Autor Tópico: Reforma trabalhista  (Lida 2482 vezes)

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Offline Lorentz

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Re:Reforma trabalhista
« Resposta #50 Online: 12 de Junho de 2017, 23:07:19 »
Acredito que num momento de economia boa, pode até ser que o empregado possa ter algum poder de barganha, mas num momento ruim como o atual, com 13 milhões de desempregados, na "livre negociação", com o acordado sobre o legislado, o "acordo" vai ser o empresário dizer seus termos e o argumento dele é  mostrar a fila de pretendentes ao cargo.

A fila não é tão grande assim. Apesar do número de desempregados ser grande, eles não estão concentrados em uma única cidade, e muitos não estão sem trabalhar. A maioria vive de bicos e talvez não pretendem voltar à formalidade tão cedo. A verdade é que em várias áreas há uma escassez de profissionais, e que tenham os atributos necessários.

Pegando o debate andando, minha visão é objetiva: é uma disputa entre patrão e empregado. Quem tiver mais força,ganha hoje... amanhã a coisa muda... na história vemos isso.O que ocorre mais é o trabalhador perder.

Um amigo meu que era mestre de obra e agora tem uma pequena empresa de serviços de construção,me falava que agora o salário mínimo está muito alto e isso era ruim para ele como empresário. Porém,quando era mestre de obras ele estava gostando do aumento do salário mínimo.

São duas percepções e cada um busca seu ganho. Sempre foi assim e, acho, sempre será. Mesmo tendo o TRT,isso não resolve.

O aumento do salário mínimo é legal somente quando você já está empregado. Se a empresa não está aumentando a receita, o aumento do salário de 10% para 10 funcionários pode significar uma demissão. Só assim a conta fecha. Detalhe, o trabalho total continua igual, e todos terão que trabalhar 10% mais para compensar a perda.
"Amy, technology isn't intrinsically good or bad. It's all in how you use it, like the death ray." - Professor Hubert J. Farnsworth

Offline Buckaroo Banzai

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Re:Reforma trabalhista
« Resposta #51 Online: 13 de Junho de 2017, 00:46:00 »
E, somando todas as demissões na economia, se reduz a demanda...



Quanto mais se emprega as pessoas com menor qualificação, proporcionalmente maior tende a ser a demanda (Curva de Engel), se comparado a empregos de maior qualificação, protegidos por SM e similares.


Mais progressivo (no sentido de reduzir a pobreza) que SM são políticas como bolsa-família/renda mínima.

Offline Lorentz

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Re:Reforma trabalhista
« Resposta #52 Online: 13 de Junho de 2017, 09:51:05 »
Mais progressivo (no sentido de reduzir a pobreza) que SM são políticas como bolsa-família/renda mínima.

Renda mínima é comunismo.
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Offline -Huxley-

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Re:Reforma trabalhista
« Resposta #53 Online: 13 de Junho de 2017, 11:22:24 »
Os estudos empíricos que associam salário mínimo e taxa de desemprego sofrem de viés de publicação:

Citar

Statistical meta-analyses

Several researchers have conducted statistical meta-analyses of the employment effects of the minimum wage. In 1995, Card and Krueger analyzed 14 earlier time-series studies on minimum wages and concluded that there was clear evidence of publication bias (in favor of studies that found a statistically significant negative employment effect). They point out that later studies, which had more data and lower standard errors, did not show the expected increase in t-statistic (almost all the studies had a t-statistic of about two, just above the level of statistical significance at the .05 level).[83] Though a serious methodological indictment, opponents of the minimum wage largely ignored this issue; as Thomas Leonard noted, "The silence is fairly deafening."[84]

In 2005, T.D. Stanley showed that Card and Krueger's results could signify either publication bias or the absence of a minimum wage effect. However, using a different methodology, Stanley concluded that there is evidence of publication bias and that correction of this bias shows no relationship between the minimum wage and unemployment.[85] In 2008, Hristos Doucouliagos and T.D. Stanley conducted a similar meta-analysis of 64 U.S. studies on disemployment effects and concluded that Card and Krueger's initial claim of publication bias is still correct. Moreover, they concluded, "Once this publication selection is corrected, little or no evidence of a negative association between minimum wages and employment remains."[86]

https://en.wikipedia.org/wiki/Minimum_wage


Todavia, pelo menos no Brasil, a sensibilidade da extrema pobreza a mudanças no salário mínimo é insignificante, e quase toda ela concentrada no rendimento de empregados sem carteira próximos ao mínimo, devido ao "efeito farol". Para atacar a pobreza extrema, seria muito mais eficaz usar esses mesmos recursos em programas mais focalizados. Isso foi mostrado por Ricardo Paes de Barros e Mirela Carvalho no trabalho "Salário Mínimo e Distribuição de Renda" (Ipea, Seminários DIMAC, nº 196, novembro 2005). Para piorar, aumentos reais no salário mínimo impactam na Previdência Social, e, consequentemente, na dívida pública, o que também afeta negativamente a maioria dos que estão na extrema pobreza. Ver Reforma da Previdência de Fábio Giambiagi. 
« Última modificação: 13 de Junho de 2017, 11:26:46 por -Huxley- »

Offline _Juca_

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Re:Reforma trabalhista
« Resposta #54 Online: 13 de Junho de 2017, 11:24:57 »
Mais progressivo (no sentido de reduzir a pobreza) que SM são políticas como bolsa-família/renda mínima.

Renda mínima é comunismo.

E a sua frase é reducionismo.

Offline Lorentz

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Re:Reforma trabalhista
« Resposta #55 Online: 13 de Junho de 2017, 11:29:59 »
Mais progressivo (no sentido de reduzir a pobreza) que SM são políticas como bolsa-família/renda mínima.

Renda mínima é comunismo.

E a sua frase é reducionismo.

Foi um ironismo.
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Offline _Juca_

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Re:Reforma trabalhista
« Resposta #56 Online: 13 de Junho de 2017, 12:11:16 »
Mais progressivo (no sentido de reduzir a pobreza) que SM são políticas como bolsa-família/renda mínima.

Renda mínima é comunismo.

E a sua frase é reducionismo.

Foi um ironismo.

Smiles meu filho, smiles. :)

Offline Sergiomgbr

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Re:Reforma trabalhista
« Resposta #57 Online: 13 de Junho de 2017, 12:34:58 »
Mais progressivo (no sentido de reduzir a pobreza) que SM são políticas como bolsa-família/renda mínima.

Renda mínima é comunismo.

E a sua frase é reducionismo.

Foi um ironismo.
Que pena, por que o que você disse tem valor, eu achei até que tinha se emendado.

Renda mínima é comunismo sim, afinal renda tem quem produz riqueza, quem não faz nada, não produz nada, só pode estar na cacunda de outrem.
Até onde eu sei eu não sei.

Offline Buckaroo Banzai

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Re:Reforma trabalhista
« Resposta #58 Online: 13 de Junho de 2017, 19:17:07 »
Os estudos empíricos que associam salário mínimo e taxa de desemprego sofrem de viés de publicação:

Citar

Statistical meta-analyses

Several researchers have conducted statistical meta-analyses of the employment effects of the minimum wage. In 1995, Card and Krueger analyzed 14 earlier time-series studies on minimum wages and concluded that there was clear evidence of publication bias (in favor of studies that found a statistically significant negative employment effect). They point out that later studies, which had more data and lower standard errors, did not show the expected increase in t-statistic (almost all the studies had a t-statistic of about two, just above the level of statistical significance at the .05 level).[83] Though a serious methodological indictment, opponents of the minimum wage largely ignored this issue; as Thomas Leonard noted, "The silence is fairly deafening."[84]

In 2005, T.D. Stanley showed that Card and Krueger's results could signify either publication bias or the absence of a minimum wage effect. However, using a different methodology, Stanley concluded that there is evidence of publication bias and that correction of this bias shows no relationship between the minimum wage and unemployment.[85] In 2008, Hristos Doucouliagos and T.D. Stanley conducted a similar meta-analysis of 64 U.S. studies on disemployment effects and concluded that Card and Krueger's initial claim of publication bias is still correct. Moreover, they concluded, "Once this publication selection is corrected, little or no evidence of a negative association between minimum wages and employment remains."[86]

https://en.wikipedia.org/wiki/Minimum_wage


Todavia, pelo menos no Brasil, a sensibilidade da extrema pobreza a mudanças no salário mínimo é insignificante, e quase toda ela concentrada no rendimento de empregados sem carteira próximos ao mínimo, devido ao "efeito farol". Para atacar a pobreza extrema, seria muito mais eficaz usar esses mesmos recursos em programas mais focalizados. Isso foi mostrado por Ricardo Paes de Barros e Mirela Carvalho no trabalho "Salário Mínimo e Distribuição de Renda" (Ipea, Seminários DIMAC, nº 196, novembro 2005). Para piorar, aumentos reais no salário mínimo impactam na Previdência Social, e, consequentemente, na dívida pública, o que também afeta negativamente a maioria dos que estão na extrema pobreza. Ver Reforma da Previdência de Fábio Giambiagi. 

No que essa associação não existir, isso não é necessariamente devido a simplesmente não ter se determinado um SM muito acima do que seria um SM "natural"? (Com grande chance disso ser decidido mais "na sorte" do que com alguma ferramenta econômica que apenas institucionalizasse o SM "natural")

Também me pergunto se eles não estão descontando trabalho informal (em países/regiões mais pobres) como "desemprego", mesmo que pessoas trabalhando assim fossem preferir empregos formais, e deixando de considerar que em regiões menos pobres, talvez mais adolescentes estivessem trabalhando em McDonalds, só por haver maior oferta de vagas.

Ou o SM de 10K do PCO não impactaria em desemprego? Ou há quem afirme que mão de obra tem uma demanda absolutamente "inelástica"?

Offline Hugo

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Re:Reforma trabalhista
« Resposta #59 Online: 13 de Junho de 2017, 19:59:42 »
Mais progressivo (no sentido de reduzir a pobreza) que SM são políticas como bolsa-família/renda mínima.

Renda mínima é comunismo.

E a sua frase é reducionismo.

Foi um ironismo.
Que pena, por que o que você disse tem valor, eu achei até que tinha se emendado.

Renda mínima é comunismo sim, afinal renda tem quem produz riqueza, quem não faz nada, não produz nada, só pode estar na cacunda de outrem.

Neste caso, que recebe renda mínima não produz? Entendendo renda mínima como salário mínimo.
"O medo de coisas invisíveis é a semente natural daquilo que todo mundo, em seu íntimo, chama de religião". (Thomas Hobbes, Leviatã)

Offline Buckaroo Banzai

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Re:Reforma trabalhista
« Resposta #60 Online: 13 de Junho de 2017, 20:06:12 »
Renda mínima é meio como bolsa-família, apenas não necessariamente familiar.

Já comunismo/socialismo é "comunalização/socialização dos meios de produção" e algum vudu redistributivo hipoteticamente igualitário de riquezas ou algo semi mercadóide mas onde o estado fosse um mega-conglomerado de todas empresas. Não tem necessariamente implícito que se alguém não tiver como ser alocado nas cadeias de produção, ou for deliberadamente improdutivo, mesmo assim vive com um mínimo necessáirio (ou como marajá) numa boa, pode bem ser executado como excedente, teoricamente.

Offline -Huxley-

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Re:Reforma trabalhista
« Resposta #61 Online: 13 de Junho de 2017, 22:15:51 »
Os estudos empíricos que associam salário mínimo e taxa de desemprego sofrem de viés de publicação:

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Statistical meta-analyses

Several researchers have conducted statistical meta-analyses of the employment effects of the minimum wage. In 1995, Card and Krueger analyzed 14 earlier time-series studies on minimum wages and concluded that there was clear evidence of publication bias (in favor of studies that found a statistically significant negative employment effect). They point out that later studies, which had more data and lower standard errors, did not show the expected increase in t-statistic (almost all the studies had a t-statistic of about two, just above the level of statistical significance at the .05 level).[83] Though a serious methodological indictment, opponents of the minimum wage largely ignored this issue; as Thomas Leonard noted, "The silence is fairly deafening."[84]

In 2005, T.D. Stanley showed that Card and Krueger's results could signify either publication bias or the absence of a minimum wage effect. However, using a different methodology, Stanley concluded that there is evidence of publication bias and that correction of this bias shows no relationship between the minimum wage and unemployment.[85] In 2008, Hristos Doucouliagos and T.D. Stanley conducted a similar meta-analysis of 64 U.S. studies on disemployment effects and concluded that Card and Krueger's initial claim of publication bias is still correct. Moreover, they concluded, "Once this publication selection is corrected, little or no evidence of a negative association between minimum wages and employment remains."[86]

https://en.wikipedia.org/wiki/Minimum_wage


Todavia, pelo menos no Brasil, a sensibilidade da extrema pobreza a mudanças no salário mínimo é insignificante, e quase toda ela concentrada no rendimento de empregados sem carteira próximos ao mínimo, devido ao "efeito farol". Para atacar a pobreza extrema, seria muito mais eficaz usar esses mesmos recursos em programas mais focalizados. Isso foi mostrado por Ricardo Paes de Barros e Mirela Carvalho no trabalho "Salário Mínimo e Distribuição de Renda" (Ipea, Seminários DIMAC, nº 196, novembro 2005). Para piorar, aumentos reais no salário mínimo impactam na Previdência Social, e, consequentemente, na dívida pública, o que também afeta negativamente a maioria dos que estão na extrema pobreza. Ver Reforma da Previdência de Fábio Giambiagi. 

No que essa associação não existir, isso não é necessariamente devido a simplesmente não ter se determinado um SM muito acima do que seria um SM "natural"? (Com grande chance disso ser decidido mais "na sorte" do que com alguma ferramenta econômica que apenas institucionalizasse o SM "natural")

Também me pergunto se eles não estão descontando trabalho informal (em países/regiões mais pobres) como "desemprego", mesmo que pessoas trabalhando assim fossem preferir empregos formais, e deixando de considerar que em regiões menos pobres, talvez mais adolescentes estivessem trabalhando em McDonalds, só por haver maior oferta de vagas.

Ou o SM de 10K do PCO não impactaria em desemprego? Ou há quem afirme que mão de obra tem uma demanda absolutamente "inelástica"?

Todos os estudos mostrando que aumento do salário mínimo foi inofensivo na taxa de desemprego, usaram quantidades normais... isto é, quantidades típicas que uma plêiade de burocratas concedeu. Não há maneira de saber o que acontece se você começa a adicionar quantidades maciças de aumento de salário mínimo. Estudos mostrando que aumento do salário mínimo foi inofensivo não é sinônimo da afirmação "quantidades ilimitadas de aumentos de salário mínimos são inócuos".

Há macroeconomistas não neoclássicos que acham que aumentos à la PCO no salário mínimo não necessariamente gerariam aumento da taxa de desemprego, mas sim gerariam uma violento aumento de inflação de custo, o que poderia neutralizar os benefícios pretendidos para os trabalhadores.

O critério internacional de taxa de desemprego convencionalmente aceito só inclui como desempregado quem esteve procurando emprego nos últimos X dias. Portanto, subemprego e desemprego por desalento não entram na estatística de desemprego.
« Última modificação: 13 de Junho de 2017, 22:23:52 por -Huxley- »

Offline Buckaroo Banzai

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Re:Reforma trabalhista
« Resposta #62 Online: 13 de Junho de 2017, 23:26:56 »
Então, de certa forma, poderia ser meio como dizer que, "em média" não há o efeito, por ele poder estar sendo anulado, tanto pelo SM determinado ser irrelevante, quanto por crescimento econômico (não movido por ele) estar compensando? Ou seja, o efeito "micro" pode ainda assim existir, apenas não ser sempre determinante do panorama geral.


Talvez para dar conta desse lado meio obscurecido pelos modos mais comuns de se calcular "desemprego", haja estudos que usem alguma estimativa de "ofertas de emprego". E/ou, de flutuações da proporção da empregados menos qualificados na força de trabalho.

Só achei esse gráfico e nem li os artigos relacionados, mas vou postar mesmo assim:


http://ec.europa.eu/eurostat/statistics-explained//Job_vacancy_and_unemployment_rates_-_Beveridge_curve

Citar


Figure 2 shows that in the fourth quarter of 2016, the Czech Republic (3.0 %), Belgium (2.9 %), Germany (2.6 %), Malta[1] and the United Kingdom (both 2.5 %) had the highest job vacancy rates while Greece (0.3 %), Cyprus (0.6 %), Spain, Poland and Portugal (all 0.7 %) and Bulgaria (0.8 %) had the lowest.



http://www.dw.com/en/german-minimum-wage-moderate-in-eu-comparison/a-19083317

Talvez mesmo o impacto de sindicatos em certas categorias possa ser um análogo.



Talvez por viés de confirmação próprio e/ou só não ser nenhum rain-man eu tenho a impressão que os SMs com maior poder de compra estão meio correlatos a menor quantidade de vagas de empregos.

Offline -Huxley-

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Re:Reforma trabalhista
« Resposta #63 Online: 15 de Junho de 2017, 18:57:56 »
Então, de certa forma, poderia ser meio como dizer que, "em média" não há o efeito, por ele poder estar sendo anulado, tanto pelo SM determinado ser irrelevante, quanto por crescimento econômico (não movido por ele) estar compensando? Ou seja, o efeito "micro" pode ainda assim existir, apenas não ser sempre determinante do panorama geral.

Sim. São múltiplas respostas possíveis para o enigma. O salário mínimo empurrou a taxa de emprego para baixo, mas o crescimento do PIB (ou outra variável) o fez numa força maior. Ou o salário mínimo não saiu da proximidade do preço de equilíbrio. Ou a teoria está errada por uma série de fatores (considere a hipótese de que a taxa de crescimento do consumo agregado é determinante da taxa de crescimento do salário médio no curto e longo prazo, como em um modelo keynesianismo extremo, por exemplo).

Existe ainda uma quarta alternativa. Os métodos com simplificações que não funcionam com as variáveis socioeconômicas: regressão, desvio-padrão, correlação, etc. (Se você fosse um extraterrestre que estivesse pesquisando a estatura média do homem com uma amostra de 100 pessoas e tivesse o azar de pegar o homem mais alto do mundo para tomar sua mensuração, sua altura talvez represente só 1,5% do agregado da amostra. Porém, se estivesse pesquisando o patrimônio líquido médio dos homens com uma amostra de 100 pessoas e tivesse o azar de pegar Bill Gates, a presença do bilionário americano na amostra estragaria qualquer conclusão de sua pesquisa).

É por isso que gosto de dizer para mim mesmo que estudos observacionais nas ciências sociais, especialmente os que usam variáveis socioeconômicas, servem para desmascarar a causalidade, mas não para confirmá-la. Por "desmascarar", quero dizer que algo como "a afirmação que A causa B está errada" ou que há evidências insuficientes.
« Última modificação: 16 de Junho de 2017, 00:33:40 por -Huxley- »

Offline JJ

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Re:Reforma trabalhista
« Resposta #64 Online: 15 de Junho de 2017, 19:08:10 »
Mais progressivo (no sentido de reduzir a pobreza) que SM são políticas como bolsa-família/renda mínima.

Renda mínima é comunismo.

E a sua frase é reducionismo.

Foi um ironismo.
Que pena, por que o que você disse tem valor, eu achei até que tinha se emendado.

Renda mínima é comunismo sim, afinal renda tem quem produz riqueza, quem não faz nada, não produz nada, só pode estar na cacunda de outrem.


Com tecnologia suficiente nós poderemos passar amplamente a "montar  na cacunda" de  robôs. E assim  o trabalho humano para produzir bens materiais e as ideologias de produtivismo irão virar  parte de um passado detestável.


« Última modificação: 15 de Junho de 2017, 21:00:02 por JJ »

Offline Sergiomgbr

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Re:Reforma trabalhista
« Resposta #65 Online: 15 de Junho de 2017, 22:54:00 »
Mais progressivo (no sentido de reduzir a pobreza) que SM são políticas como bolsa-família/renda mínima.

Renda mínima é comunismo.

E a sua frase é reducionismo.

Foi um ironismo.
Que pena, por que o que você disse tem valor, eu achei até que tinha se emendado.

Renda mínima é comunismo sim, afinal renda tem quem produz riqueza, quem não faz nada, não produz nada, só pode estar na cacunda de outrem.


Com tecnologia suficiente nós poderemos passar amplamente a "montar  na cacunda" de  robôs. E assim  o trabalho humano para produzir bens materiais e as ideologias de produtivismo irão virar  parte de um passado detestável.
Pode-se mudar o paradigma de "trabalho", mas não o de "vagabundagem".
Até onde eu sei eu não sei.


Skorpios

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Re:Reforma trabalhista
« Resposta #67 Online: 06 de Julho de 2017, 07:41:24 »
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Ministro do TST compara reforma trabalhista a "servidão voluntária"

A reforma trabalhista vai retirar direitos dos empregados “com uma sagacidade sem par”, porque será em um processo gradual. A avaliação é do ministro do Tribunal Superior do Trabalho (TST), Mauricio Godinho Delgado. Em sessão de debate sobre a reforma no Senado, o ministro fez forte discurso contra a mudança na legislação, chegando a comparar o novo contrato de jornada intermitente à “servidão voluntária”.

“Com todo respeito, a reforma retira muitos direitos, mas com uma inteligência, com uma sagacidade sem par”, afirmou. “Os direitos poderão ser retirados no dia a dia da relação de emprego”, completou Delgado. O ministro do TST dá como exemplo o trecho do projeto que estabelece que benefícios como ajuda de custo, auxílio alimentação, abonos e diárias para viagens não são parte do salário. “Ao fazer isso, tecnicamente, a reforma já está rebaixando o ganho econômico do trabalhador, sem contar que está rebaixando também a arrecadação do Estado”, enfatizou.

Para o ministro, a reforma rebaixa o patamar civilizatório mínimo alcançado pela legislação brasileira. “A jornada intermitente é um contrato de servidão voluntária. O indivíduo simples fica à disposição, na verdade, o seu tempo inteiro ao aguardo de três dias de convocação”, avaliou. O contrato de jornada intermitente, previsto na reforma, permitirá que o funcionário só trabalhará e receberá, caso a empresa o convoque com três dias de antecedência.

O ministro explicou também que esse tipo de contrato não possibilitará que o trabalhador possa ter crédito bancário, “porque o salário dele é absolutamente desconhecido, nem o empregador sabe, nem ele saberá”. Outra crítica de Delgado é a regra que prevê que os custos de um processo trabalhista serão divididos entre empresa e funcionário. Se o empregado ganhar seis de dez temas, por exemplo, terá de arcar com os custos do empregador nos outros quatro. “Ingressar com ação trabalhista, se aprovada essa fórmula, torna-se um risco terrível para o pobre. Só falta isto: o pobre ainda correr risco de sair com um passivo trabalhista às avessas”, afirmou.

Offline JJ

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Re:Reforma trabalhista
« Resposta #68 Online: 06 de Julho de 2017, 08:22:36 »
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Ministro do TST compara reforma trabalhista a "servidão voluntária"

A reforma trabalhista vai retirar direitos dos empregados “com uma sagacidade sem par”, porque será em um processo gradual. A avaliação é do ministro do Tribunal Superior do Trabalho (TST), Mauricio Godinho Delgado. Em sessão de debate sobre a reforma no Senado, o ministro fez forte discurso contra a mudança na legislação, chegando a comparar o novo contrato de jornada intermitente à “servidão voluntária”.

“Com todo respeito, a reforma retira muitos direitos, mas com uma inteligência, com uma sagacidade sem par”, afirmou. “Os direitos poderão ser retirados no dia a dia da relação de emprego”, completou Delgado. O ministro do TST dá como exemplo o trecho do projeto que estabelece que benefícios como ajuda de custo, auxílio alimentação, abonos e diárias para viagens não são parte do salário. “Ao fazer isso, tecnicamente, a reforma já está rebaixando o ganho econômico do trabalhador, sem contar que está rebaixando também a arrecadação do Estado”, enfatizou.

Para o ministro, a reforma rebaixa o patamar civilizatório mínimo alcançado pela legislação brasileira. “A jornada intermitente é um contrato de servidão voluntária. O indivíduo simples fica à disposição, na verdade, o seu tempo inteiro ao aguardo de três dias de convocação”, avaliou. O contrato de jornada intermitente, previsto na reforma, permitirá que o funcionário só trabalhará e receberá, caso a empresa o convoque com três dias de antecedência.

O ministro explicou também que esse tipo de contrato não possibilitará que o trabalhador possa ter crédito bancário, “porque o salário dele é absolutamente desconhecido, nem o empregador sabe, nem ele saberá”. Outra crítica de Delgado é a regra que prevê que os custos de um processo trabalhista serão divididos entre empresa e funcionário. Se o empregado ganhar seis de dez temas, por exemplo, terá de arcar com os custos do empregador nos outros quatro. “Ingressar com ação trabalhista, se aprovada essa fórmula, torna-se um risco terrível para o pobre. Só falta isto: o pobre ainda correr risco de sair com um passivo trabalhista às avessas”, afirmou.



Pela análise desse ministro nós podemos pensar e concluir que os Estados Unidos são um lugar muito ruim para os trabalhadores,  pois lá sequer chegou a ter tais legislações que protegem o trabalhador e as relações de emprego.

Mas, fica a questão, se nos Estados Unidos as condições  de trabalho são tão ruins, porque é que tem tantos trabalhadores que se arriscam até  em passar por desertos para conseguir entrar lá ?

Isso é um grande mistério. Talvez esse ministro pudesse fazer uma tese de doutorado para tentar desvendar esse mistério.


 :biglol:




Offline Geotecton

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Re:Reforma trabalhista
« Resposta #69 Online: 06 de Julho de 2017, 09:36:10 »
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Ministro do TST compara reforma trabalhista a "servidão voluntária"

A reforma trabalhista vai retirar direitos dos empregados “com uma sagacidade sem par”, porque será em um processo gradual. A avaliação é do ministro do Tribunal Superior do Trabalho (TST), Mauricio Godinho Delgado. Em sessão de debate sobre a reforma no Senado, o ministro fez forte discurso contra a mudança na legislação, chegando a comparar o novo contrato de jornada intermitente à “servidão voluntária”.

“Com todo respeito, a reforma retira muitos direitos, mas com uma inteligência, com uma sagacidade sem par”, afirmou. “Os direitos poderão ser retirados no dia a dia da relação de emprego”, completou Delgado. O ministro do TST dá como exemplo o trecho do projeto que estabelece que benefícios como ajuda de custo, auxílio alimentação, abonos e diárias para viagens não são parte do salário. “Ao fazer isso, tecnicamente, a reforma já está rebaixando o ganho econômico do trabalhador, sem contar que está rebaixando também a arrecadação do Estado”, enfatizou.

Para o ministro, a reforma rebaixa o patamar civilizatório mínimo alcançado pela legislação brasileira. “A jornada intermitente é um contrato de servidão voluntária. O indivíduo simples fica à disposição, na verdade, o seu tempo inteiro ao aguardo de três dias de convocação”, avaliou. O contrato de jornada intermitente, previsto na reforma, permitirá que o funcionário só trabalhará e receberá, caso a empresa o convoque com três dias de antecedência.

O ministro explicou também que esse tipo de contrato não possibilitará que o trabalhador possa ter crédito bancário, “porque o salário dele é absolutamente desconhecido, nem o empregador sabe, nem ele saberá”. Outra crítica de Delgado é a regra que prevê que os custos de um processo trabalhista serão divididos entre empresa e funcionário. Se o empregado ganhar seis de dez temas, por exemplo, terá de arcar com os custos do empregador nos outros quatro. “Ingressar com ação trabalhista, se aprovada essa fórmula, torna-se um risco terrível para o pobre. Só falta isto: o pobre ainda correr risco de sair com um passivo trabalhista às avessas”, afirmou.

É mais um que 'mama' no estado e só existe em função de uma legislação anacrônica.

Enfim, é alguém para lá de suspeito.
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Offline JJ

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Re:Reforma trabalhista
« Resposta #70 Online: 06 de Julho de 2017, 09:50:58 »
É mais um que 'mama' no estado e só existe em função de uma legislação anacrônica.

Enfim, é alguém para lá de suspeito.


É por aí mesmo,  ele tem os seus ganhos garantidos  pela força do Estado.  Ele não tem que  se preocupar com coisas como concorrência,  custos de produção e/ou operação,  baixar custos,  tentar obter margem de lucro, etc. Essas coisas que os gananciosos e exploradores empresários tem de se preocupar no dia a dia da gerência de algum empreendimento.



Offline Skeptikós

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Re:Reforma trabalhista
« Resposta #71 Online: 07 de Julho de 2017, 13:00:27 »
Uai, se o reclamante entra com o processo e perde, nada mais justo do que ele pagar os custos do mesmo. E se vê ai que a arrecadação do Estado é que seja talvez o principal motivo do ministro está de reclamação. E pô, comparar a reforma a uma servidão voluntária é uma afronta a Étienne de La Boétie, filósofo francês autor do conceito, que faz parte do título de sua obra mais famosa, Discours de la servitude volontaire (Excelente texto, um exemplo da possível resistência pacifista ao autoritarismo).
"Che non men che saper dubbiar m'aggrada."
"E, não menos que saber, duvidar me agrada."

Dante, Inferno, XI, 93; cit. p/ Montaigne, Os ensaios, Uma seleção, I, XXV, p. 93; org. de M. A. Screech, trad. de Rosa Freire D'aguiar

Offline Skeptikós

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Re:Reforma trabalhista
« Resposta #72 Online: 07 de Julho de 2017, 13:07:30 »
Há, e uma coisa irônica é que La Boétie escreveu Discours de la servitude volontaire após derrota do exército do povo francês contra o exército e fiscais do rei, que queria impor um novo imposto do sal, ou seja, o povo estava farto do Estado o espoliando através da arrecadação de impostos, e o senhor ministro em questão me vem falar de servidão voluntária apontando a diminuição da arrecadação do Estado como um dos pontos negativos da reforma.
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Offline Buckaroo Banzai

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Re:Reforma trabalhista
« Resposta #73 Online: 18 de Julho de 2017, 21:28:29 »
<a href="https://www.youtube.com/v/C8tNIsYVg5s" target="_blank" class="new_win">https://www.youtube.com/v/C8tNIsYVg5s</a>


Offline -Huxley-

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Re:Reforma trabalhista
« Resposta #74 Online: 18 de Julho de 2017, 22:32:35 »
Nenhum direito a menos (com Sérgio Schwartsman)

TERÇA-FEIRA, MAIO 30, 2017  ALEX

Seguindo o mesmo padrão de desinformação e superficialidade presente nas críticas à reforma da previdência, a reforma trabalhista aprovada recentemente na Câmara dos Deputados, e em exame no Senado Federal, tem sido alvo de ataques sem maiores preocupações com as reais implicações da proposta. O interesse é apenas o de gerar ruídos políticos para fins eleitorais, em mais uma demonstração clara de desonestidade intelectual.

De fato, a principal questão que vem sendo levantada é de que a reforma está “retirando direitos dos trabalhadores”. Isto é simplesmente falso. A proposta não retira direitos; apenas permite que alguns sejam negociados por convenção coletiva, ou acordo individual entre as partes, em casos bem pontuais. Em particular, não são negociáveis direitos tais como férias, 13º salário, a jornada de trabalho além do máximo permitido em lei, FGTS, normas de segurança, ou medicina do trabalho.

Por outro lado, a proposta permite que normas coletivas regulem arranjos como a jornada de 12 horas num dia, seguida de 36 horas interruptas de descanso, que já existe hoje, diga-se, mas em quadro de insegurança jurídica. Ou ainda que se reduza o intervalo para refeição, como também já ocorre para algumas categorias, mas sob risco de contestação judicial à frente.

Nota-se, aliás, que a possibilidade de negociação coletiva não contraria nossa ordem jurídica; ao contrário, o inciso XXVI do artigo 7º da Constituição Federal deixa claro que o “reconhecimento das convenções e acordos coletivos de trabalho” faz parte dos direitos dos trabalhadores.

Isso dito, se nenhum direito é eliminado, que diferença faz a reforma?

Como notado nos exemplos acima, a principal virtude do projeto consiste em dar embasamento legal às negociações coletivas, regulando práticas em larga medida já existentes, mas que, por não serem previstas na CLT, e não terem o mesmo amparo legal que virá com as alterações propostas, davam margem a um passivo trabalhista de difícil mensuração por parte das empresas.

A falta de clareza das regras do jogo induz um comportamento defensivo. Concretamente, para escapar de potenciais conflitos, empresas preferem adiar o máximo possível a decisão de contratação, ou mesmo buscar alternativas que minimizem este passivo.

Sob normas mais bem estabelecidas, uma vez que a economia comece a se recuperar de maneira mais sólida, inclusive no que se refere ao emprego, a tendência é de resposta mais rápida desta variável do que seria segundo o regramento anterior, e muito possivelmente privilegiando mais a formalização do trabalho do que ocorreria sem a reforma trabalhista.

Não se trata de dizer, queremos deixar claro, que a reforma trabalhista por si só tenha o poder de iniciar um forte processo de geração de empregos, mas sim que a recuperação cíclica que se avizinha deve se traduzir mais rapidamente em aumento do emprego, em particular do emprego formal, do que seria o caso se nossa legislação trabalhista permanecesse inalterada.

Estabilidade fiscal é condição necessária para o crescimento sustentado, mas precisa ser complementada por reformas que privilegiem o aumento da produtividade, para que tal crescimento se materialize. A reforma trabalhista é apenas um dos primeiros passos nesta longa jornada.



Fonte: http://maovisivel.blogspot.com.br/2017/05/nenhum-direito-menos-com-sergio.html

 

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