Autor Tópico: Reforma trabalhista  (Lida 2480 vezes)

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Reforma trabalhista
« Online: 27 de Abril de 2017, 12:39:21 »
Críticos alegam que maioria das emendas adicionadas ao texto original foram redigidas diretamente por entidades representantes de empresas, e apenas repassadas por parlamentares. Os críticos alegam que a prática é ilegal e que os parlamentares que apresentaram propostas diretamente enviadas por entidades representantes de empresas podem estarem sendo motivados por pagamento de propinas, como no caso da Odebrecht apontado pela lava jato. Alegam também que boa parte das emendas prejudicam os trabalhadores, como a que impede que o trabalhador que entre na justiça contra a empresa tenha direito a defesa gratuita (com exceção dos casos onde o trabalhador comprove situação de pobreza que o impossibilite de custear o processo).

Fonte

E ae, o que vocês acham dessas críticas?
"Che non men che saper dubbiar m'aggrada."
"E, não menos que saber, duvidar me agrada."

Dante, Inferno, XI, 93; cit. p/ Montaigne, Os ensaios, Uma seleção, I, XXV, p. 93; org. de M. A. Screech, trad. de Rosa Freire D'aguiar

Offline Euler1707

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Re:Reforma trabalhista
« Resposta #1 Online: 27 de Abril de 2017, 21:24:28 »
Críticos alegam que maioria das emendas adicionadas ao texto original foram redigidas diretamente por entidades representantes de empresas, e apenas repassadas por parlamentares. Os críticos alegam que a prática é ilegal e que os parlamentares que apresentaram propostas diretamente enviadas por entidades representantes de empresas podem estarem sendo motivados por pagamento de propinas, como no caso da Odebrecht apontado pela lava jato. Alegam também que boa parte das emendas prejudicam os trabalhadores, como a que impede que o trabalhador que entre na justiça contra a empresa tenha direito a defesa gratuita (com exceção dos casos onde o trabalhador comprove situação de pobreza que o impossibilite de custear o processo).

Fonte

E ae, o que vocês acham dessas críticas?
Eu li o texto, e achei fantástico o trabalho jornalístico dele, embora eles não tenham explicado direito os métodos que usaram durante a explicação. Cheguei a pensar que tinha achado uma fonte de esquerda que valha a pena acessar. Ledo engano.
Me aprofundando um pouco mais no site, me deparo com essa matéria:  A CLT, PRESTES A SER MODIFICADA, É MESMO RESPONSÁVEL PELO DESEMPREGO?.
Eis a transcrição de uma parte do texto:
Citar
Diante desta polarização, é no contexto em que se dá a discussão (e a forma como tem sido colocada) que está o principal fio desencapado da conversa. Enquanto centrais sindicais, que podem perder um montante generoso do financiamento das próprias atividades, mobilizam manifestações, e grupos apoiadores do governo lançam memes classificando os atos como coisa de vagabundo, a pergunta que vale um ministério no governo Temer é se, de fato, a remoção de alguns dispositivos da CLT será suficiente para alavancar a geração de empregos no país após anos seguidos de recessão.

Quando a crise ainda era marola

Para responder, é preciso voltar algumas casas. De fato, as mesmas leis hoje sob discussão estavam em vigência quando a crise era ainda chamada de marola – foi ontem, e não nos anos 1940.

No livro “As contradições do lulismo”, o cientista político André Singer analisa como o avanço da intervenção estatal provocou expansão dos postos de trabalho formais entre 2011 e 2014, quando as taxas de desocupação estavam próximas a 4,5%, e como isso se converteu em um problema, dali em diante, para o governo Dilma.

A tese de Singer é que, para revogar o arcabouço estatal que sustentava o pleno emprego, a burguesia usaria uma espécie de “greve de investimentos” como estratégia. “Talvez não seja casual que as inversões tenham estagnado de 2011 a 2013, vindo a cair em 2014”, escreve ele. O pleno emprego deu musculatura aos sindicatos, o que resultou na contínua elevação do número de greves. “As paralisações, que já vinham subindo desde 2008, atingiram quase 87 mil horas em 2012, o maior índice desde 1997. Depois, continuaram a crescer, batendo 111 mil horas paradas em 2014. Em número de greves, houve 873 em 2012 com um salto para 2.050 em 2013.”

Na mesma direção, escreve Singer, o salário médio real teve aumento de 13% entre 2011 e 2013 e, considerando-se a pressão de custos, decorrente da inflação e da desvalorização cambial, somada ao desaquecimento da economia, segmentos empresariais começaram a se queixar da elevada parcela do faturamento destinado a remunerar o trabalho.

Para ele, o encarecimento da mão de obra, que não poderia ser repassado aos preços devido ao desaquecimento econômico, explicaria, ao menos em parte, a redução da lucratividade. “Entende-se, no contexto, que a perspectiva neoliberal de diminuir salários e direitos tenha se tornado atraente.”
Não posso julgar um site por um texto, mas pautar os argumentos por maniqueísmo "afactuais" com a realidade econômica do país, é f*da. Não dá para levar à sério isso.


Offline Gaúcho

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Re:Reforma trabalhista
« Resposta #2 Online: 27 de Abril de 2017, 21:39:53 »
"— A democracia em uma sociedade livre exige que os governados saibam o que fazem os governantes, mesmo quando estes buscam agir protegidos pelas sombras." Sérgio Moro

Offline Skeptikós

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Re:Reforma trabalhista
« Resposta #3 Online: 27 de Abril de 2017, 23:19:30 »
Euler, o texto que você postou versa sobre a teoria de um autor de um livro, não fica claro se o texto defende o argumento deste autor ou se apenas o descreve.

Gaúcho, concordo com o spotiniks que a reforma seja necessária e que será benéfica.

E as críticas que este site enumerou sobre a reforma, acham que sejam pertinentes?
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Offline Euler1707

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Re:Reforma trabalhista
« Resposta #4 Online: 28 de Abril de 2017, 00:45:27 »
Euler, o texto que você postou versa sobre a teoria de um autor de um livro, não fica claro se o texto defende o argumento deste autor ou se apenas o descreve.

Gaúcho, concordo com o spotiniks que a reforma seja necessária e que será benéfica.

E as críticas que este site enumerou sobre a reforma, acham que sejam pertinentes?
Meu caro, quando alguém escreve um texto de caráter político, a principal razão para faze-lo é convencer o interlocutor a aderir à sua ideologia. Isso é uma coisa óbvia. Coisa ensinada em universidade de marketing e jornalismo. E por isso, há uma razão para que o autor tenha citado a teoria do autor desse livro: ela convém na construção da narrativa central. Observe os termos usados no texto, e você vai que ele está centrado numa narrativa ideológica marxista: O interesse do empresariado contra os direitos dos trabalhadores. Observe os trechos abaixos:
Entre as normas estabelecidas desde então,  está a proteção aos empregados em caso de demissão sem justa causa.[/b]]Na comissão da reforma trabalhista, presidida pelo jovem deputado tucano de Goiás, Daniel Vilela, a diferença de posições entre governistas e oposição, manifestada durante as sessões, mostra o tamanho do impasse sobre as regras que hoje regulam as relações trabalhistas do país, cujo marco data de 1943, quando Getúlio Vargas aprovou a Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT). Entre as normas estabelecidas desde então,  está a proteção aos empregados em caso de demissão sem justa causa.

Por qual razão o autor citou o trecho negritado, sendo que esta norma não será afetada, senão para dar à CLT um caráter positivo?
Em seguida ele continua:
Citar
Como se trata de uma lei estabelecida nos anos 1940, e obviamente muita coisa mudou de lá para cá, os defensores das mudanças na CLT chamam as reformas em análise de “modernização”. Argumentam que as leis atuais criam amarradas ao empregador, impedem a geração de empregos e empurram parte da mão de obra para a informalidade.

Embora tentem emplacar a ideia de que patrão não é inimigo dos funcionários e vice-versa, a defesa ou a oposição das propostas parte de dois pontos inevitáveis de observação: uma é a do empregado; outra, do empregador.
É a partir deste ponto que começa a argumentação do jornalista, como um contra-argumento à proposta de reforma trabalhista que irá alterar a CLT (a quem o autor atribui um caráter positivo).
Repare nisso:
Citar
A disputa por posição tem eco entre os deputados. Na sessão de terça-feira, por exemplo, o deputado Vitor Lippi (SPDB-SP), argumentou que as mudanças não trarão riscos aos direitos do trabalhador, mas o esclarecimento de algumas “jurisprudências inadequadas, incompatíveis, prejudiciais” à geração de empregos no país. “Temos de valorizar o trabalhador, mas não podemos criar uma situação de insustentabilidade das empresas brasileiras.”
Um dos argumentos, além dos quase 13 milhões de desempregados, é que cerca de 60% das empresas morrem com menos de cinco anos de idade no Brasil.
Parte da culpa, segundo ele, cabe ao número de ações trabalhistas na Justiça e à proliferação dos sindicatos. “Quem paga a conta é quem dá emprego.”
Até aí, tudo bem, pois é mostrada a argumentação dos favoráveis a mudança da CLT, mas veja o modo como o jornalista desprestigia o argumento com essa associação:
Citar
O discurso está em sintonia com o que disse recentemente o presidente da Câmara, deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ), vulgo Botafogo nas planilhas da Odebrecht: a Justiça do Trabalho, onde empregados podem recorrer caso se sinta injustiçado em casos de demissão ou eventuais abusos, “não deveria nem existir”.
Maniqueísmo?
Citar
Enquanto centrais sindicais, que podem perder um montante generoso do financiamento das próprias atividades, mobilizam manifestações, e grupos apoiadores do governo lançam memes classificando os atos como coisa de vagabundo...
E isso, também é maniqueísmo?
O texto culmina no seguinte ponto, a base marxista do texto:
Citar
[...] a pergunta que vale um ministério no governo Temer é se, de fato, a remoção de alguns dispositivos da CLT será suficiente para alavancar a geração de empregos no país após anos seguidos de recessão.
Quando a crise ainda era marola

Para responder, é preciso voltar algumas casas. De fato, as mesmas leis hoje sob discussão estavam em vigência quando a crise era ainda chamada de marola – foi ontem, e não nos anos 1940.

No livro “As contradições do lulismo”, o cientista político André Singer analisa como o avanço da intervenção estatal provocou expansão dos postos de trabalho formais entre 2011 e 2014, quando as taxas de desocupação estavam próximas a 4,5%, e como isso se converteu em um problema, dali em diante, para o governo Dilma.
A tese de Singer é que, para revogar o arcabouço estatal que sustentava o pleno emprego, a burguesia usaria uma espécie de “greve de investimentos” como estratégia. “Talvez não seja casual que as inversões tenham estagnado de 2011 a 2013, vindo a cair em 2014”, escreve ele. O pleno emprego deu musculatura aos sindicatos, o que resultou na contínua elevação do número de greves. “As paralisações, que já vinham subindo desde 2008, atingiram quase 87 mil horas em 2012, o maior índice desde 1997. Depois, continuaram a crescer, batendo 111 mil horas paradas em 2014. Em número de greves, houve 873 em 2012 com um salto para 2.050 em 2013.”
Nenhum texto é inocente. Há uma razão para esse o jornalista ter citado essa tese.
Só para recapitular:
Citar
Euler, o texto que você postou versa sobre a teoria de um autor de um livro, não fica claro se o texto defende o argumento deste autor ou se apenas o descreve.

Offline Skeptikós

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Re:Reforma trabalhista
« Resposta #5 Online: 28 de Abril de 2017, 12:57:18 »
Sim, agora parece estar mais claro a parcialidade e o posicionamento do jornalista, mas e em relação as críticas apresentadas no primeiro texto, o que eu comentei e deixei como fonte, o que você achou?
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Offline Diegojaf

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Re:Reforma trabalhista
« Resposta #6 Online: 28 de Abril de 2017, 13:31:59 »
Existem os que acham que o Estado deve ser absolutamente paternalista e que o trabalhador não tem capacidade de negociar com os monstros (chefes).
Existem os que acham que o trabalhador tem capacidade e deve ter liberdade de negociar com maior flexibilidade as condições de trabalho.

Para todas as outras situações, existe a Justiça do Trabalho.
"De tanto ver triunfar as nulidades; de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça. De tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar-se da virtude, a rir-se da honra e a ter vergonha de ser honesto." - Rui Barbosa

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Offline Lorentz

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Re:Reforma trabalhista
« Resposta #7 Online: 28 de Abril de 2017, 13:35:12 »
Existem os que acham que o Estado deve ser absolutamente paternalista e que o trabalhador não tem capacidade de negociar com os monstros (chefes).
Existem os que acham que o trabalhador tem capacidade e deve ter liberdade de negociar com maior flexibilidade as condições de trabalho.

Para todas as outras situações, existe a Justiça do Trabalho.

Você vai nas redes sociais e essa esquerda que defende a CLT engessada ainda fala em "corporações que controlam os meios de produção" "ávidos por lucro" etc.

Não passa na cabeça desses a ideia de que um padeiro é um empresário, e sofre mais com essas regras que um grande empresário. Vivem em suas bolhas criadas dentro da universidade.
"Amy, technology isn't intrinsically good or bad. It's all in how you use it, like the death ray." - Professor Hubert J. Farnsworth

Offline Diegojaf

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Re:Reforma trabalhista
« Resposta #8 Online: 28 de Abril de 2017, 13:38:24 »
Existem os que acham que o Estado deve ser absolutamente paternalista e que o trabalhador não tem capacidade de negociar com os monstros (chefes).
Existem os que acham que o trabalhador tem capacidade e deve ter liberdade de negociar com maior flexibilidade as condições de trabalho.

Para todas as outras situações, existe a Justiça do Trabalho.

Você vai nas redes sociais e essa esquerda que defende a CLT engessada ainda fala em "corporações que controlam os meios de produção" "ávidos por lucro" etc.

Não passa na cabeça desses a ideia de que um padeiro é um empresário, e sofre mais com essas regras que um grande empresário. Vivem em suas bolhas criadas dentro da universidade.

Não existe diálogo com esse povo. Eles estão batendo nas mesmas propostas que o PT apresentou há pouco tempo. Eles não apresentam soluções, não aceitam caminhos alternativos e quando estão no poder, como pudemos ver por 14 anos, só conseguem pensar em como não sair do poder.

Esse monopólio de que só eles sabem o caminho correto é absurdamente irritante. Eu assumi a postura de espectador. Só quero ver como termina. Se termina...
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Offline Lorentz

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Re:Reforma trabalhista
« Resposta #9 Online: 28 de Abril de 2017, 13:57:35 »
No twitter, dentro dos seguidores liberais que acompanho, alguém estava falando mal da reforma trabalhista. Aí respondi educadamente que a Europa já fez suas reformas há muito tempo, e que precisamos fazer também. Responderam que se eu fosse trocado por um terceiro eu iria achar ruim igual eles. Respondi que sou terceiro.

Num outro tweet, disseram que eu devia agradecer os sindicatos por eu ter o direito às férias. Aí respondi que trabalhei como PJ por muito tempo e nunca tive problema em negociar minhas férias.

Nesses casos eles sempre apelam pro coitadinho do trabalhador operário ou algo assim. Acho que eles NUNCA conversaram cara a cara com um deles pra saber o que pensam. Aliás, nunca conversaram com ninguém que pensa diferente, pois as respostas são típicas de ateus de 14 anos quando acaba de descobrir o ateísmo. O problema é que eles tem 20-30 anos.

Eles odeiam dialogar e ficam completamente alheios ao mundo. Nem sabem que a Europa paternalista que eles dizem admirar já tem idade mínima para aposentadorias de mais de 60 anos.
« Última modificação: 28 de Abril de 2017, 13:59:44 por Lorentz »
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Offline André Luiz

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Re:Reforma trabalhista
« Resposta #10 Online: 28 de Abril de 2017, 15:22:49 »
Eu entendo e aceito a maioria dos argumentos a favor da reforma trabalhista.

Mas essa da "livre negociação" é forçar a barra.

De um lado o empresario com a grana e com um canil de advogados/contadores/consultores e do outro o "zé", vai ser um massacre.

Vai funcionar em áreas com pessoas mais intruidas, um gestor de projetos ou um executivo por exemplo, mas fico com pena da tia do cafezinho

Offline Arcanjo Lúcifer

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Re:Reforma trabalhista
« Resposta #11 Online: 28 de Abril de 2017, 15:36:21 »
Acho que não entendi direito.

Pelo que entendi um terceirizado continuará a ter todos os direitos que tem hoje e se a empresa não pagar é a contratante tem que se responsabilizar.

Por exemplo, uma Ford contrata uma empresa terceirizada para cuidar do setor da pintura, a terceirizada dá cano nos funcionários e a Ford tem que assumir os valores.

Negociação coletiva tem força de lei mas tem que ser feita por um representante do sindicato e respeitando a CLT.

O funcionário negocia o período de férias, coisa que já faço hoje lá na empresa. Posso escolher o mês, dividir as férias em duas partes ou tirar trinta dias direto.

A tia do cafezinho tb tem direito a férias porque tem os direitos da CLT garantidos sendo terceirizada ou não.

A contribuição sindical deixa de ser obri...

Caraio, já entendi a bronca toda desse pessoal.


Offline Diegojaf

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Re:Reforma trabalhista
« Resposta #12 Online: 28 de Abril de 2017, 16:11:01 »
Eu entendo e aceito a maioria dos argumentos a favor da reforma trabalhista.

Mas essa da "livre negociação" é forçar a barra.

De um lado o empresario com a grana e com um canil de advogados/contadores/consultores e do outro o "zé", vai ser um massacre.

Vai funcionar em áreas com pessoas mais intruidas, um gestor de projetos ou um executivo por exemplo, mas fico com pena da tia do cafezinho


Ninguém é inocente em deixar de reconhecer uma situação de hipossuficiência entre empregador e empregado. Os direitos trabalhistas são construídos sobre essa premissa. Mas o outro extremo, de tratar o empregado como um completo imbecil que deve ser protegido de tudo, gera distorções absurdas, bizarras mesmo e que algumas vezes vão contra interesses do próprio trabalhador.

O direito do trabalho vai continuar com grande capacidade de sanar as distorções, mas um pouco mais de poder vai para as mãos das partes diretamente interessadas.
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Offline Diegojaf

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Re:Reforma trabalhista
« Resposta #13 Online: 28 de Abril de 2017, 16:20:00 »
"De tanto ver triunfar as nulidades; de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça. De tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar-se da virtude, a rir-se da honra e a ter vergonha de ser honesto." - Rui Barbosa

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Offline Lorentz

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Re:Reforma trabalhista
« Resposta #14 Online: 28 de Abril de 2017, 16:34:25 »
Hoje quase ninguém mais aceita trabalhar por pouco, salvo casos raros. Esse poder que o empresário tem não aguenta alguns dias ou meses de vaga aberta por falta de interesse das pessoas. Em TI acontece  direto empresas oferecerem vagas exigentes e salários baixos. Nós da área usamos essas ofertas de emprego como motivo de piada.

E informática não é algo de tão alto nível técnico assim, pois faculdades tem aos montes e baratas cuspindo recém-formados todos os anos.

Outra coisa, se uma empresa oferece um salário mais baixo, ela estará sujeita a receber candidatos menos qualificados para a vaga. Nem sempre uma empresa quer um funcionário pouco qualificado. Na verdade o que mais falta aqui no Brasil é mão de obra qualificada. A maioria dos empresários estão dispostos a pagar salários melhores por profissionais melhores, pois a produtividade compensa.
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Offline Pedro Reis

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Re:Reforma trabalhista
« Resposta #15 Online: 28 de Abril de 2017, 17:27:50 »
Não esqueçam que essa greve também é contra a reforma da Previdência. Previdência que o Ciro Gomes descobriu que é superavitária em muitos bilhões.

Quanto menos gente nasce e mais velhas as pessoas mais morrem, mais lucra a Previdência.

Offline Euler1707

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Re:Reforma trabalhista
« Resposta #16 Online: 28 de Abril de 2017, 18:20:02 »
Sim, agora parece estar mais claro a parcialidade e o posicionamento do jornalista, mas e em relação as críticas apresentadas no primeiro texto, o que eu comentei e deixei como fonte, o que você achou?
Achei muito bom, mas eles poderiam ter explicado melhor o metodologia deles (como aquele negócio de metadados).
A notícia em si é interessante. Todo mundo sabe como funciona esse negócio de lobby e de compra de emendas, mas essa deve ser a primeira vez que pegaram os malandros com a boca na butija. Imaginem o constrangimento deles, de pessoas como o Major Olimpio:



"Na Reforma Trabalhista, Major Olímpio apresentou 31 emendas – 28 delas escritas pelas entidades empresariais".
 :biglol:

Offline Skeptikós

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Re:Reforma trabalhista
« Resposta #17 Online: 28 de Abril de 2017, 19:52:40 »
Sim, agora parece estar mais claro a parcialidade e o posicionamento do jornalista, mas e em relação as críticas apresentadas no primeiro texto, o que eu comentei e deixei como fonte, o que você achou?
Achei muito bom, mas eles poderiam ter explicado melhor o metodologia deles (como aquele negócio de metadados).
"... metadados são informações simples – e comprometedoras – que acompanham todo e qualquer arquivo presente em nosso computador. Se você criar um novo documento de texto (DOC, PDF etc.), será possível saber vários detalhes sobre tal item através dos metadados, como quem o criou, onde, quando e em qual PC. Em imagens e fotografias, essas informações englobam também o equipamento usado para bater a foto e, em alguns casos, até mesmo a localização exata daquele registro." Fonte.

Eu não sei qual programas usaram para ler os metadados, pelo menos no meu smartphone, com os apps que tenho, só consigo ler os metadados de arquivos de imagem, não de textos.

Eu achei pertinente, e se realmente os metadados entregaram o esquema, isso mostra o quão incompetentes são as pessoas envolvidas. Os representantes das empresas, em passar documentos sem a preocupação com os metadados, e os que os o receberam, com o adicional de nem se quer modificar o documento.
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Offline Geotecton

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Re:Reforma trabalhista
« Resposta #18 Online: 28 de Abril de 2017, 21:55:55 »
Não esqueçam que essa greve também é contra a reforma da Previdência. Previdência que o Ciro Gomes descobriu que é superavitária em muitos bilhões.

Quanto menos gente nasce e mais velhas as pessoas mais morrem, mais lucra a Previdência.

É tão superavitária quanto o meu vizinho é um exemplo de gestão financeira pessoal.
« Última modificação: 29 de Abril de 2017, 14:05:24 por Geotecton »
Foto USGS

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Re:Reforma trabalhista
« Resposta #19 Online: 28 de Abril de 2017, 22:03:53 »
Sim, agora parece estar mais claro a parcialidade e o posicionamento do jornalista, mas e em relação as críticas apresentadas no primeiro texto, o que eu comentei e deixei como fonte, o que você achou?
Achei muito bom, mas eles poderiam ter explicado melhor o metodologia deles (como aquele negócio de metadados).
A notícia em si é interessante. Todo mundo sabe como funciona esse negócio de lobby e de compra de emendas, mas essa deve ser a primeira vez que pegaram os malandros com a boca na butija. Imaginem o constrangimento deles, de pessoas como o Major Olimpio:



"Na Reforma Trabalhista, Major Olímpio apresentou 31 emendas – 28 delas escritas pelas entidades empresariais".
 :biglol:

E pensar que esse sujeito foi candidato à prefeitura de SP.
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Offline EuSouOqueSou

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Re:Reforma trabalhista
« Resposta #20 Online: 29 de Abril de 2017, 00:45:05 »
Balanço da greve:


Qualquer sistema de pensamento pode ser racional, pois basta que as suas conclusões não contrariem as suas premissas.

Mas isto não significa que este sistema de pensamento tenha correspondência com a realidade objetiva, sendo este o motivo pelo qual o conhecimento científico ser reconhecido como a única forma do homem estudar, explicar e compreender a Natureza.

Skorpios

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Re:Reforma trabalhista
« Resposta #21 Online: 29 de Abril de 2017, 13:07:35 »

E informática não é algo de tão alto nível técnico assim, pois faculdades tem aos montes e baratas cuspindo recém-formados todos os anos.

Tem uma grande diferença entre um diploma e saber trabalhar.

Offline Lorentz

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Re:Reforma trabalhista
« Resposta #22 Online: 29 de Abril de 2017, 16:58:06 »

E informática não é algo de tão alto nível técnico assim, pois faculdades tem aos montes e baratas cuspindo recém-formados todos os anos.

Tem uma grande diferença entre um diploma e saber trabalhar.

Mas quem diz que a terceirização e acabar com a CLT é ruim só vê o ponto de vista de baixar os custos contratando profissionais cada vez mais baratos. Não entendem que a maioria das vagas exige bons profissionais e pagam bem por isso.
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Offline André Luiz

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Re:Reforma trabalhista
« Resposta #23 Online: 29 de Abril de 2017, 17:10:56 »
Maioria das vagas?

Já estão exigindo pós graduação para funções relativamente simples.

Aqui na minha região auxiliar de escrita fiscal tem que ter pós em tributos, pra ganhar 1300 conto. Molecada vai ter que ralar muito pra não ser frentista

Offline Skeptikós

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Re:Reforma trabalhista
« Resposta #24 Online: 30 de Abril de 2017, 00:41:30 »
Será que para uma empresa é mais eficiente exigir cada vez mais certificação emitidas por instituições de ensino formais como prova de conhecimento técnico do que aplicar elas mesmas, no momento da contratação, exames e testes de conhecimento?

Muitos com conhecimento autodidata saem prejudicados por isso, e aposto que a empresa também, ao contratar profissionais sem conhecimento técnico adequado, mas com certificado ou diploma de cursos superiores ou profissionalizantes.
"Che non men che saper dubbiar m'aggrada."
"E, não menos que saber, duvidar me agrada."

Dante, Inferno, XI, 93; cit. p/ Montaigne, Os ensaios, Uma seleção, I, XXV, p. 93; org. de M. A. Screech, trad. de Rosa Freire D'aguiar

 

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