Por que alguém sacrificaria a própria vida para fraudar e propagar uma história sem ganhar absolutamente nada em troca?
Pois é, pergunte isto aos homens-bomba.
Mas acho que é um contexto um pouco diferente, né? No caso dos homens-bomba, e também de outras pessoas que sacrificaram suas vidas ao longo da história em nome de diferentes religiões (mártires, etc), já havia uma cultura religiosa que permitiu o surgimento de uma fé fervorosa que levou/leva a esses sacrifícios. É a mesma coisa (embora em grau de intensidade distinto) de alguém que acredita cegamente em alguns sacerdotes e sai doando bens, etc.
No caso dos primeiros cristãos sacrificados (estou falando dos que tiveram contacto direto com o Cristo, como Pedro, por exemplo), não existia cultura cristã alguma, aquilo estava em formação naquele exato momento, sendo que essas pessoas eram as testemunhas responsáveis por propagar aquela história! Ou seja, não havia motivação para abrir mão do instinto mais básico de qualquer espécie, o de auto-preservação, em nome de uma farsa que eles próprios teriam inventado ali, a troco de nada!
Uma coisa é você acreditar em algo potencialmente falso que foi te transmitido culturalmente, e se sacrificar por isso, e outra é você mesmo ser a fonte de uma farsa e se sacrificar por ela a troco de nada, isso não faz sentido, né?
De qualquer modo, a forma como o Nando Moura argumentou é bem melhor que a minha, e ele fornece bem mais dados e etc. O segundo vídeo também do arqueólogo tem bem mais precisão do que qualquer coisa que eu diga aqui. ^^
Anos atrás, umas 39 pessoas se suicidaram nos EUA acreditando em que seriam recolhidas por uma nave e levadas para um nível superior de existência. Ah sim, algum tempo antes, eles se castraram.
Eles mesmos inventaram a idiotice sem pé nem cabeça, eles mesmos foram até o fim, sem ninguém os obrigar a nada.
Quanto aos discípulos, não temos nenhuma informação que não venha dos evangelhos, portanto é apenas uma questão de ter fé ou não num livro de propaganda religiosa que nem sabemos quem escreveu. E que foi escrito décadas depois por gente que apenas ouviu falar, sem ter sido testemunha direta dos supostos fatos.
Os que morreram mais tarde na mão dos romanos não faziam parte dos "primeiros cristãos".
Oi, mas vc tem mais informações desse caso das 39 pessoas que se suicidaram? Eu acho difícil que elas tenham inventado deliberadamente esta crença do nada e se suicidado em seguida. Possivelmente há alguma fonte que levou a esta crença, como interpretações de algum texto místico/esotérico ou algo do tipo. De qualquer modo, foram apenas essas 39 pessoas e seja lá o que elas acreditavam, não foi adiante, né?
O contexto do surgimento do cristianismo é muito estranho na minha opinião, e desconheço paralelo em outras religiões, pela forma desfavorável na qual ele surgiu, e pelo modo como se expandiu de modo tal ao seu personagem central ter se tornado a figura humana (fictícia ou não) mais influente em todos os tempos. O contexto era completamente desfavorável, dada a total falta de poder ou destaque social das figuras envolvidas (todos trabalhadores manuais e até mesmo ex-prostitutas), aliado à perseguição e morte daqueles que pregavam esta doutrina. Ainda assim se expandiu de forma absurda, inclusive enterrando as crenças politeístas dominantes à época.
Com relação a não haver registros históricos dos discípulos e apóstolos de Cristo (não sei se isso é preciso, mas vou assumir que seja), não é de se espantar, certo? Por qual razão figuras absolutamente sem poder e destaque social seriam noticiadas e registradas naquela época? O próprio Cristo não tinha destaque algum, era um carpinteiro que foi crucificado como vários outros, junto a bandidos ou outros condenados pela lei da época. Não havia razão para se ter registros amplos de uma história aparentemente tão banal quanto esta, né? O que se tem de registro, então, é o que compõe a Bíblia, além de outros escritos que as religiões cristãs consideram apócrifos, mas que também fazem referências a estes eventos.
Mas ao meu ver, uma história tão sem atrativos, que tem como protagonista um carpinteiro sem posses, sem poder, sem status social, seguido por alguns pescadores e outros trabalhadores manuais, e algumas mulheres também sem destaque algum, uma delas inclusive considerada às margens da sociedade, e que se proclamava filho de Deus (algo visto como sandice em qualquer época, inclusive naquela!), o qual morre crucificado como um bandido comum, ganhar a projeção mundial que ganhou, é algo bem esquisito e sem precedentes. Ainda mais pela perseguição sofrida inicialmente pelos que pregavam essa história. É completamente distinto do contexto de surgimento de outras religiões, como o islamismo, por exemplo. Isso o Nando Moura explicou bem no vídeo dele!
Eu penso que uma farsa, criada por qual razão fosse, teria sido redigida de modo bem mais interessante que a história do Cristo, visando propaganda ou algo do tipo. E, um outro ponto distinto deste e mais complicado, seria convencer as pessoas de que a história era verídica a ponto delas seguirem se sacrificando por ela, principalmente nos momentos iniciais da formação da suposta farsa.
De qualquer modo, nada disso é prova da existência do Cristo, claro. Mas ao menos para mim, simplesmente relegar toda a história envolvida como mera fraude não me parece plausível, dado tudo o que estava envolvido ali e tudo o que se seguiu depois disso.