo,10000016738

Citação de: Gauss
Bolsonaro é um falastrão conservador e ignorante. Atualmente teria 8% das intenções de votos, ou seja, é o Enéas 2.0. As possibilidades desse ser chegar a presidência são baixíssimas, ele só faz muito barulho mesmo, nada mais que isso. Não tem nenhum apoio popular forte, somente de adolescentes desinformados e velhos com memória curta que acham que a ditadura foi boa só porque "tinha menos crime". Teria que acontecer uma merda muito grande para ele chegar lá.


Offline André Luiz

  • Nível 38
  • *
  • Mensagens: 3.657
  • Sexo: Masculino
    • Forum base militar
Re:O ensino da História no Brasil
« Resposta #3 Online: 24 de Julho de 2016, 18:20:31 »
Não vai rolar um tópico sobre o projeto de lei da escola sem partido?

Offline Buckaroo Banzai

  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 38.735
  • Sexo: Masculino
Re:O ensino da História no Brasil
« Resposta #4 Online: 24 de Julho de 2016, 18:40:47 »
Nem sabia da existência de tal PL.

Pesquisando notícias é dito que o MPF e a AGU dizem ser inconstitucional. Mas tem uma lei similar em Alagoas.

Imagino que deve ter problemas em tentar impor um silêncio sobre questões políticas e sociais, talvez sendo proibido aos professores falar sobre a evolução dos direitos de minorias como algo positivo e coisas assim, de forma que incomode menos a conservadores, especialmente religiosos. Mas por outro lado parece que as contestações da esquerda tem mais preocupação na proibição implícita de fazer doutrinação marxista, "liberdade de expressão do professor" (que já não é de qualquer forma absoluta, por lei mesmo). A "carta maior" ou talvez "carta capital" já vê como "mecanismo de manutenção do golpe", ou algo assim.

Me pergunto se os critérios de imparcialidade da wikipédia poderiam servir como guia para um projeto nessa linha, mas sem esses problemas.

Offline Lakatos

  • Nível 35
  • *
  • Mensagens: 3.071
  • Sexo: Masculino
Re:O ensino da História no Brasil
« Resposta #5 Online: 25 de Julho de 2016, 04:08:18 »
Há dois ataques em curso contra os currículos da educação nacional. Os pan-africanistas e extremistas de esquerda em geral de um lado, querendo reformular a educação de forma revisionista e autoritária, mas com apoio popular escasso; e os cristãos e extremistas de direita, de outro, querendo retirar conteúdos de humanidades e de biologia que contrariam suas crenças, mas que por sua vez contam com apoio popular bem mais massivo. Ambos se acusam mutuamente e assumem para si o papel de estarem "lutando por isenção".

Offline Geotecton

  • Moderadores Globais
  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 28.345
  • Sexo: Masculino
Re:O ensino da História no Brasil
« Resposta #6 Online: 25 de Julho de 2016, 07:17:13 »
[...]
e os cristãos e extremistas de direita, de outro, querendo retirar conteúdos de humanidades e de biologia que contrariam suas crenças,
[...]

Pode explicar melhor?
Foto USGS

Offline Lakatos

  • Nível 35
  • *
  • Mensagens: 3.071
  • Sexo: Masculino
Re:O ensino da História no Brasil
« Resposta #7 Online: 25 de Julho de 2016, 07:49:36 »
[...]
e os cristãos e extremistas de direita, de outro, querendo retirar conteúdos de humanidades e de biologia que contrariam suas crenças,
[...]

Pode explicar melhor?

Uma leitura importante para situar o que eu estou dizendo é a justificativa do PL chamado "escola sem partido". Não o projeto em si, mas a justificativa oficial.

Ela tem alguns disparates como afirmar que é ponto pacífico que a religião é a base da moralidade. A aplicação do projeto à luz dessa justificativa, ou seja, como os senadores esperam que seja feito, por conseguinte consideraria doutrinação afirmar em sala de aula que é perfeitamente possível a existência de sistemas morais que não são derivados da religião. Seria um prejuízo ao ensino isento de filosofia, por exemplo.

O projeto também afirma que o professor não pode ensinar conteúdos que se contraponham aos valores pessoais dos alunos e de suas famílias. Ora, os valores pessoais dos alunos e das famílias da maior parte dos brasileiros ensinam que a vida foi criada por Deus conforme descrito na Bíblia, e que acreditar nisso não contém nenhuma incoerência científica. Um professor que ensine que provavelmente a vida surgiu de maneira natural e se diversificou depois conforme a teoria da evolução explica será certamente acusado de "ofensa aos valores dos alunos e de suas famílias".

Um exemplo de cada caso para ilustrar, mas o projeto dá margem deliberada para muitas coisas desse tipo.
« Última modificação: 25 de Julho de 2016, 07:53:44 por Lakatos »

Offline Buckaroo Banzai

  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 38.735
  • Sexo: Masculino
Re:O ensino da História no Brasil
« Resposta #8 Online: 25 de Julho de 2016, 10:13:33 »
Citar
http://opiniao.estadao.com.br/noticias/geral,ideologia-na-escola,10000063694

Ideologia na escolaMovimento não faria muito caso – ou talvez nem existisse – se a doutrinação ideológica em sala de aula se prestasse a disseminar ideias conservadoras

Citar
http://blog.elivieira.com/2016/07/20/escola-sem-partido/

... De todas as premissas insinuadas no projeto, uma bem difícil de compreender é a menção, na justificativa e no parágrafo único de um artigo, à sexualidade. Será que os autores do projeto acreditam que alguma criança pode ser ensinada a ser gay, como expressou temerosamente Myrian Rios na ALERJ em 2011?
...
E por falar em debates de questões éticas, aí está outro erro feio do projeto Escola Sem Partido: a insinuação de que moral/ética é fundamentalmente monopólio da religião e das famílias. Isso é falso. A ética é debatida com rigor na filosofia desde Platão e Aristóteles, e é uma afronta contra nosso legado cultural que os autores do projeto finjam que somente clérigos, pais e mães estejam interessados em códigos morais, quando os filósofos o fazem frequentemente com mais competência. Essa tentativa de divorciar ética de educação formal é absurda, é assumir que o subjetivismo ético ganhou sem protestos e que o relativismo cultural é a norma a ser imposta (incoerentemente). Eu duvido que os proponentes dessa ideia estariam confortáveis em permitir que famílias e clérigos ensinem o racismo às suas crianças, como acontece até hoje em algumas famílias no interior dos Estados Unidos, sem que nada nas escolas públicas ensinasse a alternativa filosófica de que o racismo é uma ideia objetivamente errada. Quem acredita na educação acredita que ideias erradas e falsas como as que estão em torno do racismo podem ser debatidas com franqueza, e que quanto mais aberto o debate, quanto mais seguir regras lógicas em vez de tabus sociais, maior é a chance do racismo se enfraquecer. O problema dos autoritários de boas intenções é não acreditar que ideias verdadeiras e morais saem mais fortes de debates francos e honestos entre os verdadeiramente interessados no assunto.
...
Em resumo e conclusão: como está, o projeto Escola Sem Partido falha em expressar suas preocupações mais corretas de forma convincente e com uma proposta eficaz de evitar o abuso do ambiente escolar para a doutrinação. Sua atual redação sugere um interesse de afastar certos tipos de doutrinação em benefício de doutrinações mais tradicionais, em vez de fortalecer a educação nas escolas públicas. O projeto precisa de uma reforma para afastar a preocupação de que foi criado com interesse de blindar os alunos dos debates globais sobre liberdade sexual, e com o interesse de deseducar o público com a crença falsa de que moralidade é monopólio da família e da religião, em vez de reforçar a ética como mais uma área em que o debate franco educacional é não apenas possível, mas recomendável.


Offline Brienne of Tarth

  • Nível 33
  • *
  • Mensagens: 2.510
  • Sexo: Feminino
  • Ave, Entropia, morituri te salutant
Re:O ensino da História no Brasil
« Resposta #9 Online: 25 de Julho de 2016, 12:36:23 »
E a doutrinação segue nas faculdades particulares, pois para formandos em Licenciatura em História, temos que cumprir a PNE e incluir nos trabalhos a criação, desenvolvimento e aplicação de políticas de atendimento às exigências de inclusão.
GNOSE

Offline Gigaview

  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 15.604
Re:O ensino da História no Brasil
« Resposta #10 Online: 25 de Julho de 2016, 20:58:06 »
Temos que levar em conta o tempo disponível que o aluno dispõe na escola para aprender, e isso requer que sejam estabelecidas prioridades na formulaçao do currículo e na abordagem dos assuntos em sala de aula. Indo direto ao ponto, História só serve mesmo para contar estórias que poderiam ser deixadas para os adultos assistirem nos cinemas e nas novelas de época da TV. Se aprende muito mais assistindo "Independência ou Morte" com Tarcísio Meira em 2 horas do que num curso inteiro de um semestre. As crianças devem aproveitar melhor o tempo estudando coisas mais úteis e aplicáveis ao contexto contemporâneo.
« Última modificação: 25 de Julho de 2016, 21:51:28 por Gigaview »
Brandolini's Bullshit Asymmetry Principle: "The amount of effort necessary to refute bullshit is an order of magnitude bigger than to produce it".

Pavlov probably thought about feeding his dogs every time someone rang a bell.

Offline Gauss

  • Nível 40
  • *
  • Mensagens: 4.232
  • Sexo: Masculino
  • A Lua cheia não levanta-se a Noroeste
Re:O ensino da História no Brasil
« Resposta #11 Online: 25 de Julho de 2016, 22:13:20 »
Temos que levar em conta o tempo disponível que o aluno dispõe na escola para aprender, e isso requer que sejam estabelecidas prioridades na formulaçao do currículo e na abordagem dos assuntos em sala de aula. Indo direto ao ponto, História só serve mesmo para contar estórias que poderiam ser deixadas para os adultos assistirem nos cinemas e nas novelas de época da TV. Se aprende muito mais assistindo "Independência ou Morte" com Tarcísio Meira em 2 horas do que num curso inteiro de um semestre. As crianças devem aproveitar melhor o tempo estudando coisas mais úteis e aplicáveis ao contexto contemporâneo.

Esse seu comentário foi sarcasmo, né?
Citação de: Gauss
Bolsonaro é um falastrão conservador e ignorante. Atualmente teria 8% das intenções de votos, ou seja, é o Enéas 2.0. As possibilidades desse ser chegar a presidência são baixíssimas, ele só faz muito barulho mesmo, nada mais que isso. Não tem nenhum apoio popular forte, somente de adolescentes desinformados e velhos com memória curta que acham que a ditadura foi boa só porque "tinha menos crime". Teria que acontecer uma merda muito grande para ele chegar lá.

Offline Skeptikós

  • Nível 40
  • *
  • Mensagens: 4.125
  • Sexo: Masculino
  • Séxtos Empeirikós
Re:O ensino da História no Brasil
« Resposta #12 Online: 25 de Julho de 2016, 22:43:17 »
Temos que levar em conta o tempo disponível que o aluno dispõe na escola para aprender, e isso requer que sejam estabelecidas prioridades na formulaçao do currículo e na abordagem dos assuntos em sala de aula. Indo direto ao ponto, História só serve mesmo para contar estórias que poderiam ser deixadas para os adultos assistirem nos cinemas e nas novelas de época da TV. Se aprende muito mais assistindo "Independência ou Morte" com Tarcísio Meira em 2 horas do que num curso inteiro de um semestre. As crianças devem aproveitar melhor o tempo estudando coisas mais úteis e aplicáveis ao contexto contemporâneo.

Esse seu comentário foi sarcasmo, né?
Muitos aqui acreditam mesmo que os cursos de humanas são inúteis para se formar um cidadão próspero e/ou produtivo: Japão pede para que universidades cancelem cursos de humanas
"Che non men che saper dubbiar m'aggrada."
"E, não menos que saber, duvidar me agrada."

Dante, Inferno, XI, 93; cit. p/ Montaigne, Os ensaios, Uma seleção, I, XXV, p. 93; org. de M. A. Screech, trad. de Rosa Freire D'aguiar

Offline Gauss

  • Nível 40
  • *
  • Mensagens: 4.232
  • Sexo: Masculino
  • A Lua cheia não levanta-se a Noroeste
Re:O ensino da História no Brasil
« Resposta #13 Online: 25 de Julho de 2016, 23:28:01 »
O que falta no meio de humanas talvez seja um currículo mais técnico. Às vezes passa a impressão de que esse pessoal não trabalha ou não têm utilidade justamente por isso, mas a História e a Filosofia são importantes para entender o mundo. As pessoas têm que compreender o porque das coisas serem como são hoje, e essa é a função da História. As pessoas tem que discutir ideias, e isso a Filosofia têm que promover. O problema é a ideologia inerente nesses dois campos, que a gente conhece muito bem, cheio de desonestidade intelectual e conclusões forçadas para tentar direcionar o debate para um campo ideológico e não promovê-lo. Não, o  Projeto Escola sem-partido não é a solução para isso, mas algo deve ser feito para mudar.
Citação de: Gauss
Bolsonaro é um falastrão conservador e ignorante. Atualmente teria 8% das intenções de votos, ou seja, é o Enéas 2.0. As possibilidades desse ser chegar a presidência são baixíssimas, ele só faz muito barulho mesmo, nada mais que isso. Não tem nenhum apoio popular forte, somente de adolescentes desinformados e velhos com memória curta que acham que a ditadura foi boa só porque "tinha menos crime". Teria que acontecer uma merda muito grande para ele chegar lá.

Offline Gigaview

  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 15.604
Re:O ensino da História no Brasil
« Resposta #14 Online: 25 de Julho de 2016, 23:29:53 »
O que falta no meio de humanas talvez seja um currículo mais técnico. Às vezes passa a impressão de que esse pessoal não trabalha ou não têm utilidade justamente por isso, mas a História e a Filosofia são importantes para entender o mundo. As pessoas têm que compreender o porque das coisas serem como são hoje, e essa é a função da História. As pessoas tem que discutir ideias, e isso a Filosofia têm que promover. O problema é a ideologia inerente nesses dois campos, que a gente conhece muito bem, cheio de desonestidade intelectual e conclusões forçadas para tentar direcionar o debate para um campo ideológico e não promovê-lo. Não, o  Projeto Escola sem-partido não é a solução para isso, mas algo deve ser feito para mudar.

De qual História você está falando?

Brandolini's Bullshit Asymmetry Principle: "The amount of effort necessary to refute bullshit is an order of magnitude bigger than to produce it".

Pavlov probably thought about feeding his dogs every time someone rang a bell.

Offline Gauss

  • Nível 40
  • *
  • Mensagens: 4.232
  • Sexo: Masculino
  • A Lua cheia não levanta-se a Noroeste
Re:O ensino da História no Brasil
« Resposta #15 Online: 26 de Julho de 2016, 11:06:29 »
As pessoas têm que aprender que ocorreu uma guerra que moldou o mundo moderno(Segunda Guerra), um conflito indireto que moldou o mundo(Guerra Fria), revoluções que mudaram o mundo(Revolução francesa, Revolução americana, Revolução russa, etc.), Impérios e povos que moldaram as leis e a ciência(Gregos, Romanos, Egípcios, Mesopotâmios, etc.). Elas não devem ser levadas a ter uma opinião político-ideológico igual ao do locutor(professor) como  por exemplo achar que a revolução russa foi uma maravilha feita pelo "proletariado" sendo  algo automaticamente bom que formou coisas boas e um governo bom só por causa disso e que a Revolução americana foi ruim pois foi feito pela burguesia, sendo  algo automaticamente ruim por causa disso(no meu Ensino Médio eu tinha um professor que pensava assim). Isso é doutrinação.

Mas as pessoas têm que estudar a sua história. É básico isso.
Citação de: Gauss
Bolsonaro é um falastrão conservador e ignorante. Atualmente teria 8% das intenções de votos, ou seja, é o Enéas 2.0. As possibilidades desse ser chegar a presidência são baixíssimas, ele só faz muito barulho mesmo, nada mais que isso. Não tem nenhum apoio popular forte, somente de adolescentes desinformados e velhos com memória curta que acham que a ditadura foi boa só porque "tinha menos crime". Teria que acontecer uma merda muito grande para ele chegar lá.

Offline Spencer

  • Nível 28
  • *
  • Mensagens: 1.409
Re:O ensino da História no Brasil
« Resposta #16 Online: 26 de Julho de 2016, 12:47:55 »

Mas as pessoas têm que estudar a sua história. É básico isso.
Verdade; principalmente porque os agentes da transformação também escondem motivações que permanecem desconhecidas.

1. A aventura humana transitando pela História demonstra duas coisas: - personagens que defendem pontos de vista, ideologias, comportamento ético, moralidade, e que geralmente empenham com sacrifício pessoal todas as possibilidades de paz e felicidade, não raro culminando com a perda da própria vida.
Mas também, aqueles que por meio da truculência, oportunismo, sagacidade e extremada ambição alcançam alguma forma de poder para então se locupletarem.

Nos bastidores desta História observa-se a persistência de algo que molda e define as opiniões tendenciosas que se transformam em elementos de perturbação. Opiniões que se caracterizam pela superficialidade e falta de compromisso com a verdade.
Procuram ou criam fantasmas da falsidade a envolverem os que são desinteressadamente bons ou trabalham para o bem geral.

Offline Spencer

  • Nível 28
  • *
  • Mensagens: 1.409
Re:O ensino da História no Brasil
« Resposta #17 Online: 26 de Julho de 2016, 12:48:30 »
2.
Por se orientarem nos caminhos da vida pelo interesse material, o ganho a qualquer preço, a vaidade mórbida e o “salve-se quem puder”, não conseguem admitir que nem todos são como eles e centralizam seus ataques na fragilidade ocasional de um ou outro, dentre os bem-intencionados e fazem deles regra geral, quando não passam de exceções.
Essa descrença na força do bem, única capaz de nos trazer a paz e a ordem social por muito tempo ainda abrigará em suas sombras, de forma inconsciente, as sementes das revoltas, das greves, da enfermidade e do crime.
Não existe nada mais pernicioso que uma opinião mal formada, por atender a interesses pessoais.

Offline Brienne of Tarth

  • Nível 33
  • *
  • Mensagens: 2.510
  • Sexo: Feminino
  • Ave, Entropia, morituri te salutant
Re:O ensino da História no Brasil
« Resposta #18 Online: 26 de Julho de 2016, 12:59:02 »
Temos que levar em conta o tempo disponível que o aluno dispõe na escola para aprender, e isso requer que sejam estabelecidas prioridades na formulaçao do currículo e na abordagem dos assuntos em sala de aula. Indo direto ao ponto, História só serve mesmo para contar estórias que poderiam ser deixadas para os adultos assistirem nos cinemas e nas novelas de época da TV. Se aprende muito mais assistindo "Independência ou Morte" com Tarcísio Meira em 2 horas do que num curso inteiro de um semestre. As crianças devem aproveitar melhor o tempo estudando coisas mais úteis e aplicáveis ao contexto contemporâneo.

 :histeria: :histeria: :histeria: :histeria:

E parodiando uma frase atribuída à Edmund Burke:

"O POVO QUE NÃO CONHECE HISTÓRIA ESTÁ CONDENADO A REPETI-LA"
GNOSE


Offline Gigaview

  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 15.604
Re:O ensino da História no Brasil
« Resposta #20 Online: 26 de Julho de 2016, 18:32:32 »
Os chineses conhecem bem a história da escravidão no Brasil porque "A Escrava Isaura" passou lá na China dublada em chinês. Aprendemos sobre a "ditadura" com "Anos Dourados" com Malu Mader. Agora está no ar "Liberdade, Liberdade" com Mateus Solano sobre a inconfidência mineira. Existem muitas séries, muitas novelas históricas graças à Rede Globo que é uma emissora que leva a sério sua responsabilidade cultural. Não é preciso estudar, basta a assistir.

<a href="https://www.youtube.com/v/Rphgrl_8ZOg" target="_blank" class="new_win">https://www.youtube.com/v/Rphgrl_8ZOg</a>
Brandolini's Bullshit Asymmetry Principle: "The amount of effort necessary to refute bullshit is an order of magnitude bigger than to produce it".

Pavlov probably thought about feeding his dogs every time someone rang a bell.

Offline Gigaview

  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 15.604
Re:O ensino da História no Brasil
« Resposta #21 Online: 26 de Julho de 2016, 18:41:04 »
Citar
Learning History at the Movies
By GARY GUTTING

Movies are the source of much of what we know — or think we know — about history. Currently, Steven Spielberg’s “Lincoln” is being recommended as a source of knowledge not just about Lincoln and the Civil War but also about politics in general. For example, Ruth Marcus, writing in The Washington Post, has praised the “instructional value” of the film for both President Obama and the current lame-duck Congress. “It presents,” she says, “useful lessons in the subtle arts of presidential leadership and the practice of politics, at once grimy and sublime.” David Brooks has similarly endorsed the film, and in a post in the Civil War series Disunion, the historian Philip Zelikow explains how the film may have actually put forward its own plausible interpretation of the events surrounding the passage of the 13th Amendment. But there are limits to the extent that we can rely on movies to convey historical truth.

Any historical film, particularly one so richly and meticulously realized, will be misleadingly complete and concrete.
Like most popular historical movies, “Lincoln” is not a documentary, but a dramatic presentation. It tells an engaging story, depicts fascinating characters, and has sets and costumes that seem to take us back to Washington in 1865. But to what extent can we trust “Lincoln” (or any other dramatization of history for popular entertainment) as a source of historical fact and understanding? A film drama can present historical events, vividly and movingly perhaps, but it has no place for evidence supporting the truth of the presentation. As a result, simply looking at the movie, we have no way of knowing to what extent “Lincoln” is accurate. This applies to particular details (did Thaddeus Stephens actually wear a wig and have a black mistress?) but most important to the overall interpretation: was Lincoln really a noble politician, reluctantly using patronage and countenancing bribery to achieve a greater good?

We might think that questions about the accuracy of “Lincoln” are resolved once we learn that, unlike many historical films, it makes serious use of historical sources and historians’ interpretations of them. We’re told in the credits that the film is to an important extent based on Doris Kearns Goodwin’s well-regarded history, “Team of Rivals: The Political Genius of Abraham Lincoln,” and an array of prominent historians are listed as consultants. Still, the film, unlike a historian’s book, cannot provide the sources and arguments that might support the countless decisions of its makers about controversial claims and interpretations. Further, since it is a dramatization, the filmmakers — even rigorously faithful ones — are very likely at points within the film to exercise their right to override historical accuracy for the sake of better theater.

To pursue the problem of the film’s historical value, it will help to reflect on one of the highlights: Daniel Day-Lewis’s portrayal of Abraham Lincoln. In The New Yorker, Anthony Lane tells us, “What we derive from Day-Lewis, though, is the mysterious — and accurate — sense of a man who by instinct and by expertise reaches out to the people he leads while seeming lost in himself.” Similarly, Kenneth Turan in The Los Angeles Times comments on “the marvelously relaxed way [Day-Lewis] morphs into this character and simply becomes Lincoln. While his heroic qualities are visible when they’re needed, Day-Lewis’ Lincoln is a deeply human individual, stooped and weary after four years of civil war but endowed with a palpable largeness of spirit and a genuine sense of humor.” The performance “rings true,” as we say, and it’s satisfying to believe that Lincoln was so complex, so human, but finally so great.

But how can Lane and Turan have reason to believe that Day-Lewis’s portrayal is “accurate”? They would have had to — as Zelikow did in his focused analysis — refer to history books (Goodwin’s and others) that sift through the evidence and painstakingly construct a plausible account of Lincoln’s character. As I’ve emphasized, no dramatic presentation in itself provides a basis for accepting its view as even close to the truth.

Another problem is that any historical film, particularly one so richly and meticulously realized, will be misleadingly complete and concrete. For example, in the movie, Lincoln orders two congressmen to do what needs to be done to pass the 13th Amendment: “I am president of the United States, clothed in immense power, and I expect to you procure those votes.” Goodwin’s history cites a memoir that quotes Lincoln as saying this. But no source could give us the volume, tone, facial expression, or contextual nuance that characterized his actual statement. Acting in a movie, however, Day-Lewis has to utter the words in one specific way in one specific situation, and he does so to great effect, conveying a moving interpretation of Lincoln’s complex state of mind at the time and of his overall personality. But what Day-Lewis conveys inevitably goes far beyond what our sources tell us Lincoln said and did. His performance may be highly realistic, but we cannot know how close it is to what really happened.

But Day-Lewis worked from Tony Kushner’s thoroughly researched script, read Goodwin’s book (and much else), and discussed details with her. It may well be, then, that his portrayal in this scene gives us an “essential truth” about Lincoln’s mental state and character, even if what the movie presents is in fact quite different from what those at the actual scene saw and heard.

A similar point applies to the excitingly orchestrated climactic vote on the 13th Amendment in the House of Representatives. We no doubt have records of how people voted, perhaps even of what they said, and of how the crowd reacted. But none of this could underwrite the authenticity of the film’s concrete re-enactment, which sweeps us up into its overpowering feeling of justified triumph. But if Kushner and Spielberg have done their historical homework, it may well be that this portrayal expresses the real meaning of the House vote, even if it falls far short as a depiction of what literally happened.

RELATED
More From The Stone
Read previous contributions to this series.
The Times’s film critic A. O. Scott notes that “some of the ambition of ‘Lincoln’ seems to be to answer the omissions and distortions of the cinematic past, represented by great films like D. W. Griffith’s ‘Birth of a Nation,’ which glorified the violent disenfranchisement of African-Americans as a heroic second founding, and ‘Gone With the Wind,’ with its romantic view of the old South.” In purely cinematic terms these two movies may be as compelling as “Lincoln.” We resist their force only if we have historical information that undermines their narratives. Apart from such an intellectual substructure, “Lincoln” is no less propaganda than these classics. But once we know that “Lincoln” has superior historical grounding, doesn’t that give reason to believe what it presents?

Still, merely seeing the movie — even if we know that it is based on a great deal of sound historical research — does not allow us to tell which details are accurate or even which aspects of its interpretation are plausible. To learn this, we need to put the movie in dialogue with the work of historians, as Zelikow has done in his post. (A recent interview with James McPherson, an eminent biographer of Lincoln, also gives a preliminary idea of what can be gained from such an approach.) Without the active engagement of such dialogue, our experience of “Lincoln” will be entertaining but not instructive.

But, particularly with a film as well done as “Lincoln,” the dialogue will be a genuine two-way exchange. In the end, of course, any truth the film presents needs to be grounded in the meticulous work of historians. But good historians do not merely accumulate data. They need sympathetic perception and imaginative interpretation to turn their data into a plausible historical story. The sympathy and imagination of creative artists can also operate on the materials historians supply. This is why a good historical film (or novel or play) can make its own contribution to our historical understanding. Actors, writers and directors who have immersed themselves in the history can provide their own distinctive insights into its meaning. But to benefit from these insights, we need to make our own connection with the historians’ work. It’s not nearly enough just to go see the movie.
http://opinionator.blogs.nytimes.com/2012/11/29/learning-history-at-the-movies/?_r=0
Brandolini's Bullshit Asymmetry Principle: "The amount of effort necessary to refute bullshit is an order of magnitude bigger than to produce it".

Pavlov probably thought about feeding his dogs every time someone rang a bell.


Offline FZapp

  • Administradores
  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 6.943
  • Sexo: Masculino
  • El Inodoro Pereyra
    • JVMC
Re:O ensino da História no Brasil
« Resposta #23 Online: 26 de Julho de 2016, 19:27:34 »
Uai Buckaroo, mas você não me disse para não julgar o filme, que filme não é o livro ?  :twisted:
--
Si hemos de salvar o no,
de esto naides nos responde;
derecho ande el sol se esconde
tierra adentro hay que tirar;
algun día hemos de llegar...
despues sabremos a dónde.

"Why do you necessarily have to be wrong just because a few million people think you are?" Frank Zappa

Offline Lorentz

  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 10.735
  • Sexo: Masculino
Re:O ensino da História no Brasil
« Resposta #24 Online: 26 de Julho de 2016, 23:46:02 »
O que acham do filme "Treze Dias que Abalaram o Mundo"? Eu achei bem didático.
"Amy, technology isn't intrinsically good or bad. It's all in how you use it, like the death ray." - Professor Hubert J. Farnsworth

 

Do NOT follow this link or you will be banned from the site!