Autor Tópico: Reformulação Curricular do MEC - E a Bovinização Continua  (Lida 5700 vezes)

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Offline Feliperj

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Reformulação Curricular do MEC - E a Bovinização Continua
« Online: 11 de Janeiro de 2016, 19:16:07 »
Pessoal,

Não vi esse tema por aqui. Se ja existir, solicito que a moderação remova o meu topico.

Em um país onde a prova de matemática tem enunciados que falam da exploração do patrão porco capitalista sobre os trabalhadores, isso realmente não surpreende :


É revoltante!! Cabe até no tópico : O PT Representa um Risco para o Brasil...

Abs
Felipe


Offline Derfel

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Re:Reformulação Curricular do MEC - E a Bovinização Continua
« Resposta #2 Online: 12 de Janeiro de 2016, 07:39:35 »
Fonte que vê comunista até debaixo da cama. Veja em outras fontes, entre no site do MEC, baixe o programa e leia todo e não apenas o sumário e depois tire suas próprias conclusões. Aproveite e veja como é feita a proposta e vai ver que não é do PT. Durante o ano todo as escolas do país têm se reunido com os seus professores que estão apresentado as propostas e ementas. A proposta atual que se encontra no site é de outubro e está aberta para consulta pública no próprio site. Foi noticiado isso em vários lugares, inclusive no Globo. E, por fim, só responde por 60% do currículo,  o restante é definido por estados e municípios.

http://basenacionalcomum.mec.gov.br
http://m.oglobo.globo.com/sociedade/educacao/mec-vai-propor-reforma-curricular-do-ensino-medio-5813672
http://veja.abril.com.br/noticia/educacao/mec-lanca-curriculo-unico-para-a-educacao-basica/
http://g1.globo.com/educacao/noticia/2015/09/escolas-devem-ter-60-do-conteudo-curricular-padronizado-diz-mec.html

Offline Lorentz

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Re:Reformulação Curricular do MEC - E a Bovinização Continua
« Resposta #3 Online: 12 de Janeiro de 2016, 08:17:57 »
Fonte que vê comunista até debaixo da cama. Veja em outras fontes, entre no site do MEC, baixe o programa e leia todo e não apenas o sumário e depois tire suas próprias conclusões. Aproveite e veja como é feita a proposta e vai ver que não é do PT.

Acho que ninguém disse que foi obra do PT. Isso são anos de doutrinação, que agora anda com suas próprias pernas.
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Offline Geotecton

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Re:Reformulação Curricular do MEC - E a Bovinização Continua
« Resposta #4 Online: 12 de Janeiro de 2016, 09:38:33 »
Fonte que vê comunista até debaixo da cama. Veja em outras fontes, entre no site do MEC, baixe o programa e leia todo e não apenas o sumário e depois tire suas próprias conclusões. Aproveite e veja como é feita a proposta e vai ver que não é do PT. Durante o ano todo as escolas do país têm se reunido com os seus professores que estão apresentado as propostas e ementas. A proposta atual que se encontra no site é de outubro e está aberta para consulta pública no próprio site. Foi noticiado isso em vários lugares, inclusive no Globo. E, por fim, só responde por 60% do currículo,  o restante é definido por estados e municípios.

http://basenacionalcomum.mec.gov.br
http://m.oglobo.globo.com/sociedade/educacao/mec-vai-propor-reforma-curricular-do-ensino-medio-5813672
http://veja.abril.com.br/noticia/educacao/mec-lanca-curriculo-unico-para-a-educacao-basica/
http://g1.globo.com/educacao/noticia/2015/09/escolas-devem-ter-60-do-conteudo-curricular-padronizado-diz-mec.html


Em momento algum foi dito que era uma 'obra do PT'. Como foi escrito pelo Lorentz, o que se tem hoje é o resultado de um longo processo de revisionismo sob influência doutrinária e ideológica da esquerda mais idiota (petistas inclusos, é claro), querendo diminuir a importância da Europa.
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Offline Derfel

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Re:Reformulação Curricular do MEC - E a Bovinização Continua
« Resposta #5 Online: 12 de Janeiro de 2016, 12:32:47 »
Logo no início do vídeo fala que é uma estratégia de doutrinação do PT. E não está se diminuindo a importância da Europa, veja o programa. Não somente foca Portugal como também os movimentos da Europa que contribuíram para a formação nacional. Existe todo um eixo que é o mundo europeu e asiático. Além disso, é estudada as civilizações ocidentais que deram origem a cultura ocidental.

Offline Geotecton

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Re:Reformulação Curricular do MEC - E a Bovinização Continua
« Resposta #6 Online: 12 de Janeiro de 2016, 12:42:10 »
Logo no início do vídeo fala que é uma estratégia de doutrinação do PT. E não está se diminuindo a importância da Europa, veja o programa. Não somente foca Portugal como também os movimentos da Europa que contribuíram para a formação nacional. Existe todo um eixo que é o mundo europeu e asiático. Além disso, é estudada as civilizações ocidentais que deram origem a cultura ocidental.

Não me referi ao vídeo e sim ao que foi dito no contexto. O que se tem hoje é um revisionismo baseado em ideologia e não em fatos. Similar na História, com o que os protestantes pentecostais querem fazer na Biologia e na Geologia.

Não há nada que vindo dos povos africanos ou dos nativos americanos, se compare à contribuição dos europeus no que concerne ao arcabouço teórico do estado brasileiro, inclusive (quer se goste ou não) da influência do cristianismo do 'velho continente'.
« Última modificação: 12 de Janeiro de 2016, 12:49:10 por Geotecton »
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Offline Derfel

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Re:Reformulação Curricular do MEC - E a Bovinização Continua
« Resposta #7 Online: 12 de Janeiro de 2016, 12:55:07 »
E eu me referia ao vídeo. E, gostando ou não, povos indígenas e africanos fazem parte da formação do Brasil, tanto demograficamente quanto culturalmente. A cultura brasileira é uma vertente da europeia (como qualquer outra da civilização ocidental), mas não se pode desprezar as muitas contribuições daqueles povos e nem deixar de estudar algo que faz parte da identidade nacional. Como disse, entre na página do MEC e leia a proposta.

Offline Geotecton

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Re:Reformulação Curricular do MEC - E a Bovinização Continua
« Resposta #8 Online: 12 de Janeiro de 2016, 13:03:41 »
E eu me referia ao vídeo.

Certo, contextos esclarecidos.


E, gostando ou não, povos indígenas e africanos fazem parte da formação do Brasil, tanto demograficamente quanto culturalmente.

Sim, sem dúvida.

Eu escrevi algo afirmando o contrário?


A cultura brasileira é uma vertente da europeia (como qualquer outra da civilização ocidental), mas não se pode desprezar as muitas contribuições daqueles povos e nem deixar de estudar algo que faz parte da identidade nacional.

O 'eixo central' de formação do estado brasileiro é europeu como democracia, voto, república, constituição, atribuição de poderes, federalismo e demais aspectos. Não há o que discutir e nem o que contextualizar.

A nação brasileira, por sua vez, tem importantes contribuições de diferentes povos de diferentes continentes, incluindo o africano e o asiático. Aspectos do idioma, da música e da culinária são exemplos conspícuos.


Como disse, entre na página do MEC e leia a proposta.

Depois eu lerei com mais cuidado.
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Offline Gaúcho

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Re:Reformulação Curricular do MEC - E a Bovinização Continua
« Resposta #9 Online: 12 de Janeiro de 2016, 13:07:02 »








"— A democracia em uma sociedade livre exige que os governados saibam o que fazem os governantes, mesmo quando estes buscam agir protegidos pelas sombras." Sérgio Moro

Offline Diegojaf

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Re:Reformulação Curricular do MEC - E a Bovinização Continua
« Resposta #10 Online: 12 de Janeiro de 2016, 13:26:29 »
Que grande e fumegante pedaço de merda é esse livro, hein? O grande problema é que o sujeito que escreve essas bobagens o faz com tanta convicção que crianças de 14 anos caem na conversa facilmente.

E alguns adultos também...
"De tanto ver triunfar as nulidades; de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça. De tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar-se da virtude, a rir-se da honra e a ter vergonha de ser honesto." - Rui Barbosa

http://umzumbipordia.blogspot.com - Porque a natureza te odeia e a epidemia zumbi é só a cereja no topo do delicioso sundae de horror que é a vida.

Offline Buckaroo Banzai

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Re:Reformulação Curricular do MEC - E a Bovinização Continua
« Resposta #11 Online: 12 de Janeiro de 2016, 13:54:37 »
E, gostando ou não, povos indígenas e africanos fazem parte da formação do Brasil, tanto demograficamente quanto culturalmente.

Ótimo exemplo de "como chegar tão próximo de acusar de racismo, sem no entanto fazẽ-lo diretamente". Algo similar àquelas de "votei no Grade Partido pois, diferentemente de algumas pessoas, sou favorável à ascenção social e econômica das classes desprivilegiadas".


Se a coisa aqui está assim, na esquerdosfera virtual acusações diretas/histéricas de racismo contra essas críticas devem ser a regra.

Offline Derfel

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Re:Reformulação Curricular do MEC - E a Bovinização Continua
« Resposta #12 Online: 12 de Janeiro de 2016, 14:43:03 »
Esse livro de novo?  Ele foi removido da lista do MEC desde 2007 e ainda rende. Abaixo um artigo (de 2007) sobre o livro. Tem o artigo original do Kamel, a resposta da editora e do autor e uma opinião do Luis Nassif.

Citar
A polêmica sobre a nova história
Por Ali Kamel, Mario Schmidt e Luis Nassif em 25/09/2007 na edição 452
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Artigo do jornalista Ali Kamel sobre o livro Nova História Crítica, 8ª série, publicado no Globo (terça, 18/9) e reproduzido no Estado de S.Paulo, suscitou reações do autor e da editora do volume e manifestações várias que circularam pela internet, como a do jornalista Luis Nassif. Os textos dessa polêmica estão reproduzidos abaixo.

***

O que ensinam às nossas crianças

Ali Kamel

Não vou importunar o leitor com teorias sobre Gramsci, hegemonia, nada disso. Ao fim da leitura, tenho certeza de que todos vão entender o que se está fazendo com as nossas crianças e com que objetivo. O psicanalista Francisco Daudt me fez chegar às mãos o livro didático ‘Nova História Crítica, 8ª série’ distribuído gratuitamente pelo MEC a 750 mil alunos da rede pública. O que ele leu ali é de dar medo. Apenas uma tentativa de fazer nossas crianças acreditarem que o capitalismo é mau e que a solução de todos os problemas é o socialismo, que só fracassou até aqui por culpa de burocratas autoritários. Impossível contar tudo o que há no livro. Por isso, cito apenas alguns trechos.

Sobre o que é hoje o capitalismo: ‘Terras, minas e empresas são propriedade privada. As decisões econômicas são tomadas pela burguesia, que busca o lucro pessoal. Para ampliar as vendas no mercado consumidor, há um esforço em fazer produtos modernos. Grandes diferenças sociais: a burguesia recebe muito mais do que o proletariado. O capitalismo funciona tanto com liberdades como em regimes autoritários.’

Sobre o ideal marxista: ‘Terras, minas e empresas pertencem à coletividade. As decisões econômicas são tomadas democraticamente pelo povo trabalhador, visando o (sic) bem-estar social. Os produtores são os próprios consumidores, por isso tudo é feito com honestidade para agradar à (sic) toda a população. Não há mais ricos, e as diferenças sociais são pequenas. Amplas liberdades democráticas para os trabalhadores.’

Sobre Mao Tse-tung: ‘Foi um grande estadista e comandante militar. Escreveu livros sobre política, filosofia e economia. Praticou esportes até a velhice. Amou inúmeras mulheres e por elas foi correspondido. Para muitos chineses, Mao é ainda um grande herói. Mas para os chineses anticomunistas, não passou de um ditador.’

Sobre Revolução Cultural Chinesa: ‘Foi uma experiência socialista muito original. As novas propostas eram discutidas animadamente. Grandes cartazes murais, os dazibaos, abriam espaço para o povo manifestar seus pensamentos e suas críticas. Velhos administradores foram substituídos por rapazes cheios de idéias novas. Em todos os cantos, se falava da luta contra os quatro velhos: velhos hábitos, velhas culturas, velhas idéias, velhos costumes. (…) No início, o presidente Mao Tse-tung foi o grande incentivador da mobilização da juventude a favor da Revolução Cultural. (…) Milhões de jovens formavam a Guarda Vermelha, militantes totalmente dedicados à luta pelas mudanças. (…) Seus militantes invadiam fábricas, prefeituras e sedes do PC para prender dirigentes ‘politicamente esclerosados’. (…) A Guarda Vermelha obrigou os burocratas a desfilar pelas ruas das cidades com cartazes pregados nas costas com dizeres do tipo: ‘Fui um burocrata mais preocupado com o meu cargo do que com o bem-estar do povo’. As pessoas riam, jogavam objetos e até cuspiam. A Revolução Cultural entusiasmava e assustava ao mesmo tempo.’

Sobre a Revolução Cubana e o paredão: ‘A reforma agrária, o confisco dos bens de empresas norte-americanas e o fuzilamento de torturadores do exército de Fulgêncio Batista tiveram inegável apoio popular.’

Sobre as primeiras medidas de Fidel: ‘O governo decretou que os aluguéis deveriam ser reduzidos em 50%, os livros escolares e os remédios, em 25%.’ Essas medidas eram justificadas assim: ‘Ninguém possui o direito de enriquecer com as necessidades vitais do povo de ter moradia, educação e saúde.’

Sobre o futuro de Cuba, após as dificuldades enfrentadas, segundo o livro, pela oposição implacável dos EUA e o fim da ajuda da URSS: ‘Uma parte significativa da população cubana guarda a esperança de que se Fidel Castro sair do governo e o país voltar a ser capitalista, haverá muitos investimentos dos EUA.(…) Mas existe (sic) também as possibilidades de Cuba voltar a ter favelas e crianças abandonadas, como no tempo de Fulgêncio Batista. Quem pode saber?’

Sobre os motivos da derrocada da URSS: ‘É claro que a população soviética não estava passando fome. O desenvolvimento econômico e a boa distribuição de renda garantiam o lar e o jantar para cada cidadão. Não existia inflação nem desemprego. Todo ensino era gratuito e muitos filhos de operários e camponeses conseguiam cursar as melhores faculdades. (…) Medicina gratuita, aluguel que custava o preço de três maços de cigarro, grandes cidades sem crianças abandonadas nem favelas… Para nós, do Terceiro Mundo, quase um sonho não é verdade? Acontecia que o povo da segunda potência mundial não queria só melhores bens de consumo. Principalmente a intelligentsia (os profissionais com curso superior) tinha inveja da classe média em desenvolvimento dos países desenvolvidos (…) Queriam ter dois ou três carros importados na garagem de um casarão, freqüentar bons restaurantes, comprar aparelhagens eletrônicas sofisticadas, roupas de marcas famosas, jóias. (…) Karl Marx não pensava que o socialismo pudesse se desenvolver num único país, menos ainda numa nação atrasada e pobre como a Rússia tzarista. (…) Fica então uma velha pergunta: e se a revolução tivesse estourado num país desenvolvido como os EUA e a Alemanha? Teria fracassado também?’

Esses são apenas alguns poucos exemplos. Há muito mais. De que forma nossas crianças poderão saber que Mao foi um assassino frio de multidões? Que a Revolução Cultural foi uma das maiores insanidades que o mundo presenciou, levando à morte de milhões? Que Cuba é responsável pelos seus fracassos e que o paredão levou à morte, em julgamentos sumários, não torturadores, mas milhares de oponentes do novo regime? E que a URSS não desabou por sentimentos de inveja, mas porque o socialismo real, uma ditadura que esmaga o indivíduo, provou-se não um sonho, mas um pesadelo?

Nossas crianças estão sendo enganadas, a cabeça delas vem sendo trabalhada, e o efeito disso será sentido em poucos anos. É isso o que deseja o MEC? Senão for, algo precisa ser feito, pelo ministério, pelo congresso, por alguém. [Ali Kamel é jornalista]

***

Livro didático que a Globo quer proibir

A respeito do artigo do jornalista Ali Kamel no jornal O Globo de 18 de setembro de 2007 sobre o volume de 8ª série da obra Nova História Crítica, de Mario Schmidt, o autor e a Editora Nova Geração comentam:

Nova História Crítica da Editora Nova Geração não é o único nem o primeiro livro didático brasileiro que questiona a permanência de estruturas injustas e que enfoca os conflitos sociais em nossa história. Entretanto, é com orgulho que constatamos que nenhuma outra obra havia provocado reação tão direta e tão agressiva de uma das maiores empresas privadas de comunicação do país.

Compreendemos que o sr. Ali Kamel, que ocupa cargo executivo de destaque nas Organizações Globo, possa ter restrições às posturas críticas de nossa obra. Compreendemos até que ele possa querer os livros didáticos que façam crer ‘que socialismo é mau e a solução para tudo é o capitalismo’. Certamente, nossas visões políticas diferem das visões do sr. Ali Kamel e dos proprietários da empresa que o contratou. O que não aceitamos é que, em nome da defesa da liberdade individual, ele aparentemente sugira a abolição dessas liberdades.

Não publicamos livros para fazer crer nisso ou naquilo, mas para despertar nos estudantes a capacidade crítica de ver além das aparências e de levar em conta múltiplos aspectos da realidade. Nosso grande ideal não é o de Stálin ou de Mao-Tsé Tung, mas o de Kant: que os indivíduos possam pensar por conta própria, sem serem guiados por outros.

Assim, em primeiro lugar exigimos respeito. Nós jamais acusaríamos o sr. Kamel de ser racista apenas porque tentou argumentar racionalmente contra o sistema de cotas nas universidades brasileiras. E por isso mesmo estranhamos que ele, no seu inegável direito de questionar obras didáticas que não façam elogios irrestritos à isenção do Jornal Nacional, tenha precisado editar passagens de modo a apresentar Nova História Crítica como ridículo manual de catecismo marxista. Selecionar trechos e isolá-los do contexto talvez fosse técnica de manipulação ultrapassada, restrita aos tempos das edições dos debates presidenciais na tevê. Mas o artigo do sr. Ali Kamel parece reavivar esse procedimento. Ele escolheu os trechos que revelariam as supostas inclinações stalinistas ou maoístas do autor de Nova História Crítica. Por exemplo, omitiu partes como estas: ‘A URSS era uma ditadura. O Partido Comunista tomava todas as decisões importantes. As eleições eram apenas uma encenação (…). Quem criticasse o governo ia para a prisão. (…) Em vez da eficácia econômica havia mesmo era uma administração confusa e lenta. (…) Milhares e milhares de indivíduos foram enviados a campos de trabalho forçado na Sibéria, os terríveis Gulags. Muita gente foi torturada até a morte pelos guardas stalinistas…’ (pp. 63-65)

Ali Kamel perguntou por onde seria possível as crianças saberem das insanidades da Revolução chinesa. Ora, bastaria ter encontrado trechos como estes: ‘O Grande Salto para a Frente tinha fracassado. O resultado foi uma terrível epidemia de fome que dizimou milhares de pessoas. (…) Mao (…) agiu de forma parecida com Stálin, perseguindo os opositores e utilizando recursos de propaganda para criar a imagem oficial de que era infalível.’ (p. 191) ‘Ouvir uma fita com rock ocidental podia levar alguém a freqüentar um campo de reeducação política. (…) Nas universidades, as vagas eram reservadas para os que demonstravam maior desempenho nas lutas políticas. (…) Antigos dirigentes eram arrancados do poder e humilhados por multidões de adolescentes que consideravam o fato de a pessoa ter 60 ou 70 anos ser suficiente para ela não ter nada a acrescentar ao país…’ (p. 247)

Os livros didáticos adquiridos pelo MEC são escolhidos apenas pelos professores das escolas públicas. Não há interferência alguma de funcionários do Ministério.

O sr. Ali Kamel tem o direito de não gostar de certos livros didáticos. Mas por que ele julga que sua capacidade de escolha deveria prevalecer sobre a de dezenas de milhares de professores? Seria ele mais capacitado para reconhecer obras didáticas de valor? E, se os milhares de professores que fazem a escolha, escolhem errado (conforme os critérios do sr. Ali Kamel), o que o MEC deveria fazer com esses professores? Demiti-los? Obrigá-los a adotar os livros preferidos pelas Organizações Globo? Internar os professores da rede pública em Gulags, campos de reeducação ideológica forçada para professores com simpatia pela esquerda política? Ou agir como em 1964?

***

O caso do livro no índex

Luis Nassif

[Reproduzido do blog do autor, 21/09/2007]

A guerra ideológica continua produzindo uma vítima recorrente: a notícia. Digo isso a propósito do artigo de Ali Kamel em ‘O Globo’, reproduzido no ‘Estadão’, desancando o livro ‘Nova História Crítica, 8ª série’ – acusado por ele de doutrinação comunista – , e denunciando o MEC (Ministério da Educação) de distribuí-lo gratuitamente.

A denúncia repercutiu na imprensa mundial, de ‘El Pais’, na Espanha, ao ‘Miami Herald’, nos Estados Unidos.
Na verdade o livro foi adotado pelo MEC em 2002, gestão Fernando Henrique Cardoso, e deixou de ser adotado em abril deste ano, gestão Luiz Inácio Lula da Silva. E Kamel sabia disso.

Nem a indicação foi culpa de FHC (se é que se pode falar em culpa), nem a desclassificação foi obra de Lula.
Kamel sabia que o processo de seleção de livros, pelo MEC, virou uma política de estado, ainda na gestão FHC, e não houve nenhuma modificação que sinalizasse para sua politização.

O sistema de seleção criado virou padrão para muitos países. O papel do MEC é definir um conjunto de universidades que sejam centros de excelência. Depois, cada qual indica professores para analisar as obras. O MEC avalia apenas se há conflito de interesses, se o professor eventualmente tem ligação com alguma editora.

Em seguida, todos são chamados a Brasília e lhes são entregues os livros sem identificação de editora ou autor. As obras recomendadas entram em uma lista do MEC e são apresentadas às escolas, para escolha dos professores.

Antes, havia um problema. Grandes editoras faziam um trabalho de marketing, enviando vendedores para convencer os professores. O MEC corrigiu o que considerava uma distorção. Passou a editar um Guia de Leitura e a remeter para as escolas. E os professores passaram a fazer escolhas pela Internet. Esse modelo reduziu o poder de fogo das grandes editoras, gerou muita pressão, mas abriu a possibilidades para pequenas e médias editoras entrarem no mercado.

Amostragem estatística

O livro em questão entrou para a lista em 2002, devido à avaliação positiva de um professor da UNESP (Universidade Estadual Júlio de Mesquita Neto), ainda na gestão Paulo Renato de Souza.

Quem retirou de pauta, na última avaliação, em abril passado, foi a Universidade Federal do Rio Grande do Norte, pois os novos avaliadores entenderam que as ressalvas eram fortes demais para que permanecessem. Nem o MEC interferiu no primeiro movimento, nem interferiu no segundo.

A única mudança que fez foi ampliar o número de universidades de quatro para oito. O livro acabou vetado por um avaliador de uma nova universidade incluída na seleção.

Repito, Kamel sabia disso. Mais. Na seleção de trechos que colocou, do livro, menciona o que considera loas aos regimes comunistas. Mas deixou de fora trechos do livro em que há críticas explícitas ao marxismo, a Stalin e a Mao.

Pior: homem que domina as estatísticas deixou as ferramentas de lado na hora de analisar as obras colocadas à disposição dos professores. Existem 400 livros didáticos apenas na 4ª e 5ª séries. Não se valeu sequer de amostragem estatística, como, por exemplo, avaliar 20 livros e constatar problemas em parte deles.

http://observatoriodaimprensa.com.br/interesse-publico/a-polemica-sobre-a-nova-historia/


Offline Derfel

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Re:Reformulação Curricular do MEC - E a Bovinização Continua
« Resposta #13 Online: 12 de Janeiro de 2016, 14:50:17 »
E, gostando ou não, povos indígenas e africanos fazem parte da formação do Brasil, tanto demograficamente quanto culturalmente.

Ótimo exemplo de "como chegar tão próximo de acusar de racismo, sem no entanto fazẽ-lo diretamente". Algo similar àquelas de "votei no Grade Partido pois, diferentemente de algumas pessoas, sou favorável à ascenção social e econômica das classes desprivilegiadas".


Se a coisa aqui está assim, na esquerdosfera virtual acusações diretas/histéricas de racismo contra essas críticas devem ser a regra.

E quem está acusando quem de racismo? Estou criticando uma posição eurocêntrica do Geo, apenas isso. Nunca pensaria em acusá-lo de racismo até pelo que já conheço dele e de suas ideias, bem como da relação próxima que compartilhamos e da admiração que tenho dele. No entanto,  não significa que eu concorde com tudo que ele coloca e tenho, acredito, liberdade para discutir alguns pontos.

Offline Buckaroo Banzai

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Re:Reformulação Curricular do MEC - E a Bovinização Continua
« Resposta #14 Online: 12 de Janeiro de 2016, 15:27:19 »
A meu ver você está "chegando tão próximo de acusar de racismo, sem fazer diretamente" a quem quer que esteja fazendo ou concordando com as críticas feitas no vídeo, com a sugestão "gostando ou não", como se tais pessoas possivelmente "não gostassem" dessa parte da formação do Brasil.

O Geotecton não tem uma "posição eurocêntrica"; a história que "é" eurocêntrica. "Gostando ou não".

Offline _Juca_

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Re:Reformulação Curricular do MEC - E a Bovinização Continua
« Resposta #15 Online: 12 de Janeiro de 2016, 16:48:17 »
Logo no início do vídeo fala que é uma estratégia de doutrinação do PT. E não está se diminuindo a importância da Europa, veja o programa. Não somente foca Portugal como também os movimentos da Europa que contribuíram para a formação nacional. Existe todo um eixo que é o mundo europeu e asiático. Além disso, é estudada as civilizações ocidentais que deram origem a cultura ocidental.

Não me referi ao vídeo e sim ao que foi dito no contexto. O que se tem hoje é um revisionismo baseado em ideologia e não em fatos. Similar na História, com o que os protestantes pentecostais querem fazer na Biologia e na Geologia.

Não há nada que vindo dos povos africanos ou dos nativos americanos, se compare à contribuição dos europeus no que concerne ao arcabouço teórico do estado brasileiro, inclusive (quer se goste ou não) da influência do cristianismo do 'velho continente'.

Acho que tem gente aqui que não conhece a Bahia.

Offline Johnny Cash

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Re:Reformulação Curricular do MEC - E a Bovinização Continua
« Resposta #16 Online: 12 de Janeiro de 2016, 16:57:34 »
Essa...

E, gostando ou não, povos indígenas e africanos fazem parte da formação do Brasil, tanto demograficamente quanto culturalmente.

... passou perto mesmo de acusar de racismo. Até porque parece que é apresentada possibilidade plausível do interlocutor não gostar de que povos indígenas e africanos façam parte da formação do brasil.
« Última modificação: 12 de Janeiro de 2016, 17:00:47 por Johnny Cash »

Offline Buckaroo Banzai

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Re:Reformulação Curricular do MEC - E a Bovinização Continua
« Resposta #17 Online: 12 de Janeiro de 2016, 17:38:04 »
Logo no início do vídeo fala que é uma estratégia de doutrinação do PT. E não está se diminuindo a importância da Europa, veja o programa. Não somente foca Portugal como também os movimentos da Europa que contribuíram para a formação nacional. Existe todo um eixo que é o mundo europeu e asiático. Além disso, é estudada as civilizações ocidentais que deram origem a cultura ocidental.

Não me referi ao vídeo e sim ao que foi dito no contexto. O que se tem hoje é um revisionismo baseado em ideologia e não em fatos. Similar na História, com o que os protestantes pentecostais querem fazer na Biologia e na Geologia.

Não há nada que vindo dos povos africanos ou dos nativos americanos, se compare à contribuição dos europeus no que concerne ao arcabouço teórico do estado brasileiro, inclusive (quer se goste ou não) da influência do cristianismo do 'velho continente'.

Acho que tem gente aqui que não conhece a Bahia.

E tem gente como aquele monstro que recentemente matou um bebê indígena, após acariciá-lo. E o comentarista que disse que os índios são peso morto. Talvez não seja tanto "não conhecer" esses lugares que consideram "problemáticos", mas preferirem fingir que não existem, como prefeririam ser o caso.

Offline Geotecton

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Re:Reformulação Curricular do MEC - E a Bovinização Continua
« Resposta #18 Online: 12 de Janeiro de 2016, 21:11:17 »
Logo no início do vídeo fala que é uma estratégia de doutrinação do PT. E não está se diminuindo a importância da Europa, veja o programa. Não somente foca Portugal como também os movimentos da Europa que contribuíram para a formação nacional. Existe todo um eixo que é o mundo europeu e asiático. Além disso, é estudada as civilizações ocidentais que deram origem a cultura ocidental.

Não me referi ao vídeo e sim ao que foi dito no contexto. O que se tem hoje é um revisionismo baseado em ideologia e não em fatos. Similar na História, com o que os protestantes pentecostais querem fazer na Biologia e na Geologia.

Não há nada que vindo dos povos africanos ou dos nativos americanos, se compare à contribuição dos europeus no que concerne ao arcabouço teórico do estado brasileiro, inclusive (quer se goste ou não) da influência do cristianismo do 'velho continente'.

Acho que tem gente aqui que não conhece a Bahia.

Como a recomendação foi feita citando uma postagem minha, entendo que foi para mim.

Então eu pergunto: Qual foi a mudança feita na Bahia, que então foi aplicada ao estado brasileiro, cuja estrutura não tenha vindo da Europa?
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Offline Geotecton

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Re:Reformulação Curricular do MEC - E a Bovinização Continua
« Resposta #19 Online: 12 de Janeiro de 2016, 21:13:52 »
E, gostando ou não, povos indígenas e africanos fazem parte da formação do Brasil, tanto demograficamente quanto culturalmente.

Ótimo exemplo de "como chegar tão próximo de acusar de racismo, sem no entanto fazẽ-lo diretamente". Algo similar àquelas de "votei no Grade Partido pois, diferentemente de algumas pessoas, sou favorável à ascenção social e econômica das classes desprivilegiadas".

Se a coisa aqui está assim, na esquerdosfera virtual acusações diretas/histéricas de racismo contra essas críticas devem ser a regra.

Essa...

E, gostando ou não, povos indígenas e africanos fazem parte da formação do Brasil, tanto demograficamente quanto culturalmente.

... passou perto mesmo de acusar de racismo. Até porque parece que é apresentada possibilidade plausível do interlocutor não gostar de que povos indígenas e africanos façam parte da formação do brasil.

Eu avalio que o Derfel não me considera um racista, sequer em estágio inicial.

Ele mesmo afirmou que criticava a minha posição eurocêntrica.

Eu discutirei isto em uma postagem próxima.
« Última modificação: 12 de Janeiro de 2016, 21:54:11 por Geotecton »
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Offline Buckaroo Banzai

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Re:Reformulação Curricular do MEC - E a Bovinização Continua
« Resposta #20 Online: 12 de Janeiro de 2016, 21:33:38 »
Eu imagino que ele não necessariamente se refere diretamente a você, quando fala de pessoas que talvez não gostem de componentes indígenas e africanos no povo brasileiro. Mas acho difícil ver isso de outra forma que não uma "acusação potencial" de racismo generalizada a quem critique a proposta de revisão curricular do MEC.

Offline _Juca_

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Re:Reformulação Curricular do MEC - E a Bovinização Continua
« Resposta #21 Online: 13 de Janeiro de 2016, 09:45:29 »
Logo no início do vídeo fala que é uma estratégia de doutrinação do PT. E não está se diminuindo a importância da Europa, veja o programa. Não somente foca Portugal como também os movimentos da Europa que contribuíram para a formação nacional. Existe todo um eixo que é o mundo europeu e asiático. Além disso, é estudada as civilizações ocidentais que deram origem a cultura ocidental.

Não me referi ao vídeo e sim ao que foi dito no contexto. O que se tem hoje é um revisionismo baseado em ideologia e não em fatos. Similar na História, com o que os protestantes pentecostais querem fazer na Biologia e na Geologia.

Não há nada que vindo dos povos africanos ou dos nativos americanos, se compare à contribuição dos europeus no que concerne ao arcabouço teórico do estado brasileiro, inclusive (quer se goste ou não) da influência do cristianismo do 'velho continente'.

Acho que tem gente aqui que não conhece a Bahia.

E tem gente como aquele monstro que recentemente matou um bebê indígena, após acariciá-lo. E o comentarista que disse que os índios são peso morto. Talvez não seja tanto "não conhecer" esses lugares que consideram "problemáticos", mas preferirem fingir que não existem, como prefeririam ser o caso.

O que tem a ver uma coisa com a outra?

Offline Buckaroo Banzai

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Re:Reformulação Curricular do MEC - E a Bovinização Continua
« Resposta #22 Online: 13 de Janeiro de 2016, 10:38:13 »
São apenas tipos de ignorantes que se opõem às reformas curriculares do MEC. Deve até haver nazistas que queiram a inclusão de teorias de que foram europeus que primeiro colonizaram as américas, não asiáticos.

Offline _Juca_

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Re:Reformulação Curricular do MEC - E a Bovinização Continua
« Resposta #23 Online: 13 de Janeiro de 2016, 10:44:47 »
São apenas tipos de ignorantes que se opõem às reformas curriculares do MEC. Deve até haver nazistas que queiram a inclusão de teorias de que foram europeus que primeiro colonizaram as américas, não asiáticos.

Piorou, não sei se você concorda ou discorda, e sequer sei se você entendeu o que eu escrevi. [Suspiro]

Offline Buckaroo Banzai

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Re:Reformulação Curricular do MEC - E a Bovinização Continua
« Resposta #24 Online: 13 de Janeiro de 2016, 10:56:25 »
Concorda ou discorda com o que?

Não, não entendi o que escreveu. Apenas parece sugerir que um estudo mais aprofundado das culturas africanas ou americanas indígenas é necessário para se entender a Bahia. Vou aguardar sua resposta ao Geotecton quanto a isso.

 

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